sábado, 27 de novembro de 2010

Por que Copenhague fracassou?



Após duas semanas de discussões exaustivas, resultado foi um acordo não obrigatório de corte de emissões
 
 
Foto: ONU - Sala de conferência no Bella Centre, em Copenhague, durante as negociações da COP-15
 


Um delegado da Arábia Saudita disse muita coisa sobre a sensação de fracasso da Conferência do Clima de 2009, em Copenhague. Durante as primeiras horas da manhã do último dia de conferência, a frase captada pela revista inglesa Time teve tom de desabafo. "Estou trabalhando sem parar por 48 horas agora", disse ele. "Não vejo, no futuro, uma situação em que sejamos capazes de adotar um acordo juridicamente vinculativo. Esta é, sem excepção, a pior sessão que eu já participei, incluindo a gestão do processo, o tempo, tudo. "



A Conferência do Clima em Copenhague (COP-15) não foi capaz de criar um acordo legal sobre as mudanças climáticas. Uma das poucas coisas que entraram em consenso está relacionada ao motivo de seu fracasso: a falha da conferência foi a falta de capacidade de que as discussões entre países encontrassem um meio de entrar em acordo para reduções das emissões de dióxido de carbono e outros gases responsáveis pelo efeito estufa.



Estados Unidos e China são os principais poluidores do mundo e juntos são responsáveis por 40% das emissões de gases causadores do efeito estufa. Durantes meses antes da COP-15, os dois países, como que andando em círculos, revezavam entre os pedidos de redução das emissões pela outra parte. Ao final da conferência, nenhum dos dois países se comprometeu com nada.



China continuava a argumentar que os países desenvolvidos emitiram por anos os gases causadores do efeito estufa e por isto, deveriam arcar com a maior parte das reduções.



O enviado especial para assuntos de mudanças climáticas dos Estados Unidos, Todd Stern, alegou que não poderia tomar decisões além do que o Congresso Americano estava disposto a apoiar, mesmo após o presidente americano Barack Obama ter declarado o desejo de ser líder de assuntos ambientais.



Coube aos países da União Europeia se comprometerem a reduzir suas emissões em 20% até 2020 e se queixar da postura americana.



Após duas semanas de discussões exaustivas, lideres globais falharam ao fechar acordo climático obrigatória. O documento de apenas duas páginas concluía apenas que o aumento da temperatura deve ficar limitado a 2ºC e a citava a necessidade de um fundo para países em desenvolvimento.



Oitenta e cinco dos 140 países que se associaram ao acordo de Copenhague e prometeram reduzir emissões ou controlar seu crescimento até 2020 – o que representa cinco bilhões de toneladas em emissões a mais do que a meta de reduzir o aquecimento global em 2ºC ainda neste século.

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