Livro Primeiras Águas - Poesias

Este é o livro I da série Primeiras Águas.

Campanha Gravatá Eficiente

Fomentando uma nova plataforma de discussão.

A Liberdade das novas idéias começa aqui.

quinta-feira, 29 de julho de 2010




"Impossível é apenas uma grande palavra usada por gente fraca que prefere viver no mundo como está em vez de usar o poder que tem para mudá-lo.



Impossível não é um fato. É uma opinião.



Impossível não é uma declaração. É um desafio.



Impossível é hipotético. Impossível é temporário".


Impossible is nothing.






quarta-feira, 28 de julho de 2010

www.fichalimpa.org.br




Entidades que combatem corrupção lançam site com candidatos ficha limpa
Eleitor poderá conferir as informações em
www.fichalimpa.org.br







A partir de amanhã, os eleitores de todo o país poderão consultar na internet a relação dos políticos, cujas candidaturas estão enquadradas nas exigências da chamada Lei da Ficha Limpa, que impede a disputa de cargos eletivos a quem tenha sido condenado em decisão colegiada (por mais de um juiz).




Disponível no endereço eletrônico www.fichalimpa.org.br, o site é uma iniciativa da Articulação Brasileira Contra a Corrupção e a Impunidade (Abracci), o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (Mcce) e o Instituto Ethos.



As informações e os documentos que comprovem que o candidato se inclui entre os fichas limpas deverão ser apresentados voluntariamente pelo próprio político. Os eleitores interessados, contudo, poderão questionar o teor dos dados apresentados, denunciando eventuais contradições no próprio site.

A nova ferramenta também permitirá aos políticos darem maior transparência às doações recebidas, informando semanalmente a origem e o montante dos recursos obtidos e os gastos feitos no período. Pela legislação eleitoral em vigor, o candidato só precisa prestar contas aos tribunais eleitorais 30 dias após o término da eleição.



De acordo com o presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew, a iniciativa pode ajudar a coibir a prática do chamado caixa 2 nas campanhas. Já para o vice-presidente do instituto, Paulo Itacarambi, a divulgação das doações alimentará também o debate sobre o papel desempenhado pelas empresas doadoras e seu apoio a candidatos que respeitem ou não valores éticos.

"As empresas, com o financiamento, têm uma forte influência nos resultados. E assim [com o site] a sociedade terá a oportunidade de saber e questionar a empresa que, porventura, financiar um determinado candidato, que esteja sendo denunciado. Passará a haver um debate envolvendo um outro importante ator das eleições, as empresas" — disse Itacarambi, durante a apresentação do site à imprensa, em São Paulo.




Fonte: AGÊNCIA BRASIL

terça-feira, 27 de julho de 2010

Política com Ideologia e Politicagem Ideologicamente Incorreta.




Falar de Política não é tão fácil quanto parece. Principalmente se buscarmos discutir a epistemologia e de como surgiu. Apesar da importância que esse assunto tem, poucos são aqueles que se interessam em debater, com a falsa idéia de que é um tema indiscutível para o povo e dever dos que vivem do “poder”, especialmente se o tal “poder” for municipal.

Essa atitude omissa da maioria da população acaba fortalecendo ainda mais o que nós entendemos como politicagem e enfraquecendo a idéia primordial de Política. Surgem, então, os que desonram, que corrompem e cooptam descarada e politicamente procuram, nada mais, nada menos, beneficiar-se.

Mas, quem disse que em Política não se joga com as armas e os votos que se dispõe? Sempre foi assim, desde que os Gregos criaram a Polis, a Cidade-estado. É claro que Política é a arte de governar, é o uso do poder para defender seus direitos de cidadania.

Segundo a autora Hannah Arendt, filósofa alemã (1906-1975), política "trata-se da convivência entre diferentes", pois a política "baseia-se na pluralidade dos homens", assim se a pluralidade implica na coexistência de diferenças, a igualdade a ser alcançada através desse exercício de interesses, quase sempre conflitantes, é a liberdade e não a justiça, pois a liberdade distingue "o convívio dos homens na polis de todas as outras formas de convívio humano bem conhecidas pelos gregos".


Segundo Nicolau Maquiavel, em O Príncipe, política é a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o próprio governo. Ainda existem algumas divergências sobre o tema, para alguns política é a ciência do poder e para outros é a Ciência do Estado. A política na atualidade encontra-se bastante deteriorada. Precisando urgentemente de uma reforma. Com mais responsabilidade partidária, com mais definições e execuções dos seus representantes.

Mas, e a questão da Ideologia?

Poderíamos afirmar que Ideologia política e partidária são os motivos que levam uma pessoa a se entranhar numa atividade que afeta a sociedade. Sendo que suas atuações vão infligir no cotidiano da população. Por isso devem estar os políticos guarnecidos de "boas intenções", e terem claro que suas intenções são sustentadas por ideologias construtivas e experimentadas.

Quando adolescendo, cantava: “Ideologia, eu quero uma pra viver.” Aos 17 anos conheci a JOC e o PT. Estas duas forças ajudaram a formar o caráter ideológico-político que existe em mim. Figuras como o ex-prefeito do Recife João Paulo e tantos outros que foram militantes da JOC e, como eu, aprenderam que ideologia ganha força dentro de nós quando acreditamos no que sentimos e sonhamos, mas não tapa os nossos sentidos, impedindo-nos de ver, pensar e agir contra um possível engano, venha de onde vier.

Quase vinte anos depois dos meus primeiros contatos com a política e com a ideologia – especialmente de classes – percebo o quanto foi importante pra mim, perder domingos de festas com amigos, para está em um seminário discutindo formação trabalhista, visões e sonhos políticos, defesa dos diretos humanos e tantos outros temas que a JOC brasileira me proporcionou.

De forma natural e até por questão de justiça, me liguei ao Partido dos Trabalhadores em Vitória de Santo Antão entre os anos de 1989 e 2000. Militei na campanha do professor Dodó para Prefeito, dois anos depois de ter conhecido de perto o famoso Deputado Federal Luis Inácio Lula da Silva. Participei de dois Congressos da UNE e da UBES, além de congressos nacionais da UJS, da CUT e tornei-me coordenador regional das atividades da JOC no Nordeste. Como professor, fiz parte de comissões do SINPRO-PE, articulei movimentos, paradas, passeatas e greves de advertências e também fiz parte do grupo que foi a Brasília reivindicar a implantação do Piso Nacional da categoria, em 2008.

Tudo que fiz foi defendendo uma política de ideologia. Embora tivesse um ideal pra defender, nunca quis ser mártir. Levantei bandeiras por ter no sangue, no coração, na mente, um torpor ideológico acima dos meus sonhos materiais. Encarei políticos que me apontaram armas; enfrentei colegas de profissão que me insultaram; peitei vozes que tentaram me sucumbir o direito de gritar se fosse preciso…

Até que um dia, olhei para o lado, para o outro e não havia mais ninguém. Restaram apenas eu, minha voz e a desolação pelo abandono dos amigos, dos companheiros. Pouco tempo depois, uma amiga me fez uma pergunta simples – que com certeza está na sua cabeça agora – me fez despertar para o tempo que estava perdendo. A pergunta foi: o que você ganhou com tudo isso?

Na época em que eu fui questionado, a resposta foi: - Ganhei mais força pra acreditar que estou no caminho do bem. Eu sou comunista, com sonhos socialistas e irei morrer assim.

Anos mais tarde, chego a Gravatá pra estabelecer este lugar como o meu novo lar, a cidade que escolheria para viver o resto dos meus dias ao lado daqueles que amo e que me amam. Tudo que aprendi na vida de esquerda ideológica trouxe comigo para servir de ferramenta, tanto para a Educação, quanto para a política municipais. E mais uma vez, nada colhi além de arrependimentos por ter me envolvido como no passado em causas que não merecem minha força, minha voz, minhas mãos.

Seis anos depois da minha chegada aqui, eis o cenário que se apresenta para mim:

Amigos angustiados por não conseguirem se localizar politicamente, como é o caso do jovem universitário Thiago e o Farmacêutico (a quem chamo de pai) Herbert Candeia;

Políticos que pensávamos ter um grão de consideração, uma pitada de ideologia, nos abandonando a própria sorte, gozando de prestígios e conseguindo melhorar financeiramente as suas vidas;

Uma mídia pouco comprometida com imparcialidade, com a justiça e com a informação verdadeira;

Uma parcela de figuras públicas que desonram até os piores vilões do cinema;

Funcionários e cargos comissionados que não valorizam as suas funções e, de certa forma, “queimam” as melhores intenções do Executivo;

Eleitores e políticos que só falam de política a cada dois ou quatro anos e esquecem-se do povo, da formação desse povo, da vida política do nosso município.


E diante das próximas eleições, temos os seguintes dados:

Gravatá tem cerca de 76 mil habitantes, segundo o último senso de 2009. Atualmente possui 55.888 eleitores, dos quais, segundo pesquisa recente, 92% desejam votar em um candidato a Deputado Estadual que seja da cidade.

Pergunto:

Qual a bandeira política que mais representa Gravatá?

Qual a ideologia que podemos esperar de figuras exóticas da política local?

Quem será o nosso Deputado Estadual pelos próximos quatro anos?

Qual dos candidatos é o que mais poderá fazer por Gravatá, diante da história de casa um?

Qual o partido que vai governar Gravatá a partir de 2012? PSDB ou PSB?

