Livro Primeiras Águas - Poesias

Este é o livro I da série Primeiras Águas.

Campanha Gravatá Eficiente

Fomentando uma nova plataforma de discussão.

A Liberdade das novas idéias começa aqui.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Belo Monte: a volta triunfante da ditadura militar?

Por Leonardo Boff

Da Comissão da Carta da Terra

Este projeto desrespeita os indígenas, a floresta amazônica, os técnicos do Ibama, o bem comum da Terra e da humanidade.



O Governo Lula possui méritos inegáveis na questão social. Mas na questão ambiental é de uma inconsciência e de um atraso palmar. Ao analisar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) temos a impressão de sermos devolvidos ao século XIX. É a mesma mentalidade que vê a natureza como mera reserva de recursos, base para alavancar projetos faraônicos, levados avante a ferro e fogo, dentro de um modelo de crescimento ultrapassado que favorece as grandes empresas à custa da depredação da natureza e da criação de muita pobreza. Este modelo está sendo questionado em todo mundo por desestabilizar a Terra como um todo e mesmo assim é assumido pelo PAC sem qualquer escrúpulo. A discussão com as populações afetadas e com a sociedade foi pífia. Impera a lógica autoritária: primeiro decide-se, depois se convoca a audiência pública. Pois é exatamente isto que está ocorrendo com o projeto da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu, no Pará.

Tudo está sendo levado aos trambolhões, atropelando processos, ocultando o importante parecer 114/09 de dezembro de 2009, emitido pelo Ibama, contrário à construção da usina, e a opinião da maioria dos ambientalistas nacionais e internacionais que dizem ser este projeto um grave equívoco com consequências ambientais imprevisíveis.


O Ministério Público Federal, que encaminhou processos de embargo, sofreu coação da Advocacia Geral da União, com o apoio do presidente.


Esse projeto vem da ditadura militar dos anos 70. Sob pressão dos indígenas apoiados pelo cantor Sting em parceria com o cacique Raoni, foi engavetado em 1989. Agora, com a licença prévia concedida no dia 1º de fevereiro, pôde voltar triunfalmente, apresentado pelo governo como a maior obra do PAC.


Neste projeto tudo é megalômano: inundação de 51.600 ha de floresta, com um espelho d’água de 516 km2; desvio do rio com a construção de dois canais de 500 metros de largura e 30 km de comprimento, deixando 100 km de leito seco, submergindo a parte mais bela do Xingu, a Volta Grande e um terço de Altamira, com um custo entre 17 e 30 bilhões de reais; desalojamento de 20 mil pessoas e atração de cerca de 80 mil trabalhadores para produzir 11.233 MW de energia no tempo das cheias (4 meses) e somente 4 mil MW no resto do ano, para, por fim, transportá-la até 5.000 km de distância.


Esse gigantismo, típico de mentes tecnocráticas, beira a insensatez, pois, dada a crise ambiental global, todos recomendam obras menores, valorizando matrizes energéticas alternativas, baseadas na água, no vento, no sol e na biomassa. E tudo isso nós temos em abundância. Considerando as opiniões dos especialistas podemos dizer: a usina hidrelétrica de Belo Monte é tecnicamente desaconselhável, exageradamente cara, ecologicamente desastrosa, socialmente perversa, perturbadora da floresta amazônica e uma grave agressão ao sistema-Terra.


Este projeto se caracteriza pelo desrespeito às dezenas de etnias indígenas que lá vivem há milhares de anos e que sequer foram ouvidas; à floresta amazônica, cuja vocação não é produzir energia elétrica mas bens e serviços naturais de grande valor econômico; aos técnicos do Ibama e a outras autoridades científicas contrárias a esse empreendimento; desrespeito à consciência ecológica que, devido às ameaças que pesam sobre o sistema da vida, pedem extremo cuidado com as florestas; desrespeito ao bem comum da Terra e da humanidade, a nova centralidade das políticas mundiais.


Se houvesse um Tribunal Mundial de Crimes contra a Terra, seguramente os promotores da hidrelétrica Belo Monte estariam na mira deste tribunal.

Ainda há tempo de frear a construção desta monstruosidade, porque há alternativas melhores. Não queremos que se realizem as palavras do bispo dom Erwin Kräutler, defensor dos indígenas e contra Belo Monte: “Lula entrará na história como o grande depredador da Amazônia e o coveiro dos povos indígenas e ribeirinhos do Xingu”.



PS: Queiram escrever para esses e-mails, reforçando a campanha da suspensão do projeto de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte no Xingu, por amor aos povos indígenas, à Amazônia e à Mãe Terra.

gabinete@planalto.gov.br;

gabinete@mme.gov.br,

carlos.minc@mma.gov.br,

roberto-messias.franco@ibama.gov.br

terça-feira, 30 de março de 2010

E FEZ-SE A LUZ? LHC BATE RECORDE



Cientistas do Cern celebram nesta terça-feira (30) o sucesso da experiência com o LHC, próximo à cidade suíça de Genebra. (Foto: AFP)



O Grande Colisor de Hádrons (LHC) bateu um novo recorde nesta terça-feira. O acelerador de partículas coseguiu produzir a colisão de dois feixes de prótons a 7 tera-elétron volts, criando uma explosão que os cientistas estão chamando de um "Big Bang em miniatura". O feito emocionou a equipe do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern), que aplaudiu de pé o resultado da experiência assistida por pesquisadores do mundo todo via um link remoto.

O equipamento, cuja construção custou aproximadamente US$ 10 bilhões, retomou suas atividades em novembro. O LHC foi desligado nove dias depois de seu lançamento, em setembro de 2008, por problemas de superaquecimento. O reparo custou mais US$ 40 milhões.


Dez dias atrás, dois feixes de partículas começaram a percorrer, em direções opostas, o túnel oval, a uma energia de 3,5 tera-elétron volts, ou 3,5 bilhões de bilhões de elétron volts (três vezes maior do que o recorde registrado anteriormente).

"Estamos abrindo as portas para a nova física, um novo período de descobertas na história da Humanidade" - disse Rolf-Dieter Heuer, diretor-geral do Cern.

Prioridade é a 'partícula de Deus

Os cientistas esperam que o LHC lance luz sobre grandes mistérios do Universo. A principal motivação é identificar o bóson de Higgs, também conhecido como "partícula de Deus". Proposto em 1964 pelo escocês Peter Higgs, o bóson seria o responsável por dotar de massa tudo o que existe no Universo, transformando gases em galáxias, estrelas e planetas. A partícula também possibilitaria o surgimento da vida na Terra e, talvez, em outros locais do cosmos. Por isso há tanta expectativa de que o LHC forneça provas de sua existência.

Outra missão do Cern é encontrar evidências relacionadas à matéria escura, ou invisível, que seria responsável por cerca de 25% da massa do Universo. Apenas 5% do Cosmos reflete luz. Espera-se, ainda, que o LHC, em seus estimados 20 anos de vida, encontre provas reais da existência de energia escura, que representaria os 70% restantes do Universo.

As conclusões do experimento, no entanto, podem ingressar em um território hoje só explorado pela ficção científica, se comprovarem a existência de universos paralelos ou outras dimensões, além das cinco já conhecidas. E, também, se identificarem e detalharem alguma estrutura que seja anterior ao Big Bang.



O Brasil está entre os 85 países com representantes na equipe do LHC. Pesquisadores da Coppe/UFRJ atuaram em estudos de computação, calorimetria e filtragem de dados, além de construir circuitos para registro do choque entre prótons. A integração de cientistas possibilitou o desenvolvimento de tecnologias inéditas para diversos setores do projeto, como o processamento de sinais e a análise de dados.

