“- …Ó Phreak, Phreak, Phreak…
- Mais um “Phreak” e eu te bato. Dúvida?
- Quero te ajudar, mas você não pode deixar sua mãe te vestir… Você é um caso perdido!
- Preciso de um apelido, cara. Sem um apelido não sou ninguém.
- Nisso você tem razão.
- Sexta-feira nós vemos isso.
- Espera… Que tal “O Mestre do Desastre”?
- É mesmo um caso perdido.
- “Ultra Laser”? “Doutor Destino”? …” (Hackers, O Filme)
Esse é um pedaço do Filme Hackers onde o personagem Joye fala da necessidade de um apelido na net.
- Mais um “Phreak” e eu te bato. Dúvida?
- Quero te ajudar, mas você não pode deixar sua mãe te vestir… Você é um caso perdido!
- Preciso de um apelido, cara. Sem um apelido não sou ninguém.
- Nisso você tem razão.
- Sexta-feira nós vemos isso.
- Espera… Que tal “O Mestre do Desastre”?
- É mesmo um caso perdido.
- “Ultra Laser”? “Doutor Destino”? …” (Hackers, O Filme)
Esse é um pedaço do Filme Hackers onde o personagem Joye fala da necessidade de um apelido na net.
Eu me recordo de que nunca passei por isso quando criança. Ou seja, o fato de um apelido pegar e virar um caso de tapas entre os mais sínicos dos colegas de sala. Tampouco aquele apelido que todo mundo gosta de ouvir você chamar pela garota mais linda da escola ou pelo seu melhor amigo.
Em casa eu tive um apelido que nunca pegou e outro que minhas irmãs me chamavam na hora que precisavam me atingir, me provocar, me fazer partir pra violência com puxões de cabelos e seções de beliscões.
O primeiro que nunca pegou foi dado por minha mãe: Kalunga. Aliás, foi por causa desse apelido que eu me tornei torcedor do Corinthians. Me recordo que Kalunga era o patrocinador do clube na década de 80. Kalunga! Pode?!
O segundo e mais terrível da minha infância é de autoria das minhas irmãs Andréa e Amanda. Alias as duas também foram irmãs até na hora de eu devolver o apelido pra cada uma delas. O dito apelido era... era... era... Vocês estão loucos pra saber não é?!
Minhas queridas irmãs me chamavam irritantemente de “Babado”. Engraçado que havia um frevo-canção cantado por Gal Costa que dizia, em um dos seus trechos: “Babados, shorts e xaxados, seguram as pontas do meu coração...” Elas cantavam pra me infernizar. Andréa era “Bebéria” e Amanda era “Babanda”. Me sentia vingado.
Mas o tempo passou e a coisa mudou. A necessidade de um apelido hoje é virtual. Em se tratando de Internet, nós criamos os famosos Nicks para nossos pseudônimos. E aí, vale tudo. Nomes de personagens de desenhos animados, de peças de computador, de comandos. Enfim. No meu tempo apelido tinha até sobrenome.
Creio que para cada duas pessoas que conhecemos na infância e nos dias atuais, uma teve um apelido. Isto se a proporção não for de um para um. Mas, eu tenho um caso extraordinário na história dos pseudônimos e apelidos sem precedentes. Imaginem vocês que eu fui capaz de criar e presentear uma pessoa só com mais de 10 apelidos. Todos revestidos de intenso carinho, claro! Afinal de contas, esta pessoa é a mulher com quem desejo viver o resto dos meus dias.
Quando nos conhecemos fui tratando logo de dar-lhe um apelido carinhoso. Me utilizei de um substantivo da Língua Esperanto para o primeiro apelido: Bebo. E de deste, foram surgindo uma infinidade de derivações e adaptações. Bebinho foi o segundo apelido, seguido de perto de “Binho” – este, ela me chama até hoje.
E de derivação em derivação, de criação em criação, surgiram: "Uêberti", "Uêbertizinho". Depois “Unaiti” e “Unaitizinho”. “Uiti”, “Uititizinho”, “Uitizinho”, “bunitinho”, “Buitinho” foram surgindo dia após dia.
Depois vieram “Munito” e “Munitinho”. Ainda temos os apelidos compostos, como por exemplo: “Os cola-badoque”, “As munestinha-danadinha”, “Os Pôa-pôa”, “Os bicigo-toleto”, “Os peto-peto-peto”. E atualmente eu a chamo de “Nino”.
Perderam as contas?
Eu também.
Cada um destes apelidos marca as fases dos nossos quase quatro anos de convivência pacífica, de amizade, de cumplicidade, de carinho, de consideração, de tolerância, de luta, de sacrifícios, de vitórias. E quantas vitórias!
Disse certa vez o Marques de Maricá que quando o Amor nos visita, a Amizade se despede.
Eu devo discordar do Marques porque, neste caso, a soma de todos os apelidos dados tem como resultado a união destes dois sublimes sentimentos.
Já o grande Fernando Pessoa disse que as cartas de amor, para serem de amor têm que ser ridículas.
Não sei se estou sendo ridículo em escrever estas coisas, mas o que fiz foi apenas exaltar os pseudônimos e os apelidos amorosos, pois que esta é a minha profissão de fé.
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