Joaquim Neto terá mais de 10 mil votos em seu município?

Bruno Martiniano irá conseguir mais votos do que na última vez que tentou ser Deputado?

E o novo nome, Junior de Paulo, está preparado para alçar um vôo maior?


São muitas as questões que passam pelo crivo da minha análise. E como sei que a Educação não dá saltos como a natureza dá, as minhas decisões políticas e ideológicas passaram por uma transformação radical. E como nunca gostei de ser personagem do mito da caverna de Platão, arrisco-me a sonhar que há uma grande conspiração que levará a melhorias significativas em todos os níveis de nossa sociedade, ideológica e politicamente.

sábado, 24 de julho de 2010

Termina a 18ª conferência internacional sobre a AIDS em Viena



A 18ª Conferência Internacional sobre Aids foi concluída nesta sexta-feira, em Viena, com uma mensagem de Barack Obama afirmando que a ajuda concedida pelos Estados Unidos à luta contra a Aids prosseguirá. A mensagem gravada do presidente americano foi divulgada na cerimônia de encerramento da conferência.

Obama relembrou que os créditos do Fundo de Ajuda Presidencial (Pepfar) haviam aumentado e que o orçamento 2011 "havia sido o mais importante até o momento".

"Trabalharemos para evitar mais de 12 milhões de novas infecções. Vamos oferecer ajuda direta a mais de quatro milhões de pessoas em tratamento e auxiliar mais de 12 milhões de pessoas, entre elas cinco milhões de crianças e órfãos, a receber os cuidados de que tanto precisam", disse o presidente, que também pretende contribuir para uma redução considerável do número de bebês contaminados pelo vírus.

Os participantes da conferência, que reuniu durante seis dias em Viena cerca de 20 mil pessoas, ouviram também mensagem da secretária de Estado americana Hillay Clinton, afirmando que "a saúde era um direito do Homem".

Em outra mensagem, o bispo sul-africano Desmond Tutu destacou que "o tratamento deve ser não somente disponível, mas acessível".

O prêmio Nobel da Paz de 1984 pediu ao presidente Obama que não reduzisse o financiamento da luta contra a Aids, em um artigo publicado nesta semana pelo New York Times.

Durante seis dias, os pesquisadores, especialistas, dirigentes de organizações de 197 países discutiram a discriminação aos soropositivos, o tratamento para todos, novas ferramentas de prevenção como os microbicidas, e problemas financeiros que encontram aqueles que lutam contra a Aids.

"O desafio não é encontrar dinheiro, mas mudar as prioridades", disse o presidente da Sociedade Internacional da Aids (IAS), organizadora da conferência, o canadense Julio Montaner.

"Quando se tem uma crise em Wall Street, bilhões e bilhões de dólares são rapidamente mobilizados. (...) A saúde das pessoas merece uma resposta financeira equivalente e uma prioridade muito mais elevada", disse.

Montaner pediu à esposa do presidente francês, Carla Bruni-Sarkozy, que "defende fortemente" o acesso universal aos tratamentos, para "garantir que seu marido se torne também um defensor determinado desta posição sobre a Aids, quando a França acolher a cúpula do G8, ano que vem".

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Construir e Desconstruir…



Quem se dedica a sua profissão, com afinco, de dedicação, com total entrega, esquecendo-se até mesmo de si, tem um objetivo: o de ser reconhecido. Todos, sem exceção, esperam o reconhecimento pelos esforços que fizeram para desenvolver suas funções, com amor e com disciplina.

O gari Renato Lourenço, com muita justiça, foi considerado um exemplo de profissional que desenvolve suas funções com felicidade na cidade do Rio. Aos 40 anos, acordando cedo e trabalhando sete horas por dia, o Gari Sorriso ainda faz palestras sobre motivação para executivos. O Brasil inteiro admira essa figura especial pela sua humildade e pelo gesto que se tornou sua marca registrada e seu pseudônimo.

Eu não entendo porque empresas que fabricam creme dental, não entendo porque empresas que fabricam uniformes, vassouras e calçados ainda não contrataram Sorriso como garoto propaganda. Seria justo pelo ícone de alegria e profissionalismo que Renato galgou em mais de 20 anos de uma profissão extremamente pouco reconhecida, respeitada.

Porém, se um dia abríssemos nosso computador e lêssemos uma matéria anunciando que o gari Sorriso foi preso por ter se envolvido com um crime bárbaro, a imagem que os brasileiros admiraram até então, seria completamente esquecida, dilacerada, execrada. Isto porque os brasileiros têm memória curta para pessoas do bem, enquanto os sujeitos do mal são sempre relembrados anos a fio.

Isso ocorre em qualquer profissão, seja jogador famoso ou um simples professor do interior de Pernambuco. O que diferencia, muitas vezes, é até que ponto o “erro” pessoal tenha levado a outros algum tipo de prejuízo e, se houve dolo ou culpabilidade comprovados com a verdade.

O mais importante é que tenhamos a consciência limpa se somos vítimas de algum maníaco fofoqueiro, incentivador de discórdias e mentiras. Assim como, se tivermos tido algum tipo de responsabilidade, que tenhamos, com a mesma humildade, a decência de seguir em frente, perdoando-se e redimindo-se dos erros com novas atitudes e mais conscientes de que só se aprende errando.

Vale lembrar algo importante. O que diferencia um perdedor de um vencedor é a capacidade que um tem de superar os erros e se perdoar, independentemente dos conceitos alheios. Quem é perdedor fica remoendo e se destruindo com o que foi. Quem é vencedor, olha pra frente, enxerga horizontes, se ama incondicionalmente e dá ouvidos a quem realmente tem significado em sua vida.

Quem tem medo de errar, não deveria nascer;
Quem tem certeza que vai errar, está aberto para crescer.




terça-feira, 20 de julho de 2010

AOS MEUS AMIGOS ETERNOS





Pode ser que um dia deixemos de nos falar...
Mas, enquanto houver amizade,
Faremos as pazes de novo.

Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há de lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.

Pode ser que um dia não mais existamos...
Mas, se ainda sobrar amizade,
Nasceremos de novo, um para o outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente,
Cada vez de forma diferente.
Sendo único e inesquecível cada momento
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre.

Há duas formas para viver a sua vida:
Uma é acreditar que não existe milagre.
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

Albert Einstein

Amigos





"Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor. Eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências.

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.

Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários. De como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente construí, e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer.

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

A gente não faz amigos, reconhece-os".

Vinícius de Moraes.




A gente tem um monte de poemas que podem ser utilizados para homenagear os nossos amigos, inclusive de forma tão bela quanto este acima. Eu também já escrevi alguns e já concheguei músicas com o tema… Mas, este poema, em especial, é meu favorito pela frase que encerra toda a retórica do poetinha: “A gente não faz amigos, reconhece-os”.

Quanto mais velho eu fico, mais certeza eu tenho de que o tempo nos faz conhecer e reconhecer os seres que nos cercam e assim classificá-los com Amigos, Colegas, Conhecidos… Como também Inimigos conhecidos e desconhecidos, que são os piores… Mas a estes deixamos a mercê do tempo. Eu quero apenas reconhecer Amigos.

E me perdoem algumas pessoas que associam a palavra amiga a outras palavras negativas. Por exemplo: amigo falso; amigo da onça. Não existem amigos falsos ou amigos da onça. Precisamos ter coragem ou pelo menos sermos honestos em dar nomes aos bois. E quando se trata de sentimentos tão nobres, é preciso ser verdadeiro, ser quente ou frio, ser claro ou ser escuro, ser sim ou ser não, ser amigo ou ser inimigo. Não existe possibilidade para o meio termo para chegar e escorar o nosso coração quem não se enquadre nesse reconhecimento sutil e sublime.

Aprendemos a reconhecer amigos pelo bem que eles fazem em nossas vidas, especialmente quando nos deparamos com situações difíceis. Não precisamos de amigos do tipo que encontrou o filho pródigo em sua saída de casa. Precisamos de amigos como encontrou o Mussah em pleno deserto de sua existência.

Ao longo da vida aprendi a reconhecer um amigo e a como ser um amigo. Graças ao bom Deus, minha vida está repleta de amigos. E boa parte deles, como diz o poema acima, não sabem o quanto são importantes pra mim, sem que eu precise dizer. Amigos de infância que permanecem; amigos de adolescência que ficaram; amigos da vida, que perduram por onde quer que eu vá. Todos estão bem aqui, guardados em meu coração e para eles, hoje a noite, irei orar a Deus em agradecimento por suas existências.

Com certeza lembrarei aqueles amigos que já se foram para a vida real. Amigos inesquecíveis que hoje são anjos. Minha avó, Regina de França e minha ex-noiva, Nari Oliveira, são exemplos de figuras que ultrapassaram a barreira da vida material e permanecem em suas missões de amizade.

E para não cometer nenhuma injustiça, não quero citar nomes dos amigos que estão comigo na caminhada pela Terra. Mas, todos os amigos sabem que são meus amigos porque faço questão que eles sintam e retribuo a minha maneira o carinho, o respeito e a dedicação que eles têm por mim.

De minha parte, saibam todos que:


"Quero ser o teu amigo.
Nem demais, nem de menos.
Nem de tão longe nem de tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.

Mas amar-te sem medida,
e ficar na tua vida
da maneira mais discreta que eu souber.

Sem tirar-lhe a liberdade.
Sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar quando for hora de calar,
e sem calar quando for hora de falar.

