quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

RESPOSTA

Meus amigos e leitores,
Como eu já estava esperando (haja visto fui antecipadamente avisado), li hoje a tarde o texto enviado ao blog do castanha falando dos fatos que ocorreram ano passado com a minha vida profissional. Degustei cada palavra dita com calma e montei a minha resposta. Assim que terminei, enviei a Castanha a solicitação da tréplica, mas ele até este horário (23:50h) não me respostou assinalando o meu direito de resposta.
Contrariando aos conselhos de algumas pessoas, resolvi encarar o caso como sempre faço, escrevendo do ponto de vista racional e colocando para todos que visitam este blog, a verdade dos fatos. Inclusive, gostaria de deixar bem claro, não estou me justificando perante gente que me mandou emails afrontando o meu caráter. Mas, faço questão, pela história que tenho no meio educacional e social, de explicar àqueles que me são caros para saberem o que de fato ocorreu.
Vamos por partes, parágrafo por parágrafo:


Todos sabem que Secretários Municipais, Diretores Escolares, Diretores de Ensino, Coordenadores, dentre outros cargos comissionados, NÃO SÃO ELEITOS ATRAVÉS DE CONCURSO OU QUAISQUER TIPO DE AVALIAÇÃO PARA QUE SEJAM ADMITIDOS NOS REFERIDOS CARGOS. Portanto, a inteligência e a lógica nos diz que todos estes cargos são DE CUNHO POLÍTICO.

Em Gravatá, desde o início da atual gestão, os antigos “Supervisores” receberam o status de “Coordenadores de Área”, o que considero ter sido muito coerente por parte da Secretaria de Educação e, consequentemente, da Prefeitura de Gravatá. No entanto, o referido rapaz que recebeu a honraria de ser coordenador, jamais disse a que veio e não fez jus ao seu posto transitório.


Vamos aos referidos problemas citados pelo competente coordenador:


a) Nunca, repito NUNCA meus ex-alunos das turmas 7ª “D”, 7ª “C” e 8ª “C” se organizaram contra o meu trabalho. NUNCA. Sempre tivemos, eu e eles, uma relação muito amistosa e informal, onde eu sempre me preocupei em não prejudicá-los com minha faltas. Nunca organizaram um abaixo assinado para ser encaminhado a minha querida Secretaria de Educação.
E o que aconteceu realmente?
Quem conhece um pouco de História, recorda-se que a ditadura forçava, conduzia, induzia muitos dos seus condenados a ASSINAREM crimes que não cometeram. Um grupo de alunos ligaram para mim e avisaram que o competente coordenador esteve nas minhas salas, num dia em que eu não estava na escola, e praticamente SUGERIU, INDIZIU, CONDIZIU os alunos a assinarem um documento onde eles pediam o meu afastamento por eu ser um professor que faltava muito.

Eu faltava mesmo. É verdade. Faltei muito. Faltei porque não estava conseguindo conciliar minhas aulas do Estado – no Projeto Travessia – com as aulas do Amenayde. A direção escolar sabia que eu não podia está na escola todos os dias e sempre me apoiou dizendo que eu ao menos aparecesse quando pudesse e que minha esposa (professora Kelia Cruz) nos dias em que eu não pudesse ir, estivesse presente para não prejudicar os alunos. Foi um acordo entre Direção Escolar e Professor. NUNCA FIZ NADA ESCONDIDO NEM SEM JUSTIFICATIVA. A promessa me foi dada que tudo seria resolvido da melhor forma. E EU ACREDITEI.
Nesse ínterim, solicitei que minhas aulas fossem transferidas para a Escola Cônego Eugênio Vilanova (onde trabalho a tarde) e prometeram resolver. Essa situação se arrastou até o final do ano quando o competente coordenador aproveitou-se da minha ausência e fez o que fez, e, sem nunca ter feito jus ao seu cargo político, sem nunca ter ido na sala para saber do que eu precisava enquanto professor, agiu como inquisitor. O competente coordenador foi, para mim, um sujeito oculto. De repente, não mais que de repente, me aparece nas salas para me perseguir. A troco de quê? Por quê? Me perguntem pessoalmente que eu explico.

b) O competente coordenador e a sua colega (quem diria não é colega? Até você?! Lembra de todas as coisas que me confessou naquele dia em que fizemos um tour por Gravatá?) esqueceram de registrar no seu texto que minhas aulas no Amenayde eram nas quintas e sextas-feiras. Se qualquer curioso olhar as cadernetas dos colegas que trabalhavam nos mesmos dias que eu, verá que uma considerável quantidade aulas foram tiradas dos alunos por motivos vários. Alguns, de ordem irrelevante. E porque ninguém é responsabilizado por negar o direito dos alunos terem aula, mediante situações menos importantes? E por que só as minhas estariam erradas? Me perguntem pessoalmente que eu explico.

