domingo, 21 de setembro de 2008

O mal e o bem são forças sobre-humanas?


“Se o bem e o mal existem, você pode escolher. É preciso saber viver”.
Roberto e Erasmo.



O mal e o bem são forças sobre-humanas?

De todos os temas de reflexão, poucos têm despertado tanto interesse ao longo da História (tempo) e das sociedades (espaço) como o paradigma do Bem e do Mal, principalmente o porquê da existência do mal. Várias abordagens têm sido aplicadas a esses conceitos, de religiosos a filosóficos, passando por esotéricos e agnósticos.

Mas ultimamente estas duas forças antagônicas ganharam um caráter político que tem irritado e dividido companheiros de profissão, até amigos e familiares, haja vista uma ramificação partidária municipal tem se intitulado “do bem”, enquanto que os não partidários são vistos, logicamente, como a turma “do mal”.

É a segunda vez que infelizmente toco neste assunto. Em um outro artigo falei da minha decepção em perceber o quanto a política partidária promove o APARTHEID e o ceticismo ideológico entre entes queridos e que vem ganhando força a cada dia que se aproxima as eleições. Por onde anda a razão?

Pode parecer um bocado esquisito querer tratar de um tema que sempre pertenceu ao domínio do emocional com bases racionais incutindo a idéia política como foco, mas vejamos aonde podemos chegar. Vejamos aonde chegou as nossas “verdades” (pra não dizer interesses pessoais) defendidas com tanta veemência e muitas vezes sem nenhum escrúpulo, ao ponto de dividir uma população entre o “bem” e o “mal” numa prepotência muito infeliz.

Relembro do que falava Santo Agostinho acerca dos conceitos do Mal. Segundo classificação do doutor da Igreja, o mal pode ser natural, que são os eventos naturais (aleatórios) e pode ser moral, que é o mais conhecido por maldade, pois é praticado conscientemente. E é este mal que vem afligindo as nossas vidas. É pertinente perguntar: como nasce esse mal em nós? Qual a sua origem?

Segunda uma teoria recente, o mal (assim como o bem) é fruto da nossa maturação enquanto espécie humana. Os arquétipos registrados no nosso DNA ou ADN (que significa, em inglês, DesoxirriboNucleic Acid, ou ácido desoxirribonucléico), partem de instintos básicos (egoístas) que defendem primeiramente a nossa posição em relação ao mundo e atingem aos níveis de Socialismo e Comunismo até chegar a uma visão holística da vida humana. E nestas fases transitórias, o mal está presente em proporções que nós mesmos administramos e ao passo em que evoluímos, o bem passa a ser mais presente nas nossas decisões.

Continua complicado? Vejamos.

A minha teoria é que nós AINDA estamos num período de transição, ou seja, ainda temos os dois tipos de instintos convivendo no nosso DNA, e, conseqüentemente, no nosso comportamento. A questão é: que percentagem de cada um está no nosso ADN? A relação entre os dois tipos de instintos pode dar uma idéia sobre a nossa posição temporal nesse período de transição, ou seja, que tipo força queremos abraçar: o bem ou o mal? O que mais nos atrai? Que escolha queremos fazer? De forma muito feliz, Roberto Carlos escreveu e cantou: “Se o bem e o mal existem você pode escolher”.

Esses instintos individualistas, enquanto existirem, são prejudiciais numa espécie social, pois entram em conflito com os instintos sociais (até porque egoísmo é antagônico de altruísmo). Podemos usar a razão para contrariar esses instintos, mas temos a consciência que sozinhos não podemos fazer isso, a maior parte das pessoas não tem força de vontade suficiente. Tem que haver uma força impulsionadora. E que força é essa?

A força que liberta-nos dos nossos instintos primitivos e nos faz ascender moralmente, e, portanto, está ao lado do bem, é o conhecimento cultural. Tal conhecimento desconsidera conteúdos políticos partidários e dicotomias emocionais. O conhecimento cultural nos faz sonhar e criar força para que plantemos e semeemos a humanização equilibrada das nossas “verdades”. Escreveu uma vez o pesquisador Denyval Rodrigues: “Não existe o bem e o mal, na verdade existem pessoas que não sabem sonhar”.

