Livro Primeiras Águas - Poesias

Este é o livro I da série Primeiras Águas.

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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Astronauta que pisou na Lua ignora Santos Dumont durante palestra em SP


 
Na Campus Party, Buzz Aldrin falou sobre sua experiência na Lua, os desafios de chegar até Marte e se referiu ao voo dos irmãos Wright, causando desconforto na plateia

 
Buzz Aldrin, 83 anos, quer que o homem explore Marte até 2040. O astronauta, um dos tripulantes da Apollo 11 e segundo homem a pisar na lua, em 1969, falou nesta terça-feira (29) para uma plateia cheia na Campus Party, evento que ocorre até esta sexta em São Paulo.

“Acredito que podemos chegar lá entre 2025 e 2040. Humanos precisam explorar, ultrapassar limites. Precisamos de dinheiro público e cooperação e também de jovens que estudem ciências, engenharia e artes. Não precisamos apenas de geeks”, disse Aldrin, dando uma alfinetada no recente corte de recursos para a Nasa.

“Quando me perguntam por que eu não fui o primeiro a pisar na Lua eu digo que o que levou Neil (Armstrong, falecido em 2012) a ser o primeiro foi ou por ser o capitão da missão, ou porque ele mais perto da porta. Mas eu não vou revelar qual dos dois motivos o levou a sair primeiro”, disse em tom de brincadeira.

 O astronauta continua produtivo. Em março, ele vai lançar o livro “Mission to Mars - My Vision for Space Exploration” (Missão para Marte, minha visão sobre a exploração espacial, em tradução livre), pela National Geographic Society. “Acompanhem-me pelo twitter”, disse Aldrin provocando a plateia.

O astronauta acredita que com o envio do jipe-robô Curiosity até Marte a chegada do homem ao planeta vermelho está ainda mais próxima. “Espero que o Curiosity dê aos jovens a vontade de explorar o universo”, disse.

Aldrin contou que voltar a focar sua vida no espaço o ajudou a superar o alcoolismo. “Quando estava quase decolando para a Lua pensei em como a vida tinha sido boa e como tudo caminhou para estar no lugar certo e na hora certa. Porém depois não tinha mais objetivos, constatei que precisava colocar novamente o espaço como foco da minha vida”, disse.

O astronauta da Apollo 11 emocionou a plateia, mas o simpático e indiscutivelmente herói americano causou incômodo ao mencionar ao relacionar o voo dos irmãos Wright em 1903, e a chegada da Apollo 11 ao solo lunar.

Desde a vez que os irmãos Wright voaram pela primeira vez em 1903, mesmo ano que a minha mãe nasceu, até o dia em que eu e Neil pisamos na Lua pela primeira vez foram só 66 anos”, disse. Aldrin ignorou completamente Santos Dumont e a briga antiga que envolve brasileiros e americanos sobre o fato de quem foi o primeiro a voar.

Por: Maria Fernanda Ziegler - iG São Paulo | 29/01/2013 17:34:57 - Atualizada às 29/01/2013 18:15:14
 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

PRÊMIO PERNAMBUCO DE LITERATURA


Gente,

Os amigos e pessoas próximas são testemunhas que venho lutando para conseguir publicar meu livro de contos, desde 2011. As limitações financeiras e a falta de uma política de incentivo entre órgãos públicos (políticos) travaram esse projeto.
 
Os amigos também sabem que minhas obras não têm caráter lucrativo. Trata-se de um desejo em escrever, colaborar com a literatura e a cultura local, incentivando especialmente meus alunos a despertarem o gosto pela leitura e pela escrita.
 
Para se ter uma ideia, o meu último livro "Primeiras Águas" (2010) teve custo de R$ 15,00 (quinze Reais) por cada livro na Editora Bagaço. O mesmo valor que vendo até hoje, portanto, sem ganhar um centavo. Mas isso não me entristece porque o meu desejo é ver a minha obra nas mãos dos alunos, professores e pessoas em geral.
 
O livro de contos está muito mais elaborado do pontos de vista de conteúdo e elementos literários, com quase três vezes mais páginas que o "Primeiras Águas". Quando fiz uma simulação de publicação com a Bagaço, tomei um susto. Minha gente, é muito caro publicar um livro. Muito caro! Engavetei o projeto.
 
Até que no meio do ano passado, conheci um professoor que representa uma Editora. Apresentei o livro, ele editou, organizou e fez o orçamento. O valor foi tão bom - em relação aos outros editores - que me trouxe alegria e esperança de ver meu livro publicado.
 
