quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Dualidade Humana: Luz e Sombra




Parte 1: Luz

Narram estudiosos da pintura que depois de terminar o Mural da Santa Ceia, Leonardo da Vinci foi convidado a pintar um quadro que retratasse o Beijo de Judas. Metódico e exigente como deveria ser o maior dos artistas de sua época, da Vinci fez mais de mil estudos para compor esta obra.

Quando lhe encomendaram o Mural da Santa Ceia, Leonardo saiu a procura de um rosto que retratasse Jesus, numa obra que seria considerada uma das mais belas do movimento renascentista de todos os tempos.

Passou anos a procurar alguém que...

1- Retratasse a transparência de um olhar de criança colocada na face de um adulto;
2- Tivesse a energia viril em sua presença sem que isso fosse visto como algo brutal, de uma aparência grotesca de alguém violento;
3- Fosse afável com todos, mas que não se compadecesse da corrupção humana;
4- Com ardor de sua plenitude pudesse sensibilizar as massas.

Por muito tempo visitou seminários, entidades religiosas várias para encontrar o rosto que serviria de modelo que retrataria o rosto do Mestre Jesus. Sua busca, no entanto, foi em vão. Não encontrara ninguém com tais características nestes ambientes nobres.

Já desanimado e sem mais força para procurar, voltava ele para casa, nos arredores de Milão, quando ouviu alguém cantarolando alegremente. Era o som de uma balada popular. As notas musicais saiam de um jovem que trabalhava no solo com seus braços sobre a enxada.

Tinha cabelos loiros penteados pelo vento, um olhar tranquilo de um cordeiro e a pureza de uma criança. Um homem de vinte e poucos anos que semeava a própria terra, como sempre sonhou.

Leonardo acerca-se e percebe haver encontrado o modelo ideal. Conta-lhe do que necessitava, o rapaz aceita e é contratado para servir de modelo para retratar o rosto Daquele que foi o Maior dos homens.

No dia seguinte, como combinado, o jovem se dirigiu a casa do artista onde, em seu atelier, passou dias inteiros sentado para que da Vinci pudesse captar os seus traços, sua pureza da alma e elaborou um estudo fisionômico daquele humilde trabalhador da terra, a fim de concluir o quadro da Santa Ceia.

A obra é concluída e Leonardo da Vinci recebe todos os méritos pela sua arte.

Dez anos se passaram até que foi convidado a fazer o Beijo de Judas.



Parte 2: Sombra

Este quadro, para o artista, seria muito mais simples de se concluir, comparando-o ao quadro da Santa Ceia porque já possuía o estudo do rosto de Jesus. Restava-lhe apenas o rosto de Judas.

E começou o seu estudo...

Como seria o traidor? Seria possível encontrar alguém com aparência tirana e astuta que traiu seu melhor amigo por miseráveis moedas; alguém que beberia da mesma taça da fraternidade e, mais tarde, apunhalasse Àquele que lhe estendia a mão bondosa? Como seria o olhar do traidor da humanidade?

E lá foi Leonardo a procura do rosto do traidor entre as criaturas miseráveis das regiões insalubres de Milão. Visitou bordéis, lugares promíscuos, cadeias, enfim, visitou os lugares mais insólitos onde haviam homens e mulheres entregues ao desregramento moral. E não encontrava o rosto de Judas.

Não bastava ser um rosto sofrido e desfigurado. Precisava do rosto de alguém que:

1- Não tinha coragem de enfrentar o mundo;
2- Cujos olhos deveriam ser inquietos, atormentados;
3- Retratasse o arrependimento, a amargura;
4- Fosse e personificação do conflito interno, da insanidade brutal.

Por mais que procurasse, não encontrava ninguém com todos esses traços fisionômicos do traidor. Virou Milão de cabeça para baixo, cidades vizinhas e nada.

Certo dia recebeu em sua casa a visita de um diretor de presídio que fora lhe encomendar um trabalho. A proposta era retratar todos os rostos dos maiores criminosos que passariam para o registro da história.

Da Vinci pediu uma quantia muito elevada para os padrões do diretor. Mas, por se tratar do maior pintor daquele século e da posteridade, o homem não hesitou em fechar negócio. Leonardo foi levado ao maior cárcere da região, no dia seguinte, para iniciar seu trabalho.

Na manhã do dia seguinte, quando passava por um dos corredores do presídio, ele sentiu subitamente uma estranha sensação. Estava diante de uma cela fétida, imunda, sombria. Aproximou-se da porta de ferro e, através de uma pequena grade, viu alguém de costas, debruçado sobre sua janela gradeada, de onde poderia observar o pátio do presídio.

Leonardo deduziu que naquele homem curvado havia um caráter venal. Bateu na grade para chamar a atenção do homem que ao se virar para ver quem o chamava, foi reconhecido pelo artista: era o modelo para Judas.