O LHC recebeu muitas críticas, sobretudo devido a seu alto custo e seus defeitos. Ainda assim, o início da atividade do acelerador de partículas, cuja construção começou em 1994, foi cercada de grande expectativa.

fonte: http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2010/03/30/acelerador-de-particulas-bate-novo-recorde-esta-mais-perto-do-big-bang-916211149.asp

domingo, 28 de março de 2010

O “CRISTIANISMO” COMO O PIOR ADVERSÁRIO DO EVANGELHO...




O fato simples é que sem religião, Jesus é quase irresistível, quando exposto em Sua nudez de simplicidade.

Disse “quase irresistível” porque existem os que odeiam o bem e o bom.

Entretanto, na maioria das vezes, em qualquer lugar e cultura, a mera apresentação de Jesus, sem doutrinações, sem vínculos culturais, sem adereços e penduricalhos, o torna insuportavelmente desejável.

Infelizmente, salvo pequenos spots de total ignorância acerca da existência do “Cristianismo” [que é o maior dificultador de Jesus na Terra], Jesus não mais chega sem ter sido precedido pelo anti-testemunho do Evangelho feito pelo “Cristianismo” e sua história de morte, perseguições, corrupção e perversão do Evangelho.

Se a humanidade tivesse uma amnésia total acerca do “Cristianismo”, e Jesus, somente Ele, fosse pregado na simplicidade com a qual Ele mesmo anunciou o Evangelho, então, creia: uma explosão aconteceria.

O “Cristianismo”, todavia, inviabilizou o Evangelho como testemunho universal!

Assim, é a Religião dos Cristãos o poder que mais cria antagonismo ao Evangelho entre os homens.

Os Judeus já teriam outra atitude frente ao Evangelho não fosse o Cristianismo.

O mesmo se pode dizer dos Islâmicos...

O mesmo se pode dizer dos Hindus e Budistas...; e de todos os demais grupos históricos importantes.

Os cultos Africanos caso não tivessem sido demonizados pelo “Cristianismo” das formas culturais, e pela impaciência religiosa do “crsistãos”, também não fariam resistência, assim como em geral os índios, quando apenas expostos ao Evangelho, não o rejeitam, antes abraçam Jesus como um menino abraça um amigo.

O “Cristianismo”, no entanto, historicamente, desfigurou Jesus de tal modo que Ele se tornou desprezível em muitos lugares, e não é por maldade humana, mas apenas pela impossibilidade de aceitar o estupro do pacote “cristão sem o espírito de Jesus”.

Desse modo, historicamente, até hoje, o pior inimigo de Jesus e do Evangelho na Terra foi o “Cristianismo”.

Sim, historicamente, quanto mais expansão do “Cristianismo”, mais dificuldades para o Evangelho de Jesus no mundo.

Quem conhece um mínimo que seja dos vasos comunicantes da História, sabe que não exagero nada.

Nele, que é Deus, e, portanto, nada tem a ver com o “Cristianismo”, assim como nada tem a ver com Religião, mas apenas com Vida e Amor,


Caio
28 de abril de 2009
Copacabana
RJ


quarta-feira, 24 de março de 2010

As Escolas e a Laicidade

O Brasil se orgulha de ser um país democrático, de etnias várias, multicultural, aberto a todos os povos, livre, que agrega valores de todas as raças e crenças, que abraça a tudo e a todos de maneira extremamente flexível. A tolerância religiosa é marca do Brasil. Aqui diferentes credos convivem em harmonia. Mas, o Brasil ainda está longe de ser um Estado Laico de fato. E se a base é a Educação, essa base está totalmente incoerente quando propõe o ensino religioso nas escolas.

A primeira grande questão dentro das escolas é: que credo deve ser ministrado e seguido? Se for escolhido um, este, com certeza, será autoritário e este acarretará o desejo de outrem exigirem os mesmos privilégios, em nome da isonomia.


Outra contradição reside no fato de o Estado brasileiro ser laico. Laicismo e Laicidade são palavras/conceitos que derivam da expressão grega clássica «laos» (adj: «laikos»), expressão que designava o povo em sentido lato, tão abrangente ou tão universal quanto possível. Segue daí que não cabe ao governo ordenar seja ministrado ensino para formação religiosa de estudantes.


Parece, pois, na contramão o acordo firmado pelo Brasil com o Vaticano que versa, entre outros itens, do ensino religioso nos colégios públicos. A controversa matéria precisa passar pelo crivo do Congresso. Será, então, a oportunidade de deixar clara a separação Igreja-Estado. A decisão servirá de prova do respeito que merecem os seguidores de Jesus, Maomé, Buda, Xangô, Kardec ou os não adeptos de nenhum profeta ou daqueles que não acreditam em Deus.

Se o Estado brasileiro é laico, significa dizer que ele deve pautar-se na neutralidade, em todos os níveis de governo, desde a prefeitura até as grandes organizações internacionais. Respeita-se a liberdade que cada indivíduo deve ter de fazer suas pregações e cultuar suas doutrinas, em níveis privados, em suas casas, templos, centros ou igrejas. Dentro das escolas, que é nossa realidade mais próxima, não pode e não deve existir proselitismo.

Nesse sentido, a escola deve ser um espaço onde encontraremos variadas ofertas de orientação religiosa. Isto se o pluralismo confessional existir. Assim, espíritas, católicos, judeus, protestantes, muçulmanos, budistas, umbandistas, ateus viverão em um país que respeita as diferenças e agrega escolas com uma visão holística pautada pela paz. Se, na condição de educadores, forçarmos a imposição de nossas crenças em eventos culturais nas nossas escolas, estaremos retrocedendo aos anos do Brasil Império.

Defendemos uma escola patriota, livre, independente, democrática e laica. Nos dias atuais não cabem mais profissionais deliberadamente proselitistas dentro da Educação brasileira. Além do risco de encontramos os famosos “sepulcros caiados” legalmente ornamentado em nossas escolas, também estamos legitimando a segregação religiosa, onde um grupo privilegiado será sumariamente contestado por todos os demais grupos que se sentirem desconsiderados.

Eu tenho minha religião e defendo que todos tenham a sua e vivê-la. Mas, assim como ensinou Jesus ao discípulo Pedro, acima das convicções religiosas deve está o caráter espiritual do homem e, acrescento eu, cada profissional deve laico e até ecumênico no espaço de trabalho. Assim como um ator ou uma atríz não possuem "sexo", o professor não deve possuir caráter proselitista.

terça-feira, 23 de março de 2010

A Conferência da Terra - Olinda 2010


Um Encontro Marcado com a Natureza

No período de 26 a 29 de maio de 2010, centenas de pesquisadores da área ambiental estarão reunidos no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, para participação na Conferência da Terra – Fórum Internacional do Meio Ambiente. O Encontro tem como objetivo de apresentar à sociedade informações sobre os problemas, avanços e conquistas na área ambiental, especialmente no tocante às principais medidas adotadas para conservação do meio ambiente, controle e redução dos impactos socioambientais provocados pelas intervenções humanas.

Na Conferência da Terra 2010 são esperados 1.500 participantes, cujos trabalhos em torno do tema central “Aquecimento Global, Sociedade e Biodiversidade”, apresentados durante o colóquio, visam esclarecer e identificar a natureza, abrangência e níveis de degradação do meio ambiente, e, ao mesmo tempo, apresentando as alternativas para a saúde do planeta.
O Evento é uma realização da Universidade Federal da Paraíba, através dos Centro de Ciências da Saúde, Centro de Tecnologia, Centro de Educação, Centro de Ciências Exatas e da Naturreza e o Centro de Ciências HUmanas, Letras e Artes, em parceria com diversas instituições governamentais, não governamentais e privadas. A organização do Evento está sob responsabilidade da GS Consultoria.