Por motivos que todos os meus amigos e colegas de profissão, não consegui fazer o lançamento do livro em Novembro do ano passado. Conversei com o editor e expliquei que o projeto seria engavetado por um período curto de tempo.
 
Eis que surge uma oportunidade maravilhosa de participar de um concurso promovido pela CEPE (cartaz) com a possibilidade de ser premiado e ter meu livro lançado. E só está sendo possível porque o "Prêmio Pernambuco de Literatura" só aceita obras inéditas.
 
Solicitei a edição do livro de contos ao meu editor. Ele me enviou de pronto, incentivando-me a participar do concurso. Assim, com calma, comecei a rever a estrutura do livro. Com a ajuda de revisão ortográfica feita pelo Professor Hiram Maciel, organizei a obra para participar, na categoria que se destina, deste evento maravilhoso proporcionado pela CEPE e pela Fundarpe e Governo do Estado.
 
Aos amigos, peço que torçam por mim. Não pelos prêmios em dinheiro (que são muito atrativos e bem vindos) mas, pela possibilidade de ver meu livro publicado e divulgado em todo o estado. Imaginem?
 
Vamos aguardar.
 
Maiores informações:
 
 
 
 
 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

MINHA HOMENAGEM A GILBERTO CASANOVA

“Os sinos tocam de modo muito diferente do normal quando morre um amigo”.
                                                                                    Martinho Lutero



Lutero deveria ter razão em seu tempo. O que não muda é o sentimento que fica num momento como esse: a morte de um amigo... Um amigo pai, filho, irmão, esposo, honesto, ético, crítico, inteligente, companheiro, patriota, amoroso, sincero, complacente, batalhador, esforçado, polido, feliz pela vida que possuía.É claro que todos sabem de quem estou falando. Poderia usar todos os adjetivos da nossa língua para falar da admiração, carinho e respeito que nutri por ele, desde o dia em que nos conhecemos. Aliás, foi empatia e identidade de cara, especialmente pelas posições políticas que compartilhamos. Nenhuma palavra é suficiente pra expressar o que sentimos agora, nessa morte “prematura”.

Mesmo sem muitos adjetivos que me socorram agora, não poderia deixar de falar do amigo, até porque muitas vezes perdemos tempo com palavras que só dizem bobagens, que nos fazem sofrer com tolices, que nada têm de originais e significativas, que apenas apontam para futilidades morais.

O grande problema é que, nessas horas, somos incapazes de usá-las para secar uma lágrima que teima em cair, especialmente em quem escreve. Se os sentimentos que as palavras carregam tivessem o poder de diluir o choque da doença, do drama, da morte de um amigo – em qualquer idade ou circunstância – talvez nos fizessem rever alguns conceitos, elaborar outros valores, mesmo que poucos dias.

O que sei é que quando morre alguém que a gente ama, seja amigo, amado, alguém da família, todo o resto diminui, fica encoberto por um nevoeiro, tudo para. O mundo é pura sombra, o planeta não gira, e se gira não interessa. Estamos petrificados no choque, na dor, na inconformidade, às vezes na autocompaixão.

Certa vez, em um velório, eu ouvi uma pessoa dizer diante do caixão da esposa, em prantos e gritos: “Porque isso foi acontecer comigo?”. Ele, assim como todos os seres viventes, fora traído pela sentença que é imparcial e inevitável. E por mais natural que seja o processo, por mais que saibamos que ela é o fim de todos, nada tira a dor da saudade, da separação. 

Ontem durante o velório, alguém sentou ao meu lado e lembrou que eu sou espírita. Ora, ser espírita não me tira a condição humana de chorar, de lamentar a ida de um amigo, de se emocionar com a lembrança das histórias e conversas que tive com ele. Ser espírita me dá a certeza de que a morte não destrói com os laços afetivos, que há continuidade, que a morte é uma passagem. Mas ser espírita não me tira a capacidade de chorar pelo dor do outro, especialmente quando o outro é amigo, amiga.

Já dizia Mário Quintana: “A amizade é um amor que nunca morre”. E essa amizade, nesse quilate, é que me fez chorar, que me fez passar 12 horas ao lado do corpo de Gilberto (meu querido amigo Giba Cuba, como lhe chamava carinhosamente); é essa amizade que me move a escrever tudo isso, que me faz recordar todos os momentos que passamos juntos, bons e ruins. Aliás, a gente sabe que é amigo, como descreve Quintana, quando ele está presente na alegria e na tristeza. E Gilberto era assim.