Nem ausente nem presente por demais,
simplesmente, calmamente, ser-te paz...

É bonito ser amigo.
Mas, confesso, é tão difícil aprender
E por isso eu te suplico paciência.

Vou encher este teu rosto de lembranças!
Dá-me tempo de acertar nossas distâncias!"

"POEMA DE AMIGO APRENDIZ"
(Pe. Zezinho)

FELIZ DIA DO AMIGO!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O BRASILEIRO NÃO É O POVO MAIS FELIZ DO MUNDO




Quantificar a felicidade não é uma tarefa fácil. Pesquisadores da World Gallup foi sobre ele por meio de levantamento de milhares de participantes em 155 países, entre 2005 e 2009, a fim de medir dois tipos de bem-estar.

Primeiro, eles pediram aos voluntários que refletir sobre a sua satisfação geral com suas vidas, e classificou as suas respostas com uma avaliação "vida", num índice de 1-10. Em seguida, fizeram perguntas sobre como cada sujeito se sentiu no dia anterior.

Essas respostas permitiram aos pesquisadores para marcar as suas “experiências cotidianas" - coisas como sentir-se bem descansado, respeitado, livre de dor e intelectual engajado. Indivíduos que relataram altos índices foram considerados "próspero". O percentual de indivíduos em cada país próspero determinado nossos rankings



O resultado da pesquisa sobre felicidade da revista Forbes, mostra o Brasil em 12° lugar, num universo de 155 países pesquisados. O Brasil fica, segundo esta pesquisa, com uma nota 7,5, numa posição privilegiada, tanto que está a uma posição a frente dos Estados Unidos, grande potência mundial. Na dianteira está, em primeiro lugar, a Dinamarca, seguida por, Finlândia, Noruega, Suécia e Holanda, todos na Europa. Já nas últimas colocações, estão os países africanos, e em último lugar está Togo.

O que diz, na realidade, esta pesquisa?

Diz o que já se sabe, os países onde vigora o Estado de Bem Estar Social, a felicidade é alta. Todos têm casa, comida, saúde, educação, lazer, transporte, e assim por diante.



Já nos países onde há carências em todos os ítens acima, a felicidade, é claro, é baixa. Sim, pois que seria feliz se nada tem?



Cabe ressaltar que, a África, foi durante muito tempo colônia da Europa, suas riquezas foram levadas embora (para enriquecer os colonizadores) e, depois de tudo de valioso ser usurpado, foram embora e atiraram os países africanos a sua própria sorte.

Então, com tudo isso, quem é que pode ser feliz nessa situação?

Acho que ninguém.



Leia pesquisa no link abaixo

http://www.forbes.com/2010/07/14/world-happiest-countries-lifestyle-realestate-gallup-table.html

Plebiscito Popular pelo limite da terra será realizado em setembro



O Plebiscito Popular pelo limite da propriedade da terra será o ato concreto do povo brasileiro contra a concentração de terras no país, que é o segundo maior concentrador do mundo, perdendo apenas para o Paraguai.

Esta consulta popular é fruto da Campanha Nacional pelo Limite da Propriedade da Terra, promovida pelo Fórum Nacional da Reforma Agrária e Justiça no Campo (FNRA) desde o ano 2000.

A campanha foi criada com o objetivo de conscientizar e mobilizar a sociedade brasileira sobre a necessidade e a importância de se estabelecer um limite para a propriedade. Mais de 50 entidades, organizações, movimentos e pastorais sociais que compõem o FNRA estão engajadas na articulação massiva em todos os estados da federação.

Cada cidadã e cidadão brasileiro será convidado a votar entre os dias 01 e 07 de setembro, durante a Semana da Pátria, junto com o Grito dos Excluídos, para expressar se concorda ou não com o limite da propriedade.

O objetivo final é pressionar o Congresso Nacional para que seja incluída na Constituição Brasileira um novo inciso que limite a terra em 35 módulos fiscais, medida sugerida pela campanha do FNRA.

Áreas acima de 35 módulos seriam automaticamente incorporadas ao patrimônio público e destinadas à reforma agrária. "A Campanha da Fraternidade deste ano também propõe como gesto concreto de compromisso a participação no plebiscito pelo limite da propriedade. Um limite para a propriedade faz parte de uma nova ordem econômica a serviço da vida", afirmou Dirceu Fumagalli, membro da coordenação nacional da CPT.

Para ele, uma consulta popular, mais do que obter resultados concretos coma votação, é um processo pedagógico importante de formação e conscientização do povo brasileiro sobre a realidade agrária. "São milhares de famílias acampadas à espera de uma reforma agrária justa. São índices crescentes da violência no campo. É o crescimento desordenado dos grandes centros urbanos. Tudo isso tem relação direta com a absurda concentração de terras no Brasil."

Segundo Luiz Claudio Mandela, membro da coordenação colegiada da Cáritas Brasileira, os promotores do plebiscito querem dialogar com a sociedade sobre a concentração de terras no Brasil. "Isso interfere na estrutura política, social, econômica e geográfica do país", ressaltou.

De acordo com Mandela, durante toda a campanha estão sendo coletadas assinaturas para que esta proposta seja convertida em um projeto de iniciativa popular. "Para isso precisamos de, no mínimo, 1,5 milhão de assinaturas. Mas pretendemos superar esta meta."




Outras informações:



Por que limitar as propriedades de terra no Brasil?


Porque a pequena propriedade familiar, segundo dados do Censo Agropecuário do IBGE 2006:

> Produz a maior parte dos alimentos da mesa dos brasileiros:

> Toda a produção de hortaliças,

> 87% da mandioca,

> 70% do feijão,

> 46% do milho,

> 38%do café,

> 34% do arroz,

> 21% do trigro;

> 58% do leite,

> 59% dos suínos,

> 50% das aves.

> Emprega 74,4% das pessoas ocupadas no campo (as empresas do agronegócio sóempregam 25,6% do total);

> A cada cem hectares ocupa 15 pessoas (as empresas do agronegócio ocupam1,7 pessoas a cada cem hectares).

> Os estabelecimentos com até 10 hectares apresentam os maiores ganhos por hectare, R$ 3.800,00.



Enquanto a concentração de terras no latifúndio e grandes empresas:

> Expulsa as famílias do campo, jogando-as nas favelas e áreas de risco das grandes cidades;

> É responsável pelos conflitos e a violência no campo.

> Nos últimos 25 anos, conforme a Comissão Pastoral da Terra (CPT): 1.546 trabalhadores foram assassinados e houve uma média anual de 2.709 famílias expulsas de suas terras!

> 13.815 famílias despejadas!

> 422 pessoas presas!

> 765 conflitos diretamente relacionados à luta pela terra!

> 92.290 famílias envolvidas em conflitos por terra!

> Lança mão de relações de trabalho análogas ao trabalho escravo.

> Em 25 anos 2.438 ocorrências de trabalho escravo foram registradas, com 163 mil trabalhadores escravizados.


Procure por maiores informações em:

www.limitedaterra.org.br



UNGASS BRASIL PUBLICA PESQUISA SOBRE BULLYING





Crianças e adolescentes com problemas de aprendizado na escola têm maior risco de se tornarem agressores, vítimas de bullying ou ambos, de acordo com nova pesquisa publicada pela American Psychological Association. O estudo realizado pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, analisou 153 estudos dos últimos 30 anos.

Mais do que qualquer outra tendência, o desempenho escolar prevê quem vai intimidar. O autor da pesquisa, Clayton R. Cook, PhD, da Louisiana State University, diz: "Esperamos que esse conhecimento nos ajude a compreender melhor as condições em que o bullying ocorre e as consequências que pode ter para os indivíduos. Finalmente, será possível desenvolver melhores estratégias de intervenção para interromper o ciclo de agressões antes de começarem."

Os pesquisadores descobriram que a vítima típica de bullying tende a ser agressiva, com poucas habilidades sociais, pensamentos negativos, têm dificuldades em resolver problemas sociais, vem de famílias pouco estruturadas e são visivelmente rejeitados e isolados pelos colegas.




Saiba Mais

Cenas de violência estimulam sadismo 50% dos casos de violência ocorre por conta do álcool
Cyber bullying afeta 10% dos alunos.

O típico valentão, vítima também tem atitudes negativas, com problemas com interação social, não tem boas estratégias sociais para resolver problemas, baixo desempenho na escola e não é apenas rejeitado e isolado por seus pares, mas também é influenciado negativamente pelos colegas com quem ele ou ela interage, de acordo com o estudo .

Os autores descobriram que as crianças agressoras eram mais desafiadoras e agressivas, ao passo que os adolescentes eram deprimidos e ansiosos. E as vítimas adolescentes sofriam de depressão coma maior frequência. "É importante intervir com os pais, colegas e escolas ao mesmo tempo", disse Cook.

"A formação comportamental dos pais pode ser usada em casa, enquanto a construção saudável do relacionamento entre colegas e de competências de resolução de problemas poderiam ser oferecidas nas escolas, juntamente com a ajuda de acadêmicos”.

Os fatores que instalam e mantém essa violência são muitos e complexos. Desde a perda da autoridade paterna e a dificuldade de diálogo, passando pela alienação da escola, até a violência urbana. Mas, não podemos negar que uma boa parte desse problema se origina dentro de casa.

