Livro Primeiras Águas - Poesias

Este é o livro I da série Primeiras Águas.

Campanha Gravatá Eficiente

Fomentando uma nova plataforma de discussão.

A Liberdade das novas idéias começa aqui.

domingo, 29 de agosto de 2010

RÁDIO UNIVERSITÁRIA AM - UFPE - AVISO IMPORTANTE:


A Rádio Universitária AM, emissora educativa da UFPE, está divulgando amplamente a campanha do Ministério Público Federal contra a venda de votos, que é um fato verificado em praticamente todo país, durante as eleições.

De trinta em trinta minutos, ao longo da programação da emissora, está sendo veiculado um spot para rádio em que o eleitor é alertado para as consequências danosas advindas da venda ou troca de votos por favores obtidos de políticos corruptos.

Essa divulgação é mais uma estratégia da Rádio Universitária AM em prol da formação da cidadania.


Prof. Lucivânio Jatobá

Coordenador Geral da Rádio Universitária AM/UFPE

A Rádio Universitária AM é sintonizada pelos 820khz, na faixa AM.

Ajude-nos a divulgar essa Campanha!

sábado, 28 de agosto de 2010

Contas públicas fora de controle




Correio brazilienses 28 agosto 2010, editorial

Visão do Correio


A irresponsabilidade fiscal atingiu níveis alarmantes. Nem a maior arrecadação de impostos da história recente do país dá conta da gastança desenfreada do governo nestes tempos de disputa eleitoral. No mês passado, faltaram R$ 14,3 bilhões para fechar as contas, o mais elevado deficit nominal da série para o mês de julho. No ano, o acumulado é de R$ 65,5 bilhões, o equivalente a 3,29% do PIB, também recorde.

Em plena crise internacional, quando, para evitar a recessão, foi obrigado a injetar dinheiro no mercado e a desonerar setores de alto potencial de geração de emprego, o governo conseguiu reservar R$ 3,2 bilhões para o pagamento de juros da dívida pública em julho de 2009. No mês passado, embora com receitas crescente, essa economia caiu a R$ 2,4 bilhões, o pior superavit primário para o período desde 2001. Para ter ideia mais precisa do tamanho do buraco, em 2008, quando o tsunami planetário ainda não chegara ao ápice, pouparam-se R$ 11,1 bilhões em julho.

A queda acentuada é preocupante. Para cumprir a meta de superavit primário fixada para o ano, de 3,3% do PIB (nos últimos 12 meses, não se chegou a dois terços desse percentual, ficando em 2,03%), o governo terá que economizar mais de R$ 10 bilhões por mês daqui em diante. Mas as evidências não são de opção pelo rigor fiscal e reversão das tendências. Pelo contrário. O Tesouro Nacional acaba de anunciar a redução da estimativa da economia para o pagamento de juros entre janeiro e agosto: de R$ 40 bilhões para R$ 30 bilhões. Em vez de aprimorar a pontaria, muda-se o alvo de lugar.

A deteriorização do quadro projeta futuro sombrio para o curto prazo. O mais provável é que o próximo presidente da República, seja Dilma Rousseff, como indicam as pesquisas de opinião, seja José Serra, segundo colocado, terá sérias dificuldades logo no início do mandato. A principal delas, a necessidade de promover forte ajuste nas contas públicas, com prejuízo para áreas vitais, como saúde, educação, segurança e assistência social. Também estará dificultada a indispensável e urgente redução da carga tributária. Observe-se que a equação de gastos elevados e juros altos resulta em inflação, que leva a mais arrocho monetário.

O círculo vicioso que sempre termina por tirar o ímpeto do crescimento da economia nacional somente será rompido com rigor fiscal. No ano passado, o governo emendou a situação com uma mágica contábil: simplesmente não computou como despesas, para efeito de cálculo do superavit primário, os gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A alternativa do jeitinho é danosa. O brasileiro passou por muito sacrifício até o país se estabilizar e alcançar o atual nível de credibilidade perante a comunidade internacional. O governo deveria aproveitar o aumento das receitas para dar sustentabilidade à economia. Basta de criar contas e mandar a fatura para o contribuinte.



Jorge Zaverucha, Ph.D.

http://sites.uol.com.br/jorgezaverucha

http://lattes.cnpq.br/4300374710235171

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O GOSTO DA VITÓRIA E DERROTAS ÚTEIS





Dilma agora vence em São Paulo, em Minas, no Sul, no interior do país e sobe cada vez mais entre lulistas


VINICIUS TORRES FREIRE ( Folha de São Paulo)


DESDE O início da campanha no rádio e na TV, José Serra (PSDB) perde cada vez mais votos para Dilma Rousseff (PT) entre os que consideram o governo Lula ótimo ou bom.


Parece um tanto óbvio, mas é a confirmação da hipótese de que, uma vez o presidente taumaturgo Lula fosse à TV dar seu toque sobrenatural em Dilma, votos incautos no tucano transmigrariam para a petista. Quem inadvertidamente ainda votava em Serra por desconhecer que "Dilma é a mulher de Lula" mudou de opinião ao ver os programas eleitorais na TV ou se ligar às discussões políticas suscitadas pelo início "pop" da campanha.


É o que se depreende da mais recente pesquisa Datafolha, publicada hoje nesta Folha. A distância entre Dilma e Serra aumentou pouco - de 17 para 20 pontos percentuais. A petista bate o tucano por 49% a 29% das intenções de voto. O que parece mais relevante, pois, é a informação de que, quanto mais eleitores assistem aos programas de TV, mais sabem que Dilma é a candidata do presidente considerado ótimo ou bom por 79% dos eleitores.


A parcela dos entrevistados que viram a campanha na TV foi de 34% para 39%. Os eleitores se dizem cada vez mais certos de sua escolha.



Quase tão lúgubre para o PSDB é a informação de que Serra perde até em São Paulo, Estado e capital, berço e encrave tucanos. Na pesquisa encerrada em 23 de julho, Serra batia Dilma por 44% a 30%. O levantamento fechado ontem deu Dilma por 41% a 36%.


Serra perde agora nas Minas Gerais de Aécio Neves, no Rio Grande do Sul, no Paraná. De julho para este final de agosto, a distância Dilma-Serra subiu de 5 pontos percentuais para 38 na Bahia; de 15 para 41 em Pernambuco. Perdeu ainda mais votos fora das capitais e regiões metropolitanas. Trata-se de uma invasão dilmista em todas as frentes; o centro da defesa serrista se rompeu.


Além de enfrentarem o sucesso popular do governo Lula, Serra e a oposição pagam a conta de oito anos de inércia política e intelectual, de inanidade programática e de descaso com bases partidárias e sociais, para não dizer mesmo demofobia, ojeriza ao povo.


Pela tendência da pesquisa e pela generalização dos reveses em quase todas as classes e regiões, a situação parece muito difícil, mesmo faltando um mês para votação, mesmo que um talho de cinco pontos nos votos de Dilma ainda leve a eleição para o segundo turno. Ainda que, hoje, Dilma vença Serra por 55% a 36% nesse eventual segundo turno, ressalte-se que a debandada e a desmobilização oposicionista seria um péssimo serviço ao país.


Eleição é um raro momento de debate e crítica amplos, por mais baixo que seja o nível da campanha, tal como o desta eleição vazia. O êxtase lulista parece cegar o país para vários problemas, em políticas sociais ou macroeconômicas.


Também muito importante, uma crítica bem-feita poderia ao menos limitar o excessivo à vontade da máquina governamental em suas intervenções politizadas, no mau sentido, em negócios e economia, em fusões de empresas, na capitalização politizada de uma estatal, na criação de estatais sem fundamento etc. O à vontade não para aí: ressalte-se a descoberta de outras ações criminosas de uma franja do petismo, que espiona sem cerimônia pessoas ligadas a Serra e ao PSDB.

vinit@uol.com.br

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

HOJE TEM POESIA E VIOLA.




O 34º Festival de Violeiros reunirá mais de 30 cantadores de todo o Nordeste.


A cultura popular vai se fazer presente logo mais às 19 horas no Pátio de Eventos Chucre Mussa Zarzar em Gravatá. O Festival Pernambuco – Festa da Estação abre suas festividades com o tradicional Festival de Violeiros que está em sua 34ª edição. Mais de 30 cantadores de todo o Nordeste se apresentam no placo móvel. Além das cantorias o público vai poder conferir sessões de poesias e declamação.

