sexta-feira, 20 de maio de 2011

QUAL É A SUA VERDADEIRA IDADE BIOLÓGICA?


 
A cientista espanhola Maria Blasco, do Centro Espanhol de Pesquisas do Câncer, e da empresa “Life Lenght” (duração da vida), descobriu e desenvolveu um teste que poderá revolucionar não só o meio científico, como também as relações entre companhias de seguros (de vida e de saúde) e os seus segurados, principalmente os futuros segurados

O teste mede o tamanho da parte final dos telômeros, que são estruturas localizadas nas pontas dos cromossomos, e são responsáveis pela replicação das células no decorrer da vida de um ser. O estudo da Dra. Maria Blasco teve como base a relação entre o tamanho dos telômeros e a longevidade do ser humano.

O que ela conseguiu provar até agora foi que as pessoas que têm essa estrutura menor, vivem menos e têm maior possibilidade de desenvolver problemas de saúde tais como as cardiopatias, o Mal de Alzheimer e o câncer.

A pesquisadora afirma que ainda não está provado que pessoas que possuem telômeros grandes vivam mais. Elas apenas teriam menos chance de desenvolver doenças graves. Vários estudiosos defendem a tese de que quanto maior o telômero, maior a longevidade.

O teste deverá estar no mercado do Reino Unido (primeiro interessado em produzir em escala industrial) até meados de 2012, ao preço de aproximadamente 435 Libras, o equivalente a R$ 1.150,00 (mil cento e cinqüenta Reais). Estima-se que entre cinco e dez anos o teste fará parte da rotina de milhões pessoas em todo o mundo.

Como tudo que se relaciona com a vida, a saúde, e o dinheiro, gera discussões e polêmicas, com este teste revolucionário não foi diferente, e o que se discute é se as empresas de seguro, tanto de vida quanto de saúde, poderão exigir dos segurados o teste do telômero, para então, estipularem o valor do prêmio ou da mensalidade.

Inúmeras são as situações que podemos imaginar em relação ao uso do teste: noivos que poderão até desistir do casamento ao saberem que o parceiro não viverá por muito tempo; pessoas que viverão intensamente, pois, segundo o teste, não terão vida longa; pessoas que sabendo do resultado objetivarão suas vidas no sentido de proporcionarem aos filhos e cônjuges uma situação mais cômoda quando da sua morte.

O fato é que o teste é uma realidade! Como a sociedade o utilizará, só o tempo vai dizer. Em minha opinião o fato de uma pessoa saber que tem um telômero maior ou menor, servirá para que ela esteja alerta, e oriente a sua vida de uma forma mais racional.

Eu comparo esta situação à de uma pessoa que tem muito dinheiro em sua conta bancária; se ela começar a gastar desordenadamente, a sua conta ficará sem crédito. Já aquele que tem pouco dinheiro e vive de um salário pequeno, mas não gasta de forma tresloucada, e até poupa um pouco fazendo uma reserva, poderá viver por mais tempo, limitado àquele salário curto, mas com um acréscimo no final. Tudo é uma questão de equilíbrio.

Portanto, independentemente do tamanho de nossos telômeros, devemos viver uma vida saudável, regrada, equilibrada, alegre e feliz, para que quando acabarem nossos créditos, ela tenha valido a pena ter sido vivida!

Algumas das informações dessa crônica foram colhidas nos sites:
g1.globo.com



Telômero: o relógio molecular das células.

Telômeros são extremidades dos cromossomos responsáveis pela estabilidade do material genético no decorrer das gerações. A própria palavra telômero já nos dá uma pista de sua localização no cromossomo (do grego telos = fim e meros = parte). Os telômeros podem ser comparados, de maneira leviana, à fita plástica que prende as pontas dos cadarços, impedindo que eles venham a desfiar.

Para se entender a importância dos telômeros nas células, primeiro é necessária a elucidação do conceito de senescência replicativa. Todas as células humanas normais apresentam senescência replicativa, caracterizada pelo limite de divisões que uma célula pode apresentar. Isso acontece porque a replicação do DNA ocorre de maneira descontínua em uma das fitas-molde.

No processo de replicação a dupla-hélice é rompida por ação da enzima helicase, fazendo que as duas fitas complementares fiquem livres para servir de molde para as outras. A fita de DNA que possui a configuração 5’-3’ consegue servir de molde formando a cadeia complementar por intermédio da enzima DNA-polimerase, no entanto a cadeia complementar da fita de configuração 3’-5’ é feita de maneira descontínua, sendo necessária a ação de sequências curtas de RNA chamadas de primers (iniciadores), que preenche os trechos descontínuos.

Depois que a fita complementar é formada, há uma formação de cadeias substituindo os primers, as quais são ligadas ao resto da cadeia pela enzima ligase, entretanto a última extremidade não é substituída pela cadeia complementar depois da remoção do primer. Dessa forma o número de replicações é limitado devido ao encurtamento da fita.

Há, porém, uma solução para o problema do encurtamento da cadeia de DNA. É a ação das enzimas chamadas de telomerases, que acrescentam fragmentos de DNA impedindo que a fita sofra encurtamento. Contudo as telomerases não estão presentes em todas as células humanas.

No ano de 1998, uma pesquisa feita por Andrea Bodnar permitiu estabelecer uma ligação direta entre encurtamento de telômeros e senescência replicativa. A pesquisa consistiu na adição de telomerases nas células que não as possuem e em seguida observar as alterações em seus metabolismos. As células que receberam telomerase superaram o limite replicativo das células sem telomerase em até vinte vezes.

A descoberta dos telômeros e sua correlação direta com a senescência celular abriu diversas perspectivas quanto ao envelhecimento dos organismos. Por esses e outros motivos, os telômeros são objetos de pesquisas incessantes visando descobertas que possam nos fornecer mais explicações sobre a fase de maior sabedoria da vida humana: a velhice.

Referências: revista Ciência Hoje n° 137.

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