Livro Primeiras Águas - Poesias

Este é o livro I da série Primeiras Águas.

Campanha Gravatá Eficiente

Fomentando uma nova plataforma de discussão.

A Liberdade das novas idéias começa aqui.

terça-feira, 31 de março de 2009

PORQUE 1 DE ABRIL É DIA DA MENTIRA?


Tudo começou em 1564, quando Carlos IX, rei de França, por uma ordonnance de Roussillon, Dauphine, determinou que o ano começasse no dia primeiro de janeiro, no que foi seguido por outros países da Europa.


É claro que, no início, a confusão foi geral, de vez que os meios de comunicação ainda eram inexistentes. Não havia rádio, televisão, nem mesmo o jornal, pois a invenção da imprensa, por Gutenberg, só aconteceu muitos anos depois.


Antes de Carlos IX determinar que o dia primeiro de janeiro fosse o começo do ano, este tinha início no dia primeiro de abril, o que resultou ficar conhecido como o Dia da Mentira, por força das brincadeiras feitas com a intenção de provocar hilaridade.


Surgiram, então, as brincadeiras (que os franceses denominavam de plaisanteries) em todo o mundo, como a da carta que se mandava por um portador destinada a outra pessoa, na qual se lia o seguinte: "Hoje é primeiro de abril. Mande este burro pra onde ele quiser ir".


Seria um nunca acabar se fossem, aqui, relacionadas as brincadeiras referentes ao primeiro de abril. Até mesmo eram distribuídas cartas convidando amigos para assistirem ao enlace matrimonial de pessoas que nem sequer se conheciam, mencionando a igreja, o dia e a hora em que seria celebrado o suposto casamento.


Vejamos alguns primeiros de abril pregados pela imprensa mundial, conforme relata a revista Isto é, de São Paulo, n11 1488, edição de 8 de abril de 1998:


1) "A África do Sul comprou Moçambique por US$ 10 bilhões. 0 anúncio do negócio fora feito na Organização das Nações Unidas pelo presidente sul-africano Nelson Mandela. Deu no jornal Star, de Johannesburgo;


2) A Rádio Medi, de Tânger, no Marrocos, noticiou que o Brasil não iria participar da Copa do Mundo porque o dinheiro da seleção seria usado na luta contra o incêndio em Roraima;


3) A minúscula república russa Djortostão declarou guerra ao Vaticano. Motivo: arrebatar o título de menor Estado da Europa. Para tanto, ele teria doado seis metros quadrados de seu território a uma república vizinha. Isso tudo de acordo com o jornal Moscou Times;


4) Diego Maradona, ex-capitão da seleção argentina de futebol, é o novo técnico da seleção do Vietnã. Deu nos principais jornais vietnamitas;


5) Ao deixar o Senegal, o presidente americano Bill Clinton seria acompanhado de uma comitiva formada pelos primeiros 50 senegaleses que fossem à embaixada para pedir visto de entrada nos EUA. Assim informou o jornal Le Soleil, do Senegal. Centenas de senegaleses acreditaram na mentira e correram para a embaixada americana."

Noticiando o falecimento de Maurício Fruet, ex-prefeito de Curitiba e ex-deputado federal, a revista Isto é, São Paulo, nº 1510, edição de 9 de setembro de 1998, informou que ele "era considerado o parlamentar mais brincalhão e espirituoso que passara pela Câmara dos Deputados. Um exemplo:

convocou uma falsa reunião de todo o secretariado do então governador coberto Requião no dia 1º de abril de 1990 (havia 15 dias que Requião tomara posse). Os Secretários, sem entender nada, passaram toda a madrugada no Palácio Iguaçu. De manhã, Fruet fez chegar a informação de que era um trote do Dia da Mentira.



Tudo faz crer que as brincadeiras, originárias das plaisanteries francesas, continuem sempre a existir, graças à eternidade das manifestações folclóricas no mundo inteiro.

segunda-feira, 30 de março de 2009

SEMANA DO ESTUDO DA ORTOGRAFIA - TRAVESSIA - EPAF


Esta semana iniciaremos um pequeno estudo sobre as novas regras da ortografia nas duas salas do Travessia da Escola Professor Antônio Farias. Uma solicitação da coordenação do programa e que foi imediatamente aceito por nós professores. um tanto quando preocupado com o meu trabalho (cuidado para que tudo seja o melhor possível no processo de ensino-aprendizagem), busquei me inteirar verdadeiramente do tema em foco. Li aos montes e busquei desenvolver algumas atividades que atendessem às necessidades do Programa. E aqui está, para ser compartilhado com todos, a minha pesquisa básica:
Desde o dia 01/01/2009 já estão em vigor as novas regras ortográficas da língua portuguesa. É fácil ver nos jornais, rádios e televisão notícias relacionada a este assunto, porém não é preciso se desesperar, temos até 2012 para se “habituar” com as novas regras. Até lá, as duas regras serão aceitas, uma boa notícia para quem presta concursos públicos e vestibulares. Somente em 2013 que a regra antiga será abolida.

O que muda com as novas regras ortográficas ?

Alfabeto
Nova Regra
O alfabeto será formado por 26 letras
Como é:
As letras “k”, “w” e “y” não são consideradas integrantes do alfabeto
Como será:
Essas letras serão usadas em unidades de medida, nomes próprios, palavras estrangeiras e outras palavras em geral. Exemplos: km, kg, watt, playground, William, Kafka, kafkiano.

Trema
Nova regra
Não existirá mais o trema na língua portuguesa. Será mantido apenas em casos de nomes estrangeiros. Exemplo: Müller, mülleriano.Como éAgüentar, conseqüência, cinqüenta, freqüência, tranqüilo, lingüiça, bilíngüe.Como seráAguentar, consequência, cinquenta, frequência, tranquilo, linguiça, bilíngue.

Acentuação – ditongos “ei” e “oi”
Nova regra
Os ditongos abertos “ei” e “oi” não serão mais acentuados em palavras paroxítonas
Como é:
Assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, Coréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico, paranóico
Como será:
Assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, Coreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranoico.
Obs: Nos ditongos abertos de palavras oxítonas terminadas em éi, éu e ói e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói, anéis, papéis, troféu, céu, chapéu.

Acentuação – “i” e “u” formando hiato
Nova regra
Não se acentuarão mais “i” e “u” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo
Como é
baiúca, boiúna, feiúra, feiúme, bocaiúva
Como será
baiuca, boiuna, feiura, feiume, bocaiuva
Obs 1: Se a palavra for oxítona e o “i” ou “u” estiverem em posição final o acento permanece: tuiuiú, Piauí.
Obs 2: Nos demais “i” e “u” tônicos, formando hiato, o acento continua. Exemplo: saúde, saída, gaúcho.

Hiato
Nova regra
Os hiatos “oo” e “ee” não serão mais acentuados
Como é:
enjôo, vôo, perdôo, abençôo, povôo, crêem, dêem, lêem, vêem, relêem
Como será:
enjoo, voo, perdoo, abençoo, povoo, creem, deem, leem, veem, releem.

Palavras homônimas
Nova regra
Não existirá mais o acento diferencial em palavras homônimas (grafia igual, som e sentido diferentes)
Como é
Pára/para, péla/pela, pêlo/pelo, pêra/pera, pólo/polo
Como será:
para, pela, pelo, pera, polo
Obs 1: O acento diferencial ainda permanece no verbo poder (pôde, quando usado no passado) e no verbo pôr (para diferenciar da preposição por).
Obs 2: É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?