LEI DE DROGAS




Demóstenes Torres propõe cadeia para usuários


Enquanto alguém pode pensar que política, nestes meses, resume-se às eleições de outubro, está no site da Agência Senado uma proposta nonsense no contexto da revisão da Lei de Drogas. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) está propondo cadeia para usuários de drogas, com previsão de substituição da pena por tratamento de saúde (este último, o único atenuante da irresponsabilidade e do retrocesso da proposta do senador). Demonstra, o senador, que não tem a menor noção do que essa medida pode provocar na sociedade, e dá provas de que o Brasil ainda bate-cabeça quando o assunto é droga – sobretudo depois do crescente do consumo de crack.

Atualmente, as penas previstas para usuários são: advertência, prestação de serviços à comunidade e comparecimento a programas ou curso educativo. O retrocesso que o senador do DEM propõe para o Brasil é a substituição das penas alternativas pela detenção de seis meses a um ano de cadeia, aplicada a quem comprar, guardar, tiver em depósito ou carregar consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização.

Não é preciso muita inteligência para perceber o tom asinino irresponsável da proposta: nossas cadeias estão dramaticamente superlotadas e (caso a proposta seja aprovada, o que acho bastante improvável) irão à bancarrota final. Além disso, uma pessoa que possui alguma droga, no bolso ou em casa, deixará o status de usuário e ascenderá, no devir, ao nível de criminoso profissional formado na cadeia (verdadeiras escolas superiores do crime).

Ao invés de tratar o assunto como questão de saúde pública, talvez seja mais fácil para o Estado brasileiro lidar com o assunto assim: criminaliza o consumidor de drogas, carimba na testa dele a logomarca homo sacer, joga ele na cadeia e finge que não tem responsabilidade alguma com a saúde e a segurança públicas do País.

Com um retrocesso desses aprovado, caminharemos ainda mais depressa rumo ao buraco. Quem sabe não chegamos à Copa do Mundo com uma tropa ainda maior de bandidos profissionais?!?!


Outros senadores demonstraram um mínimo de inteligência, e alertaram que o tema precisa ser discutido e melhor avaliado antes de ir à votação. Antes de ir à Câmara, o projeto que propõe cadeia para usuários de drogas deverá ser discutido na Comissão de Assuntos Sociais e passar também pela Comissão de Constituição e Justiça. A proposta no site do Senado pode ser lida aqui.

Chamo o projeto de Demóstenes Torres de “irresponsável” por dois motivos: primeiro, porque, de fato, é irresponsável, pois não mede as consequências; segundo, por uma questão de decoro comunicacional, além do meu respeito aos asininos.

Autor: André Raboni - 23/08/10 às 13:18

Democratas proíbe coligações com o PT

Retirado do site dos Democratas Pernambuco

BRASÍLIA (Folhapress) - O comando do DEM aprovou ontem uma resolução que proíbe a coligação do partido com o PT em qualquer estado do País nas eleições de outubro. Principais opositores do governo federal, os democratas argumentam que não podem unir-se ao PT por interesses estaduais uma vez que os partidos têm “ideologias opostas” em sua essência. “Somos antagônicos, temos posições diversas de um governo que não cumpre com a sua palavra. O partido tem que apresentar à sociedade uma posição clara de onde vai estar durante as eleições”, disse o líder do DEM na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (SC).

A resolução aprovada pela Executiva Nacional do DEM entra em vigor de imediato, mas passará a valer de fato no momento do registro das coligações perante a Justiça Eleitoral. Segundo Bornhausen, o comando dos democratas terá poderes para intervir nos Estados que não seguirem a determinação -com a possibilidade de proibir eventuais uniões de petistas e democratas nas eleições regionais. “Em casos de desobediência, a Executiva tem o direito de intervir nas eleições estaduais”, disse o líder.

Pela tradição brasileira, apesar do combate entre governo e oposição no governo federal, muitas legendas oposicionistas se unem nos Estados e municípios com partidos governistas para conseguir eleger seus candidatos. Com a resolução do Democratas, os candidatos do partido ficam proibidos de formar coligações com o PT sob pena de ter que responder ao comando da legenda.

A decisão dos democratas, no entanto, não se estende aos demais partidos da oposição. “Cada macaco no seu galho, cada partido tem a sua forma de agir”, disse Bornhausen.

GENTE, ACESSEM O LINK ABAIXO E DECIDAM SE VOCÊS CHORAM OU SE RIEM

terça-feira, 24 de agosto de 2010

DESSA VEZ DÁ PARA TIRAR O CHAPÉU PRA ELES.. LEIAM...



Nota de esclarecimento do Casseta & Planeta aos Deputados...

Vejam a noticia... depois leiam a resposta do pessoal do Casseta e Planeta ao Deputados... . A Nota de Esclarecimento realmente é digna dos Cassetas.

Jornal O GLOBO (BRASÍLIA- DF)

Câmara se queixa do "Casseta & Planeta":

Pressionada por deputados, a Procuradoria da Câmara vai reclamar junto à Rede Globo pelas alusões feitas no programa 'Casseta & Planeta' exibido terça-feira passada

Os parlamentares reclamaram especialmente do quadro em que foram chamados de 'deputados de programa'. Nele, uma prostituta fica indignada quando lhe perguntam se ela é deputada!


O quadro em que são vacinados contra a 'febre afurtosa' também provocou constrangimento.

Na noite de quarta-feira, um grupo de deputados esteve na Procuradoria da Câmara para assistir à fita do programa. Segundo o procurador Ricardo Izar (PMDB-SP), duas parlamentares choraram (coitadinhas) . Izar se encontrará segunda-feira com representantes da emissora, para tentar um acordo, antes de recorrer à Justiça.

O presidente da Câmara também se disse indignado: - O programa passou dos limites. Eles têm talento suficiente para fazer graça sem desqualificar a instituição (que instituição?), que garante a liberdade para que façam graça.

O diretor da Central Globo de Comunicação, Luís Erlanger, disse que a rede só se pronuncia sobre ações judiciais, depois de serem efetivadas.

Os humoristas do Casseta & Planeta não quiseram falar sobre o assunto,

dizendo não querer 'dar importância à concorrência' .

Segue agora a Nota de Esclarecimento enviada pelos Cassetas:


NOTA DE ESCLARECIMENTO:

'Foi com surpresa que nós, integrantes do Grupo CASSETA & PLANETA, tomamos conhecimento, através da imprensa, da intenção do presidente da Câmara dos Deputados de nos processar por causa de uma piada veiculada em nosso programa de televisão. Em vista disso, gostaríamos de esclarecer alguns pontos:

1. Em nenhum momento tivemos a intenção de ofender as prostitutas . O objetivo da piada era somente de comparar duas categorias profissionais que aceitam dinheiro para mudar de posição.

2. Não vemos nenhum problema em ceder um espaço para o direito de Resposta dos deputados. Pelo contrário, consideramos o quadro muito adequado e condizente com a linha do programa.

3. Caso se decidam pelo direito de resposta, informamos que nossas gravações ocorrem às segundas-feiras, o que obrigará os deputados a ' interromper seu descanso ..'

