Qual o papel do Diretor Escolar e do Coordenador Pedagógico?
Creio que nada mais justo para começar nossa jornada em 2010, através das minhas contribuições semanais neste Blog, falando de algo que me é pertinente e que reflete na vida de milhares de pessoas em nosso município. Quero fazer algumas considerações reflexivas acerca do papel do diretor escolar e do coordenador pedagógico; funções infelizmente de identidade política partidária. Senão, vejamos.
O sucesso pedagógico de uma escola, seja ela qual for, está intimamente ligado ao tipo de relação existente entre a direção escolar, o coordenador pedagógico e os professores. As experiências mostram que quanto mais afinada é a equipe escolar, mais probabilidade de sucesso existe, principalmente no tocante a aprendizagem do aluno.
Como ainda não estamos maduros o suficiente para vivermos uma gestão plenamente democrática, a missão de administrar uma escola é uma empreitada muito complexa e difícil para qualquer profissional. E quando a direção está na mão de um(a) sujeito(a) centralizador(a), autoritário(a) e conseqüentemente temido(a) por alunos, pais de alunos, funcionários e até mesmo por professores; quando apenas cobra resultados, mas não contribui efetivamente para que eles aconteçam; quando está preocupado(a) apenas com a boa reputação de sua escola, principalmente no que diz respeito à disciplina, e não com o conteúdo trabalhado dentro dela; quando não presta conta das verbas que chegam para a escola de forma clara, lícita e transparente; quando acredita que só se mantém no cargo promovendo intrigas, discórdias, fofocas, jogando colegas uns contra os outros? E o que esperar de uma direção que permite evasão escolar em massa, deixando seus professores sem eira nem beira?
Parece-me que o trabalho desse tipo direção ainda é mais árduo e tem prazo de validade tão curta quanto sua máscara. O gestor moderno tem sua liderança reconhecida naturalmente, através da sua conduta, seu relacionamento com todos os integrantes do universo escolar e de seu conhecimento nos mais variados assuntos que permeiam esse universo. Gravatá tem diretores com esse perfil? Sim! Raros? Talvez!
Já a presença de um coordenador pedagógico consciente de seu papel é indubitavelmente importante. Os pesquisadores afirmam que é muito fácil identificar as funções formadora, articuladora e transformadora do papel desse profissional no ambiente escolar. Nós, que vivemos o cotidiano das escolas, contamos a dedo quem exerce tais funções.
Quantos são os coordenadores que programam ações que viabilizem a formação do grupo docente para qualificação continuada desses sujeitos? Quem são os coordenadores que favorecerem a construção de um ambiente democrático e participativo, onde se incentive a produção do conhecimento por parte da comunidade escolar, promovendo mudanças atitudinais, procedimentais e conceituais nos indivíduos? Nessa área a carência ainda é mais gritante e mais difícil de chegar a uma listagem positiva e considerável.
O que poucos admitem é que assumir esses cargos – diretor e coordenador - é sinônimo de enfrentamentos e atendimentos diários com pais, funcionários, professores, além da responsabilidade de incentivar a promoção do projeto pedagógico que atenda às necessidades da escola. Poucos são os coordenadores e diretores que vivem lutando diariamente contra o desânimo, o comodismo e contra fatores de ordem pessoal que podem interferir em suas práticas.
E mais... Quantos são os diretores e coordenadores que vivem cumprindo seus horários nas escolas? As perguntas desse tipo, infelizmente, são muitas. Mas, paremos por aqui na certeza que injetamos um pouco de reflexão e na esperança de que um pingo de consciência nasça dentro de alguns colegas que ocupam estes cargos com prazo de validade curto.
Eu creio que um dos maiores e mais importantes desafios do diretor e do coordenador de uma unidade escolar, seja fomentar o espírito de equipe entre os professores e funcionários da escola, ou seja, fazer a transição de um grupo para uma equipe escolar. O que, aliás, é tema para a nossa próxima matéria: “existe diferença entre grupo e equipe?”
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