Vários pesquisadores oriundos de universidades, centros de pesquisa e organizações não governamentais já confirmaram presença no evento.
Neste contexto, dando continuidade aos trabalhos e resoluções da Conferência da Terra – João Pessoa / 2008, a Conferência da Terra – Fórum Internacional do Meio Ambiente - Olinda / 2010, promoverá reflexões e abordagens científicas sobre as questões ambientais globais como fenômeno contemporâneo que exige atenção constante das sociedades humanas.

A Conferência da Terra é pautada na Declaração do Milênio das Nações Unidas, na qual 191 países definiram uma lista dos principais componentes da agenda global do Século XXI. A Declaração do Milênio das Nações Unidas, publicada em 2000, é um documento histórico para o novo século, ao propor soluções reais exigidas para uma sociedade mais justa e ambientalmente correta em todo o mundo. Os líderes dos países signatários definiram prioridades urgentes, a serem atingidas até 2015. Entre as prioridades socioambientais estão a redução da pobreza extrema à metade, fornecimento de água potável e educação para todos, inverter a tendência de propagação do AIDS e alcançar objetivos mais consistentes no domínio do desenvolvimento das sociedades humanas. Estas questões são emergenciais, para a proteção do patrimônio comum, a Terra, em benefício das gerações futuras.
Contudo, o progresso dos países periféricos, revelado pelos relatórios das Metas de Desenvolvimento do Milênio, produzidos nos últimos anos, deixa muito a desejar, em todos os sentidos, sendo improvável que as metas para 2015 sejam alcançadas.


Informações e inscrições:

www.conferenciadaterra.com

83 - 3243.7264; 3216.7946


gs_planejamento@yahoo.com.br

domingo, 21 de março de 2010

A decepção internacional com Lula




Sexta-feira, Março 12, 2010
CARLOS ALBERTO MONTANER

A decepção internacional com Lula
O ESTADO DE SÃO PAULO - 12/03/2010


Para Luiz Inácio Lula da Silva, os presos políticos cubanos são delinquentes como os piores criminosos encarcerados nas prisões do Brasil. Lula adotou, cruelmente, o ponto de vista de seu amigo Fidel Castro. Para ele, pedir eleições democráticas, emprestar livros proibidos e escrever em jornais estrangeiros - os "delitos" cometidos pelos 75 dissidentes presos em 2003, condenados a até 28 anos - equivale a matar, roubar ou sequestrar. Para Lula, Oscar Elías Biscet, um médico negro sentenciado a 25 anos por defender os direitos humanos e se opor ao aborto, é apenas um criminoso empedernido. Dentro de seu curioso código moral, é compreensível a morte do preso político Orlando Zapata ou a possível morte de Guillermo Fariñas, em greve de fome para pedir a libertação de 26 presos políticos doentes.

Os democratas cubanos não são os únicos decepcionados com o brasileiro. Na última etapa de seu governo, Lula está demolindo a boa imagem que desfrutou no começo. Recordo, há cerca de três anos, uma conversa que tive no Panamá com Jeb Bush, ex-governador da Flórida. Ele me disse que seu irmão George, então presidente dos EUA, tinha uma relação magnífica com Lula e estava convencido de que ele era um aliado leal. Isso me pareceu uma ingenuidade, mas não comentei a questão.

Alguns dias atrás, um ex-embaixador americano, que prefere o anonimato, me disse exatamente o contrário: "Todos nos equivocamos com Lula. Ele é um inimigo contumaz do Ocidente e, muito especialmente, dos EUA, embora trate de dissimulá-lo". E, em seguida, com certa indignação, criticou a cumplicidade do Brasil com o Irã no tema das sanções pelo desenvolvimento de armas nucleares, o apoio permanente a Hugo Chávez e a irresponsabilidade com que manejou a crise de Honduras ao conceder asilo a Manuel Zelaya na embaixada em Tegucigalpa, violando as regras da diplomacia internacional.

Na realidade, o comportamento de Lula não é surpreendente. Em 1990, quando o Muro de Berlim foi derrubado, o líder do Partido dos Trabalhadores apressou-se em criar o Fórum de São Paulo com Fidel Castro para coordenar a colaboração entre as forças violentas e antidemocráticas da América Latina. Ali estavam as guerrilhas das Farc e do ELN na Colômbia, partidos comunistas de outros tantos países, a FSLN da Nicarágua e o FMLN de El Salvador. Enquanto o mundo livre celebrava o desaparecimento da União Soviética e das ditaduras comunistas no Leste Europeu, Lula e Fidel recolhiam os escombros do marxismo violento para tratar de manter vigente o discurso político que conduziu a esse pesadelo, e estabeleciam uma cooperação internacional que substituísse a desvanecida liderança soviética na região.

No Brasil, sujeito a uma realidade política que não pôde modificar, Lula comporta-se como um democrata moderno e não se afastou substancialmente das diretrizes econômicas traçadas por Fernando Henrique Cardoso, mas no terreno internacional, onde afloram suas verdadeiras inclinações, sua conduta é a de um revolucionário terceiro-mundista dos anos 60.

De onde vem essa militância radical? A hipótese de um presidente latino-americano que o conhece bem, também decepcionado, aponta para sua ignorância: "Esse homem é de uma penosa fragilidade intelectual. Continua sendo um sindicalista preso à superstição da luta de classes. Não entende nenhum assunto complexo, carece de capacidade de fixar a atenção, tem lacunas culturais terríveis e por isso aceita a análise dos marxistas radicais que lhe explicaram a realidade como um combate entre bons e maus." Sua frase final, dita com tristeza, foi lapidar: "Parecia que Lula, com sua simpatia e pelo bom momento que seu país atravessa, converteria o Brasil na grande potência latino-americana. Falso. Ele destruiu essa possibilidade ao se alinhar com os Castro, Chávez e Ahmadinejad. Nenhum país sério confia mais no Brasil". Muito lamentável

Carlos Alberto Montaner é escritor cubano

sábado, 20 de março de 2010

Assim Caminha os “Sem Razão”



É incrível como muita gente ainda se compraz em se utilizar das dificuldades alheias para poderem aparecer ou terem a ilusória certeza de que estão crescendo naquilo que se propõem a fazer.

Se escuta com frequencia frases do tipo: “É assim mesmo”, “todo mundo faz assim”, “deixa pra lá”, “o mundo não vai mudar”... E seguem-se as afirmativas que negam uma virtude que todo ser humano, educado pelo eterno Iluminismo, deveria ter: a capacidade de indignar-se.

Quero fazer um pequeno resgate de algumas frases que sempre estiveram presentes na vida de quem busca Ler o mundo sob uma ótica mais apurada, livre de atavismos, de inserções ditatoriais e malignas. Frases que precisam ser costumeiramente alçadas à mente e atiradas ao longe das trincheiras da injustiça, da perseguição, da vida sem razão.

1- Nem todas as verdades são para todos os ouvidos.
Umberto Eco


É sabido que todos nós carregamos dentro de nós uma verdade. E cada verdade pessoal, faz parte de uma grande verdade, que ora se revela como senso comum, ora com ideologias que marcam uma geração inteira. Essa verdade maior nunca poderá ser vista como algo absoluto, até porque esta não pertence a este mundo. Desconsiderar isso é decretar a própria morte cultural, social e até religiosa. Mesmo assim, poucos são aqueles capazes de entender verdades porque, como Jesus declarou, poucos tem ouvidos de ouvir. Egoísmo, orgulho, soberba alimentam seres que processam sua vida dessa forma.