Equipe do Casseta & Planeta

Vamos ver alguns candidatos para a próxima eleição:



Prestem atenção no Grau de Instrução

No Esporte:

Acelino Popó Freitas (PRB-BA)- O boxeador concorre a deputado estadual
Maguila (PTN-SP)- Ex-boxeador,quer ser deputado federal
Marcelinho Carioca (PSB-SP)- Ex-jogador, concorre a deputado federal
Romário (PSB-RJ)- Ex-jogador, busca uma vaga na Câmara Federal
Vampeta (PTB-SP) - Ex-jogador, concorre a deputado federal
Fabiano (PMDB-RS) - Ex-atacante do Inter, é candidato a deputado estadual
Danrlei (PTB-RS) - Ex-goleiro do Grêmio, concorre a deputado federal

Na Música:

Gaúcho da Fronteira (PTB-RS) - Músico concorre a deputado estadual
Kiko (DEM-SP) - Membro do grupo KLB, concorre a deputado federal
Leandro (DEM-SP) - Integrante do KLB, concorre a deputado estadual
Faltou o Bruno... aí poderiam até lançar um novo partido chamado KLB.
O que mais tem nesse país é gente safada e partido político!!!
Netinho (PCdoB-SP) - Cantor do grupo Negritude, concorre a senador (Aquele que bateu na mulher, lembram?)
Reginaldo Rossi (PDT-PE) - Cantor, concorre a deputado estadual
Renner (PP-GO) - Integrante da dupla Rick&Renner, concorre ao Senado
Sérgio Reis (PR-MG) - Cantor e ator, concorre a deputado federal
Tati Quebra-Barraco (PTC-RJ) - Funkeira, concorre a deputada federal

Na Televisão:

Ronaldo Esper (PTC-SP) - O estilista quer ser deputado federal
Pedro Manso (PRB-RJ) - Humorista, disputa na vaga na Assembleia Legislativa
Dedé Santana (PSC-PR) - Humorista, quer ser deputado estadual
Tiririca (PR-SP) - Humorista, disputa uma vaga na Câmara Federal
Batoré (PP-SP) - Humorista, quer uma vaga na Câmara Federal

No Pomar:

Mulher Melão (PHS-RJ) - Cristina Célia Antunes Batista concorre a deputada federal
Mulher Pera (PTN-SP) - Suellen Aline Mendes Silva quer ser deputada federal











































segunda-feira, 23 de agosto de 2010

GRITO DOS EXCLUIDOS 2010 - 16ª EDIÇÃO


http://www.jubileubrasil.org.br/artigos/gritamos-por-direitos/image/image_view_fullscreen


O lema do Grito dos Excluídos/as deste ano coloca na agenda de mobilizações o debate sobre a defesa dos direitos e a necessidade de construir um projeto popular. O Brasil ainda representa uma das sociedades mais desiguais do planeta. Entre no movimento.


Onde estão nossos direitos?

Vamos sair às ruas para construir o projeto popular



Por que Gritamos?

Recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traça o mapa da pobreza no Brasil. Revela que a concentração de renda cai de forma extremamente lenta. O país ainda representa uma das sociedades mais desiguais do planeta. Por outro lado, a crise econômica, embora se repita que não tenha passado de uma “marolinha”, aumentou a disparidade socioeconômica.

Alguns números ilustram a pesquisa citada. Os 18 milhões mais ricos (10% da população nacional) detêm 18 vezes a renda dos 70 milhões mais pobres (40% da população). Em outras palavras, os 20% mais ricos do país detêm 60% da riqueza do Brasil, enquanto os 20% mais pobres ficam apenas com 2% da renda nacional. Os desequilíbrios sociais persistem apesar do desenvolvimento
.
A desigualdade social apresenta diferenças regionais flagrantes no interior do território nacional. Conforme estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), sobre a “desigualdade de renda no território nacional”, 1% dos municípios mais ricos respondem por 47% do Produto Interno Bruto (PIB); por outro lado, 70% das cidades mais pobres representam 14,7% do PIB.

Gritamos porque os números acima – entre tantos outros – revelam nomes, rostos pessoas e situações em que o desequilíbrio social se perpetua há décadas, há séculos. As estatísticas e porcentagens constituem o retrato da coexistência, nem sempre pacífica, entre pobreza e riqueza. Conforto e bem estar de um lado, miséria e marginalização social de outro. São os eternos contrastes dos “dois Brasis”! Na verdade, uma única sociedade com dupla face: a exclusão social da maioria é o avesso da inclusão privilegiada da minoria.
Mesmo a olho nu, um simples giro pelas cidades e pelo campo bastaria para flagrar imensos latifúndios vazios e improdutivos ao lado de populações famintas; condomínios de alto padrão, cerrados atrás de sofisticados sistema de segurança, ao lado de favelas e periferias em condições precárias; edifícios de classe média ao lado de cortiços, luxo e desperdício ao lado de grupos que disputam com os cães e os abutres os restos de comida podre nos lixões...

Isto para não falar do escândalo do duplo sistema previdenciário, planos de saúde para os ricos e INSS para os pobres; do duplo sistema escolar, privado para os privilegiados, público para os que não podem pagar; do duplo meio de transporte, helicóptero e carro individual para uma casse, ônibus e trens abarrotados para outra; do duplo sistema judiciário, prisão preventiva para os negros e pobres enquanto aguardam julgamento, liminares e habeas corpus para os crimes de colarinho branco, e assim por diante.

A pesquisa do IBGE, o estudo do IPEA e um rápido sobrevôo sobre nossa sociedade mostram que não bastam as políticas compensatórias do “bolsa família” ou do “micro crédito”, além de outras providências do gênero. O que precisamos é de políticas públicas que impliquem verdadeira distribuição de renda e riqueza. Justiça e não esmola, distribuição do bolo e não as migalhas que caem da mesa!

domingo, 22 de agosto de 2010

Você sabe quem eu sou?



Uma pessoa me contou que recebeu na sua escola um vereador de Gravatá. Como estava responsável pela recepção, acompanhou o ilustre pelas dependências da escola. Ao se despedir dessa pessoa, o vereador perguntou:
- Você sabe quem eu sou?
A funcionária, muito educadamente respondeu:
- Não, eu n sei quem é o senhor. Deveria?
E o rapaz sentenciou:
- Eu sou o Vereador “fulano de tal”.


Parei um pouco para refletir. Qual a diferença entre ser e estar? O que precisamos para ter consciência das nossas limitações? Faltaria humildade para quem não reconhece que apenas “estamos” usufruindo de um status passageiro?

Muitas vezes ocupamos determinados cargos e esquecemos que estes são passageiros. Nunca ouvi nenhum político dizer: eu estou vereador, eu estou deputado, eu estou prefeito. Pelo contrário, afinal estes cargos são passageiros, estes políticos estão temporariamente exercendo seus mandatos.

É uma pena que nossos políticos esquecem deste fato. Esquecem que um dia foram alunos, e que uma professora ensinou-lhes a ler e a escrever. Professores ensinaram a pensar e mudaram o rumo de suas vidas.


E quanto a nós, professores? “Eu sou professor?” Ou “eu estou professor?”.

Existe uma grande diferença. Quem está professor está por um período determinado, trabalha por uma questão circunstancial, se houver uma oportunidade deixará o cargo. Quem é professor, é apaixonado pelo ensino, sente-se auto-realizado, tem um senso de missão. Trabalha consciente do seu papel na sociedade. Conheço dezenas de professores, espalhados pelos quatro cantos de Gravatá, que trabalham por amor à sua profissão e aos alunos. São verdadeiros professores e educadores.


É uma pena que estes que estão políticos, esquecem dos que são professores.

É uma pena que estes homens que estão políticos, esquecem que “está” hoje, amanhã vai acordar e perceber que viveu de aparências, de ilusões, vive induzidamente.

É uma pena que estes homens que estão políticos, não vivem de forma consciente, equilibrada e em paz consigo mesmo e com a sua posição passageira.

Torcemos para que nossos vereadores não se esqueçam de que é possível viver a vida política, aproveitando o que ela tem de bom, com o pé no chão e cabeça nas estrelas.



A opção entre o "ser" e "estar" está em cada um e só cada um pode optar por onde quer caminhar e se quer construir uma ordem interior (humildade) ou exterior (arrogância) e para isso precisa de muita energia mental através do querer interior e não do querer exterior a si. O caminho é longo e começa agora.

“Os homens não sabem dar prazer sexual às suas mulheres”





A revolução sexual dos anos 70 não trouxe a liberdade sexual. Ao contrário, hoje somos mais exibicionistas, mais preocupados com nossa aparência e até imitamos os atores do cinema pornográfico, quando estamos na cama com nossos parceiros. Essas são algumas das conclusões do médico psiquiatra paulista Flávio Gikovate (foto), que lança o livro Sexo (MG Editores). Gikovate, há mais de quarenta anos na profissão e autor de mais de 25 livros, entre eles A Libertação Sexual e Ensaios sobre Amor e Solidão, agora se propõe a rever como encaramos a sexualidade.
O psiquiatra ainda diz que há ainda muito preconceito entre o feminino e o masculino e que a valorização excessiva da beleza atrapalha os relacionamentos. Para quem quiser conhecê-lo, Gikovate irá fazer um bate- papo com leitores, no sábado 28, na livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo. Segue a entrevista que fiz com ele por telefone:




Em seu livro, você diz que a emancipação sexual não levou à liberdade sexual. Por que?

