sexta-feira, 6 de março de 2009

Quanta Visão de Educação... Quanta Contradição...

Em uma capacitação promovida pela Secretaria de Educação de Gravatá em parceria com o IPAD, uma professora do quadro municipal confessou jamais matricular o seu filho em uma escola pública. Estávamos numa das salas do CAIC, em meio a um debate sobre o ensino público. A professora Maximina que coordenada a sala me confessou mais tarde, em conversa franca no refeitório, está estarrecida com a afirmativa da professora primária.
- Como ela pode jogar “m” no próprio ventilador? – desabafava Maximina, emocionada.
- Não acredite que esta é a visão da maioria. – solicitei em meio a nossa conversa...
(...)
Confesso aos leitores deste blog que aquela afirmação me promoveu um dos pecados capitais: a ira. Como acreditar numa revolução do ensino público, se os próprios agentes transformadores desistiram de sua missão? Fica claro para qualquer pessoa sensata que esta dita “professora” não deve entender o significado da palavra “missão” e jamais perceberá que está na profissão errada, como 80% dos meus colegas da educação brasileira.
Ao contrário desta professora (provavelmente infeliz profissionalmente), eu asseguro que faria questão de entregar a minha filha nas mãos de Professoras do Ensino Municipal, como por exemplo, Professora Kelia Cruz, Professora Sueli Pereira, Professora Patrícia Cunha, Professora Márcia Campelo, Professora Sunamita, Professora Kelma Cruz, Professora Roseane Quirino, Professora Maria José Célia, Professora Adriana Simões, Professora Berenice, Professora Carline Moura, Professora Simone Andrade, Professora Adeni, Professora Doris, Professora Cleide Moura, Professora Cristina Cavalcanti...

Devo parecer injusto esquecendo dezenas de outros nomes de professores que ora fogem da minha medíocre memória física, mas que fazem parte desta lista de profissionais competentes, que entendem que seu trabalho é uma missão, que está acima do valor monetário, que está acima das convicções políticas, que se dedicam a uma causa das mais nobres da humanidade. Por coincidência, todos os nomes são de professoras primárias, Mulheres de Valores, as quais eu aproveito e presto minha homenagem pelo dia 08 de março.




É de conhecimento de todos que existe uma escola no município de Gravatá - que possui nome de um ex-presidente americano – funciona em péssimas instalações. Um movimento encabeçado por uma Educadora da referida escola, está exigindo do poder executivo uma remoção imediata para outro prédio que ofereça segurança e conforto para a comunidade escolar. Caso o apelo não fosse atendido pelo prefeito, o Ministério Público seria convocado. Além disso, existe até a idéia de solicitar ao prefeito que matriculasse o seu filho na referida escola, caso o mesmo não se sensibilizasse com a situação desumana que enfrenta os professores e alunos.


Recentemente fui convidado a participar de um movimento internauta de apoio ao projeto de lei do senador Cristovam Buarque. Ele apresentou um projeto de lei propondo que todo político eleito (vereador, prefeito, deputado, etc.) seja obrigado a colocar os filhos na escola pública.

Segundo o texto do senador, as conseqüências seriam as melhores possíveis. Quando os políticos se virem obrigados a colocar seus filhos na escola pública, a qualidade do ensino no país irá melhorar. E todos sabem das implicações decorrentes do ensino público que temos no Brasil. Este projeto polêmico só passará se houver pressão da opinião pública.
A matéria pode ser lida na íntegra no link abaixo.

http://www.senado.gov.br/sf/atividade/Materia/detalhes.asp?p_cod_mate=82166

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