"O pior e o melhor da natureza humana coexistem dentro de cada um de nós. Os sentimentos mais primários (ódio, inveja) convivem com os mais elevados (solidariedade, lealdade, compaixão). O que determina o caminho que essas potencialidades vão tomar são as possibilidades de transformação dos impulsos primários e a existência de canais adequados para dar vazão a eles", de acordo com o psicólogo Antonio Ernandes Marques da Costa*


*Coordenador da ONG GRUPAJUS;
Coord. Adjunto do Comitê Metropolitano de Combate a TB/PA - FUNDO GLOBAL;
Representante Norte na CNAIDS - MS/DEPARTAMENTO -DST/AIDS/HEPATITES VIRAIS;
Representate Norte no MCP - Mecanismo de Coordenação de País;
Av. Senador Lemos, Passagem Vila Nova, 152 - CEP 66.120-510 - Belém - Paráfone (91) 91916202/ (91) 8296.5215 Belem - Pará

domingo, 18 de julho de 2010

Nem sempre uma imagem fala… tampouco mil palavras…


PREFEITURA DE PALMARES. FOTO: RICARDO VIEIRA.



PREFEITURA DE ÁGUA PRETA. FOTO: RICARDO VIEIRA.




PREFEITURA DE BARREIROS. FOTO: RICARDO VIEIRA.





Após um mês do início das enchentes atingirem as cidades de Palmares, Água Preta e Barreiros, a impressão que tenho é de que estamos muito longe de ver a limpeza está completa, o comercio funcionando normalmente, as famílias em suas casas, as igrejas levando a palavra, as escolas orientando…

Há poucos instantes cheguei da cidade de Palmares, em mais um domingo servindo a população local, através do “Comitê Ecumênico de apoio às vítimas das chuvas em Pernambuco”. A nossa casa na cidade é no Colégio Nossa Senhora de Lourdes que é dirigido pelas Irmãs da Congregação Franciscana de Nossa Senhora do Bom Conselho. É lá que se concentram grande parte das doações e onde a maioria das pessoas que precisaram de ajuda encontrou consolo das irmãs, especialmente da Irmã Geovana, que trabalha incansavelmente em nome da caridade.

Os finais de semana das minhas férias foram, graças a Deus, dedicados ao serviço voluntariado, ao lado de pessoas como Irmã Geovana, o espírita e amigo Augusto, o Pastor Anglicano e querido amigo Sérgio; de voluntários outros como o casal Gisele e André, a professora Daniela e a aluna Jéssica (ambas de Palmares) e a tantos outros irmãos que dedicaram um pouco do seu tempo para ajudar ao próximo.

Tudo que eu vi, nestes dias que trabalhei nas cidades, marcaram significativamente a minha memória, o meu coração. As primeiras imagens da cidade, quando lá cheguei, ao lado da amiga Gleizy Gueiros, são impressionantes. Registrei com centenas de fotos, mas, nem sempre uma imagem fala mais que mil palavras… tampouco mil palavras dizem o que eu presenciei. Portanto, não vou me esforçar pra reproduzir aqui os meus sentimentos.

Porém, é importante registrar algumas impressões minhas.

Eu vi muita gente pobre, sem condições financeiras, ajudarem outros, em momento que poderiam está se lamentando de terem perdido tudo que possuíam. Uma adolescente, de 17 anos, me disse, enquanto me ajudava como guia:

“- Eu estou muito feliz por está ajudando as pessoas. Não adianta reclamar porque a gente sempre acha uma pessoa em situação pior que a minha…”




Eu vi muita gente que nunca colocou os pés no chão, de classe média alta e ricos, chegarem no portão das Escola das irmãs e dizer:

“- Estamos com uma comitiva de Boa Viagem que trouxe muitos mantimentos e queremos saber em que podemos ajudar…”




No dia em que conheci Irmã Geovana, foi marcante. Ouvimos os relatos dela, de como abriu os portões da escola para os desabrigados, de como assistiu as águas arrastarem um caminhão até ele bater e derrubar parte do muro da escola. Mas, um relato em especial, fez minha imaginação viajar:

“- Eu me assustei quando vi um carro parado na frente do portão. A água cada vez mais forte. Dentro do carro, uma família: marido, esposa e dois filhos. Aproximei-me do portão, abri e fiz sinal eles entrarem. Quando eles desceram do carro eu perguntei há quanto tempo estavam ali e eles disseram que há mais de uma hora. Então eu perguntei por que eles não bateram no portão. A mulher, chorando, me explicou que temeu pedir abrigo por ser espírita. Ora, disse eu a ela, jamais fecharia as portas da minha casa pelo fato de você ser de outra religião". (...)

A escola das irmãs Franciscanas chegou a abrigar mais de dez famílias, de todos os credos, de todas as classes sociais, de todas as opções sexuais…


No sábado, 03 de Julho, quando eu ajudava a distribuir alimentos e água no bairro Alto da Saúde, acompanhado por uma agente comunitária de saúde, a qual conhecia a todos, por trabalhar há 19 anos no bairro, eu vi uma cena que me chocou.

A distribuição dos donativos era complicada porque as pessoas queriam avançar contra a gente. Eu cheguei a ser mais ríspido com um homem numa moto porque ele queria levar a força os donativos. Quando paramos em frente ao cemitério, a cena dolorosa.

Uma senhora, com rosto encarquilhado, cabelos ao desalinho amarrados com um pedaço de pano, lábios finos, boca sem dentes, e um choro superabundante. Ela me olhava, encostada no portão de entrada do cemitério. Aproximei-me devagar, sem perder de vista nenhum gesto daquela senhora desesperada. Quando fiquei diante dela, me disse, entre lágrimas:

“- Meu “fí”, me dê uma cesta dessa pra mim. Eu perdi tudo. Meu marido é cego. A gente ta morando aqui no “sumitero” até quando deus quiser. Me dê meu “fí”‼! (…)




Em Água Preta, o padre Tadeu abrigou boa parte dos 750 desabrigados em sua paróquia e na sua própria casa. Um homem muito doce, ativo, alegre, firme. Dele escutamos palavras de ordem, de fé, de esperança. Padre Tadeu se dispôs a articular um comitê com pastores protestantes a fim de amparar de forma organizada a todos os atingidos.



Na cidade de Barreiros, um pastor da igreja batista (não me recordo o nome), nos deu um grande exemplo de homem responsável e fiel aos princípios que declama em suas pregações. Quando a água atingiu a casa onde mora com a família, correu pra igreja, que já estava completamente lotada de gente, abrigada por ele mesmo, no início da enchente. A sua mulher, em momento de desespero lhe implorou para irem embora pra Recife, para casa de parentes de ambos. Ele respondeu pra ela:

“- Nós vamos ficar aqui. Eu sou líder dessa comunidade religiosa e eu vou ficar do lado deles. Vamos dividir com todos eles as mesmas dores, as mesmas necessidades. Eu não posso abandonar as minhas ovelhas!”

O pastor, que ontem encontramos mais aliviado ao lado da esposa e filhos, contrariando as pessoas de posse da sua igreja, foi exemplo, é exemplo de homem que entende o significado do verbo servir. Servir ao próximo, como o Mestre Jesus recomendou.



O que eu aprendi com tudo isso?


Bem, vou passar um bom tempo pensando em como ser melhor, na minha casa, no meu trabalho, no trato com meus familiares, amigos, colegas e alunos, sem deixar-me atormentar pelo lixo mental que vem de quem pensa ou fala mal do que sou ou não sou. Eu quero ser firme se precisar, porém, sempre me alimentando com muita moderação. Tenho que lembrar que muita gente confia na minha reserva analítica e na minha vontade de aprender a fazer e viver diferente.

Também aprendi que simplificar a vida é focar em coisas, fatos, pessoas e situações que realmente sejam significativas porque nos impulsionam pra nossa missão de uma forma mais integrada, segura, leve, repleta de sentimentos capazes de nos conectar com o que de melhor possa existir na humanidade... E olhem meus amigos, há muita coisa boa acontecendo mundo afora!

Por fim, o trabalho dos últimos dias me renovou as crenças e trouxe preciosas lições pra minha vida. “Saber servir é um arte esquecida por muitos...” Penso que recebo tanto da vida, apesar de não achar que mereço, que às vezes sinto até medo de não terminar tanta coisa que tenho pela frente.

Fiz pouco em relação a muitos que continuam ajudando diariamente nas cidades atingidas. Mas, pelo menos, mais uma vez eu coloquei em prática um belo ensinamento de Paulo de Tarso (que não é meu amigo querido), que disse: FÉ SEM OBRA, É MORTA!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

CALÚNIA, INJÚRIA E DIFAMAÇÃO




Código Penal Brasileiro

Calúnia, injúria e difamação são espécies de crimes contra a honra. Segundo o site www.jurisway.org.br, lemos:

Na calúnia, imputa-se falsamente a uma pessoa uma conduta definida como crime pela legislação penal. Ex: “Foi Fulano quem roubou a padaria da esquina ontem à noite”.

Na difamação, imputa-se a uma pessoa uma determinada conduta que macule a sua honra perante a sociedade, sem que essa conduta seja definida como ilícito penal. Não importa se a conduta imputada é ou não verdade, a mera imputação já configura o delito em questão. Ex: “Beltrano gosta de manter relações com seus parentes”.

Na injúria, por sua vez, imputa-se ao ofendido uma conduta que não macula sua imagem perante a sociedade, mas que lhe ofende a própria honra subjetiva. Ex: “Ciclano é o homem mais feio que já vi na vida”.

