Livro Primeiras Águas - Poesias

Este é o livro I da série Primeiras Águas.

Campanha Gravatá Eficiente

Fomentando uma nova plataforma de discussão.

A Liberdade das novas idéias começa aqui.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dia do Geógrafo




A profissão de Geógrafo foi regulamentada pela Lei n° 6.664, de 26/6/79, e Decreto n°85.138, de 15/12/80, e pela Lei n° 7.399, de 04/11/85, e Decreto n° 92.290, de 10/01/86.

A Geografia descreve e explica o ambiente do homem e seus efeitos sobre o modo de vida (latitude, topografia, altitude, repartição de terras, águas, disposição dos traços do relevo). É o estudo geral do Universo, das características da Terra e dos aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais decorrentes da ocupação pelo homem.

Classifica-se em geral em geografia física, que concerne ao ambiente físico da Terra (atmosfera, biosfera, hidrosfera e litosfera) e geografia humana, o estudo das pessoas e suas atividades. Em ambas há ênfase na análise espacial, qual seja, o estudo das localizações e dos padrões.

A geografia aborda tanto as ciências físicas quanto as sociais, valendo-se de sua metodologia e de seu conteúdo, e também contribuindo para os mesmos.

Pode ser subdividida em diversas outras disciplinas especializadas, como, por exemplo, a geomorfologia, que constitui o estudo científico da origem e evolução dos acidentes geográficos; a geografia populacional, aplicada aos municípios, estados e União.

terça-feira, 27 de abril de 2010

REPASSANDO...


COISAS QUE NINGUÉM CONTA PRA GENTE!





Serviço 102 (Informações)
Quando você precisar do serviço 102, que custa R$ 2,05.
Lembre-se que agora existe o concorrente que cobra apenas R$ 0,29 por informação fone 0300-789-5900.

Para informações da lista telefonica, use o nº 102030 que é gratuito, enquanto que o 102 e 144 são pagos e caros.

*Correios*
Se você tem por hábito utilizar os Correios, para enviar correspondência, observe que se enviar algo de pessoa física para pessoa física, num envelope leve, ou seja, que contenha duas folhas mais ou menos, para qualquer lugar/Estado, e bem abaixo do local onde coloca o CEP escrever a frase 'Carta Social', você pagará somente R$0,01 por ela.
Isso está nas Normas afixadas nas agências dos correios, mas é claro que não está escrito em letras graúdas e nem facilmente visível.

O preço que se paga pela mesma carta, caso não se escreva 'Carta Social', conforme explicado acima custará em torno de R $0,27 (o grama).

Agora imaginem no Brasil inteiro, quantas pessoas desconhecem este fato e pagam valores indevidos por uma carta pessoal diariamente ?

*Telefone Fixo para Celular*

A MELHOR DE TODAS ! ! !
Se você ligar de um telefone fixo da sua casa para um telefone celular, será cobrada sempre uma taxa a mais do que uma ligação normal, ou seja, de celular para celular. Mas se acrescentar um número a mais, durante a discagem, lhe será cobrada apenas a tarifa local normal..

Resumindo:

Ao ligar para um celular sempre repita o ultimo dígito do número.
Exemplos:
9XXX - 2522 + 2 / 9X7X - 1345 + 5

Atenção:

o número a ser acrescido deverá ser sempre o último número do telefone celular chamado !

Serviços bancários pela Internet
Para quem acessa o Home Banking de casa.


Vale a pena ler e se prevenir.
Quando for fazer uso dos serviços bancários pela internet, siga as 3 dicas abaixo para verificar a autenticidade do site:


1 - Minimize a página.

Se o teclado virtual for minimizado também, está correto.

Se ele permanecer na tela sem minimizar, é pirata!

Não tecle nada.


2 - Sempre que entrar no site do banco, digite SUA SENHA ERRADA na primeira vez .

Se aparecer uma mensagem de erro significa que o site é realmente do banco, porque o sistema tem como checar a senha digitada.

Mas se digitar a senha errada e não acusar erro é mau sinal.

Sites piratas não têm como conferir a informação, o objetivo é apenas capturar a senha.

3 - Sempre que entrar no site do banco, verifique se no rodapé da página aparece o ícone de um cadeado; além disso clique 2 vezes sobre esse ícone; uma pequena janela com informações sobre a autenticidade do site deve aparecer.

Em alguns sites piratas o cadeado pode até aparecer, mas será apenas uma imagem e ao clicar 2 vezes sobre ele, nada irá acontecer.
Os 3 pequenos procedimentos acima são simples, mas garantirão que você jamais seja vítima de fraude virtual.

SEJA SOLIDÁRIO,
REPASSE AOS SEUS AMIGOS.

história de um círculo




Vou contar a história de um círculo...
No qual faltava um pedaço.
Um grande triângulo fora arrancado dele!
E o círculo queria ser inteiro, sem nada faltando, então foi procurar o pedaço perdido.
Como estava incompleto e só podia rodar lentamente, admirou as flores ao longo do caminho.
Conversou com os insetos. Observou o sol...
Encontrou vários pedaços diferentes, mas nenhum deles servia.

Certo dia, o círculo encontrou um pedaço que se encaixava perfeitamente.
Ficou tão feliz! Seria inteiro.
Incorporou o pedaço que faltava e começou a rodar. Agora que era um círculo perfeito, podia rodar muito rápido, rápido demais para notar as flores e conversar com os insetos.
Quando percebeu como o mundo parecia diferente ao rodar tão depressa, parou, deixou o pedaço na estrada e foi embora rodando lentamente.

Diante dessa historinha arrisco dizer:
Será que somos mais inteiros quando sentimos falta de algo?

No fundo é bom esperar, nutrir a alma com o sonho de algo melhor.
É boa a surpresa de receber algo que a gente sempre quis e nunca teve...

Quando aceitarmos que a imperfeição é parte do ser humano, e pudermos, a exemplo do círculo, continuar a rodar pela vida e apreciá-la, teremos conseguido a felicidade...

O homem que tem tudo é, sob certos aspectos, um homem pobre.

O PARASITA É UM PARASITA HOMOFÓBICO






Jornal de alunos de farmácia da USP pede para jogar fezes em gays.


Em troca, periódico dá convite para festa brega em SP.
Defensoria acusa veículo de homofobia; autores não foram localizados.


Um jornal dos alunos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP causou repúdio no meio estudantil e acadêmico ao realizar uma promoção polêmica. "O Parasita" oferece um convite a uma "festa brega" aos estudantes do curso que, em troca, jogarem fezes em um gay. A Defensoria Pública do Estado de São Paulo teve conhecimento do texto (leia-o na íntegra abaixo) e informou nesta sexta-feira (23) à noite que irá denunciar o periódico semestral por homofobia à Comissão Processante Especial da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo.


Além disso, a Coordenadoria de Políticas Públicas para a Diversidade Sexual afirmou que irá registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil contra o jornal por crime de injúria e incitação à violência.


O texto abaixo foi extraído de "O Parasita" de abril e maio deste ano. O periódico de seis páginas exibe na sua página 2 um discurso contra dois gays que se beijaram numa festa da Faculdade de Medicina Veterinária em outubro de 2008. Na época, o casal, que estudava Letras, havia sido expulso da festa por estar se beijando. Ambos registraram boletim de ocorrência contra o Centro Acadêmico de Veterinária por constrangimento ilegal e lesão corporal. O G1 não conseguiu localizá-los nesta sexta para comentar o assunto de terem sido citados no jornal dos estudantes de Farmácia.


"Lançe-merdas e Brega será na Faixa - Ultimamente nossa gloriosa faculdade vem sendo palco de cenas totalmente inadmissíveis. Ano passado, tivemos o famoso episódio em que 2 viadinhos trocaram beijos em uma festa no porão de med. Como se já não bastasse, um deles trajava uma camiseta da Atlética. Porra, manchar o nome de uma instituição da nossa faculdade em teritório dos medicus não pode ser tolerado. Na última festa dos bixos, os mesmos viadinhos citados acima, aprontaram uma pior ainda. Os seres se trancaram em uma cabine do banheiro, enquanto se ouviam dizeres do tipo "Aí, tira a mão daí." Se as coisas continuarem assim, nossa faculdade vai virar uma ECA. Para retornar a ordem na nossa querida Farmácia, O Parasita lança um desafio, jogue merda em um viado, que você receberá, totalmente grátis, um convite de luxo para a Festa Brega 2010. Contamos com a colaboração de todos. Joãozinho Zé-Ruela"
Outro lado

Jornal O Parasita capa (Foto: Reprodução)
O autor do texto acima, "Joãozinho Zé-Ruela", aparece como editor de eventos. O G1 não conseguiu localizar os responsáveis pelo jornal para comentar o assunto. Nove nomes aparecem no expediente de "O Periódico". A reportagem também ligou para um dos colaboradores, deixou recado, mas até a publicação da matéria não havia recebido retorno.


Estudantes da faculdade ouvidos pelo G1 confirmaram que a publicação é feita por alunos da Farmácia. Entretanto, segundo eles, o jornal não é ligado a nenhuma entidade estudantil oficial. O texto chegou ao conhecimento de alunos de outras faculdades da USP nesta sexta pela internet. Muitos criticavam o conteúdo e a incitação homofóbica. Segundo um dos alunos de ciências farmacêuticas, "Muitas [pessoas reagem] com raiva, outras com descaso e algumas acham um jornal 'legal'."


Homofobia
De acordo com a defensora Maíra Diniz, coordenadora do núcleo de combate à discriminação, racismo e preconceito, "O Parasita" infringiu a Lei Estadual 10.948 que trata do combate à homofobia.


"É uma coisa horrível. Eu fui surpreendida de ver que estudantes de farmácia, que têm obrigação de esclarecer o público, pensam dessa maneira. Não é só uma mera opinião, isso configura homofobia", afirmou a defensora Maíra na tarde desta sexta. "Vamos apurar quem é o responsável pelo jornal, inclusive oficiando a faculdade. Vamos oferecer denúncia na comissão processante com base na lei estadual de homofobia."


