Livro Primeiras Águas - Poesias

Este é o livro I da série Primeiras Águas.

Campanha Gravatá Eficiente

Fomentando uma nova plataforma de discussão.

A Liberdade das novas idéias começa aqui.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Os Anônimos me Amam!! Fala Sério?!

Procure se informar… essa foto não foi nesse episódio – afinal a “Dilma” não liberou obra alguma…. Essa foto é em um velório no ano de 2002… ta perdendo credibilidade...

(comentário anônimo que recebi hoje referente ao texto "Sem Comentários", postado no último dia 30)

Amigos,
No último dia 30, recebi na minha caixa de email uma mensagem com a foto e o texto que estão postados abaixo. Publiquei, na íntegra, como sempre faço quando recebo emails de amigos, colaboradores e pessoas que gostam de compartilhar informações.

Como já disse algumas vezes, nem tudo que publico no MEU blog reflete a MINHA opinião. Mas eu publico todas as informações porque acredito que vivemos em um Estado Democrático, embora demagógico e tendo consciência de que todo Estado que se estabelece em regime de democracia permitem conflitos, discórdias, caos, desencontros.

Raras são as vezes que busco pesquisar a fonte ou se realmente procede a informação. Faço isso, com muita preocupação, quando se trata de uma informação ou acusação grave, que esteja diretamente ligada a pessoas e instituições que me são próximas. Mas, quando é uma nota que circula em caixas de email, apenas compartilho.

Quem ler tem a liberdade de apontar equívocos, sem melindres e sempre se mostrando preocupado com a qualidade do que é veiculado em meu blog. Amigos, pessoas sérias, honestas, justas, agem assim, usando sempre de transparência e sem nenhum tipo de censura ditatorial.

Agora, se tem um sujeito (a) que eu não engulo é o (a) tal do anônimo (a) sem coragem de criticar ou colaborar com meu blog de forma transparente e honesta. Este ou esta só aparece para apontar (como faziam os hipócritas da época de Jesus) e, pior, escrever errado, desrespeitando a nossa Língua Portuguesa.

Aí eu não agüento. Como diz uma amiga minha: “me dá tudo que não presta”. E depois me dá uma vontade danada de sorrir muito, ainda mais quando o sujeito ou sujeita (fraco ou fraca) diz que estou perdendo credibilidade. Vejam se pode?! Eu tenho que rir mesmo.

Como esse tipo de gente é minoria, como vocês podem observar nos comentários deixados em meus textos, nunca me passou pela cabeça tirar essa opção aos meus leitores. Gente de bem não pode pagar por “gente” sem valor, concordam?

Por isso, caro (a) anônimo (a), continue deixando seus recados. Irei publicá-los. Até porque, minha avó já dizia: "quem fala de mim na ausência, algum respeito me tem". É que nem eu nem meu blog precisamos de um voto de credibilidade vindo de  ‘gente’ como você. Eu até tenho uma suspeita muito forte de quem você seja, mas, infelizmente, ainda não sei rastrear. Eu disse, AINDA. E por ter esse "desconfiômetro" em alta, escrevo como se estivesse olhando para você, nesse momento, na esperança de que você reaja. Sinta-se provocado, não como eu me sinto, pois eu sempre dou minha face a tapas. Já você.

Se errei, sempre peço publicamente desculpas e justifico-me, explico-me, faço minhas considerações em respeito aos que me seguem, aos que sempre me apoiam e incentivam a continuar esse trabalho de formiguinha. Mas sempre admito, com humildade, que errei. Estou aqui para errar também. Mas não estou aqui para aguentar gente fraca que diz o que quer e não quer ouvir.


Deus te ilumine, tá bom?
E por favor, use de linguagem coloquial, mas, respeitando as regras básicas da ortografia brasileira. Afinal, você faz parte de um grupo de pessoas chamadas "formadoras de opinião".

segunda-feira, 30 de maio de 2011

SEM COMENTÁRIOS



O cacique Raoni chora ao saber que Dilma liberou o início das construções de Belo Monte, mesmo após cartas dirigidas a ela que foram ignoradas, e ainda mais de 600 mil assinaturas que foram igualmente ignoradas.



Foi decretada a sentença de morte dos povos do Xingu.



Belo Monte seria maior que o Canal do Panamá, inundando pelo menos 400.000 hectares de floresta, expulsando 40.000 indígenas e populações locais e destruindo o habitat precioso de inúmeras espécies -- tudo isto para criar energia que poderia ser facilmente gerada com maiores investimentos em eficiência energética.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Ministérios Públicos criticam o Novo Código Florestal


Nesta semana, como resposta à aprovação do novo Código Florestal (PL 1876/99) pela Câmara Federal, os Ministérios Públicos dos Estados presentes  na reunião do Conselho Nacional do Meio Ambiente, em Brasília, em conjunto com diversas entidades ligadas à defesa da causa ambiental de todo país, publicaram uma carta aberta à população.