A pena contra estes crimes nem vale a pena nem citar, não é? Até porque quem se acostuma com esse tipo de rotina, isso é mídia. Pra mim, nesse caso, tem outro nome...

Então, atenção quando for denunciar uma empresa no orkut ou quiser contar os podres do ex em público. E é preciso cuidado extra com um tipo de vítima: o presidente da República ou qualquer outro chefe de Estado estrangeiro. “Contra eles, mesmo que o ‘criminoso’ tenha dito a verdade, será condenado”, conta Jorge Alberto Araújo, juiz e professor da Universidade Regional de Campinas.


Eu nunca tive medo de errar. Errar é algo puramente humano. E quando errei nunca tive medo de assumir as consequências, tampouco me escondi atrás de ninguém. Em tudo o que eu errei, eu paguei e, confesso, muitas coisas eu não me arrependo. O maior dos juízes é a minha consciência. E garanto: durmo bem todas as noites.

Antigamente, quando era acintosamente acusado de algo que não fiz, eu ficava cheio de ira, de revolta, pronto pra agredir moral ou fisicamente o algoz. Hoje, com poucos cabelos na cabeça e muita vergonha na cara, segurança no que escrevo, verdade nos olhos e nenhum temor em viver, dou risadas de quem nada tem pra dar a não ser conchavos pra trocar, vender, barganhar.

Mesmo agindo muitas vezes com paixão, eu não tenho nas minhas costas nenhum processo pra responder. Nunca fui chamado à delegacia. Nunca vivi relações que envolvessem amor-ódio tudo junto e misturado. Nunca disse uma coisa e fiz outra, diante de um amigo ou colega, nem de inimigo, porque destes, eu quero distância e faço questão que eles saibam que eu não sou de tapinhas nas costas.

Fico pensando… Quando você não ouve o seu coração e a sua mente; quando você tapa os ouvidos para o que sua intuição diz, você peca e paga um preço totalmente indigesto. E quando sua intuição fala e amigos verdadeiros lhe avisam de beldades não são confiáveis, o preço ainda é maior, porque além de você ouvir sua voz interior lhe puxando a orelha, você tem que agüentar os amigos dizendo: Eu avisei!
Eu nunca quis processar ninguém. Mas, estou pensando seriamente em começar. Ficar de olho, mandar aviso... Tudo isso não representa nada quando se está longe da verdade e dela eu não tenho medo, ainda mais quando ela se reveste de informações mentirosas do passado.
DE OLHO, ESTOU EU.

Mas, tudo é aprendizado. Como sempre digo: o longo tempo nos faz conhecer.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

D. Madalena Medeiros Morreu?


Dona Madalena Medeiros - foto: blogdocastanha.com






Se fosse uma afirmação, diriam que tudo não passaria de um ledo engano, de uma brincadeira de mau gosto. Mas como é uma frase interrogativa, vale a pena seguir o meu raciocínio. Garanto!

Todos nesta cidade lêem o blog do jornalista Claudio Castanha. É fato. O blogdocastanha.com virou marca registrada do jornalismo local e regional. É inegável a prestação de serviço que o referido blog presta a nossa sociedade.

Embora não faça parte da lista de colaboradores, continuo lendo o blog, até mesmo pra saber o que continuam pensando pessoas ligadas Educação Municipal (que por sinal, estão muito ausentes das páginas do blog), das pessoas ligadas a política e a vida social de Gravatá.

Como bom leitor que sou e blogueiro atuante, não deixo de observar erros (inclusive comentados) freqüentes de ortografia, de concordância, etc. Logicamente que tudo isso é perdoável, desde que haja uma certa coerência, uma grão de verdade e uma pitada de competência na hora de justificar o pensamento, a informação passada para o público leitor.

Como espírita, todas as quintas-feiras, leio as mensagens deixadas pela respeitável Dona Madalena Medeiros, que registra os seus pensamentos e as suas interpretações baseadas nas obras kardequianas, em especial, no Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE).

Ontem, 15 de Julho, ao terminar de ler o texto extraído do ESE, tive uma surpresa, um susto, como muitas pessoas tiveram ao ler a chamada deste texto. O rodapé do texto diz:


< "MENTORA ESPIRITUAL" do Centro Espírita Enviados de Jesus (...) >




No mesmo instante, eu me perguntei: Dona Madalena morreu? Corri para o meu MSN e postei a pergunta. Um monte de gente, de amigos e contatos, foram logo me perguntando que história é essa? É verdade que Dona Madalena morreu? (…) Expliquei a todos que a resposta estaria aqui.

CLARO QUE NÃO, MINHA GENTE! DONA MADALENA ESTÁ VIVA, ENCARNADA.

Mas então, porque a pergunta?

Justamente por conta do adjetivo dado a D. Madalena, sublinhado e destacado acima: MENTORA ESPIRITUAL.

Eu procurei me informar se a autora do texto era realmente D. Madalena. Fontes me garantiram que o referido texto foi feito por uma outra pessoa, a qual não posso divulgar o nome por não ter a autorização da mesma. Aproveitando a deixa, resolvi escrever e informar porque Dona Madalena não pode ser chamada de MENTORA ESPIRITUAL.



No meio espírita, na literatura espírita, MENTOR ESPIRITUAL é, na verdade, grande alma em abençoado processo de sublimação, credora de nossa reverência pelo grau de elevação que já conquistou. De forma geral, é um Espírito ainda ligado à Humanidade terrena e em cujo seio se corporificará de novo, no futuro, através do instituto universal da reencarnação, para o desempenho de preciosas tarefas. Vejamos o que diz André Luis, EX-MENTOR ESPIRITUAL de Chico Xavier, com relação ao que seria mentor espiritual:


"Mentores espirituais, mesmo em condição mais elevada, não são luminares isentos de errar. Não podemos exigir deles qualidades que somente transparecem dos Espíritos que já atingiram a sublimação absoluta.

São altos expoentes de fraternidade e conhecimento superior, porém, guardam ainda consigo probabilidades naturais de desacerto. Primam pela boa-vontade, pela cultura e pelo próprio sacrifício no auxílio incessante aos companheiros reencarnados, mas podem ser vítimas de equívocos, que se apressam, contudo, a corrigir, sem a vaidade que, em muitas circunstâncias, prejudica os doutos da Terra.

Compreendem que algo sabem, mas esse algo é muito pouco daquilo que lhes compete saber. Entregam-se, desse modo, a preciosas cruzadas de serviço e, dentro delas, ajudam e aprendem. Auxiliam e são auxiliados.

Não poderia ser de outro modo. Sabemos que o milagre não existe como derrogação de leis da Natureza. Somos irmãos uns dos outros, evolvendo juntos, em processo de interdependência, no qual se destaca o esforço individual".



SERÁ QUE DEU PRA ENTENDER PORQUE DONA MADALENA NÃO PODE SER CHAMADA DE MENTORA? Ora, simplesmente porque ela ainda está entre nós, encarnada.


Quiçá, em anos futuros, possamos identificar a Dona Madalena Medeiros, como uma Mentora que orienta a sua casa, como orientou o gênio invisível a Sócrates. Por enquanto, repito, Dona Madalena é uma honrada trabalhada da lida espírita em nosso município, no plano material.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Ônibus será palanque itinerante






Filha do ex-governador Gustavo Krause (DEM), um dos pioneiros na instalação de barzinhos em comitês eleitorais, a vereadora do Recife Priscila Krause (DEM), candidata a deputada estadual, quer fugir do tradicional. A democrata deixou de lado os casarões e optou por um comitê itinerante. A opção foi por um ônibus. Priscila que percorrer o estado em busca de votos. Na prática, a vereadora está se mostrando uma seguidora da música Bailes da Vida, de Milton Nascimento e Fernando Brant, no trecho que diz que "todo o artista tem que ir aonde o povo está". No ônibus, Priscila quer ir aonde o eleitor está.

"Meu pai sempre gostou e continuou fazendo nas campanhas seguintes. Mas eu nunca gostei. A opção por um comitê itinerante vai me colocar mais perto do eleitor", ponderou a vereadora. Na avaliação dela, a instalação de comitê não agrega nada. "O candidato tem que buscar votos fora dos comitês. A atividade administrativa se faz em escritórios", justificou.

Na avaliação de Priscila, os bares geralmente aumentam a carga de trabalho dos candidatos. "Termina que a gente fica com a responsabilidade de ter que trazer as pessoas para movimentar o local. É sempre um problema a mais", observou. Nas eleições de 2004 e 2008, quando disputou a Câmara Municipal do Recife, Priscila Krause alugou imóveis para instalar os comitês. "Agora, vou fazer a campanha em um ônibus", disse.

Atualmente, o veículo está sendo adaptado em uma oficina. As poltronas estão sendo retiradas para dar lugar a mesas, cadeiras e um computador. A carroceria será adesivada com fotos da candidata. A previsão era da reforma ser concluída até o dia 15 deste mês. Mas, em razão de um problema no material de campanha da democrata, o prazo vai se estender até o final de julho.


FONTE:

Ao cérebro o que é do cérebro





Afinal de contas, para que serve essa massa cinzenta que carregamos no crânio? Carl Zimmer (foto acima) encarou a mente humana em busca das respostas.



Um aroma insuportável se espalha pelo velho casarão de Beam Hall, em Oxford, Inglaterra. Com a ajuda de serrotes e tesouras, o médico Thomas Willis abre o crânio de um fidalgo decapitado. Matemáticos, astrônomos e alquimistas observam com atenção a experiência nunca antes realizada. Willis finalmente corta o último nervo, arranca o cérebro do morto e o levanta nas mãos para o assombro da platéia. Tem início a anatomia da alma.