c) Nunca fiz prova escrita. É verdade. Mas, qual é o meu crime por isso? Desde o começo do ano, minha didática com meus alunos foi de apresentar os temas que eu coloquei no meu planejamento (já que o competente coordenador nunca apareceu nem na escola nem nas capacitações para apresentar sequer uma folha com algum conteúdo).
Após expor os assuntos organizados por mim, eu solicitava aos alunos, de todas as turmas, um relatório onde eu pudesse avaliar o entendimento e o desenvolvimento de cada um. E todos estes trabalhos e relatórios estão sob minha tutela para quem quiser ver, com data e nome do aluno.
Eu não seria hipócrita de marcar uma prova com temas do livro didático, fazer um exercício decoreba e aplicá-lo em prova que não prova nada – como muita gente faz. Engraçado é que meus alunos que foram alunos do competente coordenador, no ano de 2008, faziam questão de me dizer que o rapaz não ensinava nada. Eu sempre respondia que não vivo do passado e não quero ser comparado com um melhor ou pior do que eu. Quero ser avaliado pelo que faço, sem medo e não condenar ninguém, até porque eu vivo minha vida e a vida do outro não me interessa.

d) Quanto aos registros de aulas em dias em que eu não apareci na escola, eu desafio um professor que nunca tenha feito isso. É inclusive prática no final de ano entre os professores, inventar aulas simplesmente para completar os 200 dias letivos, como pede o registro legal. Só minhas cadernetas estavam erradas? Eu o fiz porque apenas pensei no bom andamento dos trabalhos e não acho nada demais isso acontecer comigo e com outros colegas, porque nós sabemos que nunca bate as datas e as quantidades de aulas em seus dias letivos.

e) Com relação aos temas registrados, onde o competente coordenador diz que eu registrei temas que cabem para turmas de terceira e quarta séries, eu gostaria de exemplificar ao desatento e ao leigo, que alguns temas se seguem ao longo do Ensino Fundamental. Exemplo: quando vamos estudar localização, pontos cardeais e colaterais, coordenadas geográfica, dentre outros, são estudados em diversas séries do Fundamental e Ensino Médio.
Pior do que isso é não ensinar absolutamente nada e criar um lindo planejamento. Infelizmente eu não tenho acesso a estes documentos, tampouco sou de está vasculhando a vida alheia, procurando chifre em cabeça de cavalo. Os temas que eu dei estão todos transformados em relatórios feitos pelos meus alunos.

f) O professor é livre para dar a nota que achar coerente para os alunos, de acordo com as avaliações que faz de cada produção pessoal. Repito, eu não sou hipócrita em atribuir uma nota por cara ou inventar ao bel prazer um valor qualquer. Como eu não estive presente em 100% das aulas, não poderia fazer exigência alguma, correndo o risco de ser injusto.
O que fiz? Atribuí notas médias de 6.0 e 7.0 pontos de acordo com os trabalhos que tenho em mãos. Todos foram aprovados, ninguém foi injustiçado. Isso é o que importa. Desde o começo do ano letivo, eu dei a minha palavra a eles que não seriam prejudicados. E não foram, apesar de tudo.

O que me levou a escrever o texto em que o competente coordenador se sentiu ofendido, é resultado de uma grande revolta. Coloquem-se no meu lugar. Você chega na sua escola e fica sabendo através dos próprios alunos, que um rapaz entra nas suas salas acompanhado da direção escolar (que me doeu muito mais), com um papel na mão e sugerindo que eles assinassem um papel confirmando que eu não estava apto a ser professor.
E tudo isso nos dias finais do ano letivo, onde a escola já estava ciente da situação e resolvido o impasse e até porque eu já havia solicitado a transferência de minhas aulas para uma única escola, onde sou feliz e respeitado.
Eu não poderia ter outro sentimento senão o de revolta, de me sentir traído, porque este competente coordenador não se fez presente no meu trabalho, me auxiliando, participando e cumprindo com seu real dever profissional. Se o tivesse feito, tudo isso não teria acontecido. Mas ele insiste em me odiar, perseguir gratuitamente. Por quê? Eu respondo pessoalmente.