2- Nenhum homem é suficientemente rico para comprar o seu passado.
Oscar Wilde

Todos nós, em graus de diferentes, temos o desejo de voltar ao passado e corrigir erros dos quais nos arrependemos. Esse preceito, logicamente, não cabe para aqueles que jamais admitem que errou ou erra. Para aqueles que aprenderam a lição, fica uma adendo. Voltar ao passado e corrigir erros seria anular todo o processo de aprendizagem que foi vivido. Não tem como comprar o passado, não tem como barganhar com o presente, tampouco investir todas as fichas no futuro. Para os que não aprenderam nada com seu passado e vive sob a mesma realidade, Wilde recorda que ninguém pode ser rico ao ponto de achar que tudo pode ser feito e refeito dentro da mesma maquete. Já aqueles que se perdoaram e estão presentemente vivendo com sua fé, sua coragem, sua força, o cineasta não tem nádegas a declarar.


3- Nunca discuta, não convencerá ninguém. As opiniões são como os pregos; quanto mais se martelam, mais se enterram.
Alexandre Dumas (filho)

Sou da corrente que acredita que Jesus fora assassinado por ser contra a quase todas as opiniões dos seus antecessores, em especial, às leis mosaicas. Convencer alguém de algo que acreditamos é missão de poucos. Muitos são os homens que buscam bater na cabeça de muitos pregos imprimindo a força da imposição. Isso se chama coação. Outros serem tentam legitimar os equívocos, os deslizes, os enganos, os erros, enterrando a própria cabeça na terra. Neste caso, não são pregos, são estacas que são colocadas sem o prévio buraco que o abrigará. E o processo é mais demorado e muito mais doloroso. Não chamaria de corajoso aquele que enfrenta põe sua própria cabeça a prêmio tentando convencer a outros que ele é o certo, o correto e o justo e precisa de outrem para legitimar a sua covardia, o seu despreparo psicológico e moral diante de evidências inquestionáveis.


4- Não devemos servir de exemplo a ninguém. Mas podemos servir de lição.
Mário de Andrade



Há quem acredite que a vida é uma tribuna jurídica onde os não-amigos viram réus que precisam ser condenados a perpétua pena. Para quem acredita no inferno e na certeza de que Deus é apenas justiça cega, colocam seus semelhantes à praça pública e escarnecem à luz de sua razão libidinosa. Exemplo é algo que apenas os puros podem dar. Lição é a forma pela qual avaliamos os nossos tropeços, sem precisar de homens superiores que habitam a sociedade, tornem-se juízes e imputem a sua sentença. Todos os inquisidores poderiam ser encarcerados pela própria conduta moral.


5- Não é bom que toda a verdade revele tranquilamente a sua essência; e muitas vezes o silêncio é para o homem a melhor decisão.
Píndaro



Gastei muitas energias ao longo de alguns anos de minha vida tentando provar que eu não precisava provar nada pra ninguém, como me exemplificou Renato Russo. Às vezes não entendia minha própria letra e a minha própria caneta me traía. Às vezes eu radicalmente exigia dos mais próximos que jamais duvidassem da minha índole, da minha capacidade de fazer ou não fazer determinada coisa. Eu acreditava que era suficientemente transparente para as pessoas e que, por isso, não aceitava duvidassem de minha palavra. Mas, por outro lado, eu esquecia que a maioria de nós não se conhece, não busca o autoconhecimento. E se você não se conhece, não é capaz de conhecer a ninguém. E assim, fui aprendendo a calar, a ponderar, a deixar livre a opinião alheia, a não dar margem ao contra senso. Acima de tudo deve está minha consciência e essa consciência era revelada de forma tranqüila pela verdade. O silêncio é a melhor das respostas para quem só sabe bradar sem razão. Tal consciência, ou maturidade, não me impede de usar a minha fala contra qualquer que seja a injustiça. Venha de onde vier.



6- Somente aquele que foi o mais sensível pode tornar-se o mais frio e o mais duro, para se defender do menor golpe - e esta própria couraça lhe pesa muitas vezes.
Johann Goethe



O tempo nos ensina a escolher, bom ou mal, a maneira como viveremos os nossos dias. O livre arbítrio é o mais complicado dos nossos dons. Nessa construção diária e contínua do nosso caráter, aprendemos a responder aos porquês da vida, desde as questões mais simplórias como, por exemplo, que religião deveremos seguir ou não seguir nenhuma, até julgarmos que tipo de irmão, irmã, esposo, esposa, pai, mãe, deveremos ser. À proporção que amamos, que odiamos, que lutamos, que perdemos, que vencemos, mais forte ou mais frágeis seremos. Para entender de dor, precisamos ter vivido a dor. Tal é a lei. Se aprendermos a fazer bem o dever de casa, sem sombra de dúvida, estaremos prontos para chorar quando for preciso, e, levantar a espada na hora propícia. Ser forte não significa ser violento e desleal. Ser sensível não implica ser fraco, apagado, covarde, astuto. Somos o resultado daquilo que apreendemos e a nossa couraça será larga e pesada para que os golpes externos como o da falsidade, da maledicência, da injustiça, da mentira, da morte de tudo que acreditamos ser bom, sejam arranhões sem proporções ínfimas. Os nosso tesouro maior estará resguardado.



Assim Caminha os “Sem Razão” e "Covardes os Não Fazem História"


Aqueles que não conseguem ter razão diante dos confrontos do óbvio perdem qualquer tipo de convicção. E quando não há o que realmente dizer, se utilizam de atos covardes. E os covardes são como são como tartarugas, que frente ao perigo se recolhem dentro de seus cascos grossos, lhes faltam coragem, e sem esta, eles vão em frente vagarosamente, esquivando-se de toda "nuvem negra".

Conheço algumas pessoas que irão morrer e não deixarão legado algum, simplesmente passam despercebidos, sem coragem suficiente para fazer-lhes notáveis. Eles não mudam a história de ninguém, estão demasiadamente preocupados em esquivar-se do novo, do ponto de interrogação.

Por eles, passa despercebida a necessidade de mudar, renovar, não somente a sua história, sua conduta, mas principalmente a história daqueles que necessitam de ajuda. Estas pessoas não querem chegar a lugar nenhum, sofrem de um comodismo parasita. Elas não fazem outras pessoas felizes, e nem mesmo a si próprias; não conseguem se amar e se aceitar como são; não assumem sua vida psíquica e vivem cercadas de conflitos internos e, assim, buscam desopilar suas frustrações subjugando os mais próximos e menos próximos.

Quiçá, estas pessoas possam aprender que pessoas dotadas de coragem não tem medo de enfrentar outras pessoas, e pensamentos divergentes para alcançar a mudança almejada, essas são as pessoas que fazem a história.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Hoje é um lugar que não Existe



Passei a manhã de sábado em Curitiba,
tirando fotos de Santa Felicidade para mostrar ao meu amigo italiano Paolo, e voltei inteiramente imbuído de uma impressão que sempre esteve comigo mas vai ficando a cada dia mais unânime: o presente não me interessa. Não encontrei o bairro que retinha na minha memória; esse foi substituído por uma paródia grotesca, superpopulosa e arquitetonicamente catastrófica do que antes havia por lá.


Harold Lloyd tentando fazer o tempo voltar atrás em Safety Last (1923).

Meu amigo Julian já opinou que sou obcecado pelo passado; dizer assim é recorrer a um understatement e a uma injustiça. Dito dessa forma parece que meu interesse no passado é doentio porque seu objeto é irreal, quando é na verdade o presente que carece de realidade.


O presente, senhoras e senhores, é uma afronta e uma piada. Somos a continuação medíocre, a parte 2 que o bom senso não deveria ter deixado chegar aos cinemas. Somos o capítulo mais fraquinho de uma série de ficção científica que o roteirista não tem mais criatividade ou saco para terminar. O autor deveria ter sabido parar enquanto a coisa estava fluindo, mas daí viemos nós e colocamos tudo a perder. Somos Piratas do Caribe 3: No Fim do Mundo.

Somos ficção.