Aquela reunião malcheirosa de 1662 havia se perdido na história, mas o jornalista americano Carl Zimmer a trouxe de volta no livro A Fantástica História do Cérebro (Campus). Zimmer narra a saga de Willis, que sepultou o reinado do coração e concedeu ao cérebro o título de comandante soberano do corpo. Ao dar à alma novo endereço, Willis fundou a neurologia. Mas não foi fácil: no século 17, a idéia de que carne gelatinosa em nossas cabeças pudesse raciocinar sem depender de Deus ia além do simples absurdo. Beirava a heresia.

Fascinado por ciência desde criança, Zimmer não imaginou que escreveria para revistas como Discover, Newsweek e National Geographic e o jornal The New York Times, além de publicar quatro livros. "Foi tudo uma questão de sorte", disse ele à Super, de sua casa em Connecticut. Thomas Willis diria que foi tudo obra de suas células cinzentas.



Pode a mente humana compreender o funcionamento da mente humana?

Com certeza. Meu livro mostra uma compreensão crucial que os cientistas tiveram no século 17: a de que a mente emerge de um processo químico dentro do cérebro. Hoje, temos ferramentas mais sofisticadas para encontrar essas conexões. Entendemos melhor como diferentes partes do cérebro constroem a imagem da árvore que vemos pela janela. Mas os cientistas estão apenas no começo e seria prematuro dizer que o problema está resolvido.



Como foi evolução das descobertas científicas sobre o cérebro?

Para Aristóteles, o cérebro era um refrigerador que mantinha o corpo frio e evitava que o coração esquentasse. Ele pensava que o coração era responsável por nossas sensações e percepções. Outros gregos descobriram o sistema nervoso, um avanço gigantesco, mas ninguém associava o cérebro ao que chamamos de mente. Muitos pensavam que ele era apenas uma bomba que expulsava espíritos do corpo. Na Idade Média, a Igreja combinou as idéias gregas com teologia cristã. Aprovou-se a visão de que o corpo servia de casa para três almas: a alma vegetativa do fígado, responsável pelos desejos; a alma vital do coração, produtora de calor e coragem; e a alma racional da cabeça. Essa noção foi quebrada no século 17, com o Círculo de Oxford, grupo liderado por Thomas Willis. Eles reconheceram o cérebro pelo que ele é de fato e inventaram uma nova ciência, que chamamos de neurologia.



Por que Thomas Willis foi esquecido?

Porque suas idéias vieram rápido demais. Willis teve visões impossíveis de seguir no século 17, pois as pessoas não tinham a tecnologia suficiente. Achavam que era especulação. Somente 200 anos depois aceitaram que o cérebro fosse o responsável por funções como memória e linguagem. Cientistas de hoje seguem as pegadas de Willis com scanners que podem tirar fotos do raciocínio. Registram marés microscópicas de sangue que suprem os neurônios do oxigênio consumido a cada sinal enviado às células vizinhas. Mas poucos sabem quem foi Willis. Na ciência, quem quiser ser famoso precisa torcer para que reconheçam logo seu trabalho. Ou será relegado à obscuridade.



Quais os maiores mistérios que persistem sobre o cérebro humano?

A memória é um deles. Podemos localizar circuitos para distintas formas de memória, mas não conseguimos explicar o que eles fazem. Imagine pessoas falando vários idiomas numa casa. Sabemos que algumas estão conversando no quarto, mas não sabemos o que estão dizendo. Mas o maior mistério é a consciência, que nos intriga sempre que dormimos ou ficamos sob efeito de anestesia. Há neurologistas que lidam com pessoas que sofreram danos e perderam a consciência de forma permanente, embora abram os olhos e reajam a estímulos. Elas podem ficar assim durante anos, e esses médicos não têm idéia do que as torna diferentes de nós.



Com tanto remédio para depressão, o cérebro se tornou a alma do século 21?

Thomas Willis pensava que o único caminho para curar as doenças da alma ou da mente era químico. Profundamente religioso, ele acreditava que suas poções alteravam os espíritos dentro do cérebro. O sucesso de drogas antidepressivas deriva da cultura neurocêntrica que Willis ajudou a criar, que coloca o cérebro no comando do corpo. A psicanálise era extremamente popular nos EUA nos anos 50 e 60, até sofrer um duro golpe do neurocentrismo. Hoje, muitos americanos tratam a depressão com um médico que receita drogas sem levar em conta suas experiências de vida. Esperamos que uma pílula pocure as doenças da alma. A idéia da depressão é confortadora para as pessoas porque distancia do problema central: tudo passa a ser culpa de uma deficiência de dopamina no cérebro que muito pouco tem a ver com nosso "eu".



O debate sobre a origem da moral se divide entre os"realistas", que crêem que julgamos pelo raciocínio, e os"intuicionistas", que dizem que as emoções determinam decisões sobre o que é certo e errado. De que lado você está?

Para entender como tomamos tais decisões, temos que nos distanciar da idéia de que tudo é criado através do poder da razão. Nossas emoções e reações são muito intensas e geralmente atuam mais rápido que o raciocínio. Suponhamos que seu cachorro morra atropelado. É certo cozinhá-lo para o jantar? A maioria dos americanos diria: "Oh, meu Deus, claro que não!". Comer um animal de estimação não faz parte de nossa cultura, mesmo que ninguém fique doente por isso. Poderão dizer que, se comermos nossos cães, começaremos a matar-nos uns aos outros. Quase sempre aplicamos valores racionais para a moral apenas depois que nossas intuições emocionais já atuaram. Essas intuições têm uma longa história evolutiva nos nossos ancestrais primatas.



Isso quer dizer que cada cérebro determina seu próprio padrão moral?

As pessoas não devem pensar que a moral não importa só porque descobrimos a evolução. Muitos cientistas afirmam que desenvolvemos nossa moralidade do mesmo jeito que desenvolvemos a linguagem. Os bebês não nascem falando português ou chinês. Nascem com instintos de linguagem e aprendem a falar o idioma do lugar onde vivem. Do mesmo modo, crianças que nascem com os instintos morais são influenciadas pelo sistema moral que as rodeia. Esses instintos são importantes, mas ainda assim temos que debater com nossos amigos para concluir o que é certo ou errado.



No futuro, será possível fazer um "upgrade" das funções executadas pelo cérebro com o auxílio de máquinas ou substâncias químicas?

Já fazemos isso. Ao escrever num notebook você está usando tecnologia para ampliar sua memória. Em breve, poderemos conectar eletrodos ao cérebro para que um computador leia nossos sinais e faça o que quisermos. Isso já deixou de ser ficção. O debate das substâncias químicas é mais sério. Drogas ajudam pessoas com o mal de Alzheimer a estender a memória e melhorar o raciocínio, ou seja, ajudam a restaurar o cérebro ao que ele era quando jovem. Mas e se você é jovem e toma essas drogas? É errado consumi-las para alterar o modo como pensamos, lembramos e sentimos? Deixamos de ser nós mesmos? Não sei responder. Emergimos de um processo químico que está em constante mudança dentro de nossas cabeças. O mesmo acontece com essas substâncias. Portanto, talvez não haja nada de errado com elas. O certo é que teremos que chegar a um acordo sobre esse tema no futuro.



• É americano e tem 37 anos

• Esqueceu-se da primeira entrevista que marcou com a Super

• Para se justificar, culpou o excesso de tempo que dedica à pesquisa no computador. Segundo Zimmer, a máquina "explodiu", dificultando o contato com a revista


• Leu 450 livros e documentos para escrever A Fantástica História do Cérebro.



LEI DE GÉRSON - LEI DOS ESPERTOS



O jeitinho brasileiro de resolver tudo se tornou internacionalmente conhecido. Muitos estrangeiros que viajam para o Brasil escolhem este lugar por saber que aqui, em se plantando tudo dá; de um jeito ou de outro. Até na questão das Leis existem “brechas” utilizadas pelos juristas para facilitar a vida de qualquer um que tenha que responder perante a lei um crime qualquer. E este jeitinho não é de hoje. Na verdade, essa cultura vem se aprimorando desde o início da colonização.

Graças a esse poder de se adequar à realidade, o jeitinho brasileiro ganha força em atitudes e expressões, muitas vezes despretensiosas, mas que aguçam a complexa e estruturada equação que a tudo resolve. Assim aconteceu com a conhecida Lei de Gérson, que é uma "lei" não-escrita na qual a pessoa que "gosta de levar vantagem em tudo" segue, no sentido negativo de se aproveitar de todas as situações em benefício próprio, sem se importar com questões éticas ou morais.

A Lei de Gérson originou-se em uma propaganda, de 1976, para a marca de cigarros Vila Rica, na qual o meia armador Gérson da Seleção Brasileira de Futebol era o protagonista. No comercial, o ex-armador do São Paulo discorre sobre várias vantagens do cigarro que anunciava:

"É gostoso, suave e não irrita a garganta".

Para arrematar sua argumentação em prol da marca, Gérson questiona:

"Por que pagar mais caro se o Vila me dá tudo aquilo que eu quero de um bom cigarro?".

Em seguida, com um sorriso malicioso, diz a infame frase que, descontextualizada, tornou-se o bordão definitivo da terra dos espertalhões, das propinas e da generalizada falta de ética neste país:

"Gosto de levar vantagem em tudo, certo?".