Era uma expressão ignóbil de alguém que trairia seu amigo sem pensar; possuía um olhar de labaredas e chamas que pareciam crepitar; a testa enrugada e cheias de sucos formados pelo tempo; os cabelos ao desalinho e a barba enorme; os lábios finos que balbuciavam ritos; as narinas abertas e o peito ofegante de ódio, de insegurança, de temor.

Leonardo quis saber do diretor de quem era o detento e foi informado que se tratava de um dos maiores criminosos que Milão havia conhecido, em todos os tempos. Tratava-se de um latrocida frio e sanguinário. Então, da Vinci disse:

- Tenho uma proposta a fazer-lhe. Eu realizarei a obra que me contrataste gratuitamente, com uma condição: retratar este homem em meu atelier.

E ouviu do diretor:

- Mas se trata do nosso detento mais perigoso. É um criminoso que não permite afrouxarmos as atenções. Ele pode mata-lo apenas com um golpe em seu pescoço. Não posso permitir que ponha em risco a sua segurança e a segurança de todos.

Determinado, Leonardo foi enfático:

 - Se não me for permitido, me recuso a realizar o trabalho que me pedes – redarguiu da Vinci.

E no dia seguinte, cercado por um número considerável de soldados, o homem foi levado ao atelier de da Vinci. Colocado em um anglo próximo a janela, para que pudesse ser retratado entre a luz e a sombra e assim demonstrasse o conflito e a indignidade humana que lhe era peculiar.

Leonardo havia previamente preparado a tela e com a agilidade do grande artista que era, começou a fazer o esboço fisionômico daquele homem que abandonou o menor sinal de humanidade. Passaram-se exatamente dez dias até que num determinado momento, Leonardo notou que aquele rosto já não era mais o mesmo do primeiro dia.

Aquela face de ódio, de temor, de insegurança e fúria foi perdendo expressividade e modificando-se à medida que os dias estavam passando. E Leonardo questionou:

- O que está acontecendo? O que se passa? Eu lhe contratei para retratar a sua hediondez. Onde está a sua fúria, o seu ódio? Onde está sua insegurança, sua desconfiança?

O homem foi dominado pelo pranto sem controle. Depois de alguns instantes curvado, segurando o próprio rosto, ele olha para Leonardo e com a voz tremula pergunta:

- Não me reconhece?

- Claro que não. Eu sou um homem de bem. Não lido com bandidos. Como poderia reconhecê-lo? – respondeu, de pronto, da Vinci.

- Como não? Olhe para mim com mais atenção. O senhor me conhece, sim!

E apontando para um determinado quadro completa:

- Eu sou aquele que lhe emprestou o rosto para retratar Jesus.

Leonardo foi tomado de espanto. Houve um silêncio claustro no ambiente até que o homem continuou falando:

- Quando o senhor me contratou, faz um pouco mais de um decênio, me ofereceu um saco de moedas de ouro. Eu era ingênuo e puro. Eu era uma criança que nunca havia deixado meu recanto. Corrompi-me com as moedas da degradação humana. Eu me entreguei a orgias, experimentei a promiscuidade, me deixei levar pelas sensações e passei a viver em bordéis e em tascas.

Quando o dinheiro acabou e as mulheres loucas me abandonaram, eu comecei a extorquir delas o sangue e a vida. Apaixonei-me por uma meretriz e depois de e tornar um gigolô profissional, acabei matando-a num momento de horror e cacei todos os seus amantes.

Olhe o que o seu dinheiro fez de mim! Transformou-me em um bandido. Mas agora que estou aqui, revendo como era a minha face, como eu era puro e humilde, simples e ingênuo, já não consigo mais retratar o ódio de um bandido encarcerado, que odeia o mundo.


Ao longo daqueles dias, o homem que Leonardo havia contratado para representar a intranquilidade, havia conseguido transparecer e até conquistado para si mesmo, um pouco de serenidade e arrependimento através de seu rosto que há poucos dias transmitia ódio e dor.

E a tela, até hoje, ficou inconclusa porque faltava o ódio e a tragédia do homem que ficou conhecido como o traidor.

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Esta colocação psicológica é um estudo do pensamento para determinar o homem e responder a questões como:
Quem são o homem e a mulher?
Serão eles objetos materiais, transcendentais?
Porque possuem momentos ora de grandezas, ora de degradação?
Porque cria oportunidades de doarem-se a salvar vidas e depois buscam roubar existências que são gratas?
Porque lutam por direitos e esquecem-se, mais tarde, desrespeitam a liberdade de outrem?

Alguém se arrisca a responder?