Deveria ficar evidente que somos ficção, porque a realidade quando era escrita costumava ter personagens verdadeiramente encorpados e extravagantes, não a sopa rala que somos obrigados a engolir hoje. Nem a superpopulação nem a revolução da informação, que deveriam contar em nosso favor, nos ajudaram nesse sentido.

No início do século XX o mundo se arrepiava de um pólo a outro diante das idéias originais e apavorantemente contundentes de gente como Planck, Einstein, Freud e Jung - isso porque, trinta anos antes, havia Darwin e havia Marx. E hoje, que temos a benção onipresente de São Google e processadores de texto e email e iPods e webcams e edição colaborativa e wikipédia e mais livros do que leitores e software de conferências, onde estão as grandes sacadas revolucionárias e seus proponentes? Onde está o profundo conhecedor das questões deste século? Onde estão os protagonistas da história?

Sinto dizer, moçada, mas eu e você somos a terrível prova de que dessa novela não sai mais personagem que preste. O lance é o universo mudar de canal e investir nas rêmoras ou nos marcianos. Os efeitos especiais não são ruins, mas não há reviravolta que salve este último episódio.

Decidi por isso, como medida paliativa nesses últimos estertores da criação, deixar oficializado nesta nota que, no que me diz respeito, apenas o passado tem peso, coerência interna e credibilidade.

Fica então decidido que:

1. Nada que aconteceu depois de 1950 sobrevive ao mínimo critério da verossimilhança, e será devidamente ignorado (e/ou talvez ridicularizado) como história e como narrativa por mim e pelos meus seguidores;

2. Se você tem 40 anos é uma criança no sentido mais literal do termo, e receberá de mim tratamento condigno – ou seja, não me encha o saco. Volte quando tiver mais de 65, menos deslumbrado e mais na sua, e quem sabe a gente encontre do que conversar.

3. [Embora seja evidente,] registre-se que nenhuma página com menos de cinqüenta anos merece ser lida, muito menos página digital, muito menos minha.

4. Se você tem iPod, cale a boca.

5. Se você tem endereço de email, cale a boca.

6. Se você tem acesso a internet, cale a boca.

7. Se você tem iPhone ou Nintendo Wii, cale muito a boca.

8. Se você nunca leu as obras completas de Shakespeare, cale a boca.

9. Se você lê blogs, cale a boca.

10. Se você escreve blogs – putz.

11. Que os últimos 70 anos não constem nas atas.

12. Substituam-se por uma errata formal com a seguinte inscrição: “Foi mal”.

13. Revogam-se todas as disposições contemporâneas.


Quando
declarou o fim da História, Francis Fukuyama cria que havíamos no capitalismo e na democracia alcançado a Jerusalém celeste e a glória. Ignora ele que a história de fato acabou, mas pela via da mediocridade, da irrealidade e da estagnação. Atingimos nosso nível de incompetência. Somos o bloqueio do autor. Hoje é um lugar que não existe.



Jorge Luís Borges

quarta-feira, 17 de março de 2010

A Maior Fila de Banheiro do Mundo



Aproximadamente 2.5 bilhões de pessoas em todo o globo não tem acesso saneamento básico e a água potável e estima-se que mais de 4.000 crianças menores de cinco anos percam suas vidas todos os dias em razão de doenças de veiculação hídrica.

O Dia Mundial da Água, comemorado no dia 22 de março de 2010, será uma data decisiva na luta global contra a crise nos setores de saneamento e de abastecimento de água.

Buscando mudar esse quadro, uma grande mobilização, congregando ativistas de todas as regiões do globo, unidos, exigem medidas reais no combate a esse grave problema.

Para isso, três redes globais representando centenas de organizações da sociedade civil (End Water Poverty, Freshwater Action Network e WASH-WSSCC) firmaram uma parceria para lançar a Campanha global para formar “A MAIOR FILA DE BANHEIRO DO MUNDO”.

Sabe-se que os líderes mundiais têm negligenciado até agora esta crise global, contribuindo fatalmente para a pobreza, a proliferação de doenças de veiculação hídrica e à indignidade humana.

Mas a cidade do Rio de Janeiro, em 2010, tem uma oportunidade real de fazer a diferença. Depende de nós sabermos aproveitá-la! E, para isto, será necessário reforçar esse coro com sua voz!

Vamos formar uma enorme fila! A maior fila de banheiro do mundo para exigir o direito de todos os Povos ao acesso ao saneamento básico e à água limpa. Uma fila como um meio de exigir dos líderes políticos locais, nacionais e internacionais, a adoção de ações concretas, para que o saneamento tenha lugar prioritário na Agenda Global.

Junte-se a nós, em solidariedade aos milhões de pessoas em todo o mundo que ainda têm que esperar na fila pelo seu direito de usar um banheiro seguro e digno.

Faça parte você também dessa luta global pelo saneamento básico e pela água potável.

O Instituto Ipanema estará promovendo uma enorme fila de banheiro no dia 22 de março no V Fórum Mundial Urbano a ser realizado no Rio de Janeiro.

Um registro no Livro Guinness dos Recordes

Essa iniciativa faz parte de um movimento global buscando o registro no Livro Guinness do Recordes da maior fila de banheiro do mundo estando aberta as diferentes formas de organização da sociedade.

Caso tenha interesse em promover também uma enorme fila de banheiro em sua região e contribuir para essa mobilização global em prol do acesso ao saneamento e a água potável ara todos, por favor, siga as seguintes regras:

- Registre sua “fila de banheiro” aqui.

- Reúna ao menos 25 pessoas por intervalo de tempo entre 10 minutos e 24 horas em algum lugar público entre os dias 20 e 22 de março de 2010.

- Promova filas preferencialmente em banheiros, caso não seja possível, utilize uma faixa indicativa do movimento “A MAIOR FILA DE BANHEIRO DO MUNDO”.

- Registre cada nome e assinatura dos participantes no seguinte formulário disponível aqui . Deverão estar presentes duas testemunhas para realizar a contagem e assinar os registros. Encaminhe os formulários preenchidos para:

End Water Poverty

47-49 Durham Street, London, SE11 5NH, UK ou digitalize o formulário e envie para o e-mail info@worldtoiletqueue.org

Para mais informações acesse:

www.worldtoiletqueue.org

Em caso de dúvidas entre em contato com o Instituto Ipanema pelo telefone (21)2527-8747 ou pelo e-mail bianca@institutoipanema.net

segunda-feira, 15 de março de 2010

Gravatá:




Valores Históricos

Para onde quer que nós olhemos, em todas as direções, Gravatá se revela em construções históricas, sabores e saberes, paisagens e poesias. São patrimônios vivos e inanimados de um lugar que nasceu da saga de um povo tipicamente ruralista e de identidade criativa.

Em 117 anos de emancipação Gravatá vem aprendendo a construir um amplo significado para a palavra cultura. O modo de fazer e de viver do seu povo vem se constituindo em um marco único no Agreste pernambucano. Desde que nasceu a partir de uma fazenda, Gravatá vem ampliando, dia após dia, o seu conceito de identidade: a identidade de Criadores de animais; identidade de Agricultores; Identidade de Artesãos; Identidade de Paladares.

Os valores, dos mais simples aos mais sofisticados, tem feito de Gravatá uma cidade recoberta de brilho através de valores pessoais intransferíveis, de valores imateriais que nenhuma parte do mundo seria possível encontrar. Todos os maiores e melhores valores de Gravatá estão em escalas subjetivas, no campo da afetividade onde o seu povo liga cada cidadão ao contexto dos valores históricos.


As contradições viram desafios


O nome Gravatá origina-se de uma planta, literalmente chamada de “Arbusto que Arranha”, além de outras corruptelas perdidas ao longo do tempo. Mais de um século depois dos primeiros desbravadores que transitavam pelo vale do Ipojuca e descansavam pelas terras da fazenda Crauatá, nosso município arranha os arbustos, os cipós e a sua natureza agrestina com uma devastação crescente de suas matas nativas, pela ação abusiva do homem que ocupa e usa o solo brejeiro de forma desordenada.

