segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A PIRÂMIDE DE MASLOW E A POLÊMICA PAULO VERSUS Pe. CREMILDO

Transferir responsabilidade, Desviar Interesses, Inverter Valores….

Muitas vezes, em derrotas políticas eleitorais, o candidato busca reafirmar seus planos, com o objetivo de se manter vivo, lançando-se em projetos impensados e desvairados, ressuscitando nomes e legendas vencidos pelo tempo.

Para eles, estas ações são jogadas de marketing. Infelizes, é verdade. Mas, marketing político. Segundo o papa do assunto Philip Kotler marketing é “a atividade humana dirigida à satisfação das necessidades e desejos através de um processo de troca”. E troca é a moeda que mais circula no meio político e todo meio político é composto de vários “Bagmanés”, que cortejam os seus superiores…

Qualquer político é muito requestado. Os cortejos são sempre frequentes por parte dos seus assessores e por aqueles que, de tanto andarem atrás do político, o sufocam com bajulações, pedidos e súplicas pessoais, inclusive aquelas que atendam a um círculo devidamente selecionado de pessoas próximas, exercendo a prática do proselitismo político e/ou nepotismo.

Tais políticos são tão bajulados o tempo todo e coberados por suas ações que não conseguem enxergar um caminho oposto. E assim, não conseguem saber se, de fato, seus projetos e idéias são percebidos pelos eleitores que, entre eles, acreditam transferir a bandeira eleitoral como algo legalmente constituído: Pelo Povo e Para o Povo...

A cegueira do orgulho e o desespero por uma saída que o remeta aos píncaros do status político, faz com que os estes pigmeus da vida pública se envolvam no véu do marketing político mal direcionado. E aí, o povo que não é mais ingênuo, não perdoa. Vai às ruas se for preciso e pedem mais respeito pela coisa pública, pela memória e pela história de uma cidade. Assim, transferem responsabilidade, desviam interesses e invertem valores.

Há quem diga que quanto mais se fala num determinado tema, mais ele ganha força, repercute. Se não se fala nada, em nada se avança. Para o marketing político, essa verdade é diluída porque a comunicação é como uma droga. Em doses adequadas é medicamento, em doses elevadas é veneno fatal. E a mídia exerce papel importante e decisivo nesse contexto.

A mídia eletrônica hoje é considerada de o “segundo deus” por sua onipresença e seu poder de influência sobre as pessoas. Por outro lado há a mídia negra que muito divide pela tendenciosa maneira de dialogar e cria uma dicotomia que coloca em cheque o respeito e o equilíbrio entre dois ou mais interessados. E em uma cidade como Gravatá, ainda arraigada ao recente passado de caciques, jornalistas não faltam para pedir esmola e falar bem de "X" e mal de "Y"

Poucas são as pessoas que tem consciência de que a arte de se fazer ouvir, de se comunicar e persuadir está na identificação do caminho mais rápido para a mente e esse caminho deve ser o melhor para todos os envolvidos. Alias “A pirâmide de Maslow”, por exemplo, fornece pistas para descobrirmos o melhor caminho. Segundo ela, as reações das pessoas aos estímulos são determinadas basicamente pelas necessidades básicas (fisiológicas) até as mais elevadas (auto-realização).

Se perguntássemos ao povo de Gravatá, baseados na Pirâmide de Maslow, que nome deveria ser dado para o Parque das Cidades, qual dos princípios ou necessidades seriam levados em consideração: as fisiológicas, as de segurança, necessidades de estima e amor ou de realização pessoal?

Quando oito dos dez vereadores que votaram a favor de uma indicação que negligencia a vontade do povo, me parece que tudo não passa do nível de auto-realização, que infelizmente representa o interesse de quem ainda é cercado por Bagmanés os quais insuflam o próprio ego.

Em conversa amistosa com uma autoridade municipal, de minha parte defendi a discussão de forma democrática, com uma consulta ao povo. Ele, de sua parte, sugeriu a saída mais direta e legal para o impasse: Ministério Público. Titubeei. Será que em Gravatá surtiria efeito?

Há quem acredite que o Prefeito deva exercer o papel que cabe ao Ministério Público. Qualquer criança sabe que Executivo existe para executar as leis. Portanto, nesse caso, o prefeito não pode e não deve ser responsabilizado pela manutenção do nome que gerou a grande polêmica na cidade. Quem criou e votou no projeto é que deve assumir, única e exclusivamente, a responsabilidade perante a população gravataense.

Se um quer resgatar através do seu marketing a idoneidade de um cidadão In Memoriam, tendo o apoio da maioria esmagadora de colegas, é preciso rever o que estamos querendo chamar de democratização e reconhecimento histórico em tempo hábil, haja vista as eleições estão muito próximas. Talvez nem precise do veto futuro da população. Talvez o tiro tenha saído pela culatra, sem misericórdia.

E aí, do que adiantou enfrentar uma derrota política buscando como alternativa o suplício de Sísifo? Roberto Carlos, em uma das suas melhores canções, afirma que um erro não conserta o outro. Será que valeu apena levantar uma polêmica, ouvir bajuladores e ingenuamente testar a memória religiosa de um povo como o nosso? Hoje, já passam de sete mil pessoas que assinam contra os oito vereadores que desconhecem, por exemplo, a teoria de Maslow e vão pagar muito caro por isso.




O psicólogo Abraham Maslow desenvolveu dentro de sua Teoria da Motivação, uma hierarquia das necessidades que os homens buscam satisfazer. Qual destas necessidades, motivadas e hierarquicamente definidas, está associada ao centro desta indicação votada, aprovada e sancionada?

É bom lembrar que acabou a era do candidato (político) centralizador de poder. Ninguém vive, conquista e vence sozinho, principalmente no jogo eleitoral. Um ditado de Maquiavel que diz “a realidade é como é, não como gostaríamos que ela fosse”, resume muito bem a importância de saber ouvir, ver e entender o que diz o interesse mais generalizado e pouco pessoal.


Bem, como sempre digo:
O pouco tempo nos faz ver. O longo tempo nos faz conhecer.

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