Confiram a seguir, graças ao usuário memoriadatv do YouTube, o histórico comercial onde Gérson aparece defendendo o gosto pelo tal cigarro. Clique no link abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=y7ZxasGow_I





Mais tarde, o jogador anunciou o arrependimento de ter associado sua imagem ao reclame, visto que qualquer comportamento pouco ético foi sendo aliado ao seu nome nas expressões Síndrome de Gérson ou Lei de Gérson. O diretor do comercial, José Monserrat Filho declarou: "Houve um erro de interpretação. O pessoal começou a entender como ser malandro. No segundo anúncio dizíamos: “levar vantagem não é passar ninguém para trás. É chegar na frente”, mas essa frase não ficou. A sabedoria popular usa o que lhe interessa. Nos anos 80 começaram a surgir sujeiras, escândalos e as pessoas começaram a usar a Lei de Gérson".


Gérson de Oliveira Nunes foi um dos melhores meio-campistas de toda a história do futebol brasileiro e teve participação fundamental na conquista da Copa do Mundo de 1970. No entanto, terá seu nome imortalizado não apenas por suas contribuições esportivas, mas também por ter batizado uma das poucas leis que são regiamente respeitadas no Brasil, ao lado da Lei da Gravidade e da Lei de Murphy.


Na vida política, principalmente, existem muitos indivíduos que se utilizam da Lei de Gérson. O irônico é que a maioria calça 40, gosta de futebol e até fuma, embora seu cigarro não seja o Vila Rica, que seu clube não seja o São Paulo ou seu sapato seja o 752 da vulcabrás...
Há uma lista imensa de pessoas e políticos aqui em Gravatá que fazem parte desse time. EM BREVE IREMOS POSTAR UMA LISTA COM SUJEITOS FICHA SUJA que se aproveitam da idoneidade alheia e tornam-se cérebros de sistemas corruptos.

AGUARDEM.


terça-feira, 13 de julho de 2010

Minhas Memórias no dia Mundial do Rock



Era Novembro do ano de 1987 - e eu ainda com espinhas a enfeitar meu rosto franzino, cabelos longos ao desalinho, calças jeans bem folgadas cheias de desenhos a base de tinta acrilex, camisa preta com uma guitarra pintada à mão, um monte de ligas de borracha no punho e um tênis Olimpikus recém presenteado por minha avó - ganhava um LP do grupo Legião Urbana da primeira namorada.

Eu já possuía fitas K7 de várias banda como The Smiths, REM, Led Zeppelin, Queen, Lulu Santos, Léo Jaime, Lobão, RPM, Pink Floyd e Guns N’Roses. Ouvia na Rádio Cidade Recife coisas como Joe Cocker, Jane Joplin, The Cure, U2, The Police, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha e Os Abóboras Selvagens, Barão Vermelho, Ultraje a Rigor, Titãs, Ira, Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós, Capital Inicial, Biquíni Cavadão, The Beatles e um tal de Elvis Presley que eu só conhecia pela fama de Rei do Rock.

Recordo que nosso bairro era um lugar pacato. Mal se ouvia uma discussão entre visinhos. Tínhamos o hábito de sentar na calçada da minha casa até altas horas da madrugada, para ouvir as fitas K7 que cada um trazia de casa. Enquanto meninos e meninas de outras ruas circulavam ou jogavam bola na Rua 27, minha turma escrevia poesia, cantava aos berros as letras de legião e Engenheiros, os casais de namorados davam beijos escondidos dos mais velhos. Assim passamos boa parte das noites de nossa feliz adolescência.

A música sempre foi minha companheira. E o rock era o ritmo que movia meu desejo de escrever, de cantar e de dançar no quintal da minha casa, no bairro da Bela Vista em Vitória. Todos os finais de tarde eu ouvia na Rádio Cidade o programa Toque de Amor, com Raudney Santos.

No final do programa ele sempre traduzia uma canção em inglês. Era indispensável pra eu copiar, gravar e escrever as músicas traduzidas a ponto de decorar diversas delas, depois de estudar a forma certa de pronunciar cada palavra. E o rock sempre trazia uma canção marcante.

Lembro que eu chorei ao conhecer a tradução da música de Elvis Presley “Always on my mind”. Era possível, para mim, sentir a força do desespero daquele que havia sido um ícone, mas um homem completamente infeliz pelos erros com a mulher amada.

Nessa época, confesso, eu era meio sádico, ou melhor, masoquista. Alimentava um amor platônico e afundava minhas emoções e minha auto-estima ao som do rock da Legião Urbana, especialmente. Foi o tom da revolução musical do Brasil nos anos 80, até os dias atuais. Sentia prazer em chorar escondido no meu quarto, cantando versos como: “Me fiz em mil pedaços pra você juntar e queria sempre achar explicação pro que eu sentia; como um anjo caído fez questão de esquecer que mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira. Mas não mais tão criança a ponto de saber tudo”.

Mesmo adolescente não havia em minha personalidade a costumeira revolta da idade. Eu passei pela fase de conflitos e questionamentos de forma muito harmoniosa, sem brigas com minha família, sem atitudes extremas, sem deslizes nos estudos. E devo dizer que a música, o rock, me fazia parar e deslizar diante de tanta adversidade natural da minha própria evolução como pessoa, como homem. Mesmo na dor, havia esperanças de dias futuros repletos de sorrisos.

Os roqueiros dessa época não eram meus heróis, nem meus ídolos. Essa também era uma preocupação minha, interior, de não me deixar levar pela idolatria. Muitos amigos meus colocaram cigarros na boca, experimentaram bebidas alcoólicas e, alguns, enveredaram para drogas ilícitas. Alguns sabiam tocar instrumentos, falavam inglês, tinham posses, beleza e assédios e tinham pigmeus morais dentro deles como ídolos que serviam de modelo. Tenho orgulho em dizer que sempre fui careta e até paguei o preço de perder amizades estimadas por não desfrutar das mesmas aventuras.

Eu sempre costumo dizer que nasci em época errada, por uma série de motivos. E um destes motivos se refere justamente ao gosto musical, a minha memória musical que considero privilegiada. Ficou em mim muitas impressões musicais dos meus tios e da minha mãe. Aprendi desde cedo a gostar do brega dos Pholhas, dos Trepidantes, do Grupo Alcano, de Renato e seus Blue Caps, dos The Fivers, de Jessé, de Reginaldo Rossi, de Secos e Molhados, de João Gilberto, de Caetano e Gil, da Gal e da Betânia, de Ney Matogrosso, de Roni Von, de Altemar Dutra e Nelson Gonçalves, de Jerry Adriani, de Katia, de Cladia Teles, de Vanusa e Antônio Marcos, de Ovelha, de Leonardo Sulivan, de Marquinhos Moura, de Marcos Sabino, de Biafra, de Jorge Bem, Rita Lee, de Wanderley Cardoso e do Rei Roberto Carlos, além de tantos outros que formaram o meu eclético gosto musical, sempre recheado e aguçado pelo Rock n Roll.

Nestas minhas memórias, muitas coisas estão ocultas do mundo. Nestas minhas lembranças musicais, muitas canções estão bem aqui, dentro do meu peito e da minha mente, prontas para serem ativadas como num megatrom de sentimentos e recordações, sem rebeldia, mas com coragem; sem gritos e alardes, mas com tonalidade e suavidade...



O mundo inteiro hoje comemora 25 anos do DIA MUNDIAL DO ROCK. . O Live Aid, concerto beneficente organizado por Bob Geldof em 1985, foi o evento escolhido para servir de marco para o gênero musical popular que nasceu, na verdade, na década de 1950.


O disco de Bill Haley and His Comets, “Rock Around the Clock”, lançado em compacto no dia 12 de abril de 1954 é considerado a primeira gravação de rock and roll da história. O gênero dançante se originava de uma aceleração do rhythm and blues com toques de folk music. Nessa época, o cenário pós-guerra na Europa e nos Estados Unidos suscitava na juventude uma urgência sem igual. Era preciso viver o hoje como se não houvesse amanhã, pois a qualquer momento, uma terceira e fatal guerra poderia eclodir.


A dança erotizada e esquizofrênica do rock and roll contaminou milhões de adolescentes na América e desencadeou o surgimento de grandes “estrelas”. Era o nascimento da indústria cultural! Chuck Berry lançou uma penca enorme de canções de dois minutos com temas e riffs repetidos. Little Richard introduziu a popularidade do piano e antecipou o movimento que bombaria dali a vinte anos, o glamorous ou glam rock. Jerry Lee Lewis preferia as menininhas e, auto proclamado a “fera do rock”, acabou casando com uma prima de treze anos. E muitos outros vieram: Chubby Checker, Gene Vincent, Fats Domino, Carl Perkins, e finalmente, o “rei”: Elvis Presley, the pélvis!



Apadrinhado por um coronel, Elvis era o ídolo americano. Amoroso com a mãe, servente à pátria, bonitão, tingia os cabelos louros de preto para não ficar tão distante do universo blueseiro que o inspirava. A despeito da tez macia de Presley, o rock cinquentista abriu as portas para ídolos e sex symbols negros, Chucky Berry talvez tenha sido o maior deles.