O G1 também tentou entrar em contato com o centro acadêmico de Farmácia da USP, mas não localizou ninguém.
Segundo Maíra, os responsáveis pelo jornal serão julgados por uma comissão, que irá apurar se eles cometeram homofobia. "Homofobia não é crime, por isso é apurado por essa comissão. É um processo administrativo que pode render uma advertência ou uma multa mínima, no valor de R$ 15 mil, se os acusados forem considerados culpados", disse a defensora. O valor é destinado para fundos de políticas para diversidade sexual.


Caso de polícia
O advogado Dimitri Sales, coordenador para Políticas de Diversidade Sexual do Estado de São Paulo, afirmou nesta sexta que irá levar o caso até à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), onde pretende registrar queixa contra o jornal.


"A homofobia é a aversão e ódio às pessoas que têm orientação sexual diversa da heterossexual, mas no caso deste jornal, se enquadra também na injúria. É lamentável que alunos de uma instituição, como esta da USP, colocam isso. Essa postura desse jornal é repudiada de forma veemente. Tem de ser praticada uma pena dura. Eles desconsideram duas coisas. A primeira é que reafirmam a postura da discriminação contra o casal que se beijou na festa da medicina veterinária. Ou seja, legitima algo que já foi repudiado antes. A segunda é mandar estudantes agredir gays. Essas coisas agora vão virar crimes de injúria e incitação à violência", afirmou o coordenador Dimitri Sales.


Ainda, segundo Dimitri, se a citada "festa brega" realmente tiver uma data para ocorrer, a coordenadoria fará o possível para que ela seja cancelada. "Ainda não sei se essa festa é uma piada ou se realmente ocorrerá. Mas se ocorrer, vamos tomar alguma medida jurídica para impedir a realização dessa festa porque ela estaria se baseando num conceito homofóbico", disse.


Reprimir
O G1 procurou a Universidade de São Paulo para comentar o assunto. A assessoria da USP informou que somente a diretoria de farmácia poderia comentar o assunto.


Procurada, a faculdade informou: "A Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP) não tem conhecimento nem apóia essa publicação, inclusive desconhece os seus autores. A Faculdade tomará as medidas jurídicas cabíveis para reprimir este tipo de publicação", em nota enviada por e-mail por sua assessoria de imprensa.




FONTE: Matéria mais completa do G1: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2010/04/jornal-de-alunos-de-farmacia-da-usp-pede-para-jogar-fezes-em-gays.html

sábado, 24 de abril de 2010

Eyjafjallajokull ou E15. COMO QUEIRAM...


O "E15", A Ciência, e os Interesses Econômicos.
Os militares americanos deram uma identificação bem prática ao Vulcão Islândes: "E15" de nome impronunciável.

"E" por ser a primeira letra do nome do vulcão. 15 é o número de letras subsequêntes.

Voltando ao tema desta análise, a Ciência e os Interesses Econômicos, continuo convencido, com base em dados coletados em erupções anteriores, que o KATLA vai entrar em erupção também, nos próximos dias, ou no máximo, tres semanas.

A irresponsabilidade dos Interesses Econômicos para com as vidas humanas sempre foi pública e notória, em todas as partes do Mundo.

Interesses econômicOs não costumam respeitar florestas, biodiversidade, ecosistemas, direitos humanos, POSSIBILIDADES DE TRAGÉDIAS, possibilidades de perdas de vidas humanas, ou outro valor fundamental qualquer.

Ao contrário, basta uma superficial investigação histórica sobre as origens, evolução e atual estágio do poder dos Interesses Econômicos, para ser facilmente constatado que se fundamentou sempre na "perdas desnecessárias de vidas humanas" como principal combustível de crescimento do poder.

Sempre que ocorre um fenômeno qualquer, que ameaçe os interesses econômicos, como este da paralisação total do Transporte Aéreo na Europa, a pressão econômica sempre vence os alertas e os conselhos da comunidade científica e dos técnicos especializados.

Não há dúvidas que neste momento trava-se uma grande batalha de bastidores entre a comunidade científica e os grupos de interesses econômicos, quanto a liberação do Espaço Aéreo Europeu.

Sempre foi e continuará ser travada esta batalha, a dos interesses da comunidade civil, de salvar vidas e minimizar perdas desnecessárias, e os grandes e poderosos interesses econômicos da minoria.

Todos os dados geológicos disponíveis neste momento indicam a necessidade de um alerta global para a comunidade científica, uma vez que a Islâdia está situada sobre um poderoso e descomunal Hotspot vulcânico, que funciona como um "maçarico de lavas" sem igual em outra parte do planeta.

Mais do que o Hotspot vulcânico, o Vulcão "E15" está situado a 20 kilometros de distância do vulcão Katla, e os dois interligados por tuneis subterrâneos.

Mais ainda: todo o histórico registrado de erupções do Katla, foi precedido da erupção do "E15".

Tem mais: Os vulcões da Islândia, "E15", Katla e o Hekla, estão sobre uma colossal fenda vulcânica, denominada de FISSURA DORSAL MESO-ATLÂNTICA, que funciona COMO UMA AGRAVANTE, no caso de elevada pressão do magma.

Outros dados relevantes precisam ser considerados pela comunidade científica internacional:

01) Os dois vulcões "E15" e o Katla, distantes 5km um do outro, geológicamente falando não é distância considerável de incomunicabilidade.

02) Os Geologistas sabem que os dois vulcões estão interligados por túneis subterrâneos.

03) O Histórico Geológico das anteriores erupções.

04) A Região geográfica da Islândia está ainda em formação vulcânica recente, está se expandindo numa escala surpreendente, o que significa uma pressão subterânea de força colossal e não previsíveis.

05) São inúmeros os fatos registrados de alertas relaxados de vulcões, tsunnamis, furacões e possibilidades de tragédias diversas (Represas, Secas), por força dos interesses econômicos, e depois os os resultados foram trágicos.

Durante toda a História da Humanidade os governantes públicos e os meios de comunicação de massa, sempre estiveram subjugados pelas verbas publicitárias dos interesses econômicos.

Sempre prevaleceu os interesses econômicos quantos as maiores tragédias da humanidade: acordos secretos, guerras, catástrofes, revoluções, ataque terroristas, alertas de vulcões, terremotos iminentes, Furacões, todas com trágicas consequências,porque as autoridades omitiram-se nas medidas preventivas necessárias.

Só como exemplo de casos mais recentes:

- A Marinha Chilena não deu alerta de Tsunami, no recente terremoto do Chile;

Várias batalhas secretas já foram travadas nas salas de reuniões de governantes, enfrentando a necessidade de alerta e evacuação da população de uma determinada área, em face de iminente perigo, impedido o alerta por força das pressões de grupos econômicos.

Neste momento as super-poderosas Cia. Aéreas Européias estão usando toda a força que possuem para que a Mídia silencie sobre os perigos em potencial e que os governantes públicos europeus liberem o espaço aéreo.

É muito cedo para relaxar a vigilância e prever o melhor, quando um pouco de humildade diante da natureza é aconselhável.

Particularmente, pelos dados que disponho, e a análise com base em históricos geológicos daquela região vulcânica, teremos novidades nos próximos dias, no máximo semanas.

Aposto a reputação de cientista amador nesta previsão, e não terei nenhuma dificuldade em admitir minha ignorância caso esteja errado, pois conheço e respeito as forças descomunais da natureza, a possibilidade de imprevisibilidade do que desconheço, e humildade diante de ausência de conhecimentos necessários, para equacionar cálculos complexos.

Por: RUI SANTOS DE SOUZA




UM PROBLEMA PARA OS JORNALISTAS: O NOME DO VULCÃO!






Jornalistas de várias partes do mundo passaram um verdadeiro sufoco para pronunciar o nome do vulcão que entrou em erupção na Islândia e paralisou os voos na Europa. Eyjafjallajokull significa "glacial da montanha da ilha" e tem dez consoantes.

Muitos apresentadores já sabiam que iam errar, mas mesmo assim arriscaram. Outros nem se tentaram e simplesmente omitiram o nome complicado. A Força Aérea dos Estados Unidos resolveu o problema inventando um apelido para o vulcão: E15.

Dia Internacional do Jovem Trabalhador




Uma época de muitas dúvidas, algumas certezas e muitos caminhos disponíveis. Terminar os estudos, escolher uma profissão, se qualificar e encarar o duro e competitivo mercado de trabalho. Mandar o currículo para as empresas, conseguir ser chamado para entrevistas e ouvir aquela perguntinha bem capciosa: "Tem experiência?". Ser jovem e trabalhador não é simples. Mas é possível, muito possível. O dia 24 de abril é celebrado como o Dia Internacional do Jovem Trabalhador e o Ministério do Trabalho e Emprego tem o que comemorar com a juventude brasileira.

A Constituição do país proíbe a realização de qualquer trabalho por menores de 16 anos, exceto na condição de aprendizes, a partir dos 14 anos. A Lei do Aprendiz trata de um contrato especial de trabalho, com tempo determinado de no máximo dois anos, direcionado a jovens com idades entre 14 e 24 anos. A empresa que contrata fica responsável por matricular o jovem em uma instituição qualificada de ensino, onde ele receberá aulas de algum curso de aprendizagem. As empresas de médio e grande porte são obrigadas a cumprir a

Lei da Aprendizagem, porém, outras empresas, não importando seu porte, podem contratar aprendizes.Os aprendizes têm direito ao salário mínimo/hora, salvo condição mais favorável fixada no contrato de aprendizagem ou prevista em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho (art. 428, § 23º, da CLT), devendo ser computadas também as horas destinadas às aulas teóricas. O aprendiz receberá vale-transporte para o deslocamento residência/atividades teóricas e práticas e sua jornada de trabalho será de seis horas diárias, incluindo as destinadas ao curso. Os aprendizes que já tenham concluído o Ensino Fundamental trabalham 8 horas diárias, no máximo, incluindo as horas de aprendizado. Nos dois casos, a compensação e a prorrogação da jornada são proibidas.