O célebre Professor e Matemático Júlio César de Melo e Sousa (Malba Taham) escreveu uma bela página que conta a história de dois amigos Mussa e Nagib, que viajavam pelas extensas estradas que circulam as tristes e sombrias montanhas da Pérsia. Ambos se faziam acompanhar de seus ajudantes, servos e caravaneiros.

Chegaram, certa manhã, às margens de um grande rio, barrento e impetuoso, em cujo seio a morte espreitava os mais afoitos e temerários.
Era preciso transpor a corrente ameaçadora. Ao saltar, porém, de uma pedra, o jovem Mussa foi infeliz. Falseando-lhe o pé, precipitou-se no torvelinho espumejante das águas em revolta. Teria ali perecido, arrastado para o abismo, se não fosse Nagib.

Este, sem um instante de hesitação, atirou-se à correnteza e, lutando furiosamente, conseguiu trazer a salvo o companheiro de jornada.

- Que fez Mussa?

Chamou, no mesmo instante, os seus mais hábeis servos e ordenou-lhes gravassem na face mais lisa de uma grande pedra, que perto se erguia, esta legenda admirável:

"Viandante! Neste lugar, durante uma jornada, Nagib salvou, heroicamente, seu amigo Mussa".

Isto feito, prosseguiram com suas caravanas, pelos intérminos caminhos de Allah. Alguns meses depois, de regresso às terras, novamente se viram forçados a atravessar o mesmo rio, naquele mesmo lugar perigoso e trágico.

E, como se sentissem fatigados, resolveram repousar algumas horas à sombra acolhedora do lajedo que ostentava bem no alto a honrosa inscrição. Sentados, pois, na areia clara, puseram-se a conversar.

Eis que, por um motivo fútil, surge, de repente, grave desavença entre os dois companheiros. Discordaram. Discutiram. Nagib, exaltado, num ímpeto de cólera, esbofeteou, brutalmente, o amigo.

Que fez Mussa? Que farias tu, em seu lugar?

Mussa não revidou a ofensa. Ergueu-se e, tomando, tranquilo, o seu bastão, escreveu na areia clara, ao pé do negro rochedo:

"Viandante! Neste lugar, durante uma jornada, Nagib, por motivo fútil, injuriou, gravemente, o seu amigo Mussa".

Surpreendido com o estranho proceder, um dos ajudantes de Mussa observou respeitoso:

- Senhor! Da primeira vez, para exaltar a abnegação de Nagib, mandaste gravar, para sempre, na pedra, o feito heroico. E agora, que ele acaba de ofender-vos, tão gravemente, vós vos limitais a escrever na areia incerta, o ato de covardia! A primeira legenda, ó sheik, ficará para sempre.

Todos os que transitarem por este sítio dela terão notícia. Esta outra, porém, riscada no tapete de areia, antes do cair da tarde, terá desaparecido, como um traço de espumas entre as ondas buliçosas do mar.

Respondeu Mussa:

É que o benefício que recebi de Nagib permanecerá, para sempre, em meu coração. Mas a injúria. . . Essa negra injúria... Escrevo-a na areia, com um voto, para que, se depressa daqui se apagar e desaparecer, mais depressa, ainda, desapareça e se apague de minha lembrança!


- Assim é, meu amigo! Aprende a gravar, na pedra, os favores que receberes os benefícios que te fizerem, as palavras de carinho, simpatia e estimulo que ouvires.
Aprende, porém, a escrever, na areia, as injúrias, as ingratidões, as perfídias e as ironias que te ferirem pela estrada agreste da vida.

Aprende a gravar, assim, na pedra; aprende a escrever, assim, na areia... E serás feliz!

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Essa é a dicotomia humana que as tradições convencionaram chamar de bem ou mal, luz ou sombra, in ou yang e as tradições religiosas chamam de anjo ou demônio, Deus ou Lúcifer.

O caráter antagônico da Natureza é descrito pela literatura, pela psicologia e pela filosofia. Foi Heráclito quem primeiro descreveu a função reguladora dos contrários, mostrando que, em algum momento, as coisas correm em direção ao seu contrário.

Foi seguindo os caminhos da Natureza que Jung descreveu este mesmo jogo antagônico na psique humana. Demonstrou a inclinação natural da psique de convergir na direção a um Centro - para o si mesmo.

Jung chama a atenção para o perigo de haver identificação com um dos pólos, o que resultaria em doença psíquica. A unilateralidade romperia a tensão necessária para manter o equilíbrio e a saúde psíquica.

O oposto da atitude consciente é a sombra, que, ao ser reprimida, faz pressão para se manifestar. Daí a necessidade de se procurar conectar a força oposta da consciência.

Como acredita Jung, "é no oposto que se acende a chama da vida".

Jung alerta que o confronto com os opostos, e a sua integração, é fundamental para o processo de individuação, para se alcançar a Totalidade, para que o homem se torne um ser, não perfeito, mas mais feliz.

