quinta-feira, 23 de abril de 2009

Colegas de profissão e estudantes,


*Por Lucivânio Jatobá


como uma espécie de transferência de um agente mórbido, à semelhança de células ou bactérias letais, a corrupção generalizou- se no território brasileiro, nos últimos anos. Sempre houve corrupção. Não se pode esconder esse fato.



Recordo muito bem, ainda criança, das conversas que causavam espanto na hora do almoço, quando meu pai comentava a corrupção que havia no ano de 1963, antes da instalação do regime de exceção, em 31 de março de 1964. Os jornais ,daquela época, estampavam manchetes que se referiam ao que se denominava, então, de "desfalques" em órgãos governamentais. Contudo, incomparáveis à realidade hodierna.




A corrupção virou uma metástase incontrolável e passou a ser tolerada, como "algo normal", por uma parcela da população que adotou o silêncio como estratégia política, que cheira à conivência.



A corrupção passa a ser ainda mais atemorizante quando atinge uma célula social que era para ser a vanguarda da defesa nacional, uma espécie de "leucócito" moral. Refiro-me à Juventude brasileira. Nem esta célula foi poupada da metástase.



Neste dia 23 de abril de 2009, a Folha de São Paulo trouxe, como manchete, a triste notícia:




" Embora se destinem apenas a jovens com renda mensal de até um salário mínimo e meio (R$ 697,50) por pessoa da família, bolsas integrais do ProUni (Programa Universidade para Todos) foram concedidas a mais de mil proprietários de carros novos, entre eles modelos de luxo, como Honda Civic, Toyota Hilux, Ford Fusion, Vectra, Zafira, Mitsubishi Pajero e o XTerra da Nissan. Com base no cruzamento com outros cadastros oficiais, foram identificados indícios de irregularidades que envolvem 30.627 bolsistas, ou 8% do total de 385 mil beneficiários"



Talvez seja oportuno relembrar o título de um ensaio famoso, escrito por um dos líderes da Revolução Bolchevique, " Que Fazer"? ou então reler, atentamente, o livro de George Orwell " A Revolução dos Bichos".



*Professor da Universidade Federal de Pernambuco

0 comentários:

Postar um comentário