Hífen – “r” e “s”
Nova regra
O hífen não será mais utilizado em prefixos terminados em vogal seguida de palavras iniciadas com “r” ou “s”. Nesse caso, essas letras deverão ser duplicadas.
Como é:
ante-sala, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-rival, auto-regulamentação, auto-sugestão, contra-senso, contra-regra, contra-senha, extra-regimento, infra-som, ultra-sonografia, semi-real, supra-renal.
Como será:
antessala, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirrival, autorregulamentação, autossugestão, contrassenso, contrarregra, contrassenha, extrarregimento, infrassom, ultrassonografia, semirreal, suprarrenal.

Hífen – mesma vogal
Nova Regra
O hífen será utilizado quando o prefixo terminar com uma vogal e a segunda palavra começar com a mesma vogal.
Como é:
antiibérico, antiinflamatório, antiinflacionário, antiimperialista, arquiinimigo, arquiirmandade, microondas, microônibus.
Como será:
anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, arqui-irmandade, micro-ondas, micro-ônibus.

Hífen – vogais diferentes
Nova regra
O hífen não será utilizado quando o prefixo terminar em vogal diferente da que inicia a segunda palavra.
Como é:
auto-afirmação, auto-ajuda, auto-aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-instrução, co-autor, contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular, intra-uterino, neo-expressionista, neo-imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi-automático
Como será:
autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, coautor, contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiárido, semiautomático.
Obs: A regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por h: anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo.

Fonte: Cláudia Beltrão, professora de português da Central de Concursos

sexta-feira, 27 de março de 2009

ESTÁ CHEGANDO A HORA


AQUI EM CASA, EU VOU APAGAR TODAS AS LÂMPADAS!
EMBARQUE NESSA CORRENTE DE AMOR PELO NOSSO PLANETA.
VENHA FAZER PARTE DO GRUPO DE 1 BILHÃO DE PESSOAS QUE ACREDITAM NUM FUTURO MELHOR.
É UM PEQUENO GESTO, MAS QUE FARÁ MUITA DIFERENÇA.

quinta-feira, 26 de março de 2009

QUAL O SEXO DO SEU CÉREBRO?


PESQUISA:

O cérebro do homem pode ser feminino

As diferenças no corpo de homens e mulheres estão além da aparência e dos órgãos sexuais. A ciência detectou que até o cérebro apresenta características femininas ou masculinas. Essa diferença neurológica gera diferenças de comportamentos, sentimentos e modos de pensar entre homens e mulheres.

Você consegue saber se seu amigo está triste ou irritado só de olhar para ele?

Essa é uma característica de um cérebro feminino. Mas um homem também pode ter essa sensibilidade e outros comportamentos geralmente ligados a um cérebro feminino do que masculino. Isso porque a sexualidade cerebral não está ligada diretamente ao sexo do corpo. “O sexo do cérebro é determinado pela quantidade de testosterona [hormônio masculino] a que o feto fica exposto no útero. Em geral, homens recebem doses maiores do que as mulheres. Mas isso varia e nós ainda não sabemos exatamente por quê”, diz a ÉPOCA a neuropsicologista Anne Moir, da Universidade de Oxford, na Inglaterra.



A diferença entre o cérebro dos dois gêneros tem raízes evolutivas. Segundo Moir, durante o desenvolvimento dos seres humanos, como o homem era o caçador, desenvolveu um cérebro com habilidades manuais, visuais e coordenação para construir ferramentas. Por isso, um cérebro masculino tem mais habilidades funcionais. Já as mulheres preparavam os alimentos e cuidavam dos mais novos.


Elas tinham que entender os bebês, ler sua linguagem corporal e ajudá-los a sobreviver. Elas também tinham que se relacionar com as outras mulheres do grupo e dependiam disso para sobreviver na comunidade e, por isso, desenvolveram um cérebro mais social. Os homens, por sua vez, lidavam com um grupo de caçadores, não precisavam tanto um do outro e se comunicavam menos, apenas com sinais. Moir acredita que a diferença de sexo entre cérebro e corpo pode estar ligada às causas do homossexualismo.

“Se a concentração de testosterona no útero está mais baixa do que o padrão para os homens, então o 'centro sexual' do cérebro será feminino e esse homem sentirá atração por outros homens. Se a concentração desse hormônio estiver alta, o 'centro sexual' será masculino e ele sentirá atração por mulheres”, diz Moir.


FONTE: Revista Época - Ciência e Tecnologia




quarta-feira, 25 de março de 2009

Analfabetos do Século XXI

“Bruno é analfabeto funcional. Durante cinco anos tentou esconder dos amigos e professores que não entende o significado das palavras. Esforçava-se para copiar as letras do quadro-negro, como quem capricha um desenho, mas nunca pôde ler os textos dos cadernos que preencheu. Para evitar ser chamado a ler em voz alta ou responder perguntas no quadro, procurava não chamar a atenção da professora. Quase não falava com os colegas, não participava da aula, não tirava dúvidas, não entrava na bagunça. Bruno queria ser invisível. E, por cinco anos, conseguiu.” (No sexto ano da escola, eles escrevem assim. Artigo de Ana Aranha e Martha Mendonça, Revista Época, Ed. 566, 23 de março de 2009).

Fala-se tanto em tecnologia na sala de aula. Almejam-se novas metodologias. Pensa-se em recursos didáticos de qualidade superior. Investe-se em cursos de formação e atualização para os professores. Propõem-se alterações e modernização da gestão das redes e unidades educacionais. Enfim, há muitos e importantes passos sendo dados na educação brasileira. Queremos qualidade e não há como regredir quanto a esta meta.

Até pouco tempo atrás o objetivo era colocar todas as crianças nas escolas. Esta meta foi praticamente atingida. Se não estão todos em salas de aula, o percentual de alunos que ainda não frequenta escolas é inferior a 3%, de acordo com os dados do Ministério da Educação. Pelo menos no Ensino Fundamental o Brasil consegue fazer com que suas crianças cheguem... Como vão sair de lá... Já é outra conversa...

E os dados e informações que nos chegam não são nada animadores, como podemos perceber, por exemplo, a partir da história de Bruno (nome fictício), apresentada pela revista Época, que com 12 anos, matriculado no 6º ano da rede estadual do Rio de Janeiro, não sabe ler e escrever (apenas copia letras e palavras, sem compreender o significado daquilo que preenche as folhas de seu caderno).

A Secretaria de Educação do Rio de Janeiro estima que existam aproximadamente 25 mil estudantes na mesma situação de Bruno nas escolas da rede estadual carioca. Garotos e garotas que chegaram ao final do Ciclo I ou que já ingressaram no 6º ano (equivalente a 5ª série) e que são analfabetos funcionais. E o que significa ser “analfabeto funcional”?

Analfabeto funcional é a pessoa que por ter 4 anos ou menos de escolaridade ou ainda que, mesmo tendo prosseguido em seus estudos e por ter enfrentado as precariedades dos sistemas e redes de ensino pelos quais passou, o que lhe legou uma educação de qualidade inferior, desenvolveu somente capacidade mínima de decodificação e composição de frases, sentenças, textos curtos e números (operações matemáticas).

