Semana passada, em uma das minhas aulas na sala da 8ª série, falava sobre a Guerra Fria e todos os seus acontecimentos. Chegamos a um dos itens que tratava da “Corrida Espacial” entre os Estados Unidos (EUA) e a antiga União Soviética (URSS). Falamos que para ambos, houve um fato que mudaria a vida de cada um dos países e também da Terra para sempre.
Para a URSS, o momento mais importante ocorreu em 12 de abril de 1961, quando o major da Força Aérea Soviética, Yuri Gagárin, aos 27 anos, tornou-se o primeiro homem a viajar no espaço, tripulando a nave-satélite Vostok.
Para os EUA, o fato mais importante só aconteceu oito anos mais tarde, quando o astronauta Neil Armstrong, comandante da Apollo 11, pisou em solo lunar em 1969.
Como sempre faço, em cada item que estudamos, acrescento algumas informações que não aparecem no nosso Livro Didático. Na ocasião, citei algumas frases dos dois cosmonautas. Uma das frases que citei de Gagárin, chamou a atenção de um aluno, que me argüiu:
- Como ele pode ter dito isso, Professor? Ele era ateu?
Eu, com sincera humildade, e sem perder a oportunidade de educar, provocando, respondi:
- Bom, se ele era ateu ou não, eu não sei. Particularmente eu não acredito que ele fosse, diante de algumas coisas que ele mesmo disse, ao ver a Terra lá de cima.
- O que ele disse mais? – perguntou-me ele.
- Não se sabe bem o que era verdade ou o que era mentira durante a Guerra Fria. Mas, dizem que ele falou: “Circulando ao redor da terra em minha nave espacial eu notei quanto é bonito nosso planeta. Pessoas do mundo cuidem dele e façam-no permanecer bonito, não o destruam.”
- Uma pessoa que está extremamente preocupado com o planeta, não pode ter sido ateu. Ou pode? - Perguntei, olhando pra ele.
E continuei:
- Dizem que ele também falou: “A Terra é azul”. No entanto, segundo os próprios registros das conversas entre ele e a sua equipe (Official Russian Space Agency Voice Recordings of Jury Gagarin In Space, 1961) não mostram em nenhum momento que ele falou tal frase.
- Mas ele dizer que não viu Deus é demais. – retrucou meu aluno.
- Por quê? Ele não viu mesmo! – sentenciei-o a reflexão e ao silêncio...
Meu aluno ficou muito aborrecido porque o pai dos cosmonautas afirmou, ao ficar em órbita, que não havia visto Deus. Isto porque, todos afirmavam que "os céus" seria a morada de Deus. Ele deve ter ouvido isso desde a infância, assim como eu ouvia... Ele também disse que as estrelas não brilhavam como ele via quando estava na Terra.
Como disse para meu aluno, sabe-se pouco sobre o que é verdade durante aquele período obscuro e de constante tensão no mundo chamado de Bipolar...
Voltando pra casa e pensando naquele momento da aula, eu me recordei, em meus arquétipos, uma linda história que li em um dos livros psicografados de Chico Xavier, que não me recordo o título. A história é a seguinte:
Os sinais de Deus
Um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor, todas as noites, que o rico chefe de grande caravana resolveu chamá-lo:
- “Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler”?
- “Sei ler, sim senhor. Leio tudo que o Grande Pai Celeste escreve”.
- “Como assim?”
O servo humilde explicou-se:
- “Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu”?
- “Pela letra”.
- “Quando o senhor recebe uma jóia, como sabe quem a fez?”
- “Pela marca do ourives”.
- “Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe se foi um carneiro, um cavalo um boi”?
- “Pelos rastros” - respondeu o chefe, surpreendido com aquele questionário.
O velho crente convidou-o para fora da barraca e mostrou-lhe o céu.
- “Senhor, aquelas coisas escritas lá em cima, este deserto aqui embaixo, nada disso pode ter sido desenhado ou escrito pelas mãos dos homens”.
ps:
Deus não precisa dizer que existe, para alguém acreditar que Ele existe.
Ele não está alí, aqui ou acolá, como o próprio Cristo ensinou.
E onde Ele está, então?
Dentro de cada um de nós, ora!
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