domingo, 14 de dezembro de 2008

Justiça Brasileira: Dinheiro, Inteligência ou Vontade Política?

Maat: Filha de Rá , é a Deusa da justiça, da verdade e do senso da realidade.

A vulnerabilidade a inversão de valores da Justiça brasileira nunca foi tão gritante em todos os segmentos sociais, econômicos e políticos. Para uns, ela é lenta e morosa; para outros, uma guilhotina veloz e implacável.
Eu me recordo que brincávamos nas aulas de Geografia, na Escola Polivalente José Joaquim da Silva, em Vitória de Santo Antão, quando líamos a frase da bandeira: ORDEM – para os Pobres. E PROGRESSO – para os Ricos. Brincadeira ou não, o jargão virou moda, tornou-se realidade e descreve bem como nos sentimos servidos pela Justiça da Pátria Mãe Gentil.
Já não mais suportamos assistir na TV Juízes, Empresários, Políticos e pessoas de dinheiro saírem ilesos de condenações criminosas, sorrindo da nossa dignidade, enquanto, muitos, sem recursos, são miseravelmente enquadrados nos rigores da lei. Mas só quem tem “recurso”, é quem tem direito a “recursos”? E a justiça não deveria oferecer a sociedade os recursos necessários, para que a mesma seja justa e igualitária?
É muito comum a choradeira e a desculpa de que as coisas não funcionam por falta de recursos, seja na Educação, na Política, na Saúde ou na Justiça. Mas isso, às vezes, ou quase sempre, é realmente só desculpa de quem quer colocar boi pra dormir. E, infelizmente, quem mais dorme é quem mais precisa: O Povo.
Ver um pai matar um filho, um filho assassinar o pai; ser testemunha da Amazônia sendo, segundo a segundo, devastada pela ganância das madeireiras; assistir diariamente as pessoas jogando lixo nas ruas; presenciar um assaltante levar um celular de uma senhora indefesa no centro da cidade, no meio de todos; saber que existem policiais que arriscam sua farda por uma propina, por uma facilitação, por um desvio; conhecer e reconhecer políticos que manipulam o povo, apelando até para crimes federais para se elegerem; ver duas crianças do sexo feminino às tapas em pleno pátio da escola, incentivadas pelas pessoas da própria escola; Como é comum ver pedófilos em cybers, na internet, pior, dentro das igrejas e seminários... Tudo isso é vulgarmente divulgado sem nenhum tipo de indignação, pelo contrário, tornou-se corriqueiro e natural aos olhos da sociedade contemporânea. Fecham-se os olhos para fatos como esses e deixam de aprender como serem justos, a serem inteligentes, a defenderem a vontade da política, da justiça, da verdade, do probo e da honestidade.
É preciso resgatar a idéia de que aprender política, defender a justiça, levantar-se contra a ganância e a difamação, não deixar que os nossos corações se turbem e também se endureçam diante as atrocidades humanas, é um trabalho consistente e cotidiano. Todos os dias, em todas as horas das nossas vidas.
E tudo isso não se faz com a consciência meramente obstinada, mas sim ativa. É como construir um castelo de areia, que sempre precisa de retoques. E às vezes vem uma onda ditadura e destrói tudo. Os autoritários chutam o nosso traseiro e a nossa vergonha.
Assim fizeram os fascistas, os nazistas, os defensores da desigualdade, todos os dias, sem nenhum pudor, sem nenhum senso de moralidade. Mas também a historia da humanidade já provou que o povo pode impedir ações que desfigurem a Justiça. Quem aprende política sabe dar os braços e agüentar o tranco. Quem aprende política sabe formar uma roda e girar com força.
Mas se alguém fica distraído, abobalhado ou anestesiado frente a uma TV, as águas dos apolíticos começam a minar toda construção. Eles chegam com suas quinquilharias de consumo e produção de lixo. Eles pisam no castelo e dizem que foi sem querer, sempre sem querer. O apolítico não tem culpa de nada; é uma consciência vazia. Mas o seu grande estrago é não diferenciar as ondas políticas
Pode ser a chuva, pode ser o som, pode ser o vento. Estão todos aí, como uma natureza indomável, prontos para derrubar o castelo. Mas não há desânimo, não há resignação, não há desamparo. Construir um castelo democrático é o desejo de quem quer aprender política.
É uma necessidade para quem sonha e vive a liberdade. É uma honra para quem se orgulha das lutas passadas, dos homens e mulheres que conquistaram o que temos hoje. Aprender política não se faz só com acertos; muitas vezes se erra. Mas se isso ocorre, é só recomeçar e trilhar novos caminhos.
Aprender deve ser a nossa educação e a nossa vontade política. Defender a Justiça com inteligência, sem sermos levados pela fascinação que o dinheiro proporciona, não nos fará entrar na lista dos que dormem com o peso das suas próprias incongruências.

1 comentários:

Simplismente Show d bola mtu bom mesmo resumindo sou teu fã pode crer!!!!
Abração

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