Os analfabetos funcionais não conseguem, por despreparo e falta de capacitação e não por qualquer disfunção ou incapacidade fisiológica ou intelectual, interpretar textos, realizar cálculos matemáticos simples ou ainda elaborar documentos escritos. É uma situação aterradora e evidente de exclusão que, indo além dos dados do Rio de Janeiro, que não devem ser analisados como caso isolado e, sim como um retrato que (em maior ou menor escala, com pequenas variações), aplica-se a todo o país, torna-se ainda mais representativo se levarmos em conta que, de acordo com dados da ONG Ação Educativa e do Instituto Paulo Montenegro, 38% da população brasileira é constituída por analfabetos funcionais (dados de 2003).

Ou seja, se esta situação percebida na rede estadual carioca e que, certamente, se repete por outros estados e redes públicas de ensino, não for frontalmente atacada com medidas de real eficácia, estaremos apenas postergando a situação e criando, para o país e para todas as vítimas dessa circunstância nefasta, um futuro sombrio e, sem dúvida alguma, pouco promissor...

No Rio de Janeiro, por exemplo, a recém-empossada secretária de educação Cláudia Costin, está realizando um diagnóstico amplo dos problemas da rede de ensino do estado e, conforme encontra dificuldades de tal gravidade e natureza, já encaminha soluções a partir de parcerias com grupos especializados. Para a questão do analfabetismo funcional, por exemplo, o estado do Rio está firmando parceria estratégica com o Instituto Ayrton Senna visando à alfabetização dos alunos do Ciclo 2 do Ensino Fundamental que apresentam esta deficiência em sua formação.

Deficiência esta que prejudica ainda mais os estudantes a partir do momento em que eles entram no Ciclo 2 do Fundamental, pois a partir desta etapa de sua formação os educadores com os quais passam a ter contato não irão se preocupar com a questão da alfabetização por suporem que tais alunos já cumpriram estes pré-requisitos em suas anteriores etapas de formação.

Nesta etapa do Ensino Fundamental os saberes passam a ser trabalhados com os alunos a partir de diferentes disciplinas, com mais professores, cada qual focado especificamente nos conteúdos programáticos de suas áreas do conhecimento. A partir deste momento os alunos começam a ter aulas de matemática, português, história, ciências e outras disciplinas, ministradas por diferentes docentes... Se o trabalho de base quanto à alfabetização não tiver sido bem feito, tudo o que vier depois será abalado...

É como imaginarmos um prédio que não tenha os alicerces construídos de acordo com os mais rigorosos cálculos e executado com os materiais adequados previstos por engenheiros e técnicos especializados... A possibilidade de trincar, apresentar rachaduras ou mesmo de vir a ruir aumenta e muito...

Em educação a situação é semelhante, ou seja, se os estudantes entram na Educação Infantil e no Ciclo I do Ensino Fundamental e ao final de seu processo de formação não conseguiram dominar os conceitos fundamentais, em especial quanto a leitura, escrita e cálculos matemáticos, as possibilidades de êxito a partir de então se tornam praticamente nulas... O aumento das dificuldades gera a falta de estímulo e sentido quanto ao estudo e eleva a possibilidade de desistências, abandonos e repetências...

Investir em computadores, formação de educadores, cursos para gestores, novas metodologias, recursos didáticos inovadores e tantos outros meios e ferramentas que permitam a melhor qualidade da educação é de fundamental importância, mas se o trabalho de base, a alfabetização, não for conduzida com maestria, pouca eficácia terão as medidas posteriores... E continuaremos a ter como dado fixo em nossas estatísticas os analfabetos do século XXI...

Referências:
Analfabetismo Funcional, Wikipédia, Acesso em 23/03/09, Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Analfabetismo_funcional.
Analfabetismo Funcional atinge 38% em pesquisa, Folha de São Paulo, Acesso em 23/03/09, Publicado em 09/09/03, Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u13599.shtml.
Analfabetismo Funcional: Síntese de estudos e pesquisas, União Brasileira de Escritores, Acesso em 23/03/09, Publicado em Nov. 2002, Disponível em http://www.brasilleitor.org.br/www/analfabetismo_funcional_sintese.aspx.
A Origem dos conceitos de Analfabetismo e Analfabetismo Funcional, Haddad, Acesso em 23/03/09, Disponível em http://cedes-gw.unicamp.br/pesquisa/artigos/HADDAD/cap01.html.
No sexto ano da escola, eles escrevem assim, Ana Aranha e Martha Mendonça, Revista Época, 23/03/09, Edição Impressa.

segunda-feira, 23 de março de 2009

QUEM SOU EU? UMA COISA? UMA ETIQUETA?

Eu, etiqueta

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-lo por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer, principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mar artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome noco é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.

(Carlos Drummond de Andrade)


Deu uma saudade danada de ler Drummond - meu preferido poeta. Estava precisando ler algo dele...
Lembrei deste poema que conheci na minha adolescência e que me fez pensar tanto sobre o que realmente eu sou e o que o mundo quer que eu seja. A professora de Português nos fazia, vez ou outra, lermos textos de autores diversos, embora sempre sugerisse a poesia, o poema e o conto como foco do seu trabalho. E como era bom ler coisas como essas e através destes textos amplicar a visão que eu estava construindo de mim mesmo e do mundo.
Minha mãe se via louca por eu ter mania de pintar as minhas calças, por gostar do que os outros não gostavam e de calçar o que a maioria jamais calçaria. Eu tinha estilo próprio. Eu tinha identidade além de uma etiqueta, seja ela qual fosse. Elas não me seduziam socialmente nem emocionalmente.
Vejo, hoje, o poder que a mesma mídia tinha sobre meus amigos, sobre minha primeira namorada, os jovens concorrem para saber quem está mais na moda, quem mais está na boca das meninas e vice-versa. Nas escolas, os alunos - desde o ensino infantil - já não tem orgulho de vestir o fardamento escolar. É preciso ter o melhor tênis, o melhor boné, a melhor calça, o mais caro dos óculos de sol e até a cueca mais ponta da moda que houver, são exibidos pela maioria dos adolescentes de hoje, que nem sabem quem foi ou quem é Drummond.
Quando li o poema pela primeira vez, dos pés à cabeça, eu me senti etiquetado. E até nas roupas íntimas, invisíveis aos olhos alheios, também vem grudada uma marca... Não sou mais eu? Deixei de ser quem sou? Assumi outra(s) identidade(s)? E que novas formas de me apresentar perante aos outros passei a utilizar a partir das etiquetas que uso?

Se sou aquilo que visto então sou o jeans da moda ou o genérico vendido na feira ou no saldão do grande magazine? Meu odor é de perfume francês, recomendado por uma bela modelo ou por um famoso atleta? Ou então minha fragrância é somente aquela do desodorante vendido em grande quantidade em qualquer supermercado de bairro? Uso calçados esportivos dos grandes campeões? Ou calço as sandálias que não soltam as tiras, não deformam e não tem cheiro – que até pouco tempo atrás eram populares e hoje são internacionais?

Em meu pulso, a ditar o ritmo de minha vida tenho um original relógio suíço, daqueles que valem um automóvel? O que estou bebendo é anunciado com pompa e cerimônia na TV como a bebida da juventude ou do sucesso? Ando de ônibus ou já me dou ao luxo de ter um belo sedan daquela multinacional poderosa?

