sexta-feira, 16 de abril de 2010

As Baronesas, o Rio Ipojuca e a Dengue em Gravatá

Eu senti dó dos seis homens que tentavam, sem sucesso, retirar as baronesas do Rio ipojuca usando enxadas. Enquanto registrava estas fotografias, pensei alto:
- Trabalho em vão! Coitados!
Um homem que trabalha para a Secretaria de Meio Ambiente, me questiona:
- Trabalho em vão, porquê?
Eu dei um sorriso irônico, olhei para ele e me retirei...
No começo da tarde, quando circulava pela cidade, vi uma máquina sendo levada para tentar retirar as baronesas... O senhor deve ter entendido o meu sorriso irônico.





Os gravataenses agora tem mais um motivo para se preocupar na luta contra a Dengue. É que mais uma vez o Ipojuca está invadido por baronesas. Essa vegetação, que se alimenta exatamente da poluição existente na água, fechou toda a largura do rio no trecho entre a Ponte da Rua do Norte e a Ponte do Comércio.



A planta aguapé (Eichornia crassipes), também conhecida como baronesa, orelha-de-jegue, jacinto d´água e miriru pode ser considerada uma praga ou uma planta muito benéfica. Veja porquê.

A planta aquática conhecida como aguapé (Eichornia crassipes) é o que poderíamos chamar de "vegetal-água": 95% da planta corresponde à água. Esta planta possui raízes longas, (podem medir até um metro), rizomas, estolões, pecíolos, folhas e inflorescências. A parte que fica fora d´água, podendo atingir uma altura que varia desde alguns centímetros até um 1metro.

O aguapé se apresenta suspenso, flutuando livremente, enroscado em obstáculos, preso ao solo em locais de água rasa e até enraizado em áreas consideradas secas. A planta possui uma grande quantidade de pecíolos cheios de cavidades de ar - isso explica o enorme poder de flutuar. A reprodução dos aguapés ocorre por meio de sementes e por brotações laterais - novas plantas são produzidas por estolões e o seu crescimento lateral ocorre a partir do rizoma.

O aguapé serve de abrigo natural a organismos de vários tamanhos e aspectos, servindo de habitat para uma fauna bastante rica, desde microrganismos, moluscos, insetos, peixes, anfíbios e répteis até aves. Quando largado nas águas, sem uso, o aguapé chega a prejudicar a navegabilidade dos rios, causando até problemas em reservatórios de usinas hidrelétricas em razão de sua rápida proliferação. Entretanto, quando bem aproveitada esta planta pode trazer benefícios incríveis. Uma das principais vantagens do aguapé é que ele é um filtro natural, pois apresenta a capacidade de incorporar em seus tecidos uma grande quantidade de nutrientes.

Assim, se um lago ou um reservatório estiverem poluídos, coloca-se o aguapé: suas raízes longas e finas, com uma enorme quantidade de bactérias e fungos, atuam sobre as moléculas tóxicas, quebrando sua estrutura e permitindo que a planta assimile estes componentes tóxicos. O único cuidado é vigiar de perto seu crescimento vigoroso para mantê-lo sempre sob controle. Não se aconselha, entretanto, a utilização e presença de aguapés em lagos extensos, em represas com possíveis remansos ou mesmo em tanques de dimensões maiores, pelas dificuldades de remoção e controle.

Ficha da planta:

Nomes populares: aguapé, baronesa, jacinto d´água
Nome científico: Eichornia crassipes
Origem: Américas do Norte e do Sul
Porte: até 1 metro
Floração: Verão
Clima: Quente e úmido
Luminosidade: sol pleno

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