Uma imagem pouco usual de Elvis louro nos anos 1950
Mas o primeiro compacto de Elvis, “That’s All Right Mama” foi o que encantou um menino órfão de mãe no outro lado do Atlântico. Paul McCartney se juntou a John Lennon por saber tocar e cantar todo a extensa letra de “Twenty Flight Rock”, de Eddie Cochran. Os Beatles vieram de Liverpool, cidade portuária empobrecida pela guerra, para a swinguing London, trazendo consigo gente como os selvagens Rolling Stones, mais tarde o Pink Floyd e o The Move com verdadeiras peças musicais de dez minutos.




No lado americano, o líder dos Beach Boys, pai do surf rock, já tinha embasbacado até os Beatles com o disco “Pet Sounds” e o compacto “Good Vibrations”, e já estava pirado de vez na batatinha. Jimi Hendrix, com uma pequena ajuda (financeira) dos amigos, ganhou o mundo, tomou todas, e morreu engasgado no próprio vômito. John conheceu Yoko Ono, cantou pela paz, pelo fim de outra guerra e inventou o peace and love rock.



Em agosto de 1969, o grande festival de Wooodstock chegou para consagrar a confusão. Quatro dias numa fazenda no interior do Estado de Nova York reuniram Jefferson Airplane, Joan Baez, Santana (alguém da latinidade!), Greatful Dead, Creedance Clearwater Revival, o poderoso The Who, Janis Joplin, Neil Young (ainda com seu grupo de sobrenomes, Crosby, Stills, Nash & Young) e a memorável interpretação de Joe Cocker para “With a Little Help From My Friends”, de Lennon e McCartney. Em 1º de agosto de 1971, um ano após o fim dos Beatles, George Harrison realizou o primeiro concerto beneficente da história do rock, pelas vítimas de Bangla Desh, reunindo Eric Clapton – já saído do fenomenal e bagunçado Cream – e o incrível e ranzinza Bob Dylan. E voltamos para o ponto de partida!




O Live Aid de 1985 foi organizado em benefício das vítimas da fome na Etiópia e aconteceu simultaneamente em Londres e na Filadélfia reunindo Led Zeppelin, Black Sabbah, David Bowie, Phill Collins (já fora do Genesis), Duran Duran, e novamente ele: Bob Dylan. Dylan, aliás, curtiu a idéia e apareceu no mesmo ano no especial beneficente Usa for África junto com uma pá de cantores americanos em coro para o refrão de Michael Jackson e Lionel Ritchie: “We are the world, we are the children”.



Passada a pedreira do hard rock e do punk dos anos 1970, a década seguinte trazia um mundo novo. Ditaduras caíram na América Latina, a Alemanha estava uma confusão só,

e o Estado Soviético estava se cansando da guerra – que agora era fria. Guns and Roses e Bon Jovi, americanáços, competiam com vários e diferentes sotaques para a língua inglesa: REM, U2, Police, The Cure, The Smiths, Echo & the Bunnymen, Bauhaus, Jesus & Mary Chain, Men at Work, Midnight Oil. Ao mesmo tempo, um monte de bandas remanescentes do glam e voltando-se para as maravilhas da eletrônica, surgia o embrião da dance music, mas aí já é outra história.



No Brasil, os famigerados anos 80 foram o berço do Brock. Em busca de uma identidade nacional modernizada, bandas de Brasília, de São Paulo, do Rio, do Sul, e até do mangue! A Legião Urbana de Renato Russo virou febre e passou de uma cópia em português do Joy Division direto para a história da MPB. O rock foi politizado, e as gravadoras amaram, afinal, acabávamos de sair de um governo militar repressor e entupido de ié ié ié. Os Paralamas do Sucesso, Titãs, Hojerizah, e Lobão meteram pau na situação do Brasil. Cazuza, Barão Vermelho, falaram da vida nas cidades; e Ultraje a Rigor, Ritchie, Blitz, João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, chutaram o balde com o besteirol sem fim! E depois?



A partir do final dos anos 1990, com a morte de Kurt Cobain, efêmero baluarte do rock tipo grunge, a indústria fonográfica começou a balançar as pernas e coleguinhas como o Pearl Jam começaram a tentar modelos alternativos de conquista de fãs. O Radiohead foi atrás dessa onda, o Oasis falou falou e no final das contas acabou brigando com todo mundo. Com a chegada do século XXI, parece que muitos mitos do velho rock and roll começaram a desmoronar, a começar pelos Ramones que, de tanto se chaparem foram morrendo um a um. Em 2006, o lendário guitarrista dos Rolling Stones Keith Richards apareceu na TV brasileira para falar do show em Copacabana e o repórter não pôde deixar de reparar nos dedos tortos e calejados, foi de horripilar! Em Londres, 2 de julho de 2005, o Pink Floyd se reuniu pela última vez no Live 8 (mais um concerto beneficente e comemorativo à memória do Live Aid, lembram?), já que em 2008, o tecladista Richard Wright morreu de câncer. O mesmo fez o Led Zeppelind em 26 de novembro de 2007, mesmo sem poder ressuscitar o fantástico baterista John Bonham, morto em 1980.




Depois de muitos revivals e shows no Brasil, as grandes bandas da história do rock começam a revelar mais uma reviravolta na indústria da música. A internet, o download, e o Guitar Hero trazem uma nova cultura de escuta que, na verdade, tem como ponto de partida os grandes nomes e hits do rock. A garotada que nasceu quando o Nirvana já era coisa do passado tem suas bandas, suas esquisitices e deprês, mas também ouve em todo canto algum sucesso de Robert Plant e Jimi Page. É claro que é muito raro o ritual de tirar o LP do plástico, colocar de vagarzinho a agulha e sentar no chão com os amigos para ouvir; mas enfiar um fone dentro do ouvido no ônibus, na rua, nas filas do MacDonalds é uma nova forma de se relacionar com a música massiva hoje e trás com ela novos tipos de som. E assim caminha a humanidade.



Digam o que disserem, mas não é qualquer um bom velinho de 69 anos que tem pique pra encaram uma platéia de 70 mil pessoas e cantar e tocar por duas horas sem mudar a tonalidade das músicas, e esse vovozinho é Paul McCartney. Alguns velhos continuam se superando, encarando a estrada, a web e o estúdio com muita dignidade. Quer a prova? Vem ao Brasil em outubro um dos maiores espetáculos da terra. Senhoras e senhores, com vocês: Rush! O trio canadense de guitarra, baixo e bateria muito bem tocados está aí. Quase sessentões, eles vêm pra mostrar que rock é isso: som e suor, e nada mais.






Feliz dia do rock!

domingo, 11 de julho de 2010

A CULPA FOI DE MICK JAGGER


Por
Lucivânio Jatobá


A população brasileira desespera-se. O time estava ganhando. 1x0 era o placar. Quase uma hora antes, impossível dirigir pelas ruas das grandes e médias cidades do país. Engarrafamentos colossais, gritos, nervosismo, buzinas estridentes, vuvuzelas insuportáveis nas casas, bares e apartamentos... quase uma histeria coletiva. Parecia que uma guerra ía ter início e se fazia necessário chegar em casa.


O Brasil vencia por 1X 0. Médicos faltaram plantões nos hospitais. Enfermeiros “esqueceram” dos plantões. Professores deixaram de ministrar as aulas. Padarias fecharam. Supermercados esvaziaram-se. Policiais deixaram seus postos de trabalho. Até os bandidos suspenderam as suas atividades "laboriais"...para assistir ao jogo.


O Brasil estava na por 1 x 0. Dona Maria, na esquina da rua, faturava com a venda do "churrasquinho de gato" e de tapiocas. Seu "Antonho", apesar da truculência que lhe é peculiar e o mau humor perpétuo, vendia mais cerveja , enquanto a galera gritava : Vai, Robinho! Vai Robinho...!!!! E seu "Antonho" la´ dentro do boteco felicíssimo ( com a vitória ou com o lucro? Quem sabe...?).


O Brasil ganhava de 1X 0, e todo mundo na sala daquele apartamento já arriscava o palpite: a Final será Brasil X Alemanha. Mas eis que de repente, não mais que de repente, o locutor da transmissão do jogo pela TV anuncia: "olha lá, olha lá!!!! É o Mick Jagger que está no estádio, com seu filho, torcendo pelo Brasil!" E surge na telinha a imagem do ancião, taciturno, face enrugada, olhando Robinho e Kaká , os muito bem-pagos jogadores, de salto alto, trocando passes...


Pronto, pensei com minha memória RAM: " danou-se! O Brasil vai perder a partida! Jagger foi o urubu das equipes pelas quais torceu". Não deu outra!!!!!!!
Agora, o Brasil está em depressão generalizada. Uma distimia sem tamanho abateu-se sobre a Nação...


"Amanhã tudo volta ao normal", diria o Conselheiro Acácio, estivesse aqui agora. E´ uma pena que todo esse "sentimento patriótico" do brasileiro acabe-se quando o juiz japonês apita e aponta para o centro do campo.


A Seleção Brasileira, ou selecinha para muitos, é apenas um time, composto por jovens bilionários. A Seleção Brasileira não é a Pátria brasileira. Esta é infinitamente maior.


Que ergamos a nossa Bandeira no alto do Cristo Redentor ou a finquemos no Pico da Neblina. A Copa se esvai, a Pátria fica. Isso foi apenas uma competição. "Competição é competição", diria novamente o Conselheiro.


Amanhã o Brasil acorda da letargia. A realidade despertará a todos. O sonho acabou.


A culpa foi de Mick Jagger.