Dos 30,32 milhões de brasileiros com idade entre 16 e 24 anos, 20,23 milhões são economicamente ativos. No entanto, 18,9% estão desempregados. Este índice é quase o dobro da taxa geral de desemprego. Cerca de 35% dos jovens ocupados não concluíram o ensino fundamental e outros 34,5% têm, pelo menos, o ensino médio completo. Além disso, 24,45% dos jovens brasileiros trabalham e estudam.

A leitura deste cenário levou o Ministério do Trabalho e Emprego a pensar em políticas públicas para reverter o quadro. E o caminho mais eficiente para garantir que o jovem tenha acesso ao mercado de trabalho e promovendo a qualificação profissional. No âmbito do Pro-Jovem - antigo Programa Nacional do Primeiro Emprego - há duas ações de destaque: Juventude Cidadã e Consórcio Social da Juventude. Ambos qualificam jovens com idades entre 16 e 24 anos, provenientes de famílias cuja renda per capita seja de até meio salário mínimo. Os cursos oferecidos são definidos a partir de análise da demanda de cada região.

Juventude Cidadã - De 2006 até dezembro de 2007 foram assinados 82 convênios, sendo 74 com municípios de vários estados e 10 com governos estaduais. A meta de inserção foi de 139.361 jovens, e de ingresso no mercado, de 41.809, totalizando a aplicação de mais de R$ 167 milhões.

Consórcio Social da Juventude - Atualmente há 26 convênios vigentes no MTE, referentes a parcerias firmadas nos biênios 2006/2007 e 2007/2008, beneficiando quase 54 mil jovens. Há registro de que 19.198 jovens que participaram do CSJ foram inseridos no mercado de trabalho.

Rais - E as ações já mostram resultados. De acordo com os dados da Relação Anual de Informações Sociais, do MTE, em 2006 havia 6,2 milhões de jovens entre 18 e 24 anos empregados no país. Sendo 3,8 milhões do sexo masculino e 2,4 milhões do sexo feminino. Os setores de Serviço (1.945.489), Comércio (1.893.859) e Indústria de Transformação (1.499.735) são os que mais empregam os jovens nessa idade.

Cursos de aprendizagem - Desde o último dia 16 de abril, já está disponível na página do MTE a oferta dos cursos de aprendizagem profissional para consulta de toda a sociedade. Criado pela Portaria MTE nº 615 de dezembro de 2007, o Cadastro de entidades e cursos significa um ato concreto em favor da promoção dos direitos da juventude à qualificação profissional e ao emprego digno.

A partir de agora, os cursos registrados no Cadastro do MTE serão validados segundo as diretrizes curriculares estabelecidas pela Portaria assinada pelo ministro Carlos Lupi. Mais do que fiscalizar o cumprimento da lei 10.097/2000, o MTE quer promover o aumento da qualidade dos cursos e programas ofertados, valorizando também o investimento dos empregadores na formação de mão-de-obra qualificada. Até o momento já são seiscentos e trinta e dois cursos cadastrados, que serão analisados com o objetivo de orientar às entidades qualificadas sobre a eventual necessidade de adaptação de suas propostas curriculares e pedagógicas no nível de formação inicial, para que os jovens e empregadores alcancem melhores resultados ao final dos programas de aprendizagem.


Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)

Nasa comemora 20 anos de proezas astronômicas do telescópio Hubble




A Nasa (agência espacial americana) concluirá neste fim de semana a comemoração do 20º aniversário do Hubble, o telescópio espacial que abriu os horizontes da astronomia e que em alguns anos será mais uma peça de museu que um satélite ao redor da Terra.

A comemoração está acontecendo em todos os escritórios nacionais da Nasa, e começou com a divulgação das fotos mais espetaculares do universo captadas pelo telescópio.

Essas imagens também fazem parte do livro "Hubble, a Journey Through Space and Time", que inclui 20 das melhores fotografias e comentários de importantes astrônomos de todo o mundo.

As imagens, selecionadas por astronautas e cientistas da agência espacial, mostram o nascimento e morte de estrelas e a colisão de galáxias, além de remeter aos períodos iniciais da formação do universo.


"Esse livro representa uma amostra dos 20 anos de descobertas do Hubble, que mudaram para sempre nossa visão do universo", disse Ed Weiler, administrador adjunto da missão científica da Nasa.

"O Hubble seguirá tendo um impacto positivo no mundo durante muitas décadas e as descobertas serão ainda maiores no futuro", previu Weiler, autor do livro.

A publicação conta com um prólogo do administrador da Nasa, Charles Bolden, que foi um dos astronautas que participou das missões para reparar e melhorar os instrumentos do telescópio.

O Hubble começou sua histórica proeza científica em 24 de abril de 1990, quando partiu para uma órbita de 600 km sobre a Terra, instalado na nave espacial "Discovery".

Mas a Nasa não fez festa apenas pelas fotografias do cosmos tiradas do observatório, que é um projeto conjunto da Nasa e da Agência Espacial Europeia (ESA), mas também divulgou as descobertas conseguidas por outros instrumentos, como seu espectrógrafo e suas câmeras de alta resolução.

Entre elas, está a primeira molécula orgânica em um planeta que orbita outra estrela, o descobrimento de buracos negros, a comprovação de que a matéria escura existe, a formação dos planetas e observações que permitiram estabelecer que o universo está em expansão e que sua idade é de aproximadamente 13,7 bilhões de anos.

A molécula, de metano, foi descoberta pelo Hubble em um exoplaneta que se encontra a 63 anos luz da Terra, na constelação Vulpécula. Trata-se de um corpo muito maior que nosso planeta e tão brilhante que os cientistas consideram impossível a existência de algum tipo de atividade biológica.

"Seja em pontos mais próximos ou nos mais distantes, aqueles que nunca haviam sido visto antes, estamos levando o cidadão a uma viagem por todo o universo", afirmou Dave Leckrone, um dos cientistas encarregados pelas operações do Hubble.

Mas a vida do satélite que revolucionou o conhecimento do homem sobre o universo está ficando curta.

Após a quinta e última missão do ano passado para reparar e melhorar seus sistemas que estiveram inativos durante quase três anos, a Nasa anunciou que não espera que o Hubble continue funcionando depois de 2014 e que, pouco a pouco, seus sistemas se apagarão para sempre.

O complexo espacial mede 13,2 metros de comprimento e 4,7 metros de largura e tem um peso de quase 12 toneladas. Irremediavelmente, começará a ser atraído pela força da gravidade da Terra até se desintegrar ao se chocar com a atmosfera.

A partir de então o Hubble irá se juntar aos milhares e milhares de elementos que compõem o ferro-velho espacial que giram em órbitas eternas ao redor do planeta.

Mas não deve demorar até que a Nasa lance ao espaço outro equipamento para ficar na órbita terrestre e que talvez seja mais poderosa que o Hubble.

Ao anunciar, neste mês, seus planos para o futuro da prospecção do cosmos, no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, o presidente Barack Obama confirmou seu plano de investir US$ 3 bilhões na substituição do telescópio espacial.


Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2010/04/24/nasa+comemora+20+anos+de+proezas+astronomicas+do+telescopio+hubble+9467404.html

sexta-feira, 23 de abril de 2010

OS PRIMEIROS BLOGUEIROS






É costumeiro associar historicamente os folhetos de cordel à tradição dos trovadores medievais, que coloriam com versos e improvisações as feiras locais e religiosas da Europa. De fato, o cordel é em grande parte instrumento de transição – materialização escrita de uma cultura fundamentalmente oral, de cantorias, de repentes, de epopéias que os filhos capturavam nas vozes dos pais.




A imprensa chegou ao Brasil via Dom João VI, mas era brinquedo de uso exclusivo da Corte no Rio. O imaginativo cantador oral parece ter existido desde sempre nos caminhos do sertão nordestino, mas foi necessário esperar até meados do século XIX (segundo Câmara Cascudo, o primeiro folheto de cordel foi impresso em cerca de 1840) para que a imprensa, aportada em Recife, desse voz escrita ao que já corria célere e sem arreio pelas feiras e festas do interior. Foi porém nas duas primeiras décadas do século XX – com a emigração impulsionada pelo ciclo da borracha e com a republicação de folhetos clássicos pelo Padre Cícero em seu jornal O Rebate – que o cordel alcançou consagração definitiva no nordeste (que naquela época chamava-se simplesmente Norte). A década de 1920 foi também testemunha do rico e complexo ciclo do cangaço, que acabou contribuindo com indispensáveis arquétipos para a vasta mitologia da literatura de cordel.




Conta-se que o próprio Lampião era totalmente avesso à invasão do sertão pela cidade, e tomou medidas violentas para evitar a construção de estradas. Nesse cenário, o imponderável intrumento de conexão entre o sertão e a cidade era precisamente o folheto de cordel. Para a isolada população rural, os folhetos faziam as vezes de jornal, revista, novela e livro. Eram comprados por distribuidores na cidade grande (primeiro Recife, depois Juazeiro do Norte), carregados em malas abarrotadas e vendidos onde quer que houvesse gente, sendo oferecidos no chão sobre esteiras ou panos (e nunca pendurados em cordões, como exige a mitologia posterior).




Fiéis à sua origem oral, os folhetos de cordel sempre foram (e permanecem sendo) feitos para serem lidos em voz alta. Na feira rural, o que o vendedor basicamente fazia era apregoar em poderosa entonação o conteúdo dos folhetos que tinha para vender. Os melhores vendedores eram os de melhor oratória; os folhetos mais vendidos os que tinham para contar melhor história ou mais inusitada notícia. O comprador, por sua vez, voltava da feira levando para sua comunidade o indispensável: café, tabaco, roupa e cordel. E naquela mesma noite reuniam-se todos ao redor do afortunado que sabia ler, a fim de – via cordel – inteirarem-se das notícias, ouvirem crítica social, derramarem lágrimas, recordarem epopéias antigas e maravilharem-se diante das novas. O caráter escrito do folheto de cordel era sempre contingente e temporário: o livrinho nascia e vivia para ser cantado, declamado, pronunciado; ouvido muitas vezes mais do que lido, e por mais gente.