Em pleno século das revoluções tecnológicas, onde o mundo preocupa-se cada vez mais com a questão ambiental, da preservação das espécies, do controle das emissões de gases, ainda somos testemunhas de um crime validado pelo progresso. Estamos no ano internacional da biodiversidade e mesmo assim, maquinas, homens e a especulação imobiliária vem descaracterizando um lugar de natureza resistente e que se torna indefesa mediante a força bruta dos racionais imobiliários.

O nosso patrimônio arquitetônico ainda é menos agredido. Mas até quando não sabemos. São indiscutíveis os valores históricos para Pernambuco das diversas construções seculares que Gravatá possui. No entanto, pouco se tem feito para preservar a história dos casarios antigos.

O município é dono de um tesouro incalculável de bens materiais. A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) atestariam, sem muito esforço, que Gravatá possui um significativo número de edificações que podem e devem ser tombados, levando-se em conta as suas funções histórica, social e cultural.

O site da Prefeitura de Gravatá (
http://www.prefeituradegravata.com.br/?pg=turismo_patrimonio) disponibiliza uma lista de prédios históricos que já deveriam estar tombados. A lista trás 21 bens materiais importantíssimos para a história de Gravatá. Destes, apenas dois estão protegidos por lei.

Segundo a Fundarpe (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco) informa em seus registros que atualmente Gravatá possui apenas dois bens materiais tombados oficialmente. O primeiro é a antiga Cadeia pública de Gravatá – hoje Memorial de Gravatá (foto acima). O segundo é a Estrada de Ferro Recife-Gravatá. Já a Sede da Estação Ferroviária está ainda em processo de tombamento.

Educação Patrimonial

Evelina Grunberg afirma que Educação Patrimonial é o processo permanente e sistemático de trabalho educativo, que tem como ponto de partida e centro o Patrimônio Cultural com todas as suas manifestações. A mesma autora nos esclarece que o Patrimônio Cultural são todas as expressões que a sociedade e os homens criam e que, ao longo dos anos, vão se acumulando com as das gerações anteriores.

Partindo destes princípios, Gravatá poderia iniciar um processo de articulação entre as Secretarias de Educação, de Turismo e a de Meio Ambiente que viabilizassem ações voltadas para a divulgação, conservação, preservação e tombamento dos seus bens materiais.

Só é possível valorizar quando se conhece. As escolas do nosso município, através dos seus professores, podem dar o primeiro passo, promovendo passeios e trabalhos variados que permitam os alunos conhecerem e tornarem-se protagonistas de uma nova história de preservação e conservação do patrimônio de Gravatá.

Afinal, Gravatá não se resume a 117 anos de história de emancipação. Os seus valores, a sua identidade, a sua cultura e a sua natureza diversificada, precisam ser os maiores tesouros do seu povo. E este, é, para mim, o maior dos tesouros.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Charles Chaplin



"Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é...Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... Saber viver!!!


domingo, 7 de março de 2010

Memórias de um Professor

Era o ano de 2000. Estávamos passando por uma série de transformações políticas que achávamos marcaria significativamente a história de Pombos. Novo prefeito, novas propostas educacionais, nova escola, nova gestão. Acreditávamos que novo seria renovador.

Costumo dizer que o pouco tempo nos faz ver e o longo tempo nos faz conhecer. Eu precisei apenas esperar um ano para descobrir que muitos que se diziam amigos (do alto escalão do governo), não passavam de aves de rapina em caçada à surdina.

Sempre fui de entregar-me aos meus serviços de corpo e alma. Tínhamos uma equipe pedagógica muito boa. A direção era formada por pessoas amigas; os professores – apesar das perdas – estavam se entendendo. Os contratados estavam recebendo por um serviço mais aplicado. A equipe era fechada. Se um precisa do outro, era imediatamente atendido.

A nossa equipe era alvo de inveja, de observações negativas, de perseguição discreta por parte da própria secretaria e de algumas pessoas da comunidade que simplesmente se incomodavam com o trabalho que era feito em prol da comunidade. Não sabia, mas eu estava sendo alvo de uma conspiração que me custaria muito.

Apesar disso tudo, a Escola sofria com a presença de alunos muito complicados de se conviver. Na minha sala eu tinha um aluno chamado Moisés (hoje motorista de van em Jaboatão) que estava na fase da adolescência rebelde e envolvido com drogas e delinquência. Em outra sala, havia uma menina que, apesar dos 14 anos, estava com Sífilis e herpes Genital, resultado de prostituição. Lutávamos com esmero para manter a ordem, a disciplina e a paz na escola.

Moisés, um dia, tomado pela droga (provavelmente maconha) invadiu a escola antes da chegada da equipe pedagógica e simplesmente agrediu funcionários, quebrou telhas, fez o que queria fazer nas dependências da escola. Quando chegamos, eu e a diretora, todos os alunos e funcionários estavam na rua, com medo de entrar na escola.

A funcionária Márcia, chorando, me contou que Moisés era o autor daquele pandemônio. Entrei e procurei Moisés. Tentei conversar com ele. Mas estava transtornado. Me ameaçou com um canivete mas n teve coragem de fazer nada. Saiu como louco pela rua gritando que mataria a todos da escola. Nunca mais apareceu.

Apesar de ser meu aluno, tive que prestar queixa a policia, junto com a direção escolar. A então Secretária de Educação, acompanhada do Delegado, quis nos obrigar a ficar com Moisés. Eu e a direção escolar batemos o pé e sugerimos que ela nos tirasse da escola e ficasse com o aluno. Ela não gostou.

Preocupado com esta e com outras situações, busquei uma forma mais amena de conversar com os alunos, alertando-os para os perigos do mundo longe da Educação. Em Vitória de Santo Antão – onde eu morava – procurei a locadora de uma amiga, na Av. 15 de Novembro. Conversa sempre com ela sobre lançamentos em VHS e sobre a vida. Afinal, éramos amigos muito próximos. Contei pra ela o que estava passando na escola e pedi uma sugestão de um filme que eu pudesse levar para sala de aula e tratasse de temas como violência, família, amigos, mundo de vida fácil de forma mais suave, divertida, lúdica.

Ela então me sugeriu um lançamento. O nome do filme – que me causa horror até hoje e um trauma sem precedente – é (era) a comédia: TODO MUNDO EM PÂNICO II. Nem olhei direito o filme. Coloquei dentro da bolsa escolar para não me esquecer de levar no dia seguinte

Não li a sinopse. Não vi a classificação. Não assisti ao filme quando cheguei a minha casa.

Amanheceu o dia. Peguei minha moto e fui ao encontro da Diretora que sempre tinha minha carona para escola. Ela liga para o meu celular e avisa que não iria à escola comigo. Que eu resolvesse tudo por ela, como sempre fazia.

Quando cheguei à escola, a funcionária contratada estava desesperada com o recadastramento do PETI. Sem entender direito dos documentos necessários da secretaria, ela me pediu ajuda. Eu, por minha vez, como conhecia o processo, me dispus a ajudar. Corri para a sala de aula, instalei o vídeo cassete, falei que eles iriam assistir a um filme enquanto eu estaria na secretaria. Ao final do filme, iríamos fazer um debate. Assim foi feito.

Da secretaria nós ouvíamos o sorriso coletivo da sala. A moça que trabalhava na secretaria perguntou, inclusive, se o filme era uma comédia e eu, de acordo com o peixe que me foi vendido, afirmei positivamente. E continuamos o nosso trabalho.