Quem sou eu? Homem livre ou escravo da moda e das tendências? Para onde vou e como penso dependem de influências externas, de itens de mercado, de posses e bens? Sou filho de minha mãe e de meu pai ou um rebento do mercado, da publicidade, do consumismo que não apenas consome meu dinheiro, minha grana, mas principalmente minha alma, meu ser?

Num mundo de marcas alhures é difícil perceber-se e, mais complicado ainda, ver os outros por detrás de tantos logotipos, marcas, propagandas e comerciais. O que se vê não é alguém, com RG e Certidão de Nascimento que definem origens, paternidade e dão indícios de identidade... O que vemos, a olho nu, como nos diz do alto de toda a sua sabedoria e alma de poeta o mestre Carlos Drummond de Andrade, é somente o homem etiqueta...

sábado, 21 de março de 2009

21 de março - Dia Internacional da Síndrome de Down


O Dia Internacional da Síndrome de Down foi proposto pela Down Syndrome International como o dia 21 de março porque essa data se escreve como 21/3 (ou 3-21), o que faz alusão à trissomia do 21. A primeira comemoração da data foi em 2006 e, nesse ano, a comemoração coincidiu com os 50 anos da descoberta da trissomia do cromossomo 21 pelo Dr. Jérôme Lejeune.

Inclusão para a autonomia

É o que resume para o que trabalhamos, esperamos e devemos oferecer a nossos filhos, filhas e parentes com Síndrome de Down. Um ano depois da ratificação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, reafirmamos o direito à Inclusão Social plena de todas as pessoas. Inclusão essa garantida por lei e que deve ser exercida e cumprida pelos governos e por toda a sociedade.

Nosso objetivo é que as pessoas com Síndrome de Down tornem-se cidadãos respeitados, plenamente inseridos, e tenham o direito à autonomia que só acontece em um contexto inclusivo, desde antes do nascimento, passando pelo processo escolar em classes comuns da escola regular e chegando aos anos da maturidade com trabalho, direitos e deveres idênticos a qualquer outra pessoa e, como sujeitos de direitos, aptos a fazer suas escolhas e viver sua vida e, quando necessário, com o devido apoio.

A convenção será também motivo de comemoração na semana do Dia Internacional da Síndrome de Down. Todos seus artigos consagram esses direitos pelos quais tanto lutamos e que tanto precisamos para que as pessoas com deficiência intelectual e todas as pessoas com deficiência tenham acesso a uma vida digna, autônoma e independente.

Inclusão para a autonomia é a chave para a acessibilidade, para que os familiares confiem em seus filhos e parentes com Síndrome de Down e para que tenhamos ainda mais estímulo para lutar para que as leis sejam cumpridas. Participe você também.

A FBASD – Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down – tem como uma de suas principais metas o fortalecimento de suas associadas, com uma parceria sólida que vise o acolhimento das famílias e a busca pela inclusão social plena a partir do nascimento de cada criança, com apoio incondicional à educação inclusiva, seja na rede pública de ensino ou nas escolas privadas, apoio à autonomia e ao direito à inserção no mercado de trabalho, incentivo à formação de autodefensores, apoio aos programas que coíbam a violência e apoiem nossos filhos na idade adulta e na velhice e aos demais programas e projetos que tratem da inclusão social e do direito à cidadania plena das pessoas com Síndrome de Down.

Nosso papel é incentivar e buscar autonomia para nossos filhos. Para que tenhamos sucesso, precisamos nos unir nessa jornada, exigindo o cumprimento das leis e nos opondo firmemente a qualquer forma de preconceito e de discriminação.

É importante que todas as associações encontrem na federação esse espaço de troca, fortalecimento, incentivo e apoio, que tenham a certeza de que lutaremos pelo avanço e pelo cumprimento das políticas públicas de inclusão e que teremos como norte a Constituição Federal e a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, entre outras leis.

Caso sua associação ainda não seja filiada ou esteja afastada por algum motivo, convidamos a se unir à FBASD, certos de que juntos seremos ainda mais fortes e que sonho que se sonha junto é realidade.

Nossa Missão

Liderar o processo de transformação da sociedade para que se reconheça a pessoa com Síndrome de Down como cidadão pleno e integrado, por meio de mobilização, convencimento e incorporação da classe política dirigente, do sistema educacional, de outros organismos sociais e da comunicação, apoiado em valores como inclusão, ética da diversidade, solidariedade, responsabilidade e equidade.

A meta da inclusão é, progressivamente, transformar a sociedade para que se termine com qualquer tipo de segregação. Entendemos que cada ser humano é diferente, não só em suas características físicas ou psíquicas como também em suas necessidades. Por isso não acreditamos em inclusão restrita ou condicionada a contextos sociais ou patologias clínicas.

Dentro desse contexto, além da assistência às famílias, a formação do indivíduo é de fundamental importância. Enfim, a sustentação aos que estarão diretamente implicados com as mudanças é condição necessária para que elas não sejam impostas, mas imponham-se como resultado de uma consciência cada vez mais evoluída de educação e de desenvolvimento humano.

O que significa ser uma escola inclusiva?

Uma escola inclusiva é a que educa todos os alunos em salas de aula comuns. Isso significa que todos recebem educação e frequentam aulas normais. Também significa que todos recebem oportunidades educacionais adequadas, desafiando suas necessidades e otimizando assim suas habilidades. Mais ainda: recebem o apoio e a ajuda que eles ou seus professores possam necessitar para alcançar sucesso nas principais atividades. Uma escola inclusiva vai além disso: é o lugar do qual todos fazem parte, em que todos são aceitos, onde todos ajudam e são ajudados por seus colegas e por outros membros da comunidade escolar para que suas necessidades educacionais sejam satisfeitas.

A pessoa com Síndrome de Down

1. Cada pessoa com SD é um ser humano único. Não generalize o comportamento (bom ou ruim) de uma pessoa como se todas as outras fossem iguais.
2. Todas as pessoas, incluindo as pessoas com SD, têm capacidade para aprender qualquer coisa, desde que lhe sejam oferecidas as condições para tal. Se você assumir que alguém não vai aprender algo, você não vai fazer nenhum esforço para ensinar.
3. Esqueça-se do mito da idade mental. Um adolescente com SD se comporta como um adolescente, um adulto como um adulto. Trate cada um deles de acordo com a fase da vida em que está.
4. Não se deixe influenciar pela opinião de pessoas que nunca conviveram diretamente com uma pessoa com Síndrome de Down. Muitas vezes elas têm informações desatualizadas que podem induzir ao preconceito e ao erro, inclusive a mídia e os médicos podem se colocar algumas vezes de forma equivocada e desatualizada. Por isso fiquem atentos.
5. A pessoa com SD tem direito ao trabalho (de forma apoiada ou não) como qualquer outro cidadão e nunca pode ser considerada como incapaz. A inclusão no mercado de trabalho é um direito que pode e deve ser exercido. Pessoas com Síndrome de Down que exercem esse direito exercitam também a cidadania.
6. As pessoas com SD não precisam, obrigatoriamente, ser interditadas e, mesmo quando julgado necessário, existe a possibilidade de interdição parcial.