Abraçando um espectro tremendamente amplo de assuntos e abordagens, os autores de cordel foram efetivamente os primeiros blogueiros do nordeste brasileiro – tendo usado seu instrumento tanto para recontar histórias novas ou velhas quanto para popularizar idéias que lhes interessavam. Embora tenham brotado fundamentalmente ao redor dos êxitos e dramas do cangaço e de uma visão épica da vida do boiadeiro, houve desde o começo cordéis sobre tudo: literatura, política, ciência, sátira, religião comparada, crítica social, moralidade, medicina popular, morte, sexo, filosofia, drama e humor.




Essa vocação universal permaneceu mesmo diante do choque da década de 1950, quando a migração para o sudeste e a competição do rádio submeteram o cordel a novas pressões e influências. Em São Paulo nasceria, sem qualquer trauma maior, o cordel de temas urbanos; no nordeste, a literatura de cordel acabaria apostando sua singularidade em temas que por sua natureza eram considerados impróprios para o rádio.

Sublimado, o cordel sobrevive à era da televisão e da internet. Em termos recentes, sua encarnação/assimilação mais bem sucedida está na obra de Ariano Suassuna, cujo Auto da Compadecida (adaptação declarada de três folhetos clássicos de cordel) conquistou o Brasil inteiro com sua graça singular – em versões para o teatro, a televisão e o cinema.




Por três semanas entre setembro e outubro de 2005 empreendi (na companhia de um amigo britânico, o teatrólogo Julian Crouch) uma expedição pelo sertão e pelo agreste nordestino em busca das fontes perdidas da literatura de cordel. Conversamos com inumeros cordelistas, gravuristas, repentistas e aficcionados, de gerações passadas e cabelos brancos (vêem-me à mente Jota Borges, de Bezerros, e Manuel Monteiro, de Campina Grande) e recentes e de cabeça cheias de sonhos (Willian Brito, do Crato, e Arievaldo Viana, de Fortaleza). Visitamos feiras e festas religiosas e estações rodoviárias; buscamos numa nave de igreja, entre peregrinos, abrigo para o calor da bem-aventurada Canindé; vimos mais de um artista gravando “tacos” com facas e goivas e estiletes; conversamos com um entusiástico Willian Brito num restaurante de Juazeiro, e um docílimo João Pedro gravou-nos e imprimiu-nos uma xilo em sua oficina de Fortaleza; fomos cordialmente abraçados em todo lugar, e dançamos Jackson do Pandeiro bebendo cerveja na arejada sala de Arievaldo; testemunhamos milagres, dormimos em rede, comemos bolo e queijo de coalho e baião de dois e tapioca e açaí e buchada de bode.




Voltamos com a mala cheia de panfletos e xilogravuras e matrizes de madeira. Voltamos com a cabeça cheia de histórias, de piadas, de declamações apaixonadas e cadenciadas de noites e fogueiras e fogos de artifício. Voltamos com a convicção de que o cordel permanece vivo de tantas formas que é impossível contar. Hoje creio que aqueles que apostam na singularidade do cordel não são, como eu imaginava, visionários: são gente que conhece bem a história que ainda tem para contar.



Paulo Roberto Purim.

COISAS INÚTEIS

RAZÃO DE SER
(Paulo Leminski)

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me amanhece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde tudo o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?


Não raro escuto pessoas alegarem que não gostam de poesia por essa ser uma coisa inútil, ou por não a entenderem. E este post só tá nascendo porque eu tô viajando nessa idéia.

É evidente que o trabalho de um artista não é tão "útil" como o de um engenheiro ou de um administrador de empresas. A arte não gera efeitos pratico$, não se vê seus frutos, é algo interno, mental (espiritual, como preferem alguns). Conheço gente que é, por motivo$ obvio$, escritor de fim de semana, gente que faz música quando tem tempo, ou coisa parecida. E isso me lembra a passagem do Evangelho, em que Marta fica puta com Jesus e com Maria, sua irmã, por eles dois se sentarem à porta de casa para bater papo com os discípulos enquanto ela trabalhava sozinha.

Talvez, para Marta, ouvir Jesus falar não era mais importante que lavar a louça. Afinal, a casa limpa pode ser percebida por qualquer visita, mas o crescimento, a elevação que Jesus propunha era algo interno demais, quase invisível. O que dói é perceber que mesmo depois de dois mil anos, as pessoas continuam muito mais marta que Maria, mais formiga que cigarra.

Bem vemos o resultado do trabalho de um arquiteto, ou de um pedreiro: O prédio, a casa, a ponte... Tá tudo lá, à vista, concreto, aço, palpável. Entretanto, o que um poema tem a oferecer? Que diferença faz ouvir uma música ou ler um romance, ou olhar uma tela, ou assistir a uma peça teatral, ou... ? Quê? Nada. É algo inútil.

Como bem definiu o porra-louca Paulo Leminski, "a poesia é um INUTENSÍLIO". Ela não se propõe a explicar nada, não há razão que a limite, não há o que esperar se não o estado de reflexão, de graça, de contemplação que nela consiste. Daí o motivo pelo qual os artistas são vistos como vagabundos, marginais, preguiçosos, etc... Nossa cultura supervaloriza o visível, o material, a objetividade. Logo, o poeta, o músico, o ator, o professor, o filósofo, o teólogo e o santo são desprezados, menos importantes.

Engraçado mesmo é notar a contradição que existe ai: Todo mundo curte um cinema de vez em quando, uma conversa com os amigos num bar, ver o sol se por numa praia, ir a um show, flertar com alguém, tomar banho de chuva... Essencialmente, temos fome de beleza, de afeto, de humanidade. Mas, por razões $ociai$, deixamos todas essas atividades para o fim de semana, e olhe lá. Num desses dias em que fui ao MASP vender meus livros, perguntei pra uma moça que ia passando se ela gostava de poesia. A resposta dela foi: "Não, moço. Graças à Deus eu não estou desempregada".

Em outros tempos eu ficaria puto. A chamaria de ignorante, alienada, fútil ou coisa parecida. Mas, hoje eu percebo que, assim como eu, ela é apenas uma vitima, pois, por mais que deseje liberdade, é forçada a se prender, a se render, a cumprir agendas e horários e metas e ordens. E dizer não a isso tudo implica em renúncia, em paixão, em encarar preconceitos inúmeros. Não é fácil.

Ainda com Leminski, "(...) Querer que a poesia tenha um 'por quê' é o mesmo que querer que um gol do Zico tenha um 'por quê', além da alegria da multidão; é querer que o orgasmo tenha um 'por quê'... pra quê 'por quê'?".

Gracco Oliveira

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Vamos Comemorar os 510 anos de Destruição Tupiniquim no Dia Internacional da Terra










Para mim é um tanto delicado falar em comemoração num dia como hoje, onde todas as escolas, instituições de ensino, empresas públicas e privadas, festejam solenemente o dia 22 de Abril de 1500 e, além disso, comemorar o dia da Terra. É uma história de tanta dor e de tantos desatinos que me parece desconfortável confraternizar dadas que deveriam ser honrosas na vida de qualquer cidadão brasileiro e cidadão do mundo, consequentemente.

O Brasil faz hoje 510 anos de invasão portuguesa. Foram as árvores de cor rubra que instigou os portugueses a firmarem domínios em terras já habitadas. O pau Brasil foi responsável por nos dar o título de “Brasileiro”. Foi o pau Brasil que incentivou o progresso das feitorias, o crescimento das vilas e o fortalecimento da administração pública de Portugal.

A árvore que nos deu um nome, a árvore que deveria ser o símbolo de um país que se vangloria de ser o berço do verde mundial, desde o início do seu tráfico restou somente 3% de Floresta Atlântica e, por consequencia, convivemos até hoje com o desmatamento indiscriminado que coloca em perigo nossa biodiversidade.

Atualmente, a espécie (com nomes diversos: ibirapitanga, orabutã, brasileto, ibirapiranga, ibirapita, ibirapitã, muirapiranga, pau-rosado e pau-de-pernambuco) está tão ameaçada quanto diversas outras que povoam a Mata Atlântica, que apesar de ser um dos ecossistemas de maior diversidade é também um dos mais ameaçados do planeta.

E o dia da Terra? Temos realmente algo para comemorar no Dia da Terra? Esse dia foi criado em 1970 quando o Senador norte-americano Gaylord Nelson convocou o primeiro protesto nacional contra a poluição e, desde 1990, outros países passaram a celebrar a data.

No livro “Colapso como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso”, o geógrafo Jared Diamond nos conta com dados históricos e científicos como ocorreu o “eco-suicídio” de grandes civilizações, isto é, as que exploraram em excesso os recursos naturais, movidos pela necessidade ou pela imprevidência, caminharam para o fracasso e sua total extinção.

Ao contrário daquelas que entenderam a tempo que a continuidade da vida estava intimamente associada às suas capacidades de se adaptarem às mudanças. Sociedades que souberam cuidar dos seus recursos naturais foram mais bem sucedidas ao se antecipar às alterações climáticas e ambientais de modo a conseguir sobreviver a elas.

Em um dos seus mais belos artigos, quando ainda era Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva sinalizou:

“Agride-se a Terra porque ela é vista apenas como fonte e suporte de bens para o mercado; destroem-se pessoas porque são vistas apenas como consumidoras e contingentes geopolíticos. Não sem razão o petróleo é um personagem tão destacado nas guerras presentes e passadas no Oriente Médio. Também não sem razão as causas ambientais cada vez mais se confundem com seu espelho social e ético. Hoje procuramos soluções socioambientais, não só ambientais. Falamos em justiça ambiental como parte intrínseca da justiça social. A qualidade de vida é direito humano, assim como a saúde, a educação, a habitação. E acumulam-se evidências de que a atividade econômica não precisa ser predadora. É desejável, viável e factível o caminho do desenvolvimento sustentável”.