No documento, que segue abaixo, eles manifestam total reprovação à atitude dos deputados federais. Sustentam que a emenda "enfraquecerá ainda mais a proteção das florestas, das águas, do ar, do solo, do clima, da biodiversidade, das populações em área de risco e da agricultura sustentável." O procurador de Justiça Saint-Clair Honorato Santos, coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção do Meio Ambiente, do MP-PR, é o representante dos MPs Estaduais junto ao CONAMA.

Segue abaixo a íntegra da carta:

CARTA ABERTA AO POVO BRASILEIRO

Os representantes da Sociedade Civil e do Ministério Publico dos Estados junto ao Conselho Nacional do Meio Ambiente, presentes na 102 ª Reunião Ordinária, vem manifestar profunda indignação diante da aprovação das alterações na Câmara Federal do Código Florestal Brasileiro, que enfraquecerá ainda mais a proteção das florestas, das águas, do ar, do solo, do clima, da biodiversidade, das populações em área de risco e da agricultura sustentável.

A situação se reveste da maior gravidade face aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, pois ocorre às vésperas da Conferência Rio+ 20, considerando ainda a intensidade dos eventos climaticos por que passa o planeta, a perda acentuada de biodiversidade e a escassez progressiva dos recursos hídricos.

Diante dos fatos ocorridos no Congresso, tornou-se mais vulnerável o meio ambiente, as instituições e o Sistema Nacional do Meio Ambiente, cujo órgão maior é o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA.

Por isso, retiramo-nos da sessão em protesto contra a fragilização dos instrumentos de gestão ambiental do País, deliberando por esta manifestação à Sociedade Brasileira, informando-a dos eminentes riscos a que estará submetida.

É momento da Sociedade Brasileira atuar de forma decisiva, fazendo valer os principios constitucionais da proteção ao meio ambiente e da vida humana.

Brasília, 25 de maio de 2011.

PROAM - Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental

FURPA - Fundação Rio Parnaíba

FBCN - Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza

INGA - Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais

ECODATA - Agencia Brasileira de Meio Ambiente e Tecnologia da Informação

MOVER - Movimento Verde de Paracatu

PONTO TERRA - Organização Ponto Terra

IDPV - Instituto Direito por um Planeta Verde

Ministério Público dos Estados

FUNATURA - Fundação Pró-Natureza

BIOESTE - Instituto de Biodeiversidade e Desenvolvimento do Oeste da Bahia

KANINDÉ - Associação de Defesa Etnoambiental

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Tempos de Gravatá


                                                  *Por Gilson Edmar


O recifense convive com a monotonia de um clima quente, de modo contínuo de janeiro a dezembro. O que se diferencia, do ponto de vista climático, é o período chuvoso, que geralmente vai de maio a julho e que chamamos de inverno. Com a chegada da chuva, aumenta a umidade relativa do ar, porém não cai a temperatura, apenas dando a sensação de melhoria térmica, quando causada por grandes precipitações. Além de termos um inverno quente, diferente de outros locais, o recifense sofre no período chuvoso com o alagamento de ruas, transbordamentos de canais, invasão de água nas casas e grandes engarrafamentos.

Esse clima quente e úmido motivou os recifenses a procurar alternativas na também diversidade climática, além da cultural, do nosso Estado. Criou-se o hábito de subir a Serra das Russas para usufruir de um clima mais ameno que o da capital. Assim, por estar situada próxima a Recife, a cidade de Gravatá passou a ter um papel relevante, como indutora do turismo interno de Pernambuco. No início era de modo mais tímido, mas com o passar dos anos tornou-se um polo importante deste turismo interno, com uma infraestrutura que permite um lazer diferenciado para os recifenses.

Outrora, a viagem não era tão simples, pois tínhamos que enfrentar as lombadas de Vitória de Santo Antão e a subida da Serra das Russas, em uma estrada simples, na maioria das vezes atrás de caminhões. Um dos primeiros passos neste desenvolvimento turístico foi quando um grupo de pessoas, incluindo vários médicos, comprou casas na Vila da Cohab, transformando-a quase num condomínio, com área de lazer, o Clube Cohatá. Geralmente, os amigos compravam casas juntos ou próximos, numa convivência saudável e saudosa. Eram animados os períodos juninos, a cada ano sendo aperfeiçoados pelos moradores, com fogueiras, comidas e, é claro, os fogos e as bombas.