O que se vê hoje é um momento de exibicionismo feminino, uma rivalidade maior entre as mulheres para saber quem tem maior sucesso entre os homens e uma disputa maior entre os homens para conseguir as mulheres mais atraentes. Além disso, há uma ênfase exagerada na aparência física e uma obsessão pelas coisas superficiais. As pessoas ainda fazem práticas sexuais, de acordo com os filmes pornográficos, que se tornaram referência para as trocas eróticas. O resultado é muito triste e é o oposto do que se pretendia com os movimentos pela emancipação sexual.




Mas não houve um avanço nas conquistas femininas?

O mais relevante foi a emancipação das mulheres e a pílula anticoncepcional que criou uma oportunidade de igualdade entre homens e mulheres. Porém, infelizmente, as mulheres copiaram os padrões masculinos. No movimento hippie, era o contrário: os homens buscavam um jeito mais delicado de ser. Eles usavam bolsas, batas indianas, chinelos de dedo. Nos anos 80, elas começaram a usar o terno e a gravata e passaram a competir mais com os homens. A entrada das mulheres no mercado de trabalho dessa maneira foi ruim, porque atiçou ainda mais a disputa entre todos os lados. É importante dizer que foram elas que ganharam essa disputa. Hoje há mais mulheres nas universidades e, em países como os Estados Unidos, elas já ganham mais que os homens. Só que elas fizeram isso dentro de um padrão masculino.




Por que você diz que os homens ainda não sabem dar prazer às mulheres?

Os homens começaram a oferecer mais prazer às mulheres, mas por conta da indústria pornográfica, eles retrocederam. Nos anos 70, o relatório Hite (Relatório Hite sobre a Sexualidade Feminina, de Shere Hite) explicou que a maioria delas tinha orgasmos com a estimulação clitoriana e não pela penetração vaginal. Para as mulheres, isso foi um grande alívio, porque muitas das que tinham orgasmo clitoriano se sentiram normais. Antes disso, a psicanálise considerava o orgasmo clitoriano como algo infantil, o que era uma bobagem. Então esse relatório liberou as mulheres para terem o orgasmo clitoriano. Só que com o avanço da indústria pornográfica, o orgasmo vaginal voltou a ser valorizado, talvez por ser mais cinematográfico. Então, as mulheres voltaram a se sentirem frustradas e, hoje fingem orgasmos vaginais como nunca, até imitando os filmes, com os barulhos e vozes.




O acesso à pornografia na internet tem algum tipo de influência nos relacionamentos?

Claro que sim. Há 15 anos, as mulheres detestavam o sexo anal. Agora, ele é bom. Quem inventou isso? A indústria pornográfica. Sempre doía, agora não dói mais. Isso parece moda. Quando eu era menino, o sexo anal era mais comum, porque as meninas queriam permanecer virgens. Se elas faziam sexo anal, os meninos achavam o máximo conseguir a relação vaginal. Teve uma época que nem prostituta fazia sexo oral. Hoje qualquer menino de 14 anos faz sexo oral na paquera, antes mesmo de beijar. Curioso isso, não?




Você diz que é importante distinguir desejo de excitação. Por quê?


O que eu digo é que na criança só existe excitação. Porque sexo e amor são coisas bem distintas. Então, quando você não separa essas duas coisas, parece que a criança sente desejo sexual pela mãe, o que não é verdade. O que ela sente é amor pela mãe e o que ela quer é o colo, um remédio para o seu desassossego, um alívio, um amparo. O amor acontece desde o primeiro momento de vida da criança. Já o sexo aparece quando ela tem dois anos e começa a tocar certas partes de seu corpo e descobrir que há sensações agradáveis, a excitação. Portanto, descobre a excitação por nós mesmos, enquanto que precisamos do outro para saber o que é amor. A excitação segue assim por toda a infância, mesmo quando as crianças brincam de trocar carícias e imitam o que vêem como parte da vida adulta. Na vida adulta, o desejo aparece a partir da puberdade por conta da estimulação visual, principalmente nos homens. Já as mulheres ficam excitadas ao perceberam que são desejadas. Elas desejam serem desejadas. Portanto, isso não é desejo e sim excitação. O desejo é mais ativo, é a vontade de atacar o outro, de agarrar o outro e envolve um objeto externo, como estimulador do sexo. A excitação pode ser feita sem o outro, só pela via táctil.




É possível separar o sexo do poder?

Sexo e poder tem parentescos muito próximos. E eu não gosto desse lado aristocrático do sexo, porque justamente favorece uma pequena maioria e prejudica a grande maioria. E tudo o que se tentou fazer no movimento “faça amor e não faça guerra” não deu certo, porque o sexo está a serviço da guerra. Nos homens, é muito forte a relação entre sexo e agressividade. Quando se libera a sexualidade, a agressividade é liberada. Não existe o “fazer amor”, existe o “sentir amor”.




Por que você diz que existe ainda hoje uma maior disponibilidade feminina do que masculina?

Entre o feminino e masculino existem duas grandes diferenças, uma é a do desejo visual. A outra é que, no homem, existe um período chamado refratário. Depois que ele ejacula tem um período de desinteresse sexual, de quase aversão à sexualidade que pode ir de dois minutos até 24 horas. Dependendo da idade do homem, da parceira. Isso é uma indisponibilidade sexual. A mulher mesmo depois mesmo depois de um ou múltiplos orgasmos, ela tem uma excitação residual. Ela continua disponível sexualmente. Isso faz com que ela possa ter dez relações sexuais numa noite. Nos casais, é sempre melhor que a mulher tenha orgasmo primeiro. Até na indústria de sacanagem, quando o homem ejacula, para o filme.




Por que você diz que dar valor à beleza pode se levar a um complexo de inferioridade?

Porque a grande maioria das pessoas não tem a beleza. Em uma cultura que se valoriza excessivamente a beleza, ela condena à frustração e a um sentimento de inferioridade mais de 90% das mulheres, por conta do desejo masculino estar ligado ao visual. Se você diminui a chance de moços e moças e isso não era absolutamente relevante. A competição entre homens e mulheres não poderia ser maior que a de hoje.




Você afirma que se o mundo fosse mais liberal, teríamos mais bissexuais. Explique.

Seria de se esperar um aumento da bissexualidade, se vivêssemos num mundo mais liberal. Os meninos continuam a não se encostar uns nos outros, porque senão seriam gays para sempre. O preconceito contra a intimidade entre dois homens continua tão forte quanto no passado. O menino mais delicado e menos afeito aos esportes continua sendo mal visto pela família e até pela própria mãe. Com as meninas sempre foi diferente – elas sempre puderam brincar umas com as outras. Na minha adolescência, elas andavam de mãos dadas, algumas até se beijavam e não eram homossexuais.



Como você vê a exposição sexual na internet?

O sexo virtual vai substituir o casual. Isso porque o sexo casual já é virtual. Quando um homem sai com uma prostituta que o chama de bem e não um por nome, isso não é uma relação. A relação a dois implica ter mais intimidade. As feministas detestavam falar que mulher gosta de ser objeto do desejo. Na verdade, elas sempre adoraram isso. Hoje, elas vão à internet para serem desejadas. Uma das fantasias femininas é estar num clube de strip-tease e todos os homens estarem babando. Tirar a roupa na internet é levar essa realidade para o mundo virtual. Isso é parte do exibicionismo feminino.




Explique a seguinte frase de seu livro: “os cafajestes são a referência masculina e os que não são o invejam”.


É verdade, porque no sexo casual, no sexo do desejo, prevalecem os cafajestes. No sexo romântico, prevalece a excitação. Se eu estou casado há 20 anos com a mesma mulher, evidentemente não morro de desejo por ela. O desejo visual vai se desgastando no convívio, mas o prazer e a troca de carícias não se esgotam da mesma maneira. No sexo romântico, predomina a excitação. No amor, o sexo não é protagonista. Nesse mundo da conquista, o sexo é o protagonista. O cafajeste é o que tem mais cara de pau, fala mentiras, promete casamento e, com essa cara de pau, ele mexe com a vaidade feminina. As mulheres se sentem tão estimuladas que acabam cedendo. E os bobões que querem ser sinceros, aqueles que não mentem, se tornam irrelevantes. Mas isso também vai mudar, porque no mundo virtual, os cafajestes não se sobressaem.