E o que dizer do país que canta no seu hino “teus risonhos, lindos campos têm mais flores” e “nossos bosques têm mais vida”, onde um bando de deputados federais do agronegócio quer derrubar o código florestal, a única lei que ainda garante que não seja destruído o pouco que restou das nossas florestas e matas ciliares!?

Mas, esperem?
O que estamos comemorando hoje mesmo?






"Vamos celebrar o horror de tudo isso com festa, velório e caixão", diria Renato Russo.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Roberto Carlos canta 'Lady Laura' em enterro da mãe



Amparado pela família, os amigos da época da Jovem Guarda e cerca de 400 fãs, o cantor Roberto Carlos enterrou sua mãe hoje, dia em que ele fez 69 anos. Chorando muito, o artista cantou "Lady Laura", a música que compôs em homenagem à mãe, diante do caixão - bem baixinho, como se fosse para só ela ouvir. Laura Moreira Braga morreu no sábado, aos 96 anos. O sepultamento ocorreu no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, zona oeste do Rio de Janeiro.



O cantor preferiu não olhar quando o caixão baixou à sepultura e virou o rosto para o lado. Antes de sua chegada, os fãs, em parte incitados por cinegrafistas de emissoras de TV, cantaram sucessos como "Jesus Cristo", "Nossa Senhora", "Como é Grande o Meu Amor por Você" e a própria "Lady Laura", canção em que fala do conforto que encontrava, já adulto, no abraço da mãe. Porém, no momento final, silenciaram.


O público foi mantido afastado do local do sepultamento por seguranças, mas pôde assistir distante a apenas vinte metros. Também estavam presentes Erasmo Carlos, Wanderléa, Rosemary e Jerry Adriani. Roberto Carlos chegou acompanhando o carro funerário e ficou meia hora na capela, fechada ao público, onde a família o esperava. O padre Antônio Maria, seu amigo, fez as orações. Na saída da capela, Roberto carregou o caixão junto com parentes.


O cantor soube da morte da mãe no sábado à noite, quando se preparava para o bis no show do Radio City Music Hall, em Nova York (a cidade abriu a turnê internacional comemorativa dos 50 anos de sua carreira, que termina na Colômbia, em junho).


Os amigos lembraram a personalidade afetuosa da "rainha mãe". "Pra mim, era o gênio do Roberto", disse Rosemary. "Lembro de a gente varar a madrugada gravando e ela aparecendo no estúdio, às 2 da manhã, com balinhas pra todos", contou o produtor Guto Graça Mello. O cronograma da turnê não será alterado, disse o empresário de Roberto, Dody Sirena. "O sucesso dele era o maior orgulho da Lalá". O próximo show é dia 4 de maio, em Lima, no Peru.

Fonte:http://www.estadao.com.br/noticias/geral,roberto-carlos-canta-lady-laura-em-enterro-da-mae,540331,0.htm

sexta-feira, 16 de abril de 2010

As Baronesas, o Rio Ipojuca e a Dengue em Gravatá

Eu senti dó dos seis homens que tentavam, sem sucesso, retirar as baronesas do Rio ipojuca usando enxadas. Enquanto registrava estas fotografias, pensei alto:
- Trabalho em vão! Coitados!
Um homem que trabalha para a Secretaria de Meio Ambiente, me questiona:
- Trabalho em vão, porquê?
Eu dei um sorriso irônico, olhei para ele e me retirei...
No começo da tarde, quando circulava pela cidade, vi uma máquina sendo levada para tentar retirar as baronesas... O senhor deve ter entendido o meu sorriso irônico.





Os gravataenses agora tem mais um motivo para se preocupar na luta contra a Dengue. É que mais uma vez o Ipojuca está invadido por baronesas. Essa vegetação, que se alimenta exatamente da poluição existente na água, fechou toda a largura do rio no trecho entre a Ponte da Rua do Norte e a Ponte do Comércio.



A planta aguapé (Eichornia crassipes), também conhecida como baronesa, orelha-de-jegue, jacinto d´água e miriru pode ser considerada uma praga ou uma planta muito benéfica. Veja porquê.

A planta aquática conhecida como aguapé (Eichornia crassipes) é o que poderíamos chamar de "vegetal-água": 95% da planta corresponde à água. Esta planta possui raízes longas, (podem medir até um metro), rizomas, estolões, pecíolos, folhas e inflorescências. A parte que fica fora d´água, podendo atingir uma altura que varia desde alguns centímetros até um 1metro.

O aguapé se apresenta suspenso, flutuando livremente, enroscado em obstáculos, preso ao solo em locais de água rasa e até enraizado em áreas consideradas secas. A planta possui uma grande quantidade de pecíolos cheios de cavidades de ar - isso explica o enorme poder de flutuar. A reprodução dos aguapés ocorre por meio de sementes e por brotações laterais - novas plantas são produzidas por estolões e o seu crescimento lateral ocorre a partir do rizoma.

O aguapé serve de abrigo natural a organismos de vários tamanhos e aspectos, servindo de habitat para uma fauna bastante rica, desde microrganismos, moluscos, insetos, peixes, anfíbios e répteis até aves. Quando largado nas águas, sem uso, o aguapé chega a prejudicar a navegabilidade dos rios, causando até problemas em reservatórios de usinas hidrelétricas em razão de sua rápida proliferação. Entretanto, quando bem aproveitada esta planta pode trazer benefícios incríveis. Uma das principais vantagens do aguapé é que ele é um filtro natural, pois apresenta a capacidade de incorporar em seus tecidos uma grande quantidade de nutrientes.

Assim, se um lago ou um reservatório estiverem poluídos, coloca-se o aguapé: suas raízes longas e finas, com uma enorme quantidade de bactérias e fungos, atuam sobre as moléculas tóxicas, quebrando sua estrutura e permitindo que a planta assimile estes componentes tóxicos. O único cuidado é vigiar de perto seu crescimento vigoroso para mantê-lo sempre sob controle. Não se aconselha, entretanto, a utilização e presença de aguapés em lagos extensos, em represas com possíveis remansos ou mesmo em tanques de dimensões maiores, pelas dificuldades de remoção e controle.

Ficha da planta:

Nomes populares: aguapé, baronesa, jacinto d´água
Nome científico: Eichornia crassipes
Origem: Américas do Norte e do Sul
Porte: até 1 metro
Floração: Verão
Clima: Quente e úmido
Luminosidade: sol pleno

UM VIVA A POLÍTICA BRASILEIRA





VIVA À MENTIRAVIVA À DILMA QUE ROTULOU OS EXILADOS DE FUJÕES




VIVA AO CÚRRICULO FALSO DE DILMAVIVA AO MENSALÃO




VIVA AO PETISTA COM CUECA CHEIA DE DÓLARES




VIVA AO SILVINHO LAND ROVER




VIVA AO MINISTRO DO LULLA QUE QUEBROU O SIGILO DO CASEIRO PORQUE ELE O DENUNCIOU DE PROMOVER ORGIAS PRA RECEBER PROPINAS DO LIXO DAS PREFEITURAS PETISTAS




VIVA AO DELUBIO SOARES QUE CRIOU OS RECURSOS NÃO CONTABILIZADOS, PROPINAS RECEBIDAS DE EMPREITEIRAS, PARA ENRIQUECER PETISTASVIVA AO FILHINHO DE PAPAI QUE FICOU MILIONÁRIO DE UMA HORA PRA OUTR




AVIVA AO MARQUETEIRO LULA QUE RECEBEU EM PARAISO FISCAL US$ 10 MILHÕES POR SERVIÇOS PRESTADOS AO PTVIVA AO MARQUETEIRO LULLA QUE FOI PRESO NUMA RINHA DE GALO




VIVA À CORRUPÇÃO DOS PETISTAS ALOPRADOS E DO MENSALÃO




VIVA AOS ALOPRADOS QUE ASSASSINARAM TRÊS PREFEITOS PETISTAS PORQUE DENUNCIARAM O ESQUEMA DE PROPINA DO LIXO DAS PREFEITURAS PETISTAS




VIVA AO LULLA, CHEFE DE TODAS MARACUTAIAS E DO MENSALÃO, MAS JURA QUE NÃO SABIA DE NADA.
VIVA AOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS LIGADOS À POLITICOS QUE DESCONSIDERAM SEUS COLEGAS DE PROFISSÃO E PERSEGUEM GRATUITAMENTE A TODOS QUE NÃO FAZEM PARTE DO SEU INTERESSE.
VIVA AOS ADVOGADOS QUE LUTAM PARA DEFENDER CORRUTOS.
VIVA AOS TÉCNOCRATAS QUE NUNCA ESTIVERAM EM UMA SALA DE AULA E ACHAM QUE A POLÍTICA PODE MELHORAR A VIDA DOS PROFESSORES.
VIVA AOS POLÍTICOS QUE FAZEM CAMPANHA ELEITORAIS SE UTILIZANDO DE AÇÕES ASSISTENCIALISTAS.
VIVA AOS EX-AMIGOS QUE CONSEGUIRAM UM CARGO POLÍTICO E DERAM UMA BANANA AOS INTERESSES DE CLASSE.
(...)
"Alguns vão te odiar, fingem que te amam agora. Então, pelas costas, eles tentam te eliminar. Mas quem Deus abençoa, ninguem amaldiçoa!"
( Bob Marley)
"Se você quiser ir a um lugar diferente, tem de correr pelo menos duas vezes mais rápido do que agora."
(Alice no País das Maravilhas )

terça-feira, 13 de abril de 2010

A Escola é de Referência Porque os Alunos São de Referência ou os Alunos São de Referência Porque a Escola é de Referência?

