Caro Gustavo Morais
Você não imagina a satisfação em que me encontro em respondê-lo. Admiro pessoas que sabem avaliar de forma inteligente e respeitosa, como foi você em seu comentário. E é com o mesmo respeito que quero trocar algumas idéias com você, com as pessoas que me seguem e, especialmente, comigo mesmo. Você merece minha consideração.
Mas antes de fazer minhas observações, gostaria pedir que você analisasse bem os últimos textos de minha autoria, especialmente o último que intitulei “MUDAR? É PRECISO, ORA!” Eles, com certeza, irão deixar nas entrelinhas a mensagem que você precisa entender um pouco disso tudo que você chama de tristeza. Isto se estiver disposto, claro.
Sei que é complicado para você e para qualquer outra pessoa, avaliar sujeitos em suas intenções, quando não o conhece profundamente. É possível que você, assim como outros, esteja apenas observando as mudanças pontuais e, compreensivelmente, desconsidere quais os verdadeiros motivos que me levam a cambiar, politicamente, as minhas intenções e posições.
Quero ser bem objetivo e pontual com você. Senão, vejamos. Pense comigo um pouco.
Seu texto é de visível tristeza, que eu chamaria de decepção, por supor que eu mudei de lado. De que lado eu estava e de que lado eu estou, Gustavo? Você acredita que a política de Gravatá só possui dois lados, e que estes lados são liderados por Joaquim Neto e Bruno Martiniano? E se eu lhe afirmar que não existem apenas estes dois lados, você acreditaria em mim?
Bem, se você me disser que eu estive trabalhando para a campanha vermelha, eu confirmo. Não pelo candidato, porque, como você bem sabe, o mesmo era do antigo PFL e passou para o PTB. Uma coisa é você ser de esquerda e tomar isso como postura ideológica, mesmo mudando de legenda e outra coisa é você ser de direita, continuar com postura de direita e está numa legenda de esquerda por conveniência.
Anote: eu nunca fui amigo de ninguém por conveniência.
Meus amigos (ou pelo menos simpatizantes) que conquistei e me conquistaram durante a última campanha para prefeito, continuam, da minha parte, preservados. Tenho, até hoje, relações muito positivas com João Neto, John Lennon, Thiago, Silvio, Sunamita, Herbert (a quem chamo de Pai), Rejane Magali, e tantos outros que aprendi a gostar e respeitar. Hoje, cada um destes está disperso, apoiando os seus candidatos pessoais. Se alguns ficaram do meu lado, me adicionaram no Orkut ou MSN e agora não estão mais nesta lista, não foi por culpa minha. Do mesmo modo, muitos que passaram toda a gestão anterior e parte desta me perseguindo, continuarão no mesmo lugar que ocupam em minha mente. Pra você que não sabe, o que tem de gente querendo se aproximar de mim, só porque estou apoiando Joaquim Neto e que até pouco tempo para eles eu não valia nada, você não imagina, meu caro. Pergunto-lhe: já me viu abraçado com algum correligionário de JN em suas caminhadas? Não tem como, meu amigo. Jesus disse que a gente não pode encostar ao peito quem nos é estranho ao coração.
Se você também me disser que hoje eu estou “apoiando” o candidato tucano na campanha atual, eu também confirmo meu caro. Se disser que fui contra muitos desmandos de pessoas ligadas a gestão que administrou a cidade até 2008 e que sempre denunciei arbitrariedades e ações negativas na educação, eu confirmo. Porém…
Anote: Eu nunca fiz política pessoal contra “A” ou “B”. Pelo contrário.
Eu sempre disse, por exemplo, que a Secretaria de Educação estava longe de ter uma equipe, mas tem, ainda, um grupo de pessoas que não falam a mesma língua. É tanto que inúmeras são as intrigas e um clima inamistoso ainda sondam aquele ambiente. Mas nunca disse que o responsável por isso era a Diretora de Ensino, a Coordenação ou a Secretária de Educação. Em contrapartida, se você recordar o que me aconteceu no começo desse ano, saberá que a recíproca nunca foi verdadeira. Nem será.
Eu também sempre questionei, publicamente, decisões tomadas nesta atual gestão. E continuo com as mesmas posições. Eu fui e sou contra a gestão escolar como sendo um cargo político. Eu continuo questionando onde estão as ações da cultura e do turismo como forma de alavancar o número de empregos na cidade e, consequentemente, a melhoria de vida da população. Eu continuo defendendo que a atual gestão precisa tomar uma postura mais administrativa e menos patriarcal, porque ainda mantém muita gente que não merece assumir postos de importância política e social na nossa cidade. Meu discurso não mudou Gustavo. Eu continuo com as mesmas bandeiras.
