segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O descalabro do ensino


Estimados colegas professores,

todos nós sabemos da grave crise que atinge a educação brasileira e, curiosamente, num momento em que nunca se teve tanto recurso para Educação. Esse fato é inegável.  Os alunos recebem merenda escolar, fardamento, cadernos, livros caríssimos, há computadores aos montes em muitas escolas (não em todas, obviamente), DVD etc.

Contudo, os salários dos professores, em todo o país, são baixíssimos. A nossa profissão, em termos relativos, é a que é pior remunerada no País. Mas será que o fracasso da Educação brasileira é só uma decorrência dos baixíssimos salários que o professor recebe? 

É evidente que outros fatores estão envolvidos nesse fracasso constatado. Incluo aqui entre esses fatores:

1- a quebra da hierarquia em sala de aula;

2- a indisciplina generalizada nas escolas privadas e, sobretudo públicas, (com atos frequentes de agressões físicas a professores) que impede a tranquilidade do docente para ministrar aulas;

3- a ausência de uma legislação mais rígida que permita o reestabelecimento da disciplina nas escolas e 4- a formação dos docentes em universidades brasileiras, sobretudo públicas.
    
A revista VEJA traz na edição de 21 de setembro de 2011 um pequeno, mas interessante, artigo intitulado "O descalabro do ensino", que aborda, generalizadamente, essa questão que mencionei. É um alerta! É um chamamento extremamente oportuno. Reproduzo-o aqui e lhes envio para que façam uma reflexão isenta de ranços ideológicos sobre esse problema cuja resolução é crucial para a nossa Pátria.

Saudações,
Lucivânio.


O descalabro do ensino

CARTA AO LEITOR
REVISTA VEJA

Em sua coluna em VEJA da semana passada, Gustavo Ioschpe alertava os pais com filhos em escolas privadas para o fato de que as altas mensalidades e o esforço familiar para pagá-las davam a falsa ilusão de que isso era o bastante para proporcionar aos rebentos uma vantagem inicial na luta pela vida. "Tenho más notícias", escreveu Ioschpe, e continuou: "Os tempos mudaram, e a arena de competição desta geração não é mais o Brasil, mas o mundo. (...) seu filho vai perder o emprego para um indiano, australiano ou chinês".

Esta edição de VEJA traz uma reportagem coordenada por Monica Weinberg, chefe da sucursal no Rio de Janeiro, que faz o retrato em números da situação calamitosa apontada por Ioschpe, concentrando-se nas causas do fracasso do ensino médio público e privado no Brasil.

O principal fator é o despreparo dos professores, produto de escolas de pedagogia dominadas pelo proselitismo ideológico embalado em teorias tão arcanas quanto inúteis. Apenas 20% do tempo é dedicado às questões práticas de sala de aula. Passa da hora de inverter essa fórmula maligna que forma, no jargão da esquerda, "parteiros da história" e dedicar 80% do tempo a treinar os professores para ensinar matemática, português, ciências e lógica aos alunos.

Os espantosos resultados do mais recente Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, divulgados na semana passada, reforçam os diagnósticos da reportagem, que se conclui com um artigo do economista Claudio de Moura Castro.

"Temos escola única com currículo único. É estarrecedor", escreveu Moura Castro. A tabulação das provas do Enem feitas por 3,2 milhões de estudantes brasileiros traduz em números uma realidade que, de tão perversa, exigiria que de uma vez por todas a educação de qualidade fosse colocada como a grande prioridade nacional: apenas 6% das escolas - 1500 de um total de 23.900 que participaram do exame - poderiam ser listadas como instituições de ensino que formam alunos preparados para os imensos desafios propostos pela economia global e digital do século XXI.

É muito pouco. É quase nada. É um desastre. Urge mobilizar as energias do país para começar a reverter esse trágico descalabro.

1 comentários:

Cada vez mais te admiro...Parabéns Ricardo! Tens a coragem, a dignidade, a honra de poucos!

Beijos no coração...

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