Outra característica interessante é o modo cíclico de passar o inverno em Gravatá, sendo mais frequente quando os filhos são pequenos, diminuindo quando atingem a adolescência, vindo só nas grandes festas, ficando no Recife junto com os amigos na maior parte do tempo. Volta novamente a ser frequente quando os filhos casam ou quando surgem os netos. Mas por que Gravatá nesta época de inverno? O seu sucesso se deve a seu clima ameno, até mesmo frio, para os nossos padrões. Aliás, é comum as pessoas dizerem com orgulho que, nas suas casas, a temperatura já chegou a 10 ou 13 graus, fato nunca visto por outras pessoas.

Mas o frio leva os recifenses a mudar os seus hábitos, podendo usar roupas de inverno, por vezes exageradas, mas importante pela oportunidade de usá-las e para dar este belo astral à cidade. Além do vestuário, sobe-se a serra para comer uma fondue, tomar um chocolate quente e outras iguarias, próprias do inverno, para os adultos e os passeios de cavalo, para as crianças. Em um das nossas estadas, as crianças se rebelaram e exigiram que nós as levássemos para comer fondue. Para brincar com elas, dissemos que íamos oferecer um hambúrguer, acompanhado de uma Pepsi quente, para tirar o apetite da tropa.

As crianças se reuniram e a partir do almoço nada mais comeram. À noite, ao chegarmos no restaurante, foi uma festa: a alegria da mesa da criançada e nós nos divertindo com a trama que jamais seria realizada, mas que eles acreditaram.

Artigo publicado na edição de 26 de maio do Jornal do Commercio

*vice-reitor da UFPE

Nota Oficial da ABGLT sobre a suspensão do kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia




A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – ABGLT, por meio de suas 237 ONGs afiliadas, assim como a Articulação Nacional de Travestis e Transexuais - ANTRA,  a Articulação Brasileira de Lésbicas – ABL, o Grupo E-Jovem, milhares de militantes LGBT e defensores dos direitos humanos,  lamentam profundamente a decisão da Presidenta Dilma de suspender o kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia. A notícia foi recebida com perplexidade, consternação e indignação.

Apesar de entender que houve suspensão, e não cancelamento, do kit,  até porque o material ainda não está disponível para uso nas escolas e aguarda a análise do Comitê de Publicações do Ministério da Educação, a ABGLT considera que sua suspensão representa um retrocesso no combate a um problema – a discriminação e a violência homofóbica – que macula a imagem do Brasil internacionalmente no que tange ao respeito aos direitos humanos.

Este episódio infeliz traz à tona uma tendência maléfica crescente e preocupante na sociedade brasileira. O Decreto nº 119-A, de 17 de janeiro de 1890, estabeleceu a definitiva separação entre a Igreja e o Estado, tornando o Brasil um país laico e não confessional. Um princípio básico do estado republicano está sendo ameaçado pela chantagem praticada hoje contra o governo federal pela bancada religiosa fundamentalista e seus apoiadores no Congresso Nacional. O fundamentalismo de qualquer natureza, inclusive o religioso, é um fenômeno maligno atentatório aos princípios da democracia, um retrocesso inaceitável para os direitos humanos.

Os mesmos que queimaram os homossexuais, mulheres e crentes de outras religiões na fogueira da Inquisição na idade média estão nos ceifando no Brasil da atualidade. Segundo dados do Grupo Gay da Bahia, a cada dois dias uma pessoa LGBT é assassinada no Brasil por causa de sua orientação sexual ou identidade de  gênero. É preciso que sejam tomadas medidas concretas urgentes para reverter esse quadro, que é uma vergonha internacional para o Brasil.

Uma forma essencial de fazer isso é através da educação. E por este motivo o kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia foi construído exaustivamente por especialistas, com constante acompanhamento do Ministério da Educação, e com base em dados científicos. Entre estes são os resultados de diversos  estudos realizados e publicados no Brasil na última década.

A pesquisa intitulada “Juventudes e Sexualidade”, realizada pela UNESCO e publicada em 2004, foi aplicada em 241 escolas públicas e privadas em 14 capitais brasileiras. Segundo resultados da pesquisa, 39,6% dos estudantes masculinos não gostariam de ter um colega de classe homossexual, 35,2% dos pais não gostariam que seus filhos tivessem um colega de classe homossexual, e 60% dos professores afirmaram não ter conhecimento o suficiente para lidar com a questão da homossexualidade na sala de aula.