Síndrome de Down na internet

A internet é um recurso fabuloso, mas, como a rede não tem limites de espaço, você vai encontrar tudo que já foi escrito a respeito do assunto, seja a descoberta mais recente como os conceitos mais ultrapassados e, pior, nem sempre o que você encontra tem data. Você corre o risco de acreditar em afirmações que foram feitas há mais de 50 anos.

Preste atenção:

Blog da FBASD - http://fbasd.blogspot.com/ As associações estão listadas no blog da FBASD (à sua esquerda). Acesse e entre em contato com a associação da sua cidade. Nossas associações oferecem vários tipos de serviços e atividades e todas elas podem lhe ajudar muito. Se encontrar alguma dificuldade, envie um e-mail para secretariafbasd@gmail.com

Grupo de Discussão - Como referência na internet, a FBASD indica o grupo Síndrome de Down. Através dele você poderá ter acesso a informações e a grupos regionais (http://br.groups.yahoo.com/group/sindromededown/).

Associações locais: Os endereços e contatos das associações locais podem ser pedidos diretamente pelo e-mail: presidentefbasd@gmail.com ou encontrados no blog da FBASD
Sede: CRS 507 – Bloco B – Loja 67 - CEP – 70351-520 – Brasília-DF - (61) 3244-8514 (secretariafbasd@gmail.com)

Fale com a presidente: Claudia Grabois (presidentefbasd@gmail.com)

sexta-feira, 20 de março de 2009

PRA PENSAR NO FINAL DE SEMANA


"Os lugares mais quentes do INFERNO

estão reservados para aqueles que

EM TEMPOS DE CRISE MORAL

optam por ficar na NEUTRALIDADE."


(Dante Aligheri)

O CULTO A APOLOGIA DA IGNORÂNCIA

A cada discurso Lula se supera. Durante o lançamento do Plano Amazônia Sustentável, em pleno Palácio dos Horrores, digo Planalto, Lula levou a platéia ao delírio ao afirmar que:
“- A Amazônia é nossa desde que Cabral pôs os pés, por que nós agora temos de ter preocupação”? Palavras de um grande estadista!
Afirmou ainda, com muita convicção, do alto de sua cultura e sabedoria que os índios sempre fizeram a defesa de nossas fronteiras. Como bom conhecedor da história do Brasil, Lula deveria saber que quando Cabral "pôs os pés aqui", a Amazônia pertencia a Espanha e não, ao Brasil que pertencia a Portugal.
Deveria saber que no testamento de Adão e Eva as terras do novo continente foram divididas entre Portugal e Espanha cabendo à Espanha as terras situadas a oeste da Linha de Tordesilhas.
Mas é assim mesmo, né gente?!
Fazer o quê?

quarta-feira, 18 de março de 2009

MAIS UMA DOR PELO AMOR À EDUCAÇÃO

Quem me conhece sabe que gosto sempre de reacender velhas chamas. Principalmente se as chamas queimam minha consciência e chicoteiam minha limitada visão de cidadão e martelam os ditos “senhores” e “senhoras” da “razão.
Fiquei sabendo recentemente de uma história que aconteceu nos corredores do saudoso CFCH – Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFPE, que me deixou “irado” ao ponto de querer realmente falar de algo que virou moda “na história desse país”...
Um velho conhecido (que chamarei de Xico) de infância acabou de ser aprovado no vestibular de música da Universidade. Ele me deu essa notícia maravilhosa de forma nada convencional. Seu jeito de gente simples de interior me contou que fora vítima de um sarcástico aluno “veterano” do curso de música.
Xico disse que ao passar nos corredores do CFCH pra visitar um amigo no sexto andar do prédio, o “aluno veterano” lhe olhou dos pés a cabeça e disse: - E então, negão?! Entrou na Universidade pelas cotas para negros, foi? (...).
(...)
Será que é um caso isolado? Será que ele não foi vítima apenas de um “filhinho de papai” racista? Ou será que ele representa uma parcela numerosa de negros que passam sempre por isso nos corredores das Universidades brasileiras? Será também que ele realmente não está sendo discriminado por estes critérios de cotas, como o que ocorre no Rio de Janeiro, desde 2007?
Me vem tantas questões numa hora dessas! Me vem tanta angustia com sabor de injustiça!
Porque no Brasil não existe uma política voltada para a educação de base, capaz de destruir com qualquer tipo de cota? Porque o Brasil não investe massivamente na educação de base a fim de acabar com a deficiência do ensino brasileiro?
Será que ninguém percebe que o sistema de “cotas” está se tornando mais uma forma de descriminação contra os afros descendentes, (que poderão ser taxados de incapazes para o ingresso no ensino superior), como ocorreu com meu amigo Xico?
Mesmo sabendo que nós brasileiros temos uma divida de mais de três séculos, ainda não usamos essa consciência pra tomarmos as rédeas da justiça social, principalmente por parte dos professores brasileiros.
O Brasil concentra a base de sua riqueza e tecnologia em três setores da economia: a administração, a agricultura e a pecuária. Juntas, elas somam valores astronômicos que nenhum outro país possui, não só do ponto de vista de mão-de-obra, mas pelo desenvolvimento de suas tecnologias. O Brasil desenvolveu e aprimorou em séculos de trabalho. Trabalho do Negro!
Os índios eram péssimos administradores de suas próprias terras; não sabiam criar animais do ponto de vista comercial, tampouco sabiam técnicas de plantio de várias espécies comestíveis, entre hortaliças e grãos.
Os portugueses nunca foram bons administradores de suas riquezas. Não eram capazes de criar animais em larga escala, não se aprimoraram na busca de desenvolver a agricultura, por serem historicamente despreparados para atividades com a terra.
Foram os negros que aprimoraram toda a tecnologia destes três setores no nosso país. E eles nunca precisaram de cotas para provar sua capacidade humana de serem bons administradores, excelentes criadores, e perfeitos agricultores.
Como educador, eu percebo que os negros sofrem da mesma angústia que milhares de professores que desejam apenas o “reconhecimento” do seu papel para com o país que eles amam tanto. Inclusão social é fator importante para qualquer cidadão carente. A palavra não é inclusão, embora ela esteja na moda. A palavra de ordem, para mim, é oportunidade.

Outra história similar que tomei conhecimento, que me deixou aborrecido, também aconteceu na UFPE.

Um “certo” departamento da Universidade há um ano se reuniu e propôs aos seus professores a criação de um vestibular especifico para os militantes do MST, onde o movimento faria a organização dos detalhes, dos conteúdos e da aplicação das provas.

Não seria o caso de criar, também, um vestibular para filhos de empresários? Não seria justo criar um vestibular “mais” leve para filhos de funcionários da Universidade, para alunos da zona rural de cidades como Pombos, Primavera, Camutanga, São Vicente Ferrer? Não seria o caso abrir um vestibular para professores leigos do interior do estado, com todos os custos pagos pelo governo federal?
Portanto o sistema de “cotas” não é a solução do problema racial no Brasil, até porque tem todo um arcabouço social, cultural e econômico que envolve o problema de racismo no Brasil. Então por que desde já, não se começa a investir na educação de base, de forma que, todos tenham acesso a ela, (negros, sem terra, brancos, pobres, índios, imigrantes e descendentes)?
Estou fazendo minha parte.
A Universidade está?
A Sociedade está?
E você, está?