Totalidade inclui reconhecer e aceitar em si, as qualidades que estão em oposição "ao ideal do ego", as qualidades opostas aos valores culturais e morais.

A integração dos opostos é um processo que começa pelo reconhecimento da sombra, ou seja, da parte da personalidade que contém os aspectos primitivos, reprimidos, inadequados aos padrões estéticos e morais de uma cultura.

Tomar consciência da sua sombra é condição "sine qua non" para o indivíduo começar o caminho rumo ao autoconhecimento, rumo à consciência.

O homem que não conhece sua face sombria, é um homem que só conhece uma face de "sua moeda", é um ser unilateral, falsamente iludido sobre sua natureza humana, e, por isso, presa fácil do mal, adepto do recurso de projetar no outro, no mundo, as qualidades que não reconhece em si.

Do ponto de vista conceitual, é Freud quem faz a análise mais profunda da divisão entre o lado luz e o lado sombra da psique humana. Mas é Jung quem dá à sombra uma abordagem mais ampliada.

A cisão entre o lado luz - o Bem - e o lado sombra - o Mal - é evidente e absoluta na tradição judaico cristã.

Originalmente, a tradição cristã reconhecia os opostos que o homem traz em si, conforme as palavras de São Paulo: "Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero".

Essas palavras, revestidas de conhecimento de psicologia humana, revelam que São Paulo sabia que possuía a sombra, e o fato de ter esse conhecimento é que o mantinha íntegro.

Segundo Jung, Criador e criatura deveriam ser uma totalidade, mas devido à cisão perpetuada pelo Cristianismo, surgiu o mundo de luz e o mundo de trevas.

O Taoísmo afirma que tudo é criado pela integração dos opostos (yin-yang) que representam a luz e a sombra, o positivo e o negativo, o bem e o mal.

Estes pares de opostos são pares complementares da Natureza que nunca podem ser separados. São princípios do Universo e toda a Criação está sujeita a este contraponto.

A sombra não é basicamente má. Há grande energia e potencial na porção reprimida. Esta energia precisa ser conectada e amalgamada à personalidade, e não unilateralizada. Porque, tanto para o bem como para o mal, não se deve sucumbir a nenhum dos opostos.

A noção de bem e mal é relativa e fruto de julgamento de valor, portanto subjetiva e passível de contaminação da sombra pessoal.

Sendo assim, o ponto de referência não está nos polos, mas sim, no meio, no equilíbrio.

Se um dia a paz for alcançada, seus promotores não estarão entre as pessoas "que se fizeram santas", mas entre as pessoas que aceitaram sua natureza pecadora com humildade.

A busca da santidade é nefasta também, porque, ao se identificar unilateralmente com sua parte boa, o indivíduo joga-a contra a sua parte oposta.

Sendo um arquétipo, a sombra tem conteúdos afetivos poderosos, com capacidade de autonomia, obsessão e possessividade que lhe dão capacidade de ascendência sobre a estrutura do ego.

A sombra representa o arquétipo do bode expiatório, do ‘outro’, sobre o qual é lançada toda a culpa, toda a maldade do indivíduo que ele não reconhece como sua.

Através do recurso do bode expiatório, o homem nega sua sombra. O bode expiatório presta um serviço ao seu acusador, na medida em que ele carrega para esse, o fardo de sua sombra feia, inadequada ao "padrão de beleza" que o ego idealiza.

A sombra reprimida e relegada ao inconsciente torna-se um potencial de energia, energia essa que vem a tona sob a forma de projeção.

Na projeção a relação com o mundo externo é uma relação revestida de ilusão.

O meio ambiente ganha a configuração que a sombra lhe dá: a maldade, a feiura que o homem não admite como sua, é lançada no ambiente, no outro.

A metade bonita, perfeita, ele abraça como sua, o que resulta num ser dividido, de ego inflado, pretensamente bom.

Um dos prejuízos que a projeção traz é que a pessoa reage ao ódio e violência "que lhe mandam" com mais ódio e violência e o círculo vicioso se forma. A projeção faz surgir, literalmente, no outro e no ambiente, as situações que o indivíduo projeta.

O perdão aos outros é um modo de dizer que já nos aceitamos integralmente, com nossa sombra. O perdão é a própria aceitação da vida como ela é.

Auto perdão é o sacudir da poeira, é a renovação da autoestima e da alegria de viver, é o caminho da integridade e da felicidade.

1 comentários:

Seu texto é oportuno. É longo. O fato de ser longo, somado à tela do PC cansa o leitor. Mas, enquanto texto, trata-se de leitura apropriada de valores importantes àqueles que desejam viver com alegria. PARABÉNS! Somos todos bem-vindos a esse clube.

Marcelo De Marco

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