FONTE:

Época - Blog Mulher 7 por 7 Sete mulheres falam sobre tudo Um blog mantido por sete mulheres, entre elas, editoras, redatoras e repórteres de revistas da Editora Globo. Elas trazem assuntos interessantes, divertidos, úteis e polêmicos.

sábado, 21 de agosto de 2010

Um desabafo.

Separar joio do trigo; dar a Cesar o que é de Cesar; ser justo e imparcial, mesmo que corte na carne.

Desde muito cedo, graças aos movimentos sociais e populares que participei, aprendi a desenvolver diversos valores e como conseqüência, ser um cidadão cada vez mais crítico, consciente e liberto de atavismos preconceituosos.

Aprendi, por exemplo, que todos os seres humanos estão mergulhados na política, mesmo que não queiram. Aprendi que valorizar os dons de cada um, mesmo que sabendo que todos têm defeitos. Aprendi que o caminho do diálogo, da transparência, da moral e da ética devem ser valores práticos e não simplesmente bandeiras usadas contra nossos “adversários”. Aprendi, acima de tudo, que o que mais importa é você ser sempre justo; que saiba separar joio do trigo; que saiba dar a Cesar o que é de Cesar, mesmo que isso lhe doa na própria carne, fazendo política com “P” maiúsculo e jamais apelar para a política pessoal, como costumeiramente assistimos em nossa cidade.

Dadas as devidas proporções ao que penso e faço dentro da vida social e política em que me encontro, é importante fazermos uma consideração pertinente. Ter respeito pela vida humana é ato primordial para quem almeja ter um cargo político. Ter consciência da dor da perda de um ente querido é fator indispensável para quem deseja ser reconhecido, principalmente, como político respeitável. Ter humildade e dignidade em reconhecer a figura de um político que administrou uma cidade (bem ou mal, o que importa agora?) tombado pela força do tempo, é para poucos realmente.

Semana passada, no dia 17, Gravatá sepultou um dos seus filhos ilustres. O ex-vereador e ex-prefeito (único nascido na cidade) Silas Salgado teve sua vida ceifada por uma doença que mata silenciosamente milhões de pessoas no mundo. A prefeitura e a secretaria de educação decretaram três dias de luto oficial na cidade, entre os dias 17, 18 e 19 de Agosto. As bandeiras foram colocadas a meio mastro e, no dia 18, a cidade parou para se despedir do “Nego Bom”.

Segundo me consta, luto oficial é uma praxe usada pela diplomacia mundial que se estendeu até em pequenas prefeituras que tem a autonomia de, inclusive, decretar ponto facultativo. Foi o que fez a prefeitura de Gravatá, através do prefeito em exercício, João Paulo.

Quando voltei para casa, após o sepultamento de Silas Salgado, com forte dores de cabeça, cansado pelos dois dias de luto (haja vista ser o mesmo pai de uma das pessoas que eu mais estimo nessa cidade), encontro, bem ao lado de minha casa, um carro de propaganda de um político candidato a deputado, que não é de nossa cidade, embora o carro pertença a um político da cidade.

O carro gritava o nome e o número do candidato para todo o bairro de São José e de Maria Auxiliadora. Além da música, um cabo eleitoral, ao lado do condutor, pedia voto para o referido candidato. Nesse caso, eu até reduzo o peso da responsabilidade do candidato. Imputo total responsabilidade ao cabo eleitoral, residente em Gravatá e conhecedor do luto oficial, com quem contra-argumentei, sem sucesso.

Mais adiante encontro outro carro, desta vez de um candidato a deputado, filho da terra…

Olhei para minha esposa e perguntei: Será que não se tem mais respeito pela morte de ninguém? Será que não podemos respeitar mais a dor da família Salgado? Será que os candidatos não podem parar por um dia as suas campanhas? Minha esposa, Kelia, me olhou e questionou: Será que todos os candidatos estão em campanha hoje?

Para responder a sua pergunta, percorremos as principais ruas da cidade. Saímos pela via local, desde a Locar até o posto Petur. Voltamos pela Rua 15 de Novembro, passando pelo centro da cidade até chegarmos à Rua Sete de Setembro. Resultado dessa incursão?

Encontramos duas vezes os mesmos carros, dos mesmos candidatos, além de bicicletas e motos de som, circulando as propagandas dos respectivos candidatos. Menos um. Não encontramos nenhum carro do candidato Joaquim Neto circulando pelas ruas.

Joaquim Neto que esteve presente na noite anterior a morte de Silas, visitando-o no Hospital Paulo da Veiga e também no velório nas dependências da Câmara, foi o ÚNICO candidato a Deputado Estadual que respeitou o luto da família Silas Salgado.

E é em nome da família do Silas Salgado, em meu nome e em nome de muitas pessoas que também contataram o respeito dado por Joaquim Neto, que registro aqui meu voto de repúdio a todos que não sabem esquecer um pouco dos seus umbigos e olhar para o lado. Política se faz com gente humana que reconhece gente humana, que admite que precisa de gente humana…

21 ANOS DA MORTE DO MALUCO BELEZA


BIOGRAFIA

Raulzito nasce em 1945, no dia 28 de junho. Filho de Raul Verella Seixas e Maria Eugênia Santos Seixas. Pai engenheiro e mãe dona de casa. É registrado como Raul Santos Seixas. Raul por causa do pai, e do avô paterno. Seu avô era Raulzão, o pai Raul, ele Raulzito, e dizia que se tivesse um filho homem, sem duvida, seria Raulzitinho. Quando Raul tinha três anos de idade nasce seu único irmão, Plínio Santos Seixas.

Em 1957 a família se muda para uma casa ao lado do Consulado Americano, com isso Raulzito tem muito cedo contato com o Rock and Roll, e aprende inglês também muito cedo. Pouco depois, junto de Waldir Serrão, animador de festas da época, monta o primeiro fã-clube de Elvis Presley, o Elvis Rock Club.

Em 1962, com 17 anos, monta sua primeira banda de Rock, com o nome Relâmpagos do Rock junto de Décio Gama e Thildo. Apresentam-se na Tv Itapoan e fazem shows em clubes. Mais além, a banda muda o nome para The Panthers (Os Panteras), e novamente se apresenta na televisão, no programa Escada do Sucesso, ficando assim conhecido na cidade.

Raul não pensa muito na escola, repete vários anos. Gosta de estudar em casa, lendo os livros na biblioteca particular de seu pai. Além de livros, Raul se dedica muito à música, coisa que seus pais não concordavam e não apoiavam. Seu grupo, The Panthers, grava em estúdio pela primeira vez em 1964. Duas músicas: Nanny, e Coração Partido (versão de Raul Verella Seixas). Porém o compacto não chega ao comércio, estando hoje em dia, talvez, nos pertences de Sylvio Passos.

Em 1966, conhece sua primeira legitima esposa, Edith Wisner. Filha de um Pastor. O Pai de Edith não queria de forma alguma o casamento dos dois, então mandou a filha para os estudos nos Estados Unidos. Mesmo assim não perderam contato, e se correspondiam muito por cartas. Quando ela retorna ao Brasil, no aniversário de Raul em 1967, se casa com Edith, completando apenas 21 anos.

Raul, para se sustentar, da aulas de violão e inglês. Jerry Adriani, cantor da época, convida Raulzito e os Panthers para sua turnê pelo Norte. Durante a turnê, também os convida para ir ao Rio de Janeiro tentar a sorte com a música. Gravam seu primeiro e ultimo LP para comércio, que acabou sendo um fracasso.

Eram muito jovens e não tinham muita experiência com a música comercial. Raulzito chamou esse tempo de "A Época Da Fome", teve de dividir feijão com seus parceiros, e mostra isso na música Ouro de Tolo. "Depois de ter passado fome por dois anos aqui na cidade maravilhosa". Voltam para a Bahia desiludidos.