De qualquer modo, o que quer que escolhamos, ficará em nossas mãos a chave para o próximo passo. Tal como na Matrix (o filme) o personagem Neo (Keanu Reaves) pôde escolher a pílula azul, que o mantém no mundo de ilusão, e ele esquece tudo o que descobrira; ou pode tomar a pílula vermelha que lhe revelará toda a verdade (uma analogia com a maçã de Eva e adão?). Temos uma pílula em cada mão, temos que escolher antes que esse momento chegue, pois podemos não ficar aqui para contar a história, porque admitamos, há entre nós pessoas suficientemente egoístas ("más") para isso.
E lembrando que tomar a pílula vermelha e escolher dar o próximo passo da nossa evolução, poderá muito bem ser o fim do Mal como o conhecemos! Para encerar mais esta reflexão, encontrei uma história muito interessante que quero compartilhar com todos que trata justamente sobre este assunto. Eu me emocionei com este texto e gostaria de dividir esta emoção com vocês.


O bem e o mal existem?

Durante uma conferência com vários universitários, um professor da Universidade de Berlim desafiou seus alunos com esta pergunta:
- Deus criou tudo o que existe?
Um aluno respondeu valentemente: - Sim, Ele criou…
- Deus criou tudo? -perguntou novamente o professor.
- Sim senhor, respondeu o jovem.
O professor respondeu
- Se Deus criou tudo, então Deus fez o mal? Pois o mal existe, e partindo do preceito de que nossas obras são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mau?
O jovem ficou calado diante de tal resposta e o professor, feliz, se regozijava de ter provado mais uma vez que a fé era um mito. Outro estudante levantou a mão e disse:
- Posso fazer uma pergunta, professor?
- Lógico! - foi a resposta do professor.
O jovem ficou de pé e perguntou:
- Professor, o frio existe?
- Que pergunta é essa? Lógico que existe, ou por acaso você nunca sentiu frio?
O rapaz respondeu:
- De fato, senhor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é a ausência de calor. Todo corpo ou objeto é suscetível de estudo quando possui ou transmite energia, o calor é o que faz com que este corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Nós criamos essa definição para descrever como nos sentimos se não temos calor.
Novamente o aluno pergunta ao professor:
- E, existe a escuridão?
O professor respondeu:
- Existe.
O estudante respondeu:
- Novamente comete um erro, senhor, a escuridão também não existe. A escuridão na realidade é a ausência de luz. Um simples raio de luz atravessa as trevas e ilumina a superfície onde termina o raio de luz. Como pode saber quão escuro está um espaço determinado? Com base na quantidade de luz presente nesse espaço, não é assim? Escuridão é uma definição que o homem desenvolveu para descrever o que acontece quando não há luz presente.
Finalmente, o jovem perguntou ao professor:
- Senhor desculpe-me a redundância: o mal existe mesmo?
O professor respondeu:
- Claro que sim, lógico que existe, como disse desde o começo, vemos estupros, crimes e violência no mundo todo, essas coisas são do mal.
E o estudante respondeu:
- O mal não existe senhor, pelo menos não existe por si mesmo. O mal é simplesmente a ausência do bem, é o mesmo dos casos anteriores, o mal é uma definição que o homem criou para descrever a ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a fé ou como o amor, que existem como existem o calor e a luz. O mal é o resultado da humanidade não ter Deus presente em seus corações.
É como acontece com o frio quando não há calor, ou a escuridão quando não há luz.
Por volta dos anos 1900, este jovem foi aplaudido de pé, e o professor apenas balançou a cabeça permanecendo calado.
Imediatamente o diretor dirigiu-se àquele jovem e perguntou qual era seu nome?
- Albert Einstein.

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