O que vem mudando em mim, na minha postura política, ideológica e até pessoal, são as estratégias e as moderações com as quais venho congratulando minha vida. Sempre fui alvo fácil em quinze anos de magistério. Já passei por cada uma que você nem imagina. Por ser voz, como você disse que eu sou, sempre paguei um preço muito caro, inclusive de saúde, e o pior, pagava sozinho.
Há alguns anos atrás eu liderava uma comissão de professores em um município vizinho. Me colocaram a frente em negociações, em entrevistas com a TV, em decisões de grupo e até em representações nacionais. Éramos 15. Sabe quantos restaram depois de um ano de luta? Um! Sabe quantos ganharam cargos, dinheiro e até cursos para se calarem? Quatorze. Sabe quantos choraram sozinhos? Um! Preciso dizer quem era esse número “um”?
Anos atrás Joaquim Neto era prefeito e decidiu que os professores receberiam apenas R$ 700, 00 por um abono do Fundef, quando na verdade o valor era acima de R$ 2.000. Em assembléia, “todos” os professores aceitaram a proposta do executivo. Um tempo depois, eu me candidatei a ser conselheiro do Fundef. Sabe quantos professores votaram em mim? Tenho em mente todos os 16 nomes que tiveram a coragem de votar em mim. O conselho foi eleito e todos sabem no que deu.
Eu te pergunto: a culpa, nestes dois casos, é do atual candidato a Deputado Estadual?
Eu me via como um profissional triste, isolado. Uma voz no deserto das incertezas. Ainda me consolava a idéia de Nelson Rodrigues que não me acusava de burro por fazer parte da unanimidade. Além da minha consciência de ter feito o que sempre acreditei ser o correto. Outro consolo anódino era a premissa: “Todo povo tem o governo que merece.”
Não acredite que este, a quem você chama de companheiro nas batalhas e um amigo de jornada, tenha cansado das suas ideologias, que tenha se entregue ao peso de sua arma. Meu sangue latino, circulando na mente comunista, sempre me taparam a visão estratégica da frase que diz: “quando você não pode com um inimigo, junte-se a ele.” Até pouco tempo atrás, eu chamaria isso de cooptação. Hoje eu chamo de movimento estratégico. Os grandes líderes fizeram isso. É o mesmo que dizer: “é preciso hoje dar um passo para trás, para que dez sejam dados para frente mais tarde”.
Não cabe aqui esta discussão, mas, pense comigo:
Estamos caminhando, meu caro, a uma centralização do poder. Quero que perceba que o Brasil está partindo para um regime norte-americano, onde há dois pólos bem distintos que discutem e confrontam suas propostas. Para alguns isso é péssimo. Eu realmente não sei se será ruim, mas, como o povão diz: pior não pode ficar. É uma previsão pessoal, talvez ignorante, mas possível, não acha?
E já que você me permite dividir sua tristeza comigo, quero fazer o mesmo com você, além das citadas acima. E que tem tudo a ver, agora, com você na condição de seguidor do meu blog.
Dizem as tradições hebraicas que Jesus, o maior dos homens, em toda a sua vida, teve poucos momentos de tristeza ou decepção com relação aos seus seguidores. A mesma tradição conta que a maior tristeza de Jesus se refere justamente ao dia de sua morte, o dia em que Ele deveria está cercado de amigos e seguidores da última hora.
Sobre a turba enfurecida, ensanguentado e quase vencido pelos flagelos físicos, Ele olha a sua volta e não ver nenhum dos seus doze companheiros. Não havia um para dizer que Ele não merecia tanta dor. Ao contrário, o mais querido entre os amigos, o negara por três vezes. Ele estava só, depois de ter amigos que o incentivavam a falar no monte, a enfrentar fariseus e romanos, que o seguia nos momentos de milagres e fenômenos que Ele dominava como ninguém. Todos estavam escondidos, covardemente temerosos com os desdobramentos do julgamento imputado ao seu Mestre.
Se você fechar os olhos, mesmo sem precisar assistir ao filme de Mel Gibson, vai saber precisamente o que estou querendo dizer, vai perceber exatamente o que eu venho sentindo nos últimos anos e que, infelizmente, eu também repasso para você. Sabe por que, Gustavo?