Em 1970 volta ao Rio de Janeiro com o emprego de produtor da CBS, convidado por Evandro Ribeiro, o diretor da gravadora. Leva Edith consigo e tem sua primeira filha, Simone.

Na CBS produz disco de Renato e seus Blue Caps, Jerry Adriani, Leno, Sergio Sampaio e muitos outros. Produz também para a banda FEIN, de Jay Vaquer e Jane Duboc, um compacto com letras sobre ecologia - Polution - que é proibido pela censura. (A banda FEIN foi o primeiro conjunto de metal pesado no Brasil, Jay usava um amplificador Marshall com 200 watts e duas caixas de som, com a guitarra Gibson Les Paul e Fender Stratocaster, o baterista Bill French usava duas caixas de bombo, o conjunto especializava-se em musicas de Led Zeppelin, Jimi Hendrix, e os conjuntos de metal que não eram conhecidos no Brasil.

Raul aproveitara este conjunto para gravar o LP de teste para Menescal, "Os 24 Sucessos da era do Rock", e como gostaram, Raul conseguiu fazer o LP Krig Ha Bandolo. FEIN também fez a apresentação no Festival Internacional da Canção, com Let Me Sing. Esse conjunto americano foi o centro do som de Raul no começo. Quando os integrantes do conjunto foram de volta para os USA, Jay ficou com Raul como diretor musical, arranjador e guitarrista.

Em 1971, um ano após conseguir seu emprego na CBS , faz um dos LPs mais interessantes da sua carreira, Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez, em parceria com Sergio Sampaio , Mirian Batucada e Edy Star. Evandro Ribeiro não permitiu que Raul gravasse um disco solo, então Raul começou a gravar suas faixas durante a gravação de outros músicos, até gravar o suficiente para montar um LP. Depois disso muitas histórias dizem que ele foi despedido da CBS, mas na verdade foi contratado pela RCA . Aceitou a oferta de Elizete Duarte, diretora da gravadora, e foi trabalhar como produtor. Isso também é citado na musica Ouro de Tolo "Porque eu tenho um emprego, sou o dito cidadão respeitável, e ganho quatro mil cruzeiros por mês"

Em 72 participa do Festival Internacional da Canção por insistência de Sergio Sampaio, com a participação do conjunto FEIN, onde entra com duas músicas: Let me sing , Let me sing e Eu sou eu nicuri é o diabo. As gravações originais desse Festival estão contidas no LP O Baú do Raul. A partir desse Festival se da bem com a música, fazendo contrato com a gravadora Philips.

Um ano após, em 73, conhece Paulo Coelho, e é ai que começa a Sociedade Alternativa. Lança dois LPs, um seguido do outro, "Os 24 maiores sucessos da era do rock" produzido por Roberto Menescal e Nelson Motta, com grandes sucessos de rock and roll. Todos os arranjos eram de Jay Vaquer e a gravação era com o conjunto FEIN, mas nenhuma música de autoria de Raul. Seu nome não aparece na capa, pois este disco era um teste. Em seguida lança seu primeiro LP Solo, Krig-Ha, Bandolo também com o conjunto FEIN. Este com músicas escritas por Raulzito e Paulo Coelho.

Durante os shows é distribuído gibis, de nome Manifesto Krig-Ha, com mensagens da Sociedade Alternativa. A polícia não gosta nada disso e recolhe todos os gibis. Também recolhe Raul Seixas e o exila do Brasil, mandando-o para os Estados Unidos. Muitas histórias são contadas sobre sua estadia nos Estados Unidos, como seu encontro com Jerry Lee Lewis, com John Lennon, mas ninguém sabe ao certo se são verdadeiras, Raul dizia que sim, porém Ângela Costa declara em entrevista que essas histórias são fantasiosas.

Raul Seixas deixa no Brasil o LP Gita, em 1975, e com o sucesso pôde voltar ao Brasil (Vende 600.000 Mil cópias). Separa-se da sua esposa, Edith, que volta para os Estados Unidos com a filha. Com Gita, grava um videoclipe, e também ganha um disco de ouro com a música que dá nome ao LP.

No mesmo ano, casa-se com Gloria Vaquer, irmã do seu guitarrista Jay. Este é o ultimo casamento de Raul Seixas, os próximos não são oficiais. Participa do Hollywood Rock, no Rio de Janeiro e lança o LP Novo Aeon, (este disco foi a primeiro sem a participação de Jay). O LP lançado a dois anos atrás , "Os 24 maiores sucessos da era do rock" , é reeditado, agora com o nome de 20 Anos de Rock , e o nome de Raul Seixas na capa. Raul Seixas viaja com Gloria e Jay para os Estados Unidos e escreve o roteiro para o filme Triangulo do Diabo, que não foi filmado, apenas escrito. Jay Vaquer filmou vários videoclipes de Raulzito, e Raul o convenceu a voltar ao Brasil para gravar Há Dez Mil Anos Atrás.

No próximo ano, 1976, vem coisas novas pela frente. Nasce sua segunda filha, e primeira com Glória, Scarlet Vaquer Seixas. Lança o LP Há Dez Mil Anos Atrás, com várias faixas escritas em parceria com Jay Vaquer, e acabando sua parceria com Paulo Coelho. Acabando também com seu contrato com a Philips.

Em 1977 nasce no Brasil uma nova gravadora, a WEA, que se interessa em contratar Raul Seixas. No ano anterior Raulzito coletava material para fazer um disco, Raul Rock Seixas, que diziam ser um disco feito de resto de gravações, mas na verdade a história era outra. Porém antes de Raul Seixas terminar os materiais, em sua ausência por causa de shows, a Fontana/Phonogram lança o disco sem avisá-lo.

Logo após isso, Raulzito de cara nova, sem barba e de cabelos curtos, grava um novo disco, O Dia em que a Terra Parou, pela WEA. Jay so tocou e fez arranjos nas musicas "Fundo Do Quintal" e “Tapa na Cara". Nesse disco, em uma faixa "Que Luz é Essa", tem a participação muito especial de Gilberto Gil.

Também nesse ano se separa de sua ultima esposa oficial, Gloria Vaquer. (depois que a Gloria voltou para os Estados Unidos, Raul e Jay alugaram um apartamento em Copacabana). Jay e Raul fizeram shows pelo Brasil e Jay foi para California em 1978.

1978 foi um ano difícil. O alcoolismo começa a prejudicar seu trabalho, e passa alguns meses numa fazendo na Bahia para de recuperar da pancreatite. Lança o LP Mata Virgem com a volta da parceira de Paulo Coelho, mas não deu muito certo, os dois não se davam bem. Nesse LP, na faixa Pagando Brabo tem a parceria de Pepeu Gomes. Começa a namorar Tânia Barreto, mas não chegou a se casar.

Em 79 lança seu ultimo LP com a Warner, Por Quem os Sinos Dobram, e logo após rescinde o contrato com a gravadora. Nesse LP tem um novo parceiro, Oscar Rasmussen, e Sérgio Dias participa de algumas faixas do LP. Acaba seu relacionamento com Tânia e conhece Ângela Costa, secretária da imprensa da gravadora, e começa novo relacionamento. Nesse ano faz uma operação e perde metade do pâncreas, e também resolve se mudar para São Paulo.

Em 1980 assina contrato com CBS, e grava um novo disco, Abre-te Sésamo, com a parceria de um velho amigo, Cláudio Roberto . Inclui uma música de seu pai, Minha Viola. A faixa Rock Das Aranhas foi censurada. Em 1981, rescinde contrato com a CBS, por pedirem que gravasse um Cd em homenagem a Lady Diana. Nasce sua terceira e ultima filha, Vivian Costa Seixas, apesar de Raul não ter se casado com Ângela.

Também em 81, Sylvio Passos funda o Raul Rock Club, em São Paulo, que foi nomeado pelo próprio Raul Seixas como Raul Seixas Oficial Fã-Club. Em 1982 apresenta-se no Festival Música na Praia, para um publico de 180 mil pessoas. A TV Cultura transmite o show simultaneamente. Num show da cidade de Caieiras, em São Paulo, é tido como um impostor dele mesmo, onde o publico acredita que aquele não era Raul Seixas. Por não portar documentos de identificação foi preso e espancado pelo delegado e policias (porcos). Retorna ao Rio de Janeiro, e começa a trabalhar em um livro, As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thoth, junto de Paulo Coelho.