Graças a Deus gozo de uma saúde perfeita. Faço meus exames de rotina, anualmente, me alimento relativamente bem, equilibrado, não uso remédios em excesso, não fumo, não bebo. Mas, se tem algo que é meu pé de Aquiles, que me derruba com facilidade, é a infecção na garganta. E foi numa dessas que Gilberto me socorreu. Já não tinha mais força nem pra chorar. Todos os remédios não fizeram efeitos. Ele veio até a minha casa, me socorreu para o Hospital, me deixou em observação, mudou minha medicação... Recuperei-me. Esse foi um momento ruim da minha vida. E ele estava presente.

Em Novembro de 2009 resolvi reunir todos os meus amigos mais diletos para comemorarmos o meu aniversário. Entre os primeiros da lista estavam Gilberto e Vivi. Aquele foi um dia muito, mas muito especial. Dizem os que estavam presentes naquele dia, que era notório a minha imensa felicidade, que foi um dia perfeito. Assim como eu percebia a felicidades de cada um por está na minha casa, confraternizando o momento. De fato, foi muito especial. E Giba estava presente. Estas fotos são recortes daquele dia, inclusive.

Em seu velório, presenciei a chegada, a saída e a passagem de autoridades, pessoas de posição na nossa cidade, gente de high society, políticos e lideranças locais. Mas, eu vi muitas pessoas humildes chegarem diante do caixão para se despedir do médico que sempre tratou as pessoas como gente. Uma senhora sentou ao meu lado e, enquanto eu chorava, ela dizia: “Esse homi era um santo, meu fí. Ele sempre arrumava meu remedinho”. E chorou também. Gilberto foi um médico que honrou o juramento que fez:
“Eu, solenemente, juro consagrar minha vida a serviço da Humanidade”.
Na nossa última conversa ocorrida no final do mês de Novembro, na casa dele, ficou marcada por algumas frases, sempre muito pertinentes, que refletiam a grandeza humana de Giba. Uma delas, com seu bom portunhol:
- “Ricardinho, las pessoas non estão preparadas para respetar la posição do outro”.
Prefiro não revelar o conteúdo dessa conversa. O que posso dizer é que eu sempre aprendia muito com ele e lamento muito não ter tido mais tempo com ele. O que me conforta é que me disse sempre tudo que era preciso me dizer, sem medo de errar ou de ser injusto. Era um pai amoroso orientando seu filho mais rebelde, guardado aqui, dentro do meu ser.

Gilberto era muito sábio, muito culto. Poucos professores de História tem o conhecimento que ele distribuía a quem quisesse ouvir. Certa vez fui convidado por ele e Vivi para um almoço (acho que foi no aniversário de Silas Salgado – me corrige Vivi) e começamos a falar sobre política e religião, ciência e tradicionalismo, falando sobre Jesus e seu papel social, etc.. Sem querer eu disse que a gente parecia os quatro evangelistas. E eu o chamei de Lucas, o Evangelista. Ele riu e pediu pra explicar. Ora, Lucas era médico, pintor, músico, historiador. Entre os quatro evangelistas, ele era o mais culto. Lucas é o patrono dos Médicos.

Eu só não imaginei que ele não teria a vida longa do evangelista. Só não imaginei que tivesse que ver seu corpo enterrado prematuramente, sem a presença dos seus pais, dos familiares consanguíneos e tantas pessoas que ainda precisavam lhes dá outro abraço. Eu não imagina que seria impedido de continuar aprendendo com você, meu caro Giba.
Lamentavelmente a ausência física da voz e do cheiro, das risadas e do piscar de olhos, saudade da amizade que ficará na lembrança e em algumas fotos. Mas, sua sentença foi cumprida. A nossa ainda está em curso.
Pra encerrar, quero me utilizar das palavras do meu poeta preferido e dizer o seguinte:

A UM AUSENTE

Tenho razão de sentir saudade,
Tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
E sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
De viver e explorar os rumos de obscuridade
Sem prazo sem consulta sem provocação
Até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
Do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
Porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
De nossa convivência em falas camaradas,
Simples apertar de mãos, nem isso, voz
Modulando sílabas conhecidas e banais
Que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
O não previsto nas leis da amizade e da natureza
Nem nos deixaste sequer o direito de indagar
Porque o fizeste, porque te foste.

Carlos Drummond de Andrade
Hasta Luego, Amigo!