A quantidade de pessoas diminuiu e a funcionária se sentiu mais segura para continuar o trabalho sem mim. Quando eu estava voltando pra sala, o filme acabou. Todos sorriam alegremente. Perguntei se haviam gostado do filme, se eles haviam absorvido algum aprendizado, etc. A manhã de aula acabou e eu voltei pra Vitória, satisfeito pela missão cumprida por mais um dia de trabalho.

Parei na locadora e entreguei o filme. Fui pra casa.

Na manhã seguinte, desta vez acompanhado pela diretora, em frente à Escola, um grupo de pessoas falando grosso, me olhando com ódio. Um funcionário, Maicon (gente da melhor qualidade) foi ao meu encontro e disse que aquelas pessoas estavam ali por minha causa. Quis saber o motivo antecipado e ele contou que as pessoas queriam minha cabeça porque eu havia passado um filme de sexo para alunos menores de 14 anos...

Fui pra minha sala de aula. Alguns minutos depois, a diretora me chamou. Ela estava transtornada. Quando entrei na diretoria, ela foi contando que os pais estavam ali para saber qual seria a atitude da escola diante do ocorrido.

Tentei me defender dizendo que o filme era uma comédia, que uma amiga havia me sugerido. Mas isso só aumentava a tensão. Alguns pais (homens) estavam apenas querendo saber o que realmente havia acontecido. Algumas mães e pessoas aproveitadoras queriam “justiça”. Não durou trinta minutos e uma equipe da secretaria de educação entrou na escola, formando um pelotão inquisidor junto com os pais.

Nada do que eu tentava justificar sob prantos adiantava. A direção escolar me defendia. Alguns alunos choravam. E eu só conseguia sentir o sabor da faca me apunhalando o peito.

Fui convidado a ir pra casa. Ao chegar me Vitória, corri para a locadora. Peguei o filme e olhei a classificação que dizia ser para maiores de 14 anos. Gelei. Levei o filme pra casa e assisti com minha mãe. Chorei desesperadamente. Quem assistiu ao filme sabe que NÃO É UM FILME DE SEXO. Mas que apresenta cenas realmente picantes para alunos com menos da idade sugerida na classificação. Percebi que havia cometido três erros graves: o primeiro de não ter visto a classificação. O segundo de não ter assistido antecipadamente o filme em casa e o terceiro erro foi de não está presente com eles durante a execução do filme

Em 24 horas a história havia atravessado fronteiras. Rádios com programas sensacionalistas e policiais dos dois municípios anunciavam que um professor havia passado um filme de sexo para alunos menores de 14 anos. Um grupo de mulheres havia ligado para as rádios e contato o ocorrido, ao seu bel prazer.

O meu nome estava estampado nos noticiários e na boca de muita gente como Professor Pedófilo.

No período da tarde, a equipe da secretaria de educação voltou à Escola e ouviu o pedido das mães que queriam a minha saída da escola. Assim foi feito. Naquela noite inesquecível, a diretora me ligou dizendo que estava suspenso e que não voltaria ao meu local de trabalho, onde passei 5 anos letivos trabalhando pela comunidade escolar.

Procurei a secretária na casa dela, na noite seguinte, depois de ter passado o dia inteiro tentando falar por telefone. Na sua residência, ela confirmou a minha suspensão de 30 dias. Me sugeriu que eu procurasse uma outra escola para trabalhar, se quisesse. Consegui. Mas ela me negou. E depois de 30 dias, outra bomba. Eu fui induzido a assinar uma licença sem vencimentos. Caso contrário seria aberto um inquérito administrativo contra mim. Sem amigos por perto que pudessem me orientar, assinei.

Procurei, na época, pessoas ligadas ao prefeito para tentar conversar com ele e explicar a situação. Com mais tranquilidade, também procurei amigos que haviam trabalhado comigo. A comunidade da Usina Nossa Senhora do Carmo, pela iniciativa de pais de ex-alunos, conseguiu reunir um abaixo assinado de mais de 200 pessoas, pedindo minha volta. Esse documento foi enviado para a secretária que fez pouco caso, como em tudo que pudesse me ajudar.

A então secretária de Saúde – carinhosamente chama de Dra. Fátima – me ajudou muito. Chegou a receber a visita do grupo de mulheres que havia iniciado esse processo todo. Talvez com medo porque eu anunciei que iria processar a todos que, antes mesmo de procurar a direção e a secretaria, jogaram meu nome nas rádios, contanto o que elas queriam contar.

Dra. Fátima interveio no caso. Mas nada adiantou. O senhor prefeito preferiu ouvir a vontade da secretária de educação, a quem eu aponto total responsabilidade pela manobra desleal contra mim.

Ficou tão notório que era estritamente pessoal porque na mesma época, um professor do quadro havia chamado os piores palavrões contra alunas e alunos da 8ª série, chamando, inclusive, as alunos de prostitutas (não foi essa a palavra); desafiou o diretor da escola, além de despeitá-lo diante de todos. Sabem o que foi feito contra esse professor que muitos chamam de excelente? NADA!

Outro fato na mesma época aconteceu. Uma professora contratada (amiga do prefeito) espancou e colocou de castigo debaixo do birô um aluno primário indefeso. Os pais do aluno chegaram a prestar queixa na delegacia contra a professora. Contaram-me que a queixa foi retirada depois que os pais (paupérrimos) receberam agrados do prefeito. E MAIS UM CASO FOI ENCERRADO sem nenhum desdobramento.
Questionei isso e outras coisas em vão. Passei dois anos sem meu salário de professor. Esse foi o resultado.

Aprendi muito? Sim. Aprendi demais! E não tenho vergonha nenhuma de contar essa história para ninguém. Até porque serviu de exemplo para muita gente.

Reconheci amigos? Poucos. A maioria era de conveniência. Nunca falaram nada a meu favor. Outros se declararam mesmo ao ponto de me engrossarem a fila dos que me tratavam como pedófilo. Por isso que eu digo que prefiro um inimigo declarado a um amigo falso. Esses últimos sempre estão próximos, já perceberam?

Em 15 anos de profissão, esta foi a pior situação que eu já enfrentei. Não queiram saber o que é ficar sem receber seu salário dessa forma forçada e ser apontado e estigmatizado por muito tempo como “professor pedófilo”.

Tentei, a grosso modo, contar o que houve comigo. É claro que essa história está recheada de detalhes vários que não tem como contar aqui. Mas achei importante contar ao menos o fato VERDADEIRO do que houve comigo naqueles anos letivos de 2000 e 2001.



Porque estou contando essa história agora, depois de 10 anos do fato ocorrido?


Recentemente eu soube que existem pessoas enviando email para o jornalista Claudio Castanha, contando que eu passei um filme de sexo em Pombos. De acordo com a verdade descrita aqui, isso nunca aconteceu como disseram. E desafio um ser humano a contar uma versão diferente. Talvez com o objetivo de me atingir moralmente e causar transtornos outros diante do que vem acontecendo aqui em Gravatá.

Me aborrece o fato desse sujeito ou sujeita não ser homem o suficiente para aparecer e tentar contar a sua versão, nem é uma mulher de vergonha que se arrisque fazer o mesmo. São covardes. O mundo não precisa de vocês. Aliás, para quem acredita em inferno (eu não acredito), lá está lotado de gente como vocês. Juntem-se aos que lá estão.
Se acha que vai me intimidar, me fazer recuar, me fazer calar, quero dizer que você tá perdendo o seu tempo. Continuo na escuridão, que é o lugar do fracos, dos covardes, dos astutos, dos miseráveis sem luz. Vou continuar fazendo o que sempre fiz, sabendo que posso errar. Mas na certeza de que estou fazendo e correndo o risco de cair, perder, errar. Faz parte da vida. Eu tenho plena convicção disso porque conheço os níveis de descasos contra uma pessoa. Todos eles, juntos com que alguns vem fazendo contra mim, só me dão ânimo para continuar vivo e acreditando que podemos, sim, mudar o mundo, a partir de nós.