MERENDA ESCOLAR EM GRAVATÁ - Por Sunamita Albuquerque

Caro Ricardo,


Venho através deste pedir sua solidariedade na realização desta denúncia, tornando público o fato de nossos alunos estarem sem merenda escolar, há mais de 01 mês. Na escola que leciono, a merenda é servida (quando alguém doa alguma coisa e, os alunos colaboram com verduras) a cada 08 dias.

Acredito que não se faz necessário (todavia, o farei), lembrar que boa parte de nosso alunado tem na merenda escolar, a refeição do dia. Disse certa vez o mestre Josué de Castro, que “no Brasil ninguém dorme por causa da fome. Metade porque está com fome, e a outra metade porque tem medo de quem tem fome”.

Quem vai para a escola tem fome de aprender, desde que não tenha fome de fato. Se alguém afirma que não é dever da escola acabar com a fome, há de se convir que, cabe-lhe o dever de matar a fome do dia. Não há quem consiga se concentrar com pouca ou nenhuma comida no estômago. O aluno fica apático, sonolento ou irritadiço.

Este blog já nos deu a honra de apresentar uma discussão que se arrasta há anos acerca de merenda escolar, na qual tenho o orgulho e honra de ser pioneira, desde a implantação de uma horta escolar que criamos na escola Antônio Borges, em Cotunguba.

Apresentamos na Câmara de Vereadores, e foi enviado ao executivo, projeto que solicita implantação de Merenda Orgânica no município, do qual ainda não obtivemos parecer. Todavia, me pergunto: para onde foi o dinheiro da merenda convencional? Por que os alunos estão sem receber um complemento alimentar, e de qualidade?

Ao ler a reportagem acerca do exorbitante débito da prefeitura municipal de Gravatá, senti-me na obrigação de tornar público alguns fatos e cifras referentes ao orçamento aprovado para o exercício dos anos de 2008 e 2009, especialmente no que diz respeito a educação – confesso que ao concluir a leitura das outras pastas, tamanho era o mal–estar que optei por deter-me apenas ao quadro do qual faço parte.

Mas, analisando o volume de cifras enviadas pelo governo federal apenas para uma secretaria, estou certa de que o sábio leitor concluirá o montante das demais pastas que engordam os cofres do município (não digo da prefeitura, por não dispor de documentos que comprovem a entrada destes recursos e o gasto dos mesmos).

Pois bem, no ano de 2007 foi colocado em votação na Câmara Municipal de Vereadores e, aprovado, um orçamento para o exercício de 2008, que apresenta, dentre outras atividades, R$ 90.000,00 para expansão da rede de ensino (página 9 – anexo 6), R$ 90.000,00 para aquisição de móveis para a secretaria, R$ 549.000,00 para expansão e melhoria da rede de ensino, R$ 100.000,00 para construção e ampliação de prédios para ensino, R$ 200.000,00 para construção e ampliação de unidades escolares, R$ 100.000,00 para aquisição de imóveis........ e segue assim, caro cidadão gravataense, até atingir cifras astronômicas. Estes dados repetem-se com distintos códigos por pelo menos 19 (dezenove) vezes, com valores distintos.

Some-se a isso, o não cumprimento do piso salarial dos professores do município, a perda de nossa identidade cultural, de nosso patrimônio – as praças da cidade que forma totalmente modificadas, e não, reformadas, a derrubada de várias árvores que amenizavam o calor e melhoravam o ar...

Estou muito preocupada!! Onde vamos parar? O que mais está para acontecer? Que Deus nos ajude, e tenha misericórdia de nós!

Sunamita Oliveira é educadora em Gravatá.

terça-feira, 10 de março de 2009

A Gal (Costa) estava errada...

Por Sunamita Oliveira*
Onde está o dinheiro?... o elefante comeu, e todo mundo viu!!!

Ao ler a reportagem acerca do exorbitante débito da prefeitura municipal de Gravatá, senti-me na obrigação de tornar público alguns fatos e cifras referentes ao orçamento aprovado para o exercício dos anos de 2008 e 2009, especialmente no que diz respeito a educação – confesso que ao concluir a leitura das outras pastas, tamanha era o mal–estar que optei por deter-me apenas ao quadro do qual faço parte. Mas, analisando o volume de cifras enviadas pelo governo federal apenas para uma secretaria, estou certa de que o sábio leitor concluirá o montante das demais pastas que engordam os cofres do município (não digo da prefeitura, por não dispor de documentos que comprovem a entrada destes recursos e o gasto dos mesmos).
Pois bem, no ano de 2007 foi colocado em votação na Câmara Municipal de Vereadores e, aprovado, um orçamento para o exercício de 2008, que apresenta, dentre outras atividades, R$ 90.000,00 para expansão da rede de ensino (página 9 – anexo 6), R$ 90.000,00 para aquisição de móveis para a secretaria, R$ 549.000,00 para expansão e melhoria da rede de ensino, R$ 100.000,00 para construção e ampliação de prédios para ensino, R$ 200.000,00 para construção e ampliação de unidades escolares, R$ 100.000,00 para aquisição de imóveis........ e segue assim, caro cidadão gravataense, até atingir cifras astronômicas. Estes dados repetem-se com distintos códigos por pelo menos 19 (dezenove) vezes, com valores distintos.
O orçamento aprovado em 2008 para o exercício de 2009 segue o mesmo padrão, só tendo pequenas alterações em valores de determinadas atividades.
O que quero compartilhar com todos é minha indignação com o uso de nosso dinheiro. É imoral e revoltante a forma como a educação é destratada e maltratada, quadro inalterado nesses longos tucanistas anos.
Gravatá não teve sequer uma sala de aula construída nesse período (algumas poucas foram remendadas), deveras uma escola!
Some-se a isso a falta do pagamento do piso salarial nacional dos professores, que ainda não nos foi repassado, a falta de competência da maioria dos gestores e coordenadores pedagógicos, que mudaram a nomenclatura mas, continuam meros supervisores, e a falta de compromisso real de quem comanda de forma geral a educação.
Dia desses ouvi de uma "professora-cargo comissionado" dizer que criar horta escolar constitui trabalho infantil. Perguntei abismada: "Como assim, por exemplo?"
Já é de conhecimento de toda sociedade que o estado extinguiu o ensino fundamental I, deixando a encargo do município, no entanto, ao contrário do que afirma pessoal ligado ao atual gestor, há verba para estruturar as escolas públicas municipais, especialmente as verbas federais, como pode ser constatado por qualquer cidadão.
É também público a existência de uma escola que funciona em um pós-motel, sem oferecer dignidade, dever da educação, à comunidade do bairro Santa Luzia.
Aos que discordam de minha posição, e em especial aos que além de contrários, mantêm seus filhos estudando nas escolas mais caras da cidade, deixo meu apelo: TEMOS VAGAS! POR FAVOR, MATRICULEM SEUS FILHOS NAS NOSSAS SALAS DE AULA! Vamos ver se dessa forma altera-se o dito popular: Pimenta nos olhos dos outros...

*Sunamita Oliveira é educadora em Gravatá, marxista por opção, ativista, comunista graças a Deus, e petista por ter vergonha na cara mesmo!

segunda-feira, 9 de março de 2009

GENOCÍDIO OU LULACÍDIO?


O governo do presidente Lula baterá, sem sombra de dúvidas, o recorde em mais uma categoria de realizações do "nunca na hisstória desse paísss". Só que este feito não será revelado pelos meios de comunicação, em horário nobre, nem pelas empresas de pesquisa.