Você afirma que era meu leitor assíduo e que me acompanha há algum tempo, mas nunca me defendeu publicamente quando em ocasiões que eu tive que montar trincheiras contra os algozes. Você me chamou de amigo e de companheiro, mas me parece que eu só fui realmente tudo isso quando minha voz arrotava revolta que muita gente não tinha coragem de se posicionar. Nunca tive vocação pra eremita nem nunca fui fã de quem quer ser. Entenda, você é uma pessoa esclarecida, que as pessoas do mundo estão ligadas entre si por uma rede anímica, onde cada um responsável por cada um. Isso é dito na oração do Pai Nosso. Se um falha, eu também falho. E qual é a postura da maioria de nós quando alguém comete um erro?
Assim como o maior homem do mundo, eu, - o pior homem do mundo - entendo perfeitamente a sua posição, a sua decisão, a sua escolha. Garanto-lhe que hoje eu encaro a vida com mais leveza depois de ter levado tanta pancada na cabeça. A posição radical em que me encontrava deu lugar a um novo homem moderado em suas ideologias, um homem que busca novos aprendizados, um homem que não quer morrer dando murro em ponta de faca, sem ouvir várias versões da história do município que ele escolheu para viver e dedicar sua força humana e espiritual.
Se você puder, como ultimo movimento, perceba no meu blog as dezenas de citações bibliográficas que eu tenho como base na minha formação profissional, política, religiosa, pessoal. Se você acha que ler Maquiavel pode ser exemplo para manobras, quero lhe dizer que, dentre tantas coisas, eu prefiro usar como fonte inspiradora o livro “A Arte da Guerra” escrito no século IV a.C., há cerca de 2.500 anos, por Sun Tzu.
Não me resta agora nada se não a dizer obrigado por ter sido meu seguidor, lamentar por mais um abandono e falar que há um plano muito maior por trás de nossas vidas e esse plano você só vai entender quando o longo tempo passar e o pouco tempo te fazer perceber. A mudança na Educação é lenta, penosa e só os bons que nela vivem, não morrerão por quaisquer motivos.
E no mais, agradecer pelas palavras, especialmente pelo respeito e zelo com que tratou em escrever; agradecer pelo tempo com que dedicou ao meu blog e dizer que estarei aqui, com o mesmo calor de sempre e se você desejar me conhecer pessoalmente seria um enorme prazer. Eu gostaria muito de conhecê-lo.
PS: Não publiquei seu comentário porque você faz sérias acusações a outras pessoas. E para evitar desdobramentos negativos em relação a você, vou apenas guardá-lo como prova de sua sincera contribuição.
Você não imagina a satisfação em que me encontro em respondê-lo. Admiro pessoas que sabem avaliar de forma inteligente e respeitosa, como foi você em seu comentário. E é com o mesmo respeito que quero trocar algumas idéias com você, com as pessoas que me seguem e, especialmente, comigo mesmo. Você merece minha consideração.
Mas antes de fazer minhas observações, gostaria pedir que você analisasse bem os últimos textos de minha autoria, especialmente o último que intitulei “MUDAR? É PRECISO, ORA!” Eles, com certeza, irão deixar nas entrelinhas a mensagem que você precisa entender um pouco disso tudo que você chama de tristeza. Isto se estiver disposto, claro.
Sei que é complicado para você e para qualquer outra pessoa, avaliar sujeitos em suas intenções, quando não o conhece profundamente. É possível que você, assim como outros, esteja apenas observando as mudanças pontuais e, compreensivelmente, desconsidere quais os verdadeiros motivos que me levam a cambiar, politicamente, as minhas intenções e posições.
Quero ser bem objetivo e pontual com você. Senão, vejamos. Pense comigo um pouco.
Seu texto é de visível tristeza, que eu chamaria de decepção, por supor que eu mudei de lado. De que lado eu estava e de que lado eu estou, Gustavo? Você acredita que a política de Gravatá só possui dois lados, e que estes lados são liderados por Joaquim Neto e Bruno Martiniano? E se eu lhe afirmar que não existem apenas estes dois lados, você acreditaria em mim?
Bem, se você me disser que eu estive trabalhando para a campanha vermelha, eu confirmo. Não pelo candidato, porque, como você bem sabe, o mesmo era do antigo PFL e passou para o PTB. Uma coisa é você ser de esquerda e tomar isso como postura ideológica, mesmo mudando de legenda e outra coisa é você ser de direita, continuar com postura de direita e está numa legenda de esquerda por conveniência.
Anote: eu nunca fui amigo de ninguém por conveniência.