O estudo "Revelando Tramas, Descobrindo Segredos: Violência e Convivência nas Escolas", publicado em 2009 pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana, baseada em uma amostra de 10 mil estudantes e 1.500 professores(as) do Distrito Federal, e apontou que 63,1% dos entrevistados alegaram já ter visto pessoas que são (ou são tidas como) homossexuais sofrerem preconceito; mais da metade dos/das professores(as)  afirmam já ter presenciado cenas discriminatórias contra homossexuais nas escolas; e 44,4% dos meninos e 15% das meninas afirmaram que não gostariam de ter colega homossexual na sala de aula.

A pesquisa “Preconceito e Discriminação no Ambiente Escolar” realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, e também publicada em 2009, baseou-se em uma amostra nacional de 18,5 mil alunos, pais e mães, diretores, professores e funcionários, e revelou que 87,3% dos entrevistados têm preconceito com relação à orientação sexual e identidade de gênero.

A Fundação Perseu Abramo publicou em 2009 a pesquisa “Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil: intolerância e respeito às diferenças sexuais”, que indicou que 92% da população reconheceram que existe preconceito contra LGBT e que 28% reconheceram e declarou o próprio preconceito contra pessoas LGBT, percentual este cinco vezes maior que o preconceito contra negros e idosos, também identificado pela Fundação.

Estas e outras pesquisas comprovam indubitavelmente que a discriminação homofóbica existe na sociedade é tem um forte reflexo nas escolas. Eis a razão e a justificativa da elaboração do kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia.

Com a suspensão do kit, os jovens alunos e alunas das escolas públicas do Ensino Médio ficarão privados de acesso a informação privilegiada para a formação do caráter e da consciência de cidadania de uma nova geração.

Em resposta às críticas ao kit, informamos que o material foi analisado pelo Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação do Ministério da Justiça, que faz a "classificação indicativa" (a idade recomendada para assistir a um filme ou programa de televisão). Todos os vídeos do kit tiveram classificação livre,  revelando inquestionavelmente as mentiras, deturpações e distorções por parte de determinados parlamentares e líderes religiosos inescrupulosos, que além de substituírem as peças do kit por outras de teor diferente com o objetivo de mobilizar a opinião pública contrária, na semana passada afirmaram que haveria cenas de sexo explícito ou de beijos lascivos nas peças audiovisuais do kit.

O kit educativo foi avaliado pelo Conselho Federal de Psicologia, pela UNESCO e pelo UNAIDS, e teve parecer favorável das três instituições. Recebeu o apoio declarado do CEDUS – Centro de Educação Sexual, da União Nacional dos Estudantes, da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, e foi objeto de uma audiência pública promovida pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, cujo parecer também foi favorável. Ainda, teve uma moção de apoio aprovada pela Conferência Nacional de Educação, da qual participaram três mil delegados e delegadas representantes de todas as regiões do país, estudantes, professores e demais profissionais da área.

Ou seja, tem-se comprovado, por diversas fontes devidamente qualificadas e respeitadas, como base em informações científicas, que o material está perfeitamente adequado para o Ensino Médio, a que se destina. 

Os direitos humanos são indivisíveis e universais. Isso significa que são iguais para todas as pessoas, indiscriminadamente. Os direitos humanos de um determinado segmento da sociedade não podem, jamais, virar moeda de troca nas negociações políticas. Esperamos que a suspensão do kit não tenha acontecido por este motivo e relembramos o discurso da posse da Presidenta no qual afirmou a defesa intransigente dos direitos humanos.

Esperamos que a Presidenta Dilma mantenha o diálogo com todos os setores envolvidos neste debate e que respeite o movimento social LGBT. Da mesma forma que há parlamentares contrários à igualdade de direitos da população LGBT, há 175 nesta nova legislatura que já integraram a Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT, e que com certeza gostariam de ter a mesma oportunidade para se manifestarem em audiência com  a Presidenta, o mais brevemente possível. 

A Presidenta Dilma tem assinalado que seu governo está comprometido com a efetiva garantia da cidadania plena da população LGBT, por meio das ações afirmativas de seus ministérios. Na semana passada, na ocasião do Dia Internacional contra a Homofobia,  a ABGLT foi recebida por 12 ministérios do Governo Dilma, onde um item comum em todas as pautas foi o cumprimento do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT.  Também na semana passada, por meio de Decreto, a Presidenta convocou a 2ª Conferência Nacional LGBT. Porem, com a atitude demonstrada no dia de hoje acreditamos estar na contramão dos direitos humanos, retrocedendo nos avanços dos últimos anos. Exigimos que este governo não recue da defesa dos direitos humanos, não vacile e não sucumba diante da chantagem e do obscurantismo de uma minoria perversa de parlamentares e líderes fundamentalistas mal intencionados.

