domingo, 31 de maio de 2009

Audiência Pública Discute o Futuro do Sítio da Trindade

Repassando...
Já faz algum tempo que a Prefeitura do Recife vem ameaçando construir no terreno do Sítio da Trindade, em Casa Amarela. Acontece que ali, onde ficava o Arraial Velho do Bom Jesus e local de resistência dos pernambucanos aos holandeses, na década de 30, é proibido se erguer qualquer tipo de obra.
Pois, em 1974, a área foi tombada e hoje, é Área de Preservação Rigorosa, segundo Lei Federal, está classificado pelo Plano de Preservação dos Sítios Históricos, na categoria de Sítios Tombados, além de ser também uma Zona de Proteção Ambiental, se acordo com Lei Municipal. Mas, apesar de tudo isso, a Prefeitura quer construir ali uma Usina Multicultural.
Para debater sobre o assunto, realizei hoje pela manhã uma audiência pública, no plenarinho da Câmara. O encontro foi proveitoso e contou com as presenças do secretário secretário de Cultura do Recife, Renato L.; o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Frederico Neves; o representante do Conselho Estadual de Cultura, professor Geraldo Pereira; o representante do Instituto Arqueológico, Histórico, Geográfico de Pernambuco (IAHGP), professor José Luiz da Mota Menezes; a promotora cultural do Ministério Público de Pernambuco, Alda Virgínia, e o promotor do Ministério Público Federal, Fábio Santos. O plenarinho ficou lotado e, no final, as pessoas puderam participar fazendo perguntas e expondo suas opiniões.

Na opinião da procuradora do Ministério Público de Pernambuco, Alda Virgínia, o projeto é bom para a cultura, porém descaracteriza a área de preservação histórica, o que é proibido por lei. Já o representante do Conselho Estadual de Cultura, professor Geraldo Pereira, sugeriu que a Usina fosse transferida para a Fábrica da Macaxeira, que está fechada e abandonada há décadas, também em Casa Amarela.
O representante do IAHGP também é contra o projeto no Sítio da Trindade e compara: “Em países desenvolvidos, que têm um espaço como esse, o que importa é a história. Nós precisamos defender o espaço onde ocorreram os episódios da nossa história. Isso é a arqueologia da guerra e não pode ser modificado”.

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