Estudei todo o meu antigo primeiro grau numa escola do Estado, em Vitória de Santo Antão. Chamava-se Escola Polivalente José Joaquim da Silva Filho. Era um orgulho para todos nós alunos, professores, funcionários. Os alunos mais brilhantes e os abastardos, os mais simples e os mais esforçados dividiam as mesmas salas.

Era realmente uma escola diferenciada. Tínhamos além das salas de aula convencionais (onde o professor era respeitado), salas com oficinas profissionalizantes. Havia a Prática Integrada do Lar; Práticas Comerciais; Práticas Industriais e Práticas Agrícolas, sem contar com um Laboratório de Ciências super equipada com microscópios, lâminas e equipamentos outros.

Foi construída toda no estilo europeu, onde uma parte do telhado era d vidro, simulando queda de neve. As paredes eram de tijolos aparentes envernizados e não se encontrava um risco sequer nas dependências das salas que eram multifuncionais. Havia uma capela na entrada da escola onde rezávamos sempre que uma arte era cometida. As dependências eram todas de primeiro mundo. Quadras de vôlei, basquete, futebol de salão e hand boll; pistas de atletismo e salto a distância, formavam o grande completo físico da Escola.

Os professores eram um capítulo a parte. Recordo-me de uma professora contratada chamada Juliana que vinha de Recife dar aula de Educação Física porque nossa escola era “referência”. Foi por causa de uma professora, Débora, que eu resolvi me formar em Geografia. Foi por causa de uma professora, Lourdes, que Matemática deixou de ser um bicho pra mim. Foi por causa de um professor, José Edson, que eu passei a gostar de Inglês e a me interessar a aprender outra língua. Foi por causa de uma professora, Fátima, que eu despertei o gosto pela leitura, pela escrita, pela Literatura Brasileira. Foi por causa de uma professora, Lucineide, que eu aprendi que podemos desenvolver a amizade, o respeito, o carinho entre professores e alunos, tudo isso numa aula de Ciências.

Lembro-me que, quando o Polivalente fez 10 anos, eu fazia 8ª série. Passamos o ano inteiro envolvidos em uma reforma. Eu peguei em pincel, em rodo, em tinta, em vassoura, em enxada, em pá... Eu e todos os alunos das turmas da 8ª e da 7ª séries. Deixamos a escola um brinco, organizados pela empolgante professora Lulu, que nunca acertava meu nome (mas isso é uma longa história). Na 8ª série, nossa professora de Matemática era Orlene. Lembro que o pai dela estava muito doente e toda a nossa turma fez preces, se comoveu com a dor da professora. Orlene, anos mais tarde, numa conversa em sua loja de material escolar, me confessou: “Eu nunca mais encontrei uma turma como a sua”. Eu, que ensinava, respondi: “Eu espero encontrar um dia o que você encontrou no passado”.


Quantas saudades...


Se
me fizessem a pergunta que é o tema desta matéria, eu não saberia a resposta. Eu diria que eram as duas coisas. Aliás, parafraseando um pensamento lógico, diria, simplesmente: “A Recíproca é Verdadeira”.

Para mim sim. Aquela Escola era uma escola de referência! Referência de vida, de trabalho, de dedicação e amor. Não vinha citada em qualquer manual de pedagogia, não ganhava prêmio de gestão, mas conseguia produzir, em letras maiúsculas, o seu Projeto Educativo, onde ela própria fosse recheada de humanismo e de afetividade. A escola Polivalente tinha uma marca, tem um rosto, tem identidade. E olhe que não havia FUNDEF, FUNDEB, PDE, UNIDADE EXECUTORA e tantas outras verbas para a escola, nem 14º salário para os professores. Estou falando do final dos anos 80. Conclui a 8ª série em 1988.

A realidade
, 22 anos depois, é completamente adversa, embora as condições de estudo e de trabalho seja superiormente satisfatórios. Que fatores positivos justificavam o “status de referência” para a Escola Polivalente José Joaquim da Silva Filho? E o que falta hoje para as escolas não tenha mais esta realidade vivida por mim, há mais de vinte anos atrás?

Talvez as Escolas atuais não tenham um núcleo de professores com ligação afetiva com seu local de trabalho e consonante com os demais colegas de profissão;

Talvez nos falte, hoje, alunos que tenham uma despretensiosa afeição pelos seus mestres, pelo seu espaço escolar, onde a essência humana seja sempre posta a prova;

Talvez nos falte um comportamento mais coletivo que individual, tanto dos docentes quanto dos discentes, sem o timbre da solidariedade;

Talvez seja a ausência da troca e do respeito conivente entre professores e alunos, porque ensinar é um ato de cumplicidade, é uma via de mão dupla, onde cada um dar e recebe.

Talvez, por fim, a maioria esmagadora das escolas atuais seja extremamente pobríssima de orgulho próprio, de patrimônio humano, indispensáveis pela boa estruturação do ensino-aprendizagem.

Na condição de professor
, sinto falta da minha vida de aluno. A minha escola não era perfeita. Longe disso. Tínhamos insatisfações diversas. Inclusive, reclamávamos porque tínhamos seis aulas na sexta-feira, extremamente cansativas, de História com a professora Conceição. Mas nunca nos sentimos sufocados por falta de autonomia, por falta de humanismo, por falta de consideração e flexibilidade.

Como professor
, não sei mais o que podemos ser chamar de “referência”, se os alunos ou os professores. Não sei como resolver problemas que meus professores nunca enfrentaram com a minha geração. O verde e o vermelho são sinais que se confundem na maioria das escolas atuais.

Trabalho numa escola que acabou de receber o tão almejado “status de referência”, funcionando das 7 às 17 horas. No turno da noite, todos os projetos e algumas turmas de 7ª e 8ª séries ainda dividem o espaço. Se espaço físico, qualidade na equipe de professores e gestão fossem os únicos itens que dessem a referida escola o tal status, haveria certo conforto em aceitar tal definição.

Porém, eu que estou trabalhando em um lindo projeto do governo do estado, com jovens e adultos que precisam concluir o ensino médio, não estou confortável em arrotar que estou num espaço onde os alunos são a referência maior dos trabalhos desenvolvidos.

Os alunos que deveriam ser de “referência” pelas qualidades humanas e educacionais, na verdade não estão entendendo a nova proposta que lhes são oferecidas. Grandes partes dos alunos da escola de referência estão longe de ser assim tratados. Obviamente, fazendo justiça aos que querem estudar, não estamos generalizando a realidade. Há muita gente lutando para conquistarem o seu espaço, estão em busca de uma formação, de uma construção moral, cívica, humana e profissional.

Todas as noites quando entro na minha sala do Programa Travessia, encontro cadeiras quebradas e viradas, lixo, paredes riscadas com palavras de baixo calão, desenhos pornográficos, destruição dos cartazes que produzimos junto com os alunos e, agora, atos de vandalismo que culminaram com o arrombamento do meu armário. Simplesmente arrancaram uma das portas onde guardávamos nosso material. A minha sala parece que foi sacolejada por um terremoto. Mas um terremoto de gente sem educação, sem cultura e sem consciência.

Onde vamos parar? Eu não sei. Só sei que sinto saudade de um tempo lindo de se viver.

Eles não sabem que a sua escola é composta por espaços que também são como jardins, com uma enorme profusão de canteiros com plantas e flores de toda a espécie, árvores de vários tipos, incluindo árvores de fruto, plantadas ao longo dos anos por alunos, professores e funcionários. O interior das paredes deveria ser visto como um canteiro decorado com vasos de flores, onde os jardineiros seriam eles próprios, ao lado dos professores.

Tais alunos
não sabem o que é ser “referência”. Por quê? Ora, porque não vemos mais comprometimento coletivo. Somos, muitas vezes, intervenientes, carentes, tantas vezes vacilantes, tantas vezes indeterminados. Desconhecemos, ainda, esta fórmula de ser coletivo. Não temos esta identidade que defende a escola como a extensão de nossa própria casa, como incutiam meus professores dos anos 80.

Mas afinal o que é uma escola de referência?
O que são alunos de referência?

Se acredito numa escola de referência?
Claro que acredito.

Mas quem disse que não há muitas escolas de referência? São, simplesmente, Escolas em que nós, professores, não somos meros figurantes, mas desempenhamos, coletivamente, o papel de principais protagonistas ao lado dos alunos que buscam tudo aquilo que minha geração sonhou em ter e conseguiu: formação.

domingo, 11 de abril de 2010

Profissionais da Educação e do Jornalismo Precisam Falar e Escrever Corretamente?





Parece absurdo, mas, em plena era das novas tecnologias na Educação, num momento histórico impulsionado pela globalização, ainda é preciso se fazer este tipo de pergunta. A pergunta parece está fora do contexto. Será?

Rui Barbosa disse que "falar e escrever corretamente é dever de todo cidadão". Cem anos depois, a frase de um dos maiores cérebros brasileiros, está totalmente atualizada, haja vista que empresas públicas e privadas estão cada vez mais preocupadas com o vocabulário dos seus funcionários.

Outro dia, numa sala de aula da 8ª série, reclamei com um aluno que disse: “é eu!” Na mesma ora o orientei. De pronto ele me retrucou: “Tem professor que fala mais errado do que eu, viu professor Ricardo?” Devo confessar que ele tem razão e vocês sabem que sim.

Quem não conhece professores que falam frases do tipo “a gente fizemos” em reuniões, capacitações e em conversas informais? Quem já não leu uma frase num blog ou num site onde são desconsideradas regras básicas de concordância verbal? Escrever é tarefa perigosa, mesmo para quem conhece as convenções da escrita e os mais sutis caminhos que levam ao “certo” ou ao “errado”.

Não sou professor de Português, como é sabido. Tampouco faço parte do grupo de professores “gramatiqueiros” que defendem o ensino da língua como transmissão e fixação das regras, até porque a tendência atual é outra. Considero também que muitos professores põem à parte a gramática normativa, alguns por considerá-la um fardo muito pesado para colocar aos ombros dos alunos, outros porque a desconhecem.