Esperamos que a Presidenta da República reconsidere sua posição de suspender o kit do projeto Escola Sem Homofobia, para restabelecer a conclusão e subsequente disponibilização do mesmo junto às escolas públicas brasileiras do ensino médio. Esperamos também que estabeleça o diálogo com técnicos e especialistas no assunto. Estamos abertos ao diálogo e esperamos que nossa disposição neste sentido seja retribuída o mais rapidamente possível, sendo recebidos em audiência pela Presidenta Dilma e pela Secretaria-Geral da Presidência da República e que a mesma reveja sua posição.


Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

25 de maio de 2011


Links para os vídeos do kit educativo do projeto Escola Sem Homofobia:


ENCONTRANDO BIANCA


PROBABILIDADE  


TORPEDO   



quarta-feira, 25 de maio de 2011

AS MATAS CILIARES E O CÓDIGO FLORESTAL‏

O novo Código Florestal e os desastres ambientais: o que há em comum entre a monocultura, a cana-de-açúcar, a criação de bovinos, a pobreza, políticos corruptos, a destruição da mata ciliar e as enchentes, enxurradas e inundações?


Posted:
20/05/2011 by antoniolimajr in 

O caderno Ciência e Meio Ambiente do Jornal do Commercio, domingo, 08 de maio de 2001, folha 5, trouxe a seguinte matéria:

“Mata ciliar é solução para as inundações”.

 

Fiquei muito animado com a notícia! No momento, o novo Código Florestal é discutido no Congresso Nacional, promovendo a tentativa de reduzir as áreas de preservação de florestas em margens de rios (mata ciliar), por grupos cujos principais interesses são egoístas e que ignoram as necessidades e sofrimentos coletivos, além do imperativo da preservação ambiental.
Ao mesmo tempo, vemos se multiplicarem os desastres ambientais, a exemplo das enchentes, enxurradas, inundações e deslizamentos de terra, em 2010 e 2011, atingindo Pernambuco, Alagoas, Região Serrana do Rio de Janeiro e outras regiões do Brasil, como as regiões Sul, Centro-Oeste e Norte, com mortes e grande número de pessoas desalojadas e desabrigadas. Muitas dessas pessoas estão desabrigadas desde desastres ocorridos anteriormente ao último registrado. E, não bastasse a tragédia humanitária e as perdas de vidas, os brasileiros em geral, toda a nação, têm de arcar com o incalculável custo de recuperação e reconstrução daquilo que foi destruído. É bom lembrar que as populações mais pobres são aquelas que geralmente sofrem as principais conseqüências dos desastres, aqui e em todo o mundo.

Os artífices do novo Código Florestal argumentam que não há “provas científicas” que justifiquem a manutenção da mata ciliar!

 

Me poupem, ilustres parlamentares!

 

Quando se trata de segurança e sobrevivência da humanidade, prevalece o princípio da segurança e torna-se desnecessário provar o óbvio, o ululante. Na dúvida, preserve!


Mas, ainda assim, o cientista ambiental André Alcântara, sob a orientação do pesquisador Ricardo Braga, com apoio da Sociedade Nordestina de Ecologia e com financiamento pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente, provou para os céticos, inconseqüentes e egoístas que a mata ciliar precisa ser protegida:

“a vazão da água é bem maior em áreas cultivadas que em áreas florestadas”.

 

Mas o que isso significa? A tabela a seguir ilustra os resultados e alcance do estudo:
Local
Vazão
(l/s por km2)
Oxigênio dissolvido na água
Necessidade de tratamento da água para consumo
Estação 01 – Próximo da nascente: rio margeado por floresta Atlântica
24,7
Acima do necessário para a água ser considerada própria para consumoNecessita apenas cloração
Estação 02 – Rio cercado por agricultura de subsistência e mata em regeneração
62,6
Próximo do mínimo necessário para a água ser considerada própria para consumoNecessita de tratamento completo
Estação 03 – Margens ocupadas por pasto e canavial
177,6
Muito abaixo do mínimo necessário para a água ser considerada própria para consumoNecessita de tratamento completo

Ou seja:

“em áreas cultivadas, a vazão do rio é sete vezes maior que nas áreas florestadas”, pois onde havia pasto e cana a vazão chegou a 177,6 litros.