Esse foi o governo que mais causou a morte de brasileiros dos mais diversos segmentos sociais, sem disparar um único tiro que fosse – apenas com medidas, ou a não adoção das mesmas, jurídicas, políticas e econômicas.

E isso em época em que o planeta esteve sob bonança econômica. Também não entrará nesta conta, pelo menos nos primeiros cálculos, o número de vítimas da violência urbana – caos que o Estado faz questão absoluta de preservar, alegando estar agindo de acordo com os direitos humanos (para os criminosos e para os terroristas, é claro).

O Brasil está entre os dez países do mundo no ranking do suicídio, cerca de 8.000 casos por ano – sem contar as muitas mortes não são registradas como suicídio e nem as tentativas infrutíferas, que aconteceriam em número dez vezes superior ao dos casos consumados.

Depois do período que insistem em chamar de "ditadura militar", e nos últimos 20 anos, o número de mortes por suicídio cresceu 1.900% (mil e novecentos por cento!!!), entre indivíduos na faixa etária de 15 a 24 anos. Pasmem, o suicídio já representa a terceira principal causa de morte de pessoas em plena idade produtiva, com conseqüências que atingem também suas famílias.


Recentemente, o Exército brasileiro perdeu dois de seus generais da ativa, acredita-se, por suicídio. Um deles foi o general de divisão Luiz Alfredo Jeff, que comandava a quarta região militar, com sede em Belo Horizonte. Antes dele, o general de divisão Urano Bacellar, que comandava a Força de Paz da ONU no Haiti também teria cometido suicídio, embora esta não seja a única versão sobre a morte do general.

Certamente os generais não são os únicos. Professores, médicos, muitos funcionários públicos, empresários e aposentados também estão na lista dos que passam por dificuldades. Sem dúvida, a classe média vem sendo gradualmente exterminada na medida em que emerge uma nova classe à riqueza, vinda dos porões do crime organizado que, por sua vez promove a ascensão de muito pobres e de miseráveis para uma pseudo nova classe média (que poderia facilmente ser chamada de "de cavalo dado não se olha os dentes e lambam os beiços" – e que é a classe manipulada, via chantagem financeira, para manter, inclusive sob o uso da força, a nova classe chegada ao poder exatamente lá onde está).
Meu sogro, Zezinho Cruz, é anistiado politico. Era cabo da Aeronáutica. Luta há mais de dez anos pelo reconhecimento de sua aposentadoria, covardemente retida pelo governo do Lula. Tantos, com costas quentes, com padrinhos políticos já receberam sua aposentadoria. O cidadão do interior de Pernambuco, pobre, sem ninguém que fale por ele, continua, angustiadamente, esperando o dia chegar em que ele possa sair detrás de um balcão de frigorífico (felizmente próprio), cego de um olho, com 58 anos de idade e usufruir de um direito já firmado pela justiça. Ainda bem que ele tem uma família que o ama, que o ampara, que está sempre ao seu lado e que não permitirá que ele engrosse a lista dos suicidas...

O que mais esperar deste governo? O que mais esperar da Justiça? O que mais esperar da vida? Por certo que a morte, nas trincheiras da angústia, com gosto de injustiça na boca...



DENUNCIA CONTRA O CONGRESSO NACIONAL



A CADA MINUTO, O CONGRESSO NACIONAL GASTA R$ 11.545,04

O que você faria se tivesse R$ 11.545,04 para gastar por minuto? Pensou? É muito dinheiro? Saiba que este é o valor que o Congresso Brasileiro gasta a cada minuto. Levantamento exclusivo feito pela Transparência Brasil mostra que o País possui o congresso que mais pesa no bolso da população comparando com os parlamentos de onze países.

• Fale com seu representante no Congresso Nacional
• Salários dos Parlamentares: como definir? Opine!
• Gastos com o Legislativo são o custo da democracia, dizem parlamentares

“Da comparação entre os países resulta que, levando-se em conta os diferentes níveis de riqueza dos países, tanto em termos de renda per capita quanto do nível do salário mínimo, o Brasil é, entre os estudados, o país em que o congresso mais onera o cidadão”, conclui o estudo.

A Transparência Brasil comparou o orçamento do Congresso Brasileiro - que neste ano é de R$ 6.068.072.181,00 - com os da Alemanha, Argentina, Canadá, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, México e Portugal. A pesquisa mostra que o mandato de cada um dos 513 deputados federais custa R$ 6,6 milhões por ano; no Senado, onde existem 81 senadores, o custo é de R$ 33,1 milhões. Em outras palavras, a média do custo por parlamentar no Brasil é de R$ 10,2 milhões, enquanto nos países europeus mais o Canadá essa média é de R$ 2,4 milhões. Para se ter uma idéia, se o Brasil gastasse um valor compatível com o europeu e considerando o mesmo orçamento, o congresso deveria ter 2556 parlamentares.

"Gastamos muito mais, em proporções elevadíssimas, do que países europeus. Estamos gastando de mais em um parlamento que tem problemas muitos sérios para se controlar. A relação custo-benefício não está sendo favorável. Isso é muito ruim porque o parlamento é importante para a democracia. Há uma grande falta de resposta à sociedade", afirma Claudio Abramo, diretor-executivo da ONG Transparência Brasil.

O Brasil perde apenas para os Estados Unidos, onde cada congressista custa em média R$ 15,3 milhões. Hoje, cada parlamentar custa, em média, o equivalente a 2068 salários mínimos anuais – mais do que o dobro do México, cerca de 37 vezes superior ao da Espanha e 34 vezes maior do que o Reino Unido. “Mesmo se o Senado deixasse de existir e se considerasse apenas a Câmara dos Deputados, o custo de cada mandato ainda seria o segundo maior da lista”.

Enorme descompasso

O estudo também mostrou que não apenas o congresso é caro como o gasto que cada parlamentar consome diretamente. Antes do aumento de cerca de 28%, que os senadores e deputados concederam a eles mesmos, cada integrante da Câmara dos Deputados gastava R$ 101 mil, por mês, entre salários, auxílios diversos e verba indenizatória. Na Câmara dos Comuns Britânica, esta quantia é de 600 mil, mas por ano. Ou seja, apesar de viver em um país em que a renda per capita e o custo de vida são superiores ao do Brasil, os britânicos gastam menos do que a metade de um parlamentar brasileiro.

“O presente levantamento reforça a percepção de que os integrantes das Casas legislativas brasileiras perderam a noção de proporção entre o que fazem e o País em que vivem”, destaca o relatório, acrescentando que “tudo isso só colabora para o desgaste da representatividade política, ao que se soma a perda de prestígio da atividade parlamentar derivada do repetido envolvimento de políticos em escândalos de corrupção”.

Custo por habitante

Apesar de não ser a melhor forma de avaliar, por não levar em conta os diferentes níveis de riqueza dos países, outro dado interessante do levantamento feito pela Transparência Brasil é o custo do Parlamento no orçamento de cada habitante. No Brasil, por ano, cada pessoa desembolsa R$ 32,49 – ocupando o terceiro lugar da lista, atrás apenas da Itália, onde a conta de cada habitante é de R$ 64,46 e da França, R$ 34. "Custar R$ 32 no Brasil é uma coisa, na França é outra. Pesa muito menos no bolso daquele cidadão do que pesa no Brasil, porque a renda aqui é muito mais baixa", avalia Abramo.

