quinta-feira, 30 de julho de 2009

CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO VETA GESTÃO DEMOCRÁTICA CONTRARIANDO PROPOSTA DE GOVERNO DE OZANO BRITO



Prefeito Ozano Brito na COMUDE.
Foto: http://www.prefeituradegravata.com.br



Foram dois dias de muitos confrontos ideológicos educacionais. De um lado, a equipe que defendia as idéias do Executivo. Dou outro, uma pequena parcela (valente, esclarecida consciente) que vislumbra avanços no processo de desenvolvimento por uma Educação Universalizada.
O Grande Professor Ronaldo Assis (que embora faça parte do grupo da situação, não é alienado) me desafiou em uma aposta: ""A questão da Gestão Democrática irá passar. Fique tranquilo!" - disse ele em uma conversa fraterna.
apostei com ele que não passaria. Ganhei a aposta!
Em momento de debate, fiz minha defesa em prol da regulamentação da implatação da Gestão Democrática nas Escolas, por ser princípio constitucional e por ser meta da CONAE. Além disso, recordei aos presentes que a Gestão Democrática foi promessa de campanha do então candidato Ozano Brito. Ele havia "prometido" que se eleito fosse (há controvérsias) instituicionaria a Gestão Democrática nas escolas municipais, partindo das unidades com maior número de alunos.
Além de mim, Professores Lenilson Batista, Ronaldo Assis, Sunamita Oliveira, dentre outros, firmaram compromisso de forma brilhante em defender a questão da implantação da Gestão Democrática em nosso Município.
Pessoas ligadas a educação argumentam contra a Gestão, sem ao menos entender o que estamos defendendo. Outros, inflamados em defender o seu cargo ou simplesmente não poder ser contra a orientações da Secretaria, foram ovacionados pelas suas defesas...
Enfim... A Gestão Democrática não passou. Um dos pontos chave para uma transformação geral no processo educacional estava temporariamente enterrado.
Muitos me perguntaram porque defendemos tanto o processo de eleição para diretores de escolas públicas. Me perguntavam porque eu grivata e lutava tanto por algo que sabia que não iria ser aprovado. Ora, lembrei do Mestre Darcy Ribeiro, quando ele disse:
“...Sou um homem de causas. Vivi sempre pregando, lutando, como um cruzado, pelas causas que comovem. Elas são muitas, demais: a salvação dos índios, a escolarização das crianças, a reforma agrária, o socialismo em liberdade, a universidade necessária. Na verdade, somei mais fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrível seria Ter ficado ao lado dos que venceram nessas batalhas.”
SUTIL PODER DESMOBILIZADOR
Democracia refere-se à “forma de governo” ou a “governo da maioria”; então, torna-se claro, que as relações cotidianas no âmbito escolar, deveriam explicitar esta linha de ação, porém sabendo-se que toda gestão, pressupõe uma AÇÃO e a palavra ação é justamente o oposto da inércia, do comodismo, espera-se do gestor educacional atitudes compromissadas de construir, de fazer e o que observa-se são atitudes autoritárias, seguindo diria, uma linha horizontal, onde os princípios democráticos não se inserem; visto que a escola deve ser vista como um lugar privilegiado para a construção do conhecimento e como eixo base das relações humanas, viabilizando não só a produção de conhecimentos como também de atitudes necessárias à inserção neste novo mundo com exigências cada vez maiores de cidadãos participativos e criativos.


Seria para muitos, um exagero em considerar a gestão escolar na esfera pública, autoritária. Porém, partindo-se que o autoritarismo está ligado a práticas antidemocráticas e anti-sociais e estas, permeiam sutilmente a gestão das escolas públicas, creio sim, que este termo não estaria sendo utilizado aqui, neste artigo, de forma errada, a afrontar a administração pública.


A questão do controle, do poder aprisionado nas mãos de diretores e superiores ainda é prática constante. Administrar escolas é tarefa árdua, porém, dentro dos moldes do autoritarismo, legitima-se então, traumas antigos em que a sociedade se mostra ainda fragilizada, com medo, sem liberdade de se expressar e covardemente cedendo lugar às ideologias.

Percebe-se na gestão educacional, uma administração voltada com ações na verdade, reprodutoras de uma sociedade infelizmente alienada e passiva, ditando regras e não estabelecendo uma relação dialógica ideal com os envolvidos, estabelecendo meramente uma transmissão de ordens, alegando na maioria das vezes cumprirem determinações que lhes vem de cima não proporcionando assim, momentos para discussão...
”...Todas as iniciativas de política educacional, apesar de sua aparente autonomia, têm um ponto em comum: o empenho em reduzir custos, encargos e investimentos públicos, buscando senão transferi-los e/ou dividi-los, com a iniciativa privada e organizações não governamentais”. (ROSSI, 2001).