Traduzindo, em termos práticos, acrescento aqui uma pequena contribuição ao debate:
Quais são os municípios pernambucanos (e provavelmente também alagoanos) mais atingidos pelas enchentes em 2010 e 2011? Quais as suas principais formas de exploração e uso do solo, conforme dados de 2010?
Município
Situação de desastre ambiental em 2010 e 2011
Densidade demográfica (hab/km2)
Taxa de urbanização (%)
Renda per capita
Taxa de analfa-betismo
- 15 anos e mais (%)
Principal cultura -agrícola e pecuária
(maior valor da produção em R$ e maior efetivo dos rebanhos, respectivamente)
Água PretaCalamidade Pública60,8456,6165,539,60Cana-de-açúcar e bovinos
BarreirosCalamidade Pública174,4983,4293,2230,76Cana-de-açúcar e bovinos
CatendeCalamidade Pública182,8276,33104,1933,94Cana-de-açúcar e bovinos
CortêsCalamidade Pública122,9463,4574,1836,09Cana-de-açúcar e bovinos
JaqueiraCalamidade Pública129,2261,5765,0339,94Cana-de-açúcar e bovinos
MaraialCalamidade Pública62,4670,0360,5742,77Cana-de-açúcar e bovinos
PalmaresCalamidade Pública176,7178,76134,4727,78Cana-de-açúcar e bovinos
PrimaveraCalamidade Pública122,2463,8484,8832,67Cana-de-açúcar e bovinos
XexéuCalamidade Pública127,1865,0464,9943,94Cana-de-açúcar e bovinos
Quer mais? Veja a tabela completa, ao final, incluindo municípios em situação de emergência.Dados: www.bde.pe.gov.br/ArquivosPerfilMunicipal

São justamente aqueles municípios que têm os tipos de agricultura e pecuária apontados como tendo maior vazão em decorrência das chuvas. Não bastasse a pesquisa sobre vazão menor em áreas com preservação de matas ciliares, realizada em Pernambuco, acrescentam-se os dados acima, que são óbvios, ululantes!

Nós vamos

Um Recado Importante


" Será que há uma luz no fim do túnel ?, pergunta o cidadão e intelectual Vladmir  Félix Pacheco."


          Há sim, prezado Vladmir Félix. Há e ela terá que ser acesa pelo povo e sobretudo pela comunidade científica, inclusive a geográfica. Os cientistas, misteriosamente, em grande parte silenciaram. Aqui mesmo, nesta Lista, menos de meia duzia de intelectuais, apenas,  se pronunciou contra o Relatório do dep. Comunista Aldo Rebelo, que ontem, lembrando um orador nacional-socialista, berrava e desafiava  no Plenário da Câmara, a Excelentíssima Presidente da República Federativa do Brasil.  A televisão mostrou os berros do deputado.  E logo ele que é da "base de apoio do Governo Dilma". Que ironia!

         Há uma luz no final do túnel, e ela pode emanar da internet.  E´ preciso iniciar já  ( insisto:já!!!!!) uma ampla campanha mediante o emprego dessa coisa fantástica da atualidade que é a cibernética. E´ necessário  enviar, aos milhões, e-mails educados, bem redigidos  e científicamente convincentes, solicitando `a Excelentíssima Presidente que não assine o Projeto de Lei do comunista Aldo Rebelo e dos ruralistas,   que, como siameses,  estiveram,  para surpresa de todos nós,   visceralmente unidos contra o meio ambiente nacional. Eles se uniram; nós ficamos na janela, esperando a banda passar...

         Há uma luz no final do túnel. Que se inicie essa campanha patriótica e ambiental.  Que cheguem de imediato os  e-mails  de todos nós que defendemos o  meio ambiente e que sabemos as consequências negativas, que virão em curto e médio prazos, na caixa postal da Presidente Dilma.

          Há uma luz no final do túnel. E´o momento das organizações de classe e científicas , sobretudo  a Associação dos Geógrafos Brasileiros-AGB, escreverem textos simples,  e enviá-los à Presidência da República, mostrando objetivamente o mal que esse novo código representará, caso seja sancionado pela Presidente Dilma. É o momento dos estudantes romperem o silêncio e exigirem das suas entidades ( UNE, DCEs, DAs) , que permanecem mudas,  que se pronunciem e enviem  também e-mails à Presidente!  Usem o Facebook, o Twitter e outros mecanismos das redes sociais para convocarem os amigos à luta contra a aprovação do novo Código Florestal ? Quem sabe assim a "santa aliança" não será vencida?

          A internet derrubou uma ditadura no Egito, por que não derrubará essa "santa aliança" parlamentar estabelecida entre comunistas, ruralistas, madeireiros e grandes latifundiários? 
          