Em relação ao salário mínimo anual, que seria um modo melhor de avaliação, segundo a Transparência Brasil, essa parcela atinge 0,66%, sendo a porcentagem mais alta entre todos os países estudados. O número é 10 vezes superior ao Reino Unido ou Alemanha, cinco vezes maior do que os Estados Unidos e três vezes mais do que a Argentina.

Esferas estaduais e municipais

O gasto excessivo, segundo o levantamento, repete-se nos Estados e municípios brasileiros. De acordo com a pesquisa, 15 Estados apresentam um custo por mandato superior ao da Itália, que hoje tem um Parlamento que consome quase R$ 4 milhões, perdendo apenas para os Estados Unidos e Brasil. Em Tocantins, que é o Estado brasileiro que menos se gasta com parlamentar, o custo por deputado - pouco mais de R$ 2 milhões - é maior do que os Parlamentos da Espanha e Portugal.

No Rio de Janeiro e em São Paulo, o mandato de um único vereador é mais caro do que o do Congresso norte-americano. Aqui, gasta-se mais de R$ 5 milhões por ano com os vereadores destes Estados. O mandato municipal mais barato no Brasil foi registrado em Rio Branco, no Acre, onde cada vereador custa por volta de R$ 715 mil.

fonte: http://www.oquintopoder.com.br/denuncia/ed155.php?item=materia5

domingo, 8 de março de 2009

CRIME HEDIONDO CONTRA O PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO


* Por Lucivãnio Jatobá

Como se não bastassem os assassinatos bárbaros cometidos pelos bandidos, que agem impunemente nas grandes cidades brasileiras, contra nós, os cidadãos e cidadãs brasileiros indefesos, agora os criminosos resolveram voltar-se contra o DESPROTEGIDO Patrimônio Arqueológico brasileiro.
Há alguns anos, fato denunciado pela imprensa, inclusive internacional, bandos de invasores de terra, no importantíssimo Parque Arqueológico da Serra da Capivara, no Piauí, destruíram diversos “murais” com inscrições rupestres milenares. O fato, apesar das denúncias, “ ficou por isso mesmo”. Agora, no mês de março de 2009, mais um crime hediondo contra a Arqueologia brasileira foi cometido e, muito provavelmente, “ficará por isso mesmo” também, para não fugir à regra.
O espaço pré-histórico escolhido para “sair do mapa’ foi o Parque Nacional do Catimbau, no município de Buique, Estado de Pernambuco. Nesse Parque importantíssimo, que reúne evidências excelentes do passado humano, de milhares de anos, há o sítio arqueológico da Pedra da Concha, um paredão abrupto em arenito paleozóico.
Esse sítio possui (possuía) inscrições rupestres da chamada Tradição Nordeste e da Tradição Agreste. Ali o espaço está impregnado de passado do homem da Pré-História brasileira. Trata-se de um laboratório a céu aberto para estudos diversos, que poderia ser usado cientificamente por muitas gerações.
Pois bem, numa ação bem pensada , criminosos , com habilidade e ousadia , destruíram o painel, com tinta a óleo. Apagaram para sempre os registros que existiam e ajudavam a compreender esse passado referido. As punições a esses criminosos, punições severas e exemplares, urgem para que novos crimes dessa natureza não voltem a acontecer. Não pode haver complacência com criminosos!
Esse fato e muitos outros que são observados no território brasileiro mostram , inequivocamente, o ódio que, nos últimos anos, vem sendo dirigido contra quem estuda, contra quem investiga, contra quem lê no Brasil. É como se a “cultura” de insignificantes tivesse que se sobrepor à cultura da humanidade adquirida ao longo de tantos milhares de anos. É a "supremacia primitiva" da barbárie intelectual.


*Professor do Curso de Arqueologia da UFPE - Recife, Brasil.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Quanta Visão de Educação... Quanta Contradição...

Em uma capacitação promovida pela Secretaria de Educação de Gravatá em parceria com o IPAD, uma professora do quadro municipal confessou jamais matricular o seu filho em uma escola pública. Estávamos numa das salas do CAIC, em meio a um debate sobre o ensino público. A professora Maximina que coordenada a sala me confessou mais tarde, em conversa franca no refeitório, está estarrecida com a afirmativa da professora primária.
- Como ela pode jogar “m” no próprio ventilador? – desabafava Maximina, emocionada.
- Não acredite que esta é a visão da maioria. – solicitei em meio a nossa conversa...
(...)
Confesso aos leitores deste blog que aquela afirmação me promoveu um dos pecados capitais: a ira. Como acreditar numa revolução do ensino público, se os próprios agentes transformadores desistiram de sua missão? Fica claro para qualquer pessoa sensata que esta dita “professora” não deve entender o significado da palavra “missão” e jamais perceberá que está na profissão errada, como 80% dos meus colegas da educação brasileira.
Ao contrário desta professora (provavelmente infeliz profissionalmente), eu asseguro que faria questão de entregar a minha filha nas mãos de Professoras do Ensino Municipal, como por exemplo, Professora Kelia Cruz, Professora Sueli Pereira, Professora Patrícia Cunha, Professora Márcia Campelo, Professora Sunamita, Professora Kelma Cruz, Professora Roseane Quirino, Professora Maria José Célia, Professora Adriana Simões, Professora Berenice, Professora Carline Moura, Professora Simone Andrade, Professora Adeni, Professora Doris, Professora Cleide Moura, Professora Cristina Cavalcanti...

Devo parecer injusto esquecendo dezenas de outros nomes de professores que ora fogem da minha medíocre memória física, mas que fazem parte desta lista de profissionais competentes, que entendem que seu trabalho é uma missão, que está acima do valor monetário, que está acima das convicções políticas, que se dedicam a uma causa das mais nobres da humanidade. Por coincidência, todos os nomes são de professoras primárias, Mulheres de Valores, as quais eu aproveito e presto minha homenagem pelo dia 08 de março.




É de conhecimento de todos que existe uma escola no município de Gravatá - que possui nome de um ex-presidente americano – funciona em péssimas instalações. Um movimento encabeçado por uma Educadora da referida escola, está exigindo do poder executivo uma remoção imediata para outro prédio que ofereça segurança e conforto para a comunidade escolar. Caso o apelo não fosse atendido pelo prefeito, o Ministério Público seria convocado. Além disso, existe até a idéia de solicitar ao prefeito que matriculasse o seu filho na referida escola, caso o mesmo não se sensibilizasse com a situação desumana que enfrenta os professores e alunos.


Recentemente fui convidado a participar de um movimento internauta de apoio ao projeto de lei do senador Cristovam Buarque. Ele apresentou um projeto de lei propondo que todo político eleito (vereador, prefeito, deputado, etc.) seja obrigado a colocar os filhos na escola pública.

Segundo o texto do senador, as conseqüências seriam as melhores possíveis. Quando os políticos se virem obrigados a colocar seus filhos na escola pública, a qualidade do ensino no país irá melhorar. E todos sabem das implicações decorrentes do ensino público que temos no Brasil. Este projeto polêmico só passará se houver pressão da opinião pública.
A matéria pode ser lida na íntegra no link abaixo.

http://www.senado.gov.br/sf/atividade/Materia/detalhes.asp?p_cod_mate=82166