quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

ALERTA TOTAL, AMBIENTALISTAS!

 
A malograda manobra da bancada ruralista para tentar votar o regime de urgência para a mudança do Código Florestal, tentada no início desta semana, tem mais um capítulo antes do final do ano.O líder do Governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT/SP), anunciou que o pedido de urgência será colocado na pauta de terça-feira (14).
 
"O governo já disse que não quer votar o projeto este ano, mas existe uma pressão real do Congresso nesse sentido. Uma maneira que encontramos para lidar com a situação foi inserir na pauta o pedido de urgência, mas sabendo que a votação só ocorrerá o ano que vem", alegou Vacarrezza.
 
Para o Coordenador Adjunto do Programa de Política e Direito do Instituto Sócio-Ambiental (ISA), Raul Silva Telles do Valle, o argumento do deputado não faz sentido.
 
"Se o próprio governo entende que o projeto não está pronto para ir a plenário, é completamente incoerente pedir a urgência, porque isso pode antecipar a votação. O pedido de urgência não dá espaço para a discussão esse ano nem no ano que vem. Esse foi um projeto pouco discutido com a sociedade. O ideal é que se consiga construir um substitutivo a esse projeto, mas isso tem de ser feito com calma e tempo para deliberação junto à sociedade", diz ele.

O chamado Relatório Aldo Rebelo - em referência ao relator da proposta - possibilita anistia para quem ocupou indevidamente encostas e beiras de rio, prevê a diminuição da reserva legal nas propriedades (incluindo a extinção dela para os imóveis de até 4 módulos fiscais, o que pode chegar 440 hectares), e retira a proteção de áreas hoje resguardadas, como os topos de morro."


 
DEPUTADOS AGEM NA SURDINA


Na última terça-feira (07) a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ficou surpresa ao receber a notícia de que deputados federais da bancada ruralista tentaram, em regime de urgência, votar a proposta de reforma do Código Florestal – que traz como ponto mais polêmico a redução das áreas a serem preservadas nas margens dos rios.
 
Proposto por Aldo Rebelo (PCdoB-SP), a ministra acredita que há muitos pontos a serem debatidos e amadurecidos em tal proposta. O governo brasileiro, de forma sensata, espera que existam novos debates para que, ao ser aprovado, o novo Código não gere ônus aos resultados atualmente obtidos em relação à redução do desmatamento.

Segundo o diretor da SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, os deputados ruralistas esperaram que os deputados da base ambientalista fossem para Cancun (na Conferência Climática da Onu) para articularem, na “surdina”, a aprovação do novo Código.

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