Há uma luz no final do túnel. O endereço dela é:   
Presidente Dilma  Roussef: (61) 34111225, email: sg@planalto.gov.br  
          
           Defendamos o meio ambiente! Apoiemos a Presidente!  Maiores são os poderes do Povo, já dizia Glauber Rocha!


Saudações Ambientalistas,
Lucivânio Jatobá.
           ( Prof. universitário e ambientalista)

terça-feira, 24 de maio de 2011

POLÊMICA OU IGNORÂNCIA?


DISCUSSÃO SOBRE LIVRO DIDÁTICO SÓ REVELA IGNORÂNCIA DA GRANDE IMPRENSA

Marcos Bagno
Universidade de Brasília

Para surpresa de ninguém, a coisa se repetiu. A grande imprensa brasileira mais uma vez exibiu sua ampla e larga ignorância a respeito do que se faz hoje no mundo acadêmico e no universo da educação no campo do ensino de língua.

Jornalistas desinformados abrem um livro didático, leem metade de meia páginae saem falando coisas que depõem sempre muito mais contra eles mesmos doque eles mesmos pensam (se é que pensam nisso, prepotentementeconvencidos que são, quase todos, de que detêm o absoluto poder da informação).

Polêmica? 

Por que polêmica, meus senhores e minhas senhoras? Já faz mais de quinze anos que os livros didáticos de língua portuguesa disponíveis no mercado e avaliados e aprovados pelo Ministério da Educação abordam o tema da variação linguística e do seu tratamento em sala de aula. Não é coisa de petista, fiquem tranquilas senhoras comentaristas políticas da televisão brasileira e seus colegas explanadores do óbvio.

Já no governo FHC, sob a gestão do ministro Paulo Renato, os livros didáticos de português avaliados pelo MEC começavam a abordar os fenômenos da variação linguística, o caráter inevitavelmente heterogêneo de qualquer língua viva falada no mundo, a mudança irreprimível que transformou, tem transformado, transforma e transformará qualquer idioma usado por uma comunidade humana. 

Somente com uma abordagem assim as alunas e os alunos provenientes das chamadas “classes populares” poderão se reconhecer no material didático e não se sentir alvo de zombaria e preconceito. E, é claro, com a chegada ao magistério de docentes provenientes cada vez mais dessas mesmas “classes populares”, esses mesmos profissionais entenderão que seu modo de falar, e o de seus aprendizes, não é feio, nem errado, nem tosco, é apenas uma língua diferente daquela – devidamente fossilizada e conservada em formol – que a tradição normativa tenta preservar a ferro e fogo, principalmente nos últimos tempos, com a chegada aos novos meios de comunicação de pseudoespecialistas que, amparados em tecnologias inovadoras, tentam vender um peixe gramatiqueiro para lá de podre.

Enquanto não se reconhecer a especificidade do português brasileiro dentro doconjunto de línguas derivadas do português quinhentista transplantados para as colônias, enquanto não se reconhecer que o português brasileiro é uma língua em si, com gramática própria, diferente da do português europeu, teremos de conviver com essas situações no mínimo patéticas.

A principal característica dos discursos marcadamente ideologizados (sejam eles da direita ou da esquerda) é a impossibilidade de ver as coisas em perspectiva contínua, em redes complexas de elementos que se cruzam e entrecruzam, em ciclos constantes. Nesses discursos só existe o preto e o branco, o masculino e o feminino, o mocinho e o bandido, o certo e o errado e por aí vai.

Darwin nunca disse em nenhum lugar de seus escritos que “o homem vem do macaco”. Ele disse, sim, que humanos e demais primatas deviam ter se originado de um ancestral comum. Mas essa visão mais sofisticada não interessava ao fundamentalismo religioso que precisava de um lema distorcido como “o homem vem do macaco” para empreender sua campanha obscurantista, que permanece em voga até hoje (inclusive no discurso da candidata azul disfarçada de verde à presidência da República no ano passado).

Da mesma forma, nenhum linguista sério, brasileiro ou estrangeiro, jamais disse ou escreveu que os estudantes usuários de variedades linguísticas mais distantes das normas urbanas de prestígio deveriam permanecer ali, fechados em sua comunidade, em sua cultura e em sua língua. O que esses profissionais vêm tentando fazer as pessoas entenderem é que defender uma coisa nãosignifica automaticamente combater a outra. Defender o respeito à variedade linguística dos estudantes não significa que não cabe à escola introduzi-los aomundo da cultura letrada e aos discursos que ela aciona. Cabe à escola ensinar aos alunos o que eles não sabem! Parece óbvio, mas é preciso repetir isso a todo momento.