A participação é muitas vezes, limitada, controlada e puramente formal. A estrutura técnica se sobrepõe aos indivíduos envolvidos e o poder e a autoridade(leia-se: autoridade : como não prática social- sem visão crítica) se instalam de forma sutil , com obediência, dentro de uma perspectiva clássica de administração que repudia a participação, o compartilhar idéias, a liberdade para expressar-se , a deliberação de decisões e o respeito às iniciativas.
A questão do controle ainda é muito forte e mesmo sabendo que o poder e a autoridade são necessários em muitos momentos dentro de várias organizações, intermediando e viabilizando ações criativas para melhora, observa-se ainda um controle rígido, um descompromisso e muito pouca participação da comunidade escolar como um todo (professores, pais, funcionários, lideranças de bairro) no processo da gestão escolar, causando assim automaticamente uma acomodação, em que as pessoas não se mobilizam para nada e ficam alheias, esperando sempre serem orientadas ou então aceitando passivamente tudo que venha das “autoridades competentes”, sem quer que seja , nenhum questionamento crítico construtivo.


As atuais discussões sobre gestão escolar têm como dimensão e enfoque de atuação: a mobilização, a organização e a articulação das condições materiais e humanas para garantir o avanço dos processos socioeducacionais, priorizando o conhecimento e as relações internas e externas da escola.
“A esses que sempre se beneficiaram do autoritarismo que gerou a exclusão, do centralismo que gerou a alienação, da falta de transparência que gerou a corrupção e da irresponsabilidade que produziu a ignorância; temos que dar um recado: [...] Não abriremos mão de construirmos o que já conquistamos e não nos acomodaremos ante o sonho de sermos os próprios obreiros e gestores do nosso mundo.”

(José Iran Barbosa Filho, professor da Rede pública Estadual e Municipal de Aracaju e presidente do SINTESE).
PARABÉNS, COMUDE!!!

2 comentários:

Meu querido colega -Gostaria de aceitar o que não posso entender sobre a EDUCAÇÃO - TUDO É UMA FARSA - HOJE NÃO EXISTE MAIS ISSO - SUPONHO QUE EXISTEM PROFISSIONAIS (SATURADOS) E ALUNOS DESENTERESSADOS - E ASSIM A EDUCAÇÃO VIVE DANDO DIPLOMA À ANALFABETOS. NA EDUCAÇÃO NÃO EXISTE ESPAÇO PARA DEMOCRACIA - SE EXISTE PROFESORES - LEIGOS-ARCAICOS-PERFECCIONISTAS-COMPLEXADOS PELA SUPERIORIDAE DE UM NADA - EXISTE AVANÇO NA EDUCAÇÃO- PERGUNTE A UM ALUNO QUE PASSA O DIA NUM PC - 4 X 4 = ? MANDA ELE ABRIR UM DICIONÁRIO,KKKK. É FORTE - VC SABIA QUE H O J E - EXISTE PROFESSOR QUE SE ELE PERDER O CADERNINHO - SUAS IMAGINAÇÕES SE VÃO. E QD EXISTE PROFISSIONAIS QUE SE DESTACAM - LOGO LHE JOGAM O MANTO DA INVEJA E DO DESESPERO É GRITANTE SE ELES NÃO FOREM FORTES LOGO,LOGO CONHECEM O SENTIDO DE UM DEPRESSÃO.

OLHA SÓ - PROFESSORA - KELLY

PARABÉNS POR- VC - VC NÃO PRECISA DE CADERNINHO.

DIRETOR - EU ACHO QUE É - CARGO DE CONFIANÇA DO GOVERNO - AGORA QUE ELE TENHA PRINCÍPIOS E DIGNIDADE PARA SER UM BOM PROFISSIONAL. NÃO SAIBA O QUE É PERSEGUIR - E QUE APRENDA O QUE É ÉTICA PROFISSIONAL E DIGNIDADE HUMANA.
DIREÇÃO PASSA - E HUMILHAÇÃO DOI E FERE - E PERDER AMIGOS É FRACASSO E FALTA DE PERSONALIDADE POR PODER. SÓ. SEI LÁ O QUE ESCREVI.

Parabéns caro amigo, pela eloquência e pertinência de suas colocações. Não desistiremos, jamais. Junto-me ao coro: Detestaria estar entre os que nos venceram!!
A luta continua, companheiro!

Grande abraço,

Sunamita Oliveira

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