Todas estas informações já foram expostas ao departamento jurídico da Secretaria, que, infelizmente, não conhecia a minha versão; mas, Graças a Deus, pela forma humana, profissional e ética daquela equipe conduziu as apurações, os fatos ganharam duas versões e foi encerrado o caso.

Tive sempre a preocupação de não citar nomes de ninguém. Nunca deixei que meus propósitos ficassem isentos de cuidado e ética. E tudo que escrevo, quem me conhece sabe, partem da razão e de um sentimento que me move: justiça. Quem conhece toda essa história faz a mesma pergunta, junto comigo: - Por que tudo isso está acontecendo? Há quem me diga que tudo não passa de inveja. Outros me falam de sentimentos que prefiro não acreditar. E eu não sei, sinceramente, o que foi que eu fiz contra o competente coordenador que me persegue desde o início da nova gestão.

Você, caro leitor, quer saber quem eu sou, enquanto pessoa e profissional? Converse apenas com a minha Diretora Escolar, com a vice-direção e com os colegas de trabalho que convivem comigo todas as tardes. Por eles aceito ser avaliado, porque me conhecem profissionalmente.


Querem saber quem é o competente coordenador? Converse com as pessoas que trabalham diretamente com ele ou, façam melhor, compareçam às reuniões e capacitações que temos durante o ano. Saberão que, por ele ser de cargo político e não de cargo seletivo, não foi, não é e não será avaliado seu trabalho, como eu fui.


Querem analisar meus textos onde sempre defendo minhas idéias, sem fazer panelinha, conchavos ou fofocas? A vontade! Todos sabem o que penso e, às vezes, me torno até previsível por isso, mas nunca levarei nome de dissimulado, falso ou sepulcro caiado. Se alguma vez citaram meu nome para ocupar cargo comissionado, não foi por cooptação, preço político ou organizações fascistas, que diz está com um líder, mas, serve a outro, sem imaginar que toda máscara cai com o tempo.

Por fim, quero destacar cinco palavras registradas pelo competente coordenador, que são: moral, profissionalismo, zelo, responsabilidade e injustiça. Moral para escrever eu como escrevo, eu sempre tive. Sou uma pessoa totalmente resolvida em todos os aspectos da minha vida. Só eu e Deus sabemos o quanto eu caminhei para chegar até aqui e me resolver enquanto pessoa e profissional. A duras penas, aprendi a agir com profissionalismo, zelando pela minha história, agindo e assumindo tudo com responsabilidade e de voz ativa contra qualquer tipo de injustiça. Assim fala a minha história.

E é em nome dela, em nome da minha família e de todo o apoio e solidariedade que ganhei nesse processo todo de colegas professores e amigos, que afirmo: não me arrependo de nenhuma palavra do que eu disse no texto publicado em dezembro e reafirmo que apenas quero viver em paz, trabalhando com amor a Educação. Mas, aviso, o meu amor não é de cordeiro abatido. Sou lobo que morre defendendo seu território ideológico.

Vou repetir:
Por mim e pelo departamento jurídico da Educação, o caso já estava esclarecido e encerrado. Mas, se por algum acaso, o meu nome for citado novamente como foi, se minha vida profissional for colocada em cheque por quem nada fez a não ser colocar a camisa que lhe é conveniente, saibam todos que não titubearei em revelar nomes e fatos que envergonharão a muitos, numa próxima oportunidade.

Se lá você tem ouvidos que seguem a brincadeira do telefone sem fio. Aqui, onde eu estou, tenho satélites altamente atualizados. Apesar de tudo, peço desculpas publicamente por tê-lo chamado de INCOMPENTENTE, (porque eu sou um homem que sabe admitir que erra, quando erra). Mas, no resto, você não merece mais o meu respeito.

Agradecimentos:

Ao blog do Castanha, por ter cedido espaços para todos nós colocarmos as versões pessoais. Umas supostamente justas e outras verdadeiramente claras.

À Secretaria de Educação e o seu Departamento Jurídico, nas pessoas das senhoras Ana Maria e Maria da Paz que conduziram o caso com muita flexibilidade, manejo, educação, fineza, transparência e, acima de tudo, justiça.

Aos meus colegas e amigos professores que estiveram sempre me apoiando, solidarizando e contribuindo para que a minha paz profissional e que minha honra pessoal fosse mantida sem amassos.

E como sempre, me disponibilizo para qualquer esclarecimento, com todo gosto. E registro, para a tristeza de alguns: tudo isso só meu deu mais sede e coragem para lutar por um lugar que me é de direito.

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