No entanto, creio ser imprescindível que todo professor, independente da sua formação acadêmica, conheça noções básicas de sua língua materna, organize suas idéias de forma clara, simples e, acima de tudo, correta. Adoniran Barbosa escreveu: “Pra falar errado é preciso saber falar errado”. Ironias a parte, o que defendemos é a imagem dos profissionais que lidam com gente, com formação, com educação.

A verdade é que dominar a língua portuguesa é muito difícil. Cheia de regras - nem sempre precisas - não há quem, por mais gabaritado, que não tenha cometido deslizes ao falar ou escrever. O próprio leitor, por exemplo, no final da leitura desta matéria, pode encontrar algum deslize meu. Contudo, estou certo de que dominar a própria língua é uma das maiores qualidades de um profissional, tanto da Educação, como da Comunicação.

Aproveito e deixo aqui uma pequena orientação que aprendi com o Mestre Pasquale Cipro Neto, que se notabilizou pela maneira objetiva e direta de combater erros e cacoetes e esclarecer dúvidas por meio do programa "Nossa Língua Portuguesa", da TV Cultura. Vejamos:

Dedicar-se à leitura diária - Escrever bem sem ler é praticamente impossível. Recomenda-se ler autores de qualidade e um jornal por dia, uma revista por semana e um livro por mês.

Escrever, mesmo com dificuldade - Deve-se escolher uma notícia veiculada pelo rádio ou pela televisão e dar a opinião por escrito, mostrando depois para os colegas.

Consultar dicionários, livros do tipo "Tira-Dúvidas" e Manuais de Redação- Não se deve perguntar como se escreve determinadas palavras. Pode ser que as pessoas consultadas também não saibam.

Assistir e ouvir documentários e programas jornalísticos - São ótimos para ampliar os conhecimentos gerais.


E, pra finalizar, um alerta irônico:


Tem professor que não sabe ainda a diferença entre “falar informalmente” e “falar erradamente” quando estão diante de colegas. Quanto maior é o cargo de um sujeito, mais ele deve ter o cuidado quando coordenarem reuniões, ministrarem palestras ou simplesmente levantarem a voz para registrar suas observações.
Cuidado.
A nossa Língua Agradece.


Pernambuco conhece os contemplados no Fundo de Cultura do Estado



Com investimento total de R$ 24 milhões, a primeira fase o Funcultura 2009/2010 aprova 232 projetos, em 11 áreas, que vão circular por todas as regiões do Estado


O mais importante mecanismo de incentivo à produção independente do Estado – o Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura) – chega à sétima edição com o maior volume de recursos de sua história: R$ 24 milhões. Esse montante é seis vezes maior do que o investido em 2006, antes da atual gestão da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).

Nesta primeira fase, serão destinados R$ 15 milhões para 232 projetos, nas áreas de Artes Cênicas, Fotografia, Literatura, Música, Artes Plásticas e Gráficas, Cultura Popular e Artesanato, Patrimônio, Pesquisa Cultural, Artes Integradas, Formação e Capacitação e Gastronomia.

Neste ano, o Fundo atingiu a marca de 1.185 projetos. Também nesta edição, registrou-se o número recorde de produtores culturais inscritos na Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe): um total de 2.091 contra apenas 540 em 2006. Esses dados refletem a democratização do acesso aos recursos públicos, especificamente aos da área da cultura.

“O processo de construção conjunta com o tecido sócio-cultural nas 12 Regiões de Desenvolvimento, a ampliação de recursos e a oferta de capacitação equalizando oportunidades de acesso resulta numa maior distribuição de recursos, na qualificação dos projetos apresentados e na circulação dos produtos”, avaliou a presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo.

Uma novidade também deste ano foi a introdução de 48 novas linhas de ação no edital, resultado das escutas realizadas nos Fóruns Regionais e Setoriais de Cultura, em todas as Regiões de Desenvolvimento.

AVALIAÇÃO – Os projetos inscritos no edital foram submetidos à analise da Comissão Deliberativa (ver lista) do Funcultura que, este ano, foi totalmente renovada e avaliou as propostas com o auxílio de grupos temáticos, formados por técnicos de diferentes áreas. De acordo com a diretora de Gestão do Funcultura, Martha Figueirêdo, “esse processo auxiliou os membros da Comissão na hora da pontuação. O tempo todo, a Comissão interagiu com os grupos temáticos”, afirmou.

[O FUNCULTURA EM NÚMEROS]

- Produtores Cadastrados
2006 - 540 produtores
2009 - 2091 produtores

- Volume de Recursos
2006 - R$ 4 milhões
2007 - R$ 6 milhões
2008 - R$ 12 milhões
2009 - R$ 24 milhões



Professores brasileiros precisam aprender a ensinar

10 de Agosto de 2009
Para o economista Martin Carnoy é preciso supervisionar o que ocorre na sala de aula no Brasil; problema também afeta escola particular



"Por que alunos cubanos vão tão melhor na escola do que brasileiros e chilenos, apesar da baixa renda per capita em Cuba?"

A pergunta norteou estudo do economista Martin Carnoy, professor da Universidade Stanford, que filmou e mensurou diferenças entre atividades escolares nos três países. No Brasil, o professor encontrou despreparo para ensinar e atividades feitas pelos alunos sem controle. "Quase não há supervisão do que ocorre em classe no Brasil."

Para ele, o problema também atinge a rede particular. "Pais de escolas de elite pensam que estão dando ótima instrução aos filhos, mas fariam melhor se os colocassem em uma escola pública de classe média do Canadá." Carnoy sugere filmar o desempenho dos professores. "Não basta saber a matéria. É preciso saber como ensiná-la." Ele esteve no Brasil na semana passada para lançar o livro "A Vantagem Acadêmica de Cuba", patrocinado pela Fundação Lemann.

FOLHA - O que mais chamou a sua atenção nas aulas no Brasil?

MARTIN CARNOY - Professoras contratadas por indicação do secretário de Educação do município, que dirigem a escola e vão lá de vez em quando; 60% das crianças repetem o ano, e professoras pensam que isso é natural porque acham que as crianças simplesmente não conseguem aprender. Fiquei impressionado, o livro [didático usado na sala de aula] era difícil de ler. Precisaria ter alguém muito bom para ensinar aquelas crianças com ele. Ficaria surpreso se qualquer criança conseguisse passar [de ano]. Vi escolas na Bahia, em Mato Grosso do Sul, em São Paulo, no Rio... [entre outros].

FOLHA - Qual a metodologia do estudo?

CARNOY - Como economista, usei dados macro para explicar as diferenças entre os países nos testes de matemática e linguagem. Fizemos análises com visitas a escolas e filmamos classes de matemática e analisamos as diferenças entre as atividades em classe. Há uma grande diferença, pais cubanos têm renda baixa, mas são altamente educados, em comparação com os do Brasil. O estudo foi finalizado em 2003 e depois comparamos Costa Rica e Panamá. Na Costa Rica, há coisas engenhosas, aulas com duas horas, em que se pode realmente ensinar algo. Supervisionar a resolução de problemas de matemática e, principalmente, discutir resultados e erros. Os alunos cubanos têm aulas acadêmicas das 8h às 12h30. Depois, almoço. Voltam às 14h e ficam até as 16h30, quando têm uma sessão de TV por 40 minutos. A seguir, artes e esportes, mas com o mesmo professor.

FOLHA - Ter o mesmo professor durante quatro anos (como os cubanos) é uma vantagem?

CARNOY - Quatro anos, pelo menos. Mas os alunos não mudam de um ano para outro. No Brasil, se alunos e professores mudam muito de escola, como fazer isso? Se a ideia é tão boa, se funciona, deveríamos fazer algo para que pelo menos professores não mudassem tanto.

FOLHA - Qual a sua avaliação sobre a proposta da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo que vincula o aumento de salário à permanência do professor na mesma escola e à aprovação em testes?

CARNOY - Sugeri ao secretário Paulo Renato que acrescentasse um teste: filmar o professor, como no Chile. Professores de outra escola avaliam os videoteipes. Professores podem ser bons nos testes, mas péssimos para ensinar. Se você tiver um professor experiente que foi bem ensinado a ensinar e teve um bom desempenho com os alunos, a diferença é visível em relação a uma pessoa sem experiência, como eu. Profissionais que viram as fitas disseram que há grande diferença entre o professor cubano e o brasileiro.

FOLHA - A Secretaria da Educação pretende oferecer curso de treinamento de professores de quatro meses. Em Cuba, dura 18 meses, para o nível médio. O que é importante num treinamento?

CARNOY - [Em Cuba] São oito meses para a escola fundamental. Mas são para os professores que não foram à faculdade. Você deve se lembrar que houve escassez de professores, com o incremento do turismo, que atrai pelo pagamento em dólares. Tiveram de produzir muitos professores, muito rapidamente. Então, pegaram os melhores estudantes do ensino médio e lhes ofereceram cinco anos de universidade nos finais de semana. O que é importante nesses cursos de treinamento é ensinar como dar o currículo, como ensinar matemática. O Estado deve estabelecer padrões claros, como na Califórnia. Isso é o que tem de ser ensinado em matemática no terceiro ano. No Chile, há um currículo nacional, mas não ensinam aos estudantes de pedagogia como ensinar o currículo.

FOLHA - O sr. dá muita importância ao diretor...

CARNOY - E também à supervisora, que em muitas escolas no Brasil não fazem nada, não entram em sala. Em Cuba, diretores e vice-diretores ou supervisoras assistem às aulas. Nos primeiros três anos de serviços de um professor, eles entram muito, ao menos duas vezes por semana. São tutores que asseguraram que a instrução siga o método e o nível requeridos pelos padrões estabelecidos.

FOLHA - Os bônus a professores, como ocorre no Estado de São Paulo, são um bom caminho?