Não é preciso ensinar nenhum brasileiro a dizer “isso é para mim tomar?”, porque essa regra gramatical (sim, caros leigos, é uma regra gramatical) já faz parte da língua materna de 99% dos nossos compatriotas. O que é preciso ensinar é a forma “isso é para eu tomar?”, porque ela não faz parte da gramática da maioria dos falantes de português brasileiro, mas por ainda servir de arame farpado entre os que falam “certo” e os que falam “errado”, é dever da escola apresentar essa outra regra aos alunos, de modo que eles – se julgarem pertinente, adequado e necessário – possam vir a usá-la TAMBÉM. 

O problema da ideologia purista é esse também. Seus defensores não conseguem admitir que tanto faz dizer assisti o filme quanto assiti ao filme, que a palavra óculos pode ser usada tanto no singular (o óculos, como dizem 101% dos brasileiros) quanto no plural (os óculos, como dizem dois ou três gatos pingados).

O mais divertido (para mim, pelo menos, talvez por um pouco de masoquismo) é ver os mesmos defensores da suposta “língua certa”, no exato momento em quea defendem, empregar regras linguísticas que a tradição normativa que eles acham que defendem rejeitaria imediatamente. Pois ontem, vendo o Jornal das Dez, da GloboNews, ouvi da boca do sr. Carlos Monforte essa deliciosa pergunta: 

“Como é que fica então as concordâncias?”. 

Ora, sr. Monforte, eu lhe devolvo a pergunta: 

“E as concordâncias, como é que ficam então?

Deus não tem teoria nem partícula


Por
Antônio Pavão*

“Partícula de Deus”, “descoberta da origem do universo”, “reprodução do Big Bang”, “surgimento do homem”, “brincando de Criador”, “desafio à religião”, talvez nunca tenhamos visto tantos disparates como esses publicados pela grande imprensa no anúncio da operação do acelerador de prótons do CERN.

O prejuízo é muito grande com o sensacionalismo e ignorância de certos jornalistas, ávidos por manchetes estrondosas. E a maior vítima é o público, que foi mal informado. Há todo um esforço para promover uma divulgação científica de qualidade e de repente se abre espaço para esse tipo pernicioso de jornalismo.

O novo acelerador produzirá energias da ordem de trilhões de elétron-volts, quando o Big Bang envolve energias quatrilhões de vezes maiores. Ou seja, para atingir a energia do Big Bang seria preciso aumentar o raio do acelerador a uma distância algo equivalente à distância da Terra à estrela Alfa da constelação do Centauro, a mais próxima de nós, tirando o Sol. Para chegar lá demoraríamos mais de quatro anos viajando na velocidade da luz, a 300 mil quilômetros por segundo! Esse gigante de 27 km, afundado a 100 m de profundidade na fronteira da Suiça com a França, irá desvendar a estrutura da matéria em dimensões inferiores a 0,0000000000000000001 m.

Além disso, poderá criar partículas até hoje desconhecidas e quem sabe oferecer respostas a questões que ainda nem foram formuladas. Mas isso nada tem nada a ver com o suposto Deus criador. No século XVII era comum, e alguns fazem isso até hoje, associar a pretensa “perfeição” do Universo com a existência do Criador. Mas quando o cometa Halley apareceu, quebrando a “harmonia” das órbitas “perfeitas” dos planetas no céu, foi um grande baque nessa visão deista do cosmos. Hoje sabemos que é mais simples entender o Universo partindo de uma visão de caos, ao invés de supor tal “ordem divina”.

Embora impressionante, o novo acelerador é apenas 10 vezes mais potente que o maior acelerador de prótons hoje em atividade no mundo, o Tévatron, situado no Fermilab nos EUA. Assim, mesmo lançando luz sobre a estrutura da matéria, não chegaremos ao “fim”, à menor partícula que eventualmente possa existir. Há muito caminho ainda a percorrer.

Deus, um delírio para uns, uma certeza para outros, nada tem a ver com esse colosso criador e esmagador da matéria. Portanto, devagar com o andor. Paradoxalmente, e lamentavelmente, o maior empreendimento científico construído até hoje é acompanhado da maior patacada da imprensa dos últimos tempos. É mais uma lenda criada, tipo essas tantas que correm diariamente na internet.

Sobrou para nós, divulgadores da ciência, correr atrás desse prejuízo e prosseguir nessa grande cruzada para levar informação correta, de qualidade, para o grande público. E para a imprensa responsável deveria ser mais uma lição.


*Diretor Executivo do Espaço Ciência.