Não me considero um professor maravilhoso, excepcional. Mas eu sei que faço o melhor para os meus alunos. Sei que não sou perfeito nas minhas ações, mas não sou falso, covarde, mentiroso, aproveitador, invejoso, injusto. Esses adjetivos não cabem em mim, graças a tudo que aprendi. Eu não uso máscaras nem preciso de ofender ninguém para conseguir meus objetivos.

Por fim, é bom lembrar:
O pouco tempo nos faz ver. O longo tempo nos faz conhecer.

Reconhecer erros é uma virtude apenas das grandes almas.





DIA INTERNACIONAL DA MULHER




Minha lembrança neste dia tão especial dedicado ao ser mais completo criado por Deus para habitar a Terra. A todas vocês mulheres de Gravatá, de Vitória, de Recife, do Brasil, do mundo, a minha simples homenagem.
Ser Mulher é ser o caminho da Perfeição.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Quando haverá eleição para a escolha da nova diretoria do SINPRO-PE Gravatá?



Estabelecer uma relação estreita do Sindicato com a categoria, com criação de fortes raízes nos locais de trabalho, é uma questão sempre lembrada toda vez que se discute a organização sindical. Essa premissa parece ser consenso entre todos aqueles que querem fortalecer o Sindicato, mas sua aplicação no dia-a-dia nem sempre é tão tranqüila.

É certo que o SINPRO-PE em Gravatá tem funcionado com certa regularidade, embora ainda com dificuldades, permitindo ao menos que os professores tenham espaço para falarem e para debater seus problemas e reivindicações, muitas vezes esquecidos em detrimento de outra ordem. Ora o SINPRO-PE avança. Ora esquece porque existe. Isso parece ser via de regra.

É inegável que nossa organização ainda tem debilidades que devem ser encaradas de frente para serem superadas. No Brasil inteiro assistimos o envolvimento de pessoas ligadas às diretorias com interesses outros; a ausência da participação massiva e fiel dos professores em defender os interesses da classe; as frustrantes negociações que privilegiou sempre as instâncias do executivo, cedendo seus direitos na hora que deveria ser inflexível... são fatos que infelizmente afastam pessoas que poderiam comprometerem-se com a causa coletiva.

Em nossa realidade, algo chama atenção de muitas pessoas. Duas perguntas circulam entre nós, professores:

Quando os professores de Gravatá poderão eleger a nova diretoria do SINPRO?

Por que a categoria ainda não conseguiu caminhar com as próprias pernas?

terça-feira, 2 de março de 2010

FELIZ ANIVERSÁRIO, CLEIDE.





Sem perceber, os teus traços de doçura e de carinho são projetados sobre àqueles que te rodeiam e que, às vezes, escondem suas dores, seus anseios e suas dúvidas, para que se sobressaiam as alegrias e o prazer de conviver contigo.

Raras são as mulheres no mundo que tiveram a tua coragem de encarar os desafios pessoais e profissionais com tanta flexibilidade, equilíbrio e amor pelo fruto que Deus te ofertou e pela base de preservação do teu nome que foi construído com tanto esmero.

Mãe amada e sempre apoiada, teus familiares são agraciados pela tua presença de mulher que não desistiu de viver, de buscar pela felicidade que mereces ter e pelo sorriso fácil e olhar acolhedor que transmitem o conforto necessário para as suas vidas.

Com humildade e respeitando sempre as limitações que cada ser humano possui, o teu universo de força e coragem são decifrados nas barreiras diárias e ocupando um lugar no mundo que te é de direito desde o dia em que a tua alma escolheu cumprir as normas de Deus.

Amiga que sabe se calar quando é necessário e possível permanecer em silêncio. Companheira que grita, que berra, que luta, que defende, que se indigna em favor da paz, da solidariedade, da compreensão e da justiça. Diante de qualquer tribulação, o teu afeto e a tua fé em Deus, ameniza e acaricia a todos nós.

Se houvesse um substantivo próprio que pudesse te dar, este nome seria Cleide Alegria Moura de Coragem.

Hoje, olha para o céu. O dia estará iluminado. A noite será mais estrelada.
São os sinais da Espiritualidade te parabenizando junto com todos os teus amigos viventes na Terra.

Feliz Aniversário.

São estas as palavras que tenho para você.

segunda-feira, 1 de março de 2010

As tecnologias sociais e o Cenário internacional

*Por Jaques Pena

Nos últimos 10 anos o Brasil vem se apresentando como um país que se envolve em questões globais, demonstrando interesse em oferecer apoio aos países que enfrentam problemas socioambientais. Essa aparição geralmente surge com a oferta de soluções que foram aplicadas aqui e obtiveram resultados positivos no enfrentamento de entraves para o desenvolvimento, como a desigualdade social, o acesso à educação de qualidade e oportunidades de trabalho.

Os avanços no Brasil se devem a um fenômeno interessante e importante de ser observado – uma série de iniciativas feitas pelas próprias comunidades e, às vezes, com o conhecimento técnico de universidades ou outros centros de pesquisa , para beneficiar pequenos grupos de famílias, mas que se expandiram e melhoraram as condições de vida de centenas de pessoas e reforçaram as políticas públicas.

Esses projetos se tornaram cada vez mais completos e complexos, tendo em vista a necessidade de se organizarem para abarcar o grande número de mazelas sociais. Os projetos evoluíram para uma dinâmica diferente chamada Tecnologia Social, que considera que produtos, técnicas ou metodologias sejam, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social e possam ser reaplicadas em escala.

Exemplo dessa evolução de tecnologias sociais, destacamos o Banco de Tecnologias Sociais (BTS), disponível na Internet. O BTS, idealizado e mantido pela Fundação Banco do Brasil, reúne mais de 500 tecnologias sociais de diversas fontes e categorias e serve como um pólo disseminador de soluções práticas e de reaplicação fácil para toda a sociedade.

Essas tecnologias são de fácil aplicação e baixo custo, o que as tornam eficazes em cenários de extrema pobreza ou aqueles afetados por desequilíbrios ambientais. O recente episódio do Haiti reacendeu o debate sobre a forma como o Brasil pode ajudar a reconstruir aquele país e as tecnologias sociais se mostraram a forma mais adequada. Tecnologias Sociais como a Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (Pais) – reaplicada em mais de 6 mil unidades, em 19 estados, pela Fundação Banco do Brasil em conjunto com diversos parceiros como BNDES, Petrobras, SEBRAE e governos – surgem nesse mesmo contexto, apresentando alternativas de segurança alimentar em um país que sofre com a falta de alimentos.

O Pais promove um sistema de produção orgânica de hortaliças, frutas e pequenos animais, tendo como pressupostos a racionalização de recursos e o manejo ecológico da terra. Toda a produção acontece sem o uso de agrotóxicos, propiciando alimentos saudáveis e livres de quaisquer interferências químicas. Já a irrigação é feita por meio de um sistema de gotejamento, o que evita o desperdício de água e possibilita a implantação do modelo inclusive em regiões com poucas reservas hídricas, como é o caso do Haiti.

Moçambicanos e salvadorenhos também já demonstraram interesse em conhecer as tecnologias sociais brasileiras. Eles querem saber o que as suas comunidades vêm fazendo para mudar suas realidades. A Fundação Banco do Brasil faz do incentivo a estas tecnologias sua contribuição para o desenvolvimento do nosso país e acredita que elas podem, sim, fazer a transformação social de milhares de pessoas.

*Presidente da Fundação Banco do Brasil

Emanuel Rodrigues
Diaconia
Recife - PE
81 3221-0508
www.diaconia.org.br