CARNOY - Não há boas evidências de que esse sistema de estímulo funciona. O modelo usado em São Paulo, em que todos os professores ganham mais dinheiro se a escola atingir a meta, pode funcionar. Tentaram isso na Carolina do Sul, no final dos anos 80. Foi um grande sucesso por poucos anos e, depois, deixou de sê-lo porque não houve mais melhora. Eles só atingiram um certo limite e não conseguiram mais progredir. Há o efeito inicial do esforço e depois, quando as pessoas têm que saber melhor como aprimorar o desempenho dos alunos, nada acontece. E não existe mais na Carolina do Sul. O que tem sido feito, em geral, nos EUA não é bônus, mas punição. Se a escola fracassa em atingir a sua meta em três anos, como na Flórida, os estudantes podem receber vouchers e frequentar escolas particulares, em vez de públicas. A forma como estão fazendo em São Paulo não é a melhor. Eles medem neste ano como a segunda série aprende e, no próximo, quanto a segunda série aprende. Mas não os mesmos alunos. Escolas pequenas têm mais chance de receber bônus do que grandes. Se a escola cai, não há punição. Só não recebe bônus. Não estou defendendo punição, só digo que eles [bônus] são mal mensurados. Você pode fazer como em São Paulo, mas não dar bônus todo ano, e sim a cada dois anos. E aí poderá ver o que se ganhou com os alunos que se mantiveram na escola e ter as médias, mas com as mesmas crianças através das séries. O problema da falta de professores é mais grave porque é sobretudo um absenteísmo autorizado, não é ilegal. Em Cuba, professores e alunos faltam pouco. É tudo controlado.

FOLHA - Melhorar o ensino público provocaria uma avanço na educação como um todo, inclusive nas escolas particulares?

CARNOY - Pais de escolas de elite pensam que estão dando ótima instrução aos filhos, mas fariam melhor se os colocassem em uma escola pública de classe média do Canadá. Mesmo os melhores docentes brasileiros são menos treinados do que os de Taiwan. Os melhores professores no Brasil têm em média desempenho abaixo da média do professorado de países desenvolvidos. Investir e melhorar a escola pública, que é a base de comparação dos pais, elevaria o resultado das melhores escolas particulares também. Professores são bons em pedagogia, mas não no conhecimento a ser ensinado. Não treinam muito matemática e não sabem como ensiná-la.

FOLHA - O que do modelo cubano não pode ser transposto considerando que Cuba vive sob ditadura?

CARNOY - Há, de fato, uma falta de criatividade [no ensino]. Não se pode questionar, ser contra a Revolução. Mas as crianças sabem que estão aprendendo o esperado. São bons em matemática, sabem ler bem e aprendem muita ciência, mesmo nas escolas rurais ou de bairros urbanos de baixa renda. O Brasil tem a capacidade de enfrentar esses problemas [ter crianças bem nutridas, com bom atendimento médico]. Por que em uma sociedade com uma renda per capita que não é tão baixa não se faz isso? Acho que tem de ser construído um sistema de supervisão, com pessoas capazes de ensinar e treinar novos professores a ensinar. Os professores no Brasil estudam muito linhas de pedagogia e menos como ensinar. Podem esquecer tudo aquilo de Paulo Freire, um amigo. Devem ler sua obra como exercício intelectual, mas queremos que professores saibam ensinar.

FOLHA - Não é possível conciliar na América Latina bom ensino com autonomia, democracia?

CARNOY - A melhor escola é a que tem professores com democracia. Mas temos de ter um acordo de quais são os nossos objetivos. Tony Alvarado é um supervisor em Manhatan que trocou metade dos professores e dos diretores para melhorar a qualidade das escolas. Ele disse aos professores: "Este é o programa. Vão implementá-lo comigo ou não? Têm uma semana para pensar. Se não quiserem, são livres para sair".

FOLHA - No Brasil seria mais difícil...

CARNOY - Seria muito mais fácil! Um quarto do professorado muda de escola todo ano! Em Nova York, não se demitiu. Alvarado mandou-os para outros bairros. Precisa, no início, de um certo autoritarismo. Porque alguém tem de dizer o que fazer no início. E depois, sim, há uma democracia. Os diretores devem se preocupar com os direitos das crianças. Em Cuba, é o Estado. Aqui, os sindicatos de professores preocupam-se com os direitos dos associados - e estão em certos em fazê-lo. Mas e as pobres crianças que não têm sindicatos para defender seus direitos à educação?

Frases

Mesmo os melhores docentes brasileiros são menos capacitados do que os docentes de Taiwan

Um dos problemas mais graves no Brasil é o absenteísmo do docente. E pior, o absenteísmo autorizado

Leia a reportagem publicada no Portal da CGC Educação (07.08.2009), por Fábio Galvão

Recrutamento dos melhores alunos para o magistério, supervisão dos professores, além de saúde e boa alimentação, são as repostas, diz o professor da Universidade de Stanford Martin Carnoy, autor do livro "A vantagem acadêmica de Cuba"

Polêmico, o autor do livro "A vantagem acadêmica de Cuba" defendeu um controle maior do Estado sobre a educação pública, criticou os sindicatos brasileiros e as universidades e condenou o sistema de pagamento de prêmio em dinheiro por mérito para professores, sistema que vem ganhado força no Brasil.

O livro, recentemente lançando em português com apoio da Fundação Lemann, é resultado de um estudo realizado em 2007 para tentar entender porque os alunos de Cuba tiram notas muito mais altas em matemática e linguagens nos testes internacionais na comparação com os demais países da América Latina. Carnoy visitou escolas e filmou aulas de matemática da 3ª série no Brasil, Cuba e Chile.

Embora ressalte a ineficiência da economia cubana e seu governo autoritário, o professor de Educação e Economia diz que Cuba tem três lições básicas que podem e devem ser aprendidas pelas autoridades brasileiras: o recrutamento dos melhores alunos do ensino médio para o magistério e sua excelente formação; saúde e boa alimentação das crianças; e um sistema de tutoria e supervisão dos professores, com ênfase na melhoria da instrução. "Em Cuba, a educação e saúde são prioridades absolutas. Tanto as crianças quanto os pais delas são mais educados que nos demais países", afirmou.

Carnoy destacou que o sistema de ensino cubano é altamente centralizado e controlado, com um currículo mais aprofundado e com menos conteúdo. No Brasil, disse ele, a educação pública é muito descentralizada, com pouco controle sobre o que acontece na sala de aula. "Em Cuba, os alunos passam quatros horas aprendendo, com exercícios individuais. Os alunos aprendem com seus próprios erros. Os diretores das escolas são líderes instrucionais e as professoras são como uma segunda mãe. No Brasil, a aula é muito expositiva e os alunos passam grande parte do tempo copiando ou trabalhando em grupos", compara Carnoy.

Ele frisou ainda que, ao contrário do Brasil, em Cuba as escolas urbanas e rurais são praticamente iguais e os alunos aprendem as mesmas disciplinas. A questão da violência em Cuba é quase residual, enquanto no Brasil é uma das grandes preocupações dos professores. "Violência, saúde e condições precárias podem significar baixos níveis de aprendizado", disse.

Controle suave e absenteísmo autorizado


O professor da Universidade de Stanford criticou os cursos de formação de professores no Brasil e chegou a defender um "controle suave" das universidades. "No Brasil, os cursos ensinam a pedagogia geral, não a pedagogia do ensino. O professor aprende matemática, mas não aprende a ensinar matemática", sustentou.

Carnoy defendeu métodos de avaliação dos professores, assim como da própria escola. "Nós temos que avaliar o progresso do aluno, do professor e da escola", disse, ao lembrar que em Stanford os professores são avaliados também pelos próprios alunos. Em Cuba, afirmou, os professores são formados para garantir um currículo nacional. "Há mais supervisão e os supervisores são claros sobre o que o é o currículo e como os professores devem ensiná-lo da maneira eficaz", relatou.

Ele fez duras críticas ao que chamou de "absenteísmo autorizado" dos professores que impera no Brasil. "Os sindicatos dos professores deveriam defender os interesses dos alunos e não os seus próprios interesses", criticou. No entanto, ele reconhece que os gestores precisam dialogar com os sindicatos, caso contrário quem acabará perdendo é o aluno.


Bônus e prostitutas

Questionado sobre a política de bônus por mérito que vem ganhando força no Brasil, Martin Carnoy admitiu que uma boa remuneração para o professor é essencial para melhorar a qualidade da educação, mas tem dúvidas sobre se o prêmio em dinheiro é a melhor solução. "Este tipo de premiação não dever ser no nível do professor, nem deve ser pago todo ano", afirmou. Ele acredita que a avaliação não deve servir nem para punir, nem para premiar. É apenas mais um instrumento para orientar a instrução. O perigo, na opinião dele, que é o ensino acabe sendo direcionado apenas para o teste. "Os testes não medem tudo", afirmou.

O professor norte-americano teme que este tipo de política pública provoque uma escolha seletiva. "Um professor, por exemplo, pode pressionar para que os piores alunos saiam da sua classe. Ou um diretor pode colocar os maus alunos na classe de um professor que ele não goste", disse.

Carnoy alertou ainda para um fenômeno perigoso que está acontecendo em Cuba com a expansão do turismo. "Como os salários variam pouco em Cuba, a contratação para a docência de pessoas bens instruídas não é um problema, mas hoje é possível encontrar prostitutas, camareiras e taxistas ganhando mais que muitos professores", relatou.

Questionado se um maior controle do Estado não poderia comprometer a democracia, Martin Carnoy admitiu os riscos, mas retrucou. "Democracia para quem?". Na opinião dele, só há democracia política com democracia econômica. Ele culpou o sistema brasileiro pela má qualidade da educação ao constatar que as melhores universidades são freqüentadas pelos mais ricos, enquanto os mais pobres estudam nas piores universidades. "Educação de qualidade custa caro. Se você quer uma educação de qualidade, tem que pagar ", disse.

fonte: Folha de São Paulo (10.08.2009)
Maria Cristina Frias e Roberta Bencini