Meus amigos (ou pelo menos simpatizantes) que conquistei e me conquistaram durante a última campanha para prefeito, continuam, da minha parte, preservados. Tenho, até hoje, relações muito positivas com João Neto, John Lennon, Thiago, Silvio, Sunamita, Herbert (a quem chamo de Pai), Rejane Magali, e tantos outros que aprendi a gostar e respeitar. Hoje, cada um destes está disperso, apoiando os seus candidatos pessoais. Se alguns ficaram do meu lado, me adicionaram no Orkut ou MSN e agora não estão mais nesta lista, não foi por culpa minha. Do mesmo modo, muitos que passaram toda a gestão anterior e parte desta me perseguindo, continuarão no mesmo lugar que ocupam em minha mente. Pra você que não sabe, o que tem de gente querendo se aproximar de mim, só porque estou apoiando Joaquim Neto e que até pouco tempo para eles eu não valia nada, você não imagina, meu caro. Pergunto-lhe: já me viu abraçado com algum correligionário de JN em suas caminhadas? Não tem como, meu amigo. Jesus disse que a gente não pode encostar ao peito quem nos é estranho ao coração.
Se você também me disser que hoje eu estou “apoiando” o candidato tucano na campanha atual, eu também confirmo meu caro. Se disser que fui contra muitos desmandos de pessoas ligadas a gestão que administrou a cidade até 2008 e que sempre denunciei arbitrariedades e ações negativas na educação, eu confirmo. Porém…
Anote: Eu nunca fiz política pessoal contra “A” ou “B”. Pelo contrário.
Eu sempre disse, por exemplo, que a Secretaria de Educação estava longe de ter uma equipe, mas tem, ainda, um grupo de pessoas que não falam a mesma língua. É tanto que inúmeras são as intrigas e um clima inamistoso ainda sondam aquele ambiente. Mas nunca disse que o responsável por isso era a Diretora de Ensino, a Coordenação ou a Secretária de Educação. Em contrapartida, se você recordar o que me aconteceu no começo desse ano, saberá que a recíproca nunca foi verdadeira. Nem será.
Eu também sempre questionei, publicamente, decisões tomadas nesta atual gestão. E continuo com as mesmas posições. Eu fui e sou contra a gestão escolar como sendo um cargo político. Eu continuo questionando onde estão as ações da cultura e do turismo como forma de alavancar o número de empregos na cidade e, consequentemente, a melhoria de vida da população. Eu continuo defendendo que a atual gestão precisa tomar uma postura mais administrativa e menos patriarcal, porque ainda mantém muita gente que não merece assumir postos de importância política e social na nossa cidade. Meu discurso não mudou Gustavo. Eu continuo com as mesmas bandeiras.
O que vem mudando em mim, na minha postura política, ideológica e até pessoal, são as estratégias e as moderações com as quais venho congratulando minha vida. Sempre fui alvo fácil em quinze anos de magistério. Já passei por cada uma que você nem imagina. Por ser voz, como você disse que eu sou, sempre paguei um preço muito caro, inclusive de saúde, e o pior, pagava sozinho.
Há alguns anos atrás eu liderava uma comissão de professores em um município vizinho. Me colocaram a frente em negociações, em entrevistas com a TV, em decisões de grupo e até em representações nacionais. Éramos 15. Sabe quantos restaram depois de um ano de luta? Um! Sabe quantos ganharam cargos, dinheiro e até cursos para se calarem? Quatorze. Sabe quantos choraram sozinhos? Um! Preciso dizer quem era esse número “um”?
Anos atrás Joaquim Neto era prefeito e decidiu que os professores receberiam apenas R$ 700, 00 por um abono do Fundef, quando na verdade o valor era acima de R$ 2.000. Em assembléia, “todos” os professores aceitaram a proposta do executivo. Um tempo depois, eu me candidatei a ser conselheiro do Fundef. Sabe quantos professores votaram em mim? Tenho em mente todos os 16 nomes que tiveram a coragem de votar em mim. O conselho foi eleito e todos sabem no que deu.
Eu te pergunto: a culpa, nestes dois casos, é do atual candidato a Deputado Estadual?
Eu me via como um profissional triste, isolado. Uma voz no deserto das incertezas. Ainda me consolava a idéia de Nelson Rodrigues que não me acusava de burro por fazer parte da unanimidade. Além da minha consciência de ter feito o que sempre acreditei ser o correto. Outro consolo anódino era a premissa: “Todo povo tem o governo que merece.”
Não acredite que este, a quem você chama de companheiro nas batalhas e um amigo de jornada, tenha cansado das suas ideologias, que tenha se entregue ao peso de sua arma. Meu sangue latino, circulando na mente comunista, sempre me taparam a visão estratégica da frase que diz: “quando você não pode com um inimigo, junte-se a ele.” Até pouco tempo atrás, eu chamaria isso de cooptação. Hoje eu chamo de movimento estratégico. Os grandes líderes fizeram isso. É o mesmo que dizer: “é preciso hoje dar um passo para trás, para que dez sejam dados para frente mais tarde”.