Em 83 assina contrato com a gravadora Eldorado, que lança o álbum Raul Seixas. Especial participação de Wanderléa na música “Quero Mais” (censurada sem motivos claros). Lançamento do primeiro LP ao vivo de Raul "Raul Seixas Ao Vivo, Único e Exclusivo", gravado na sociedade esportiva Palmeiras. Nesse mesmo ano participa de um especial infantil na rede globo "Plunct Plact Zum", que o consagra e faz ganhar seu segundo disco de ouro, com a música ‘Carimbador Maluco”. ( No próximo ano faz outra participação na segunda versão do LP, desta vez com a música Geração da Luz).

Em 1984 está com uma nova gravadora, desta vez a Som Livre. Grava o LP Metro Linha 743, que traz a música censurada "Mamãe eu não queria". Vai aos Estados Unidos com Ângela, e trazem com eles o músico Clive Stevens, que participa do LP. Neste ano também termina seu relacionamento com Ângela Costa, e no próximo ano já está com uma nova namorada, viaja para Salvador e traz consigo Lena Coutinho.

Enquanto isso , em 1985, o Raul Seixas Oficial Fã-Clube decide fazer um LP de Raul que seria uma raridade. Sylvo Passos aproveita músicas de compactos, músicas que não saíram nos LPs oficiais, faixas de novelas, e faz um LP com apenas 1.000 cópias, “Let me Sing My Rock And Roll”. Os vendedores sabendo que seria uma raridade, venderam a preços absurdos, o que não agradou Raul Seixas, muito menos aos fãs. Esse foi o primeiro LP produzido por um Fã-Clube independentemente no Brasil.

Neste ano também conhece Marcelo Nova, integrante da banda Camisa de Vênus e futuro parceiro no ultimo LP.

Raulzito em 86, mais uma vez troca de gravadora, agora com a Copacabana. Nesta época, com alguns problemas de saúde e muitas internações, foi difícil de gravar um novo LP, o que demorou praticamente um ano. Mas sem problemas de pressa, Raul Seixas em 87 grava o LP Uah-Bop-A-Lu-Lah-Bein-Bum, que faz um grande sucesso, rendendo para ele seu terceiro disco de Ouro, com a música Cowboy Fora da Lei, conhecida até hoje pela população brasileira praticamente inteira. Também com esta música grava um novo videoclipe. Participa do LP do grupo Camisa de Vênus, na faixa "Muita Estrela, Pouca Constelação" (Letra de Nova e canção de Seixas).

Em 88 grava pela Copacabana o LP "A Pedra do Gênesis", que traz a música censurada "Não quero mais andar na contra mão". Depois de cinco anos sem se apresentar, em setembro, Raul Seixas participa de um show de Marcelo Nova em Salvador, na concha acústica do Teatro Castro Alves.

Um mês após o show acaba seu relacionamento com Lena. No ano de 1989 morre Raul Seixas. Antes disso, começa com Marcelo Nova uma turnê de cinqüenta shows, dando inicio ao novo LP, A Panela do Diabo, para a Warner, desta vez com o nome da dupla na capa (Raul Seixas e Marcelo Nova). Raul está mal, tanto na saúde como na situação financeira.

É lançado o LP, e apenas dois dias depois (21 de agosto), Raul é encontrado morto, pela faxineira Dalva, em São Paulo. A causa da morte é divulgada como parada cardíaca causada por pancreatite crônica, mas provavelmente tinha bebido e cheirado muito naquela noite, e essa foi a causa da sua parada cardíaca.

Depois de sua morte algumas homenagens foram prestadas, como o viaduto Raul Seixas, o Parque Ecológico Cultural Raul Seixas, a Oficina Cultura Raul Seixas, e alguns livros.

Raul Seixas morreu um tanto quanto esquecido por grande parte do publico brasileiro, mas a partir do dia de sua morte não parou de crescer, e é até hoje um dos bons músicos mais reconhecidos no país.




O que o Brasil vai levar à conferência sobre biodiversidade?




Conhecer a posição política do governo brasileiro para a 10º Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-10/CDB), que ocorrerá em outubro no Japão, foi o objetivo da audiência pública convocada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados na quarta-feira (9/6).

A concorrida audiência contou com a participação da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o chefe da Divisão de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores, Paulino de Carvalho Neto e o coordenador-geral substituto de Biodiversidade e Ecossistemas do Ministério da Ciência e Tecnologia, Ricardo Melamed.

Entre os três objetivos da CDB – conservação da biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes e a distribuição equitativa e justa dos benefícios da biodiversidade, este último foi o mais citado pelos representantes do governo federal durante a audiência.

O investimento em estudos sobre a biodiversidade brasileira, a proteção dos oceanos e zonas costeiras e a aprovação de uma lei brasileira sobre acesso a recursos genéticos e repartição de benefícios, foram apontados como pontos mais sensíveis e que precisam ser trabalhados para a COP.

Por outro lado, a criação e implementação de áreas protegidas, a redução do desmatamento na Amazônia, o início do monitoramento do desmatamento em outros biomas, o levantamento de espécies ameaçadas, e a criação do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) foram considerados avanços obtidos pelo Brasil para o cumprimento das metas da CDB.

Para a ministra Izabella Teixeira, “o Brasil deve trabalhar numa convergência das agendas nacionais e chegar à COP com um posicionamento forte e com uma delegação brasileira condizente com o tamanho da nossa biodiversidade”.

Repartição de benefícios
Sobre a expectativa do Brasil em relação à COP 10, a ministra Izabella Teixeira apontou que um dos pontos centrais a serem debatidos na Conferência será a definição, no Plano Estratégico da Convenção sobre Diversidade Biológica para 2011 a 2020, de mecanismos de implementação das metas de conservação da biodiversidade que contemplem recursos financeiros.

Segundo Izabella Teixeira, para se sustar a perda de biodiversidade até 2020, meta proposta pela CDB, é preciso ter um grande volume de recursos que permitam realizar o trabalho, principalmente no que diz respeito aos países em desenvolvimento, que são países estratégicos para a conservação. No entanto, essa alocação de recursos ainda não está prevista de forma adequada.

“Os recursos financeiros são um impasse entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento. A Convenção de Clima já conseguiu definir a alocação de recursos e a CDB ainda não”, disse a ministra.

Diretamente ligado à alocação de recursos financeiros está o debate sobre a repartição justa dos benefícios fornecidos pela biodiversidade. E este ponto também foi abordado na apresentação do representante do Ministério de Relações Exteriores. Paulino de Carvalho Neto ressaltou a inexistência de regras que disciplinem o uso dos recursos da biodiversidade e afirmou que isso representa uma lacuna no debate internacional.

“A reunião do grupo de trabalho da CDB sobre repartição de benefícios no Canadá, em julho, será a última oportunidade para definir essas regras internacionalmente antes da COP. É nessa etapa que a delegação brasileira deve garantir que o patrimônio do país seja preservado e os recursos assegurados”, completou Carvalho Neto.

Para Cláudio Maretti, superintendente de conservação do WWF-Brasil, “é preciso reconhecer o valor econômico, social e cultural da biodiversidade. Os países, e o Brasil inclusive, precisam começar a incluir o valor da biodiversidade nas contas nacionais e cobrar as externalidades das empresas”, diz Maretti.

O superintendente acredita que “o debate acerca da biodiversidade não deve ficar restrito à esfera ambiental, mas ser ampliado para outras esferas da sociedade, como a econômica, que dependem diretamente dela”.

Código Florestal
Em meio às discussões sobre a reforma no Código Florestal brasileiro que acontecem essa semana na Câmara dos Deputados, a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira chamou a atenção para a necessidade de coerência da política nacional de meio ambiente.

Em sua fala a ministra citou o estudo do prof. Gerd Sparovek da ESALQ-USP, apoiado pelo WWF-Brasil, que aponta que as reservas legais e áreas de proteção permanente (APP) juntas formam uma área de cobertura vegetal natural maior que todas as áreas protegidas brasileiras e, portanto, contribuem diretamente para a conservação da biodiversidade.

Diante de tal dado, Teixeira completou que a flexibilização do Código Florestal em relação às reservas e APPs influencia diretamente no cumprimento das metas de biodiversidade assumidas pelo Brasil na Convenção sobre Diversidade Biológica.

