Você sabe o que é a autocompaixão?
Trata-se, basicamente, de ser compreensivo e gentil consigo
mesmo, sem ficar se culpando ou criticando demais.
Cada vez mais pesquisas têm mostrado que cultivar essa atitude faz bem para a
sua saúde mental – ajudando a reduzir o stress, por exemplo.
Não é conceito muito fácil de entender:
é diferente da autoestima, que pode levar aonarcisismo ou
um amor extremado a si mesmo, e não pode ser confundido com autopiedade(que
é a pena de si).
De acordo com Kristin Neff, professora
de psicologia da Universidade do Texas em Austin e pesquisadora do assunto,
“autocompaixão significa tratar a si mesmo com a mesma gentileza e cuidado com
que você trataria um amigo”.
Não é difícil entender por que um pouco
de autocompaixão faz bem: pessoas assim evitam fazer críticas
destrutivas a si mesmas ou fazer generalizações negativas (do
tipo “eu SEMPRE estrago tudo”). Além disso, elas veem seus problemas e falhas
como parte normal da condição humana. Sem dramas.
E, diferentemente do que possa parecer,
tratar a si mesmo com gentileza também ajuda a atingir seus objetivos.
Neff explicou para a Scientific
American que as pessoas podem achar que a autocrítica as motiva
e, se não forem duras consigo mesmas, não vão sair do lugar.
Mas os estudos
mostram que a autocompaixão não promove o rebaixamento dos padrões das
pessoas – a diferença é que, nesses casos, se elas não atingirem seus objetivos
não será o fim do mundo, porque elas não determinam seu próprio valor
com base no sucesso. Isso já ajuda muito a diminuir seu nível de stress.
Como desenvolver autocompaixão
Mas como você pode desenvolver essa
atitude? Uma pesquisa recente da Universidade da Califórnia em Berkeley
concluiu que uma forma eficiente de conseguir isso é mostrando
gentileza e compaixão a outras pessoas.
Em uma conferência da Sociedade para a
Psicologia Social e da Personalidade, em janeiro deste ano, as pesquisadoras
Juliana Breines e Serena Chen falaram sobre uma série de experimentos nos quais
elas pediram a um grupo de voluntários que apoiassem outra pessoa. Eles
poderiam fazer isso ao escrever sugestões para fazer um amigo com um problema
se sentir melhor. Também foi pedido a outro grupo que recordasse um momento
divertido que passaram com um amigo e, a um terceiro, que apenas lessem sobre o
sofrimento de outros.
Resultado: o grupo que deu
apoio se avaliou com maior autocompaixão do que os outros.
Segundo Breines,
apoiar outras pessoas dá o sentimento de estar conectado e ajuda a enxergar que
outras pessoas também têm problemas. Mas o ponto principal é que, em épocas
difíceis, as pessoas têm a tendência natural de se concentrar em si
mesmas e acham difícil ajudar outras.
Quando, apesar disso, nos
esforçamos em aproveitar oportunidades de apoiar outros, podemos nos
sentir melhor em relação ao que estamos vivendo.
Por
Ana Carolina Prado 18 de julho de 2012