Não cabe aqui esta discussão, mas, pense comigo:
Estamos caminhando, meu caro, a uma centralização do poder. Quero que perceba que o Brasil está partindo para um regime norte-americano, onde há dois pólos bem distintos que discutem e confrontam suas propostas. Para alguns isso é péssimo. Eu realmente não sei se será ruim, mas, como o povão diz: pior não pode ficar. É uma previsão pessoal, talvez ignorante, mas possível, não acha?
E já que você me permite dividir sua tristeza comigo, quero fazer o mesmo com você, além das citadas acima. E que tem tudo a ver, agora, com você na condição de seguidor do meu blog.
Dizem as tradições hebraicas que Jesus, o maior dos homens, em toda a sua vida, teve poucos momentos de tristeza ou decepção com relação aos seus seguidores. A mesma tradição conta que a maior tristeza de Jesus se refere justamente ao dia de sua morte, o dia em que Ele deveria está cercado de amigos e seguidores da última hora.
Sobre a turba enfurecida, ensanguentado e quase vencido pelos flagelos físicos, Ele olha a sua volta e não ver nenhum dos seus doze companheiros. Não havia um para dizer que Ele não merecia tanta dor. Ao contrário, o mais querido entre os amigos, o negara por três vezes. Ele estava só, depois de ter amigos que o incentivavam a falar no monte, a enfrentar fariseus e romanos, que o seguia nos momentos de milagres e fenômenos que Ele dominava como ninguém. Todos estavam escondidos, covardemente temerosos com os desdobramentos do julgamento imputado ao seu Mestre.
Se você fechar os olhos, mesmo sem precisar assistir ao filme de Mel Gibson, vai saber precisamente o que estou querendo dizer, vai perceber exatamente o que eu venho sentindo nos últimos anos e que, infelizmente, eu também repasso para você. Sabe por que, Gustavo?
Você afirma que era meu leitor assíduo e que me acompanha há algum tempo, mas nunca me defendeu publicamente quando em ocasiões que eu tive que montar trincheiras contra os algozes. Você me chamou de amigo e de companheiro, mas me parece que eu só fui realmente tudo isso quando minha voz arrotava revolta que muita gente não tinha coragem de se posicionar. Nunca tive vocação pra eremita nem nunca fui fã de quem quer ser. Entenda, você é uma pessoa esclarecida, que as pessoas do mundo estão ligadas entre si por uma rede anímica, onde cada um responsável por cada um. Isso é dito na oração do Pai Nosso. Se um falha, eu também falho. E qual é a postura da maioria de nós quando alguém comete um erro?
Assim como o maior homem do mundo, eu, - o pior homem do mundo - entendo perfeitamente a sua posição, a sua decisão, a sua escolha. Garanto-lhe que hoje eu encaro a vida com mais leveza depois de ter levado tanta pancada na cabeça. A posição radical em que me encontrava deu lugar a um novo homem moderado em suas ideologias, um homem que busca novos aprendizados, um homem que não quer morrer dando murro em ponta de faca, sem ouvir várias versões da história do município que ele escolheu para viver e dedicar sua força humana e espiritual.
Se você puder, como ultimo movimento, perceba no meu blog as dezenas de citações bibliográficas que eu tenho como base na minha formação profissional, política, religiosa, pessoal. Se você acha que ler Maquiavel pode ser exemplo para manobras, quero lhe dizer que, dentre tantas coisas, eu prefiro usar como fonte inspiradora o livro “A Arte da Guerra” escrito no século IV a.C., há cerca de 2.500 anos, por Sun Tzu.
Não me resta agora nada se não a dizer obrigado por ter sido meu seguidor, lamentar por mais um abandono e falar que há um plano muito maior por trás de nossas vidas e esse plano você só vai entender quando o longo tempo passar e o pouco tempo te fazer perceber. A mudança na Educação é lenta, penosa e só os bons que nela vivem, não morrerão por quaisquer motivos.
E no mais, agradecer pelas palavras, especialmente pelo respeito e zelo com que tratou em escrever; agradecer pelo tempo com que dedicou ao meu blog e dizer que estarei aqui, com o mesmo calor de sempre e se você desejar me conhecer pessoalmente seria um enorme prazer. Eu gostaria muito de conhecê-lo.
PS: Não publiquei seu comentário porque você faz sérias acusações a outras pessoas. E para evitar desdobramentos negativos em relação a você, vou apenas guardá-lo como prova de sua sincera contribuição.
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