“Isso demonstra a importância e responsabilidade na discussão sobre o Código Florestal. Um desafio nessa discussão é incluir o conceito de conservação de biodiversidade e possibilitar a reflexão sobre a perspectiva de desenvolvimento que queremos para o país. O Brasil precisa modernizar sua legislação, mas adotando conceitos relacionados à sustentabilidade e que sejam coerentes com as metas assumidas internacionalmente. A reflexão para a mudança na legislação tem que ter visão global”, disse a ministra.




Ligia Paes de Barros, de Brasília


FONTE:



sexta-feira, 20 de agosto de 2010

LITERATURA: 100 livros essenciais da literatura brasileira



Dom Casmurro, Macunaíma, O Tempo e o Vento e outras obras fantásticas que você deve ler uma vez na vida



Texto
Helio Ponciano e Marcelo Pen


Quais são os 100 livros fundamentais, essenciais, imperdíveis da literatura brasileira? Que romance, poesia, crônica ou conto você não pode deixar de ler na vida? Dom Casmurro, Brás Cubas, Macunaíma, Sargento de Milícias, Grande Sertão Veredas e outras grandes obras do Brasil.
A revista Bravo selecionou os 100 melhores livros dos melhores autores do país. Aqueles clássicos que caem no vestibular com 100% de certeza. Um ranking dos livros mais importantes do Brasil. Veja a lista no final do texto ou siga as dicas de 17 educadoras que selecionaram os livros essenciais para ler dos 2 aos 18 anos e chegar a vida adulta com boas referências, no hotsite Biblioteca Básica.

Escritores costumam ser, até por ofício, bons frasistas. É com essa habilidade em manejar palavras, afinal, que constroem suas obras, e é em parte por causa dela que caem no esquecimento ou passam para a história. Uma dessas frases, famosa, é de um dos autores que figuram nesta edição, Monteiro Lobato: "Um país se faz com homens e livros". Quase um século depois, a sentença é incômoda: o que fazer para fazer deste um Brasil melhor? No que lhe cabe, a literatura ainda não deu totalmente as suas respostas.

Outro grande criador de frases, mais cínico na sua genialidade, é o dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues, outro autor representado nesta edição. Dizer que "toda unanimidade é burra" é muito mais que um dito espirituoso: significa mesmo uma postura em relação às coisas do mundo e do homem tão crucial quanto aquela do criador do Sítio do Picapau Amarelo.

É evidente que o ranking das 100 obras obrigatórias da literatura brasileira feito nesta edição não encontrará unanimidade entre os leitores. Alguns discordarão da ordem, outros eliminariam títulos ou acrescentariam outros. E é bom que seja assim, é bom que haja o dissenso: ficamos longe da burrice dos cânones dos velhos compêndios e da tradição mumificada.

Embora tenha sua inevitável dose de subjetividade, a seleção feita nesta edição, contudo, está longe de ser arbitrária. Os livros que, em seus gêneros (romance, poesia, crônica, dramaturgia) ajudaram a construir a identidade da literatura nacional não foram desprezados (na relação geral e na ordem). Nem foram deixados de lado aqueles destacados pelas várias correntes da crítica, muito menos os que a própria revista BRAVO!, na sua missão de divulgar o que de melhor tem sido produzido na cultura brasileira, julgou merecer.

O resultado é um guia amplo, ao mesmo tempo informativo e útil. Para o leitor dos livros de ontem e hoje, do consagrado e do que pode apontar para o inovador. Não só para a literatura, mas também, como queria Lobato, para os homens e para o país que ainda temos de construir.
A seguir, os 100 livros essenciais da literatura brasileira, listados em ordem alfabética de autor. Leia e divirta-se!



Adélia Prado: Bagagem

Aluísio Azevedo: O Cortiço

Álvares de Azevedo: Lira dos Vinte Anos
Noite na Taverna

Antonio Callado: Quarup

Antônio de Alcântara Machado: Brás, Bexiga e Barra Funda

Ariano Suassuna: Romance d'A Pedra do Reino

Augusto de Campos: Viva Vaia

Augusto dos Anjos: Eu

Autran Dourado: Ópera dos Mortos

Basílio da Gama: O Uraguai

Bernando Élis: O Tronco

Bernando Guimarães: A Escrava Isaura

Caio Fernando Abreu: Morangos Mofados

Carlos Drummond de Andrade: A Rosa do Povo
Claro Enigma

Castro Alves: Os Escravos
Espumas Flutuantes

Cecília Meireles: Romanceiro da Inconfidência
Mar Absoluto

Clarice Lispector: A Paixão Segundo G.H.
Laços de Família

Cruz e Souza: Broquéis

Dalton Trevisan: O Vampiro de Curitiba

Dias Gomes: O Pagador de Promessas

Dyonélio Machado: Os Ratos

Erico Verissimo: O Tempo e o Vento

Euclides da Cunha: Os Sertões

Fernando Gabeira: O que é Isso, Companheiro?

Fernando Sabino: O Encontro Marcado

Ferreira Gullar: Poema Sujo

Gonçalves Dias: I-Juca Pirama

Graça Aranha: Canaã

Graciliano Ramos: Vidas Secas
São Bernardo

Gregório de Matos: Obra Poética

Guimarães Rosa: O Grande Sertão: Veredas
Sagarana

Haroldo de Campos: Galáxias

Hilda Hilst: A Obscena Senhora D

Ignágio de Loyola Brandão: Zero

João Antônio: Malagueta, Perus e Bacanaço

João Cabral de Melo Neto: Morte e Vida Severina

João do Rio:A Alma Encantadora das Ruas

João Gilberto Noll: Harmada

João Simões Lopes Neto: Contos Gauchescos

João Ubaldo Ribeiro: Viva o Povo Brasileiro

Joaquim Manuel de Macedo: A Moreninha

Jorge Amado: Gabriela, Cravo e Canela
Terras do Sem Fim

Jorge de Lima: Invenção de Orfeu

José Cândido de Carvalho: O Coronel e o Lobisomen

José de Alencar: O Guarani
Lucíola

José J. Veiga: Os Cavalinhos de Platiplanto

José Lins do Rego: Fogo Morto

Lima Barreto: Triste Fim de Policarpo Quaresma

Lúcio Cardoso: Crônica da Casa Assassinada

Luis Fernando Verissimo: O Analista de Bagé

Luiz Vilela: Tremor de Terra

Lygia Fagundes Telles: As Meninas
Seminário dos Ratos

Machado de Assis: Memórias Póstumas de Brás Cubas
Dom Casmurro

Manuel Antônio de Almeida: Memórias de um Sargento de Milícias

Manuel Bandeira: Libertinagem
Estrela da Manhã

Márcio Souza: Galvez, Imperador do Acre

Mário de Andrade: Macunaíma
Paulicéia Desvairada

Mário Faustino: o Homem e Sua Hora

Mário Quintana: Nova Antologia Poética

Marques Rebelo: A Estrela Sobe

Menotti Del Picchia: Juca Mulato

Monteiro Lobato: O Sítio do Pica-pau Amarelo

Murilo Mendes: As Metamorfoses

Murilo Rubião: O Ex-Mágico

Nelson Rodrigues: Vestido de Noiva
A Vida Como Ela É

Olavo Bilac: Poesias

Osman Lins: Avalovara

Oswald de Andrade: Serafim Ponte Grande
Memórias Sentimentais de João Miramar

Otto Lara Resende: O Braço Direito

Padre Antônio Vieira: Sermões

Paulo Leminski: Catatau

Pedro Nava: Baú de Ossos

Plínio Marcos: Navalha de Carne

Rachel de Queiroz: O Quinze

Raduan Nassar: Lavoura Arcaica
Um Copo de Cólera

Raul Pompéia: O Ateneu

Rubem Braga: 200 Crônicas Escolhidas

Rubem Fonseca: A Coleira do Cão

Sérgio Sant'Anna: A Senhorita Simpson

Stanislaw Ponte Preta: Febeapá

Tomás Antônio Gonzaga: Marília de Dirceu
Cartas Chilenas

Vinícius de Moraes: Nova Antologia Poética

Visconde de Taunay: Inocência