Teve canto, dança e confraternização. Teve também protestos, aplausos e a simplicidade da quebradeira de coco, que arrancou palmas da platéia. E muitos alertas em relação ao futuro do planeta Terra. A 1ª Conferência Nacional de Saúde Ambiental (CNSA) começou hoje (10/12) com dezenas de delegados formando uma roda e cantando, de mãos dadas, uma das músicas-temas do encontro. Por volta das 9h45, o grande auditório abriu espaço à democracia: representantes de quase todas as unidades da Federação saudaram o público e se apresentaram, em clima de cordialidade.
Filósofo, teólogo, cientista social e educador popular, Ivo Poletto levou à 1ª CNSA sua experiência com movimentos sociais de todo o país e avisou: “Precisamos compreender que não somos os únicos seres vivos que existem no planeta. É preciso que superemos a visão antropocêntrica das ciências sociais”, defendeu, ao referir-se à idéia errônea, do ponto de vista ambiental, de que o homem é o centro de todas as coisas. “Por termos organizado todos os meios de consumo com base em nossos interesses, colocamos em risco a saúde da Terra”, acrescentou.
Para Poletto, o homem precisa estabelecer o diálogo e a complementaridade com a Terra, “também um ser vivo”. Foi nesse tom de preocupação que o sociólogo dissociou a saúde nos distintos biomas brasileiros. “É muito diferente pensar a saúde na Amazônia ou pensá-la no pampa. Ou pensar a saúde no cerrado e na caatinga”, explicou. “Se queremos propor uma política que integre ambiente e saúde, precisamos pensar as condições dessa relação em cada bioma”, recomendou.
O especialista afirmou que apenas medidas sanitárias não são suficientes para essa integração. “Precisamos de construir medidas que recomponham, na medida do possível, a saúde da Terra”, disse. Poletto encerrou sua participação na palestra magna com a advertência de que o clima deve fazer 1 bilhão de refugiados na próxima década e concluiu: “Se queremos ter uma melhor saúde para nós, precisamos mudar nossa relação com a Terra”.
A segunda palestrante do dia usou palavras simples para emocionar. A quebradeira de coco Raimunda Gomes da Silva encampa, há duas décadas, uma luta em prol das mulheres da região do Bico do Papagaio, no estado do Tocantins, e em defesa do cerrado e da atividade econômica envolvendo o babaçu. A gente luta em defesa da vida, pelo babaçu e pelo cerrado, que tem nossas plantas medicinais e nossas águas, disse, após pedir desculpas por não ter diploma. O discurso de Raimunda revelou-se poderosa ferramenta de denúncia social. Para combater todo esse sofrimento no país e no mundo, precisamos de políticas públicas e de uma população organizada, pediu. Esta luta é de todo mundo, é do maior ao mais pequeno, acrescentou, sendo ovacionada pelo público.
Depois de pedir que todos se conscientizem da necessidade de se lutar por um Brasil melhor, a quebradeira de coco indicada ao Prêmio Nobel da Paz fez uma advertência. Nós vamos morrer tudo junto. Quem tá matando nós é nós mesmo. Nossos tataranetos vão ver papagaio apenas pintado na parede, afirmou, mais uma vez emocionando a platéia.
O último participante da palestra magna levou à 1ª CNSA uma problemática do cotidiano bastante relacionada à saúde ambiental e humana: o saneamento básico. Professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Leo Heller disse que o consumo de água no planeta leva a grandes impactos no meio ambiente e na saúde da população. Segundo ele, o saneamento reproduz a desigualdade social e, ao mesmo tempo, pode causar riscos à saúde humana, por meio da ingestão de água, manejo inadequado de resíduos sólidos, entre outros. Temos de investir fortemente na melhoria do sistema público de saneamento. A falta de saneamento é um problema de política pública, ressaltou. Heller destacou os Planos Municipais de Saneamento Básico e o Plano Nacional de Saneamento como alternativas para que as políticas de saneamento sejam permanentes e contínuas
Filósofo, teólogo, cientista social e educador popular, Ivo Poletto levou à 1ª CNSA sua experiência com movimentos sociais de todo o país e avisou: “Precisamos compreender que não somos os únicos seres vivos que existem no planeta. É preciso que superemos a visão antropocêntrica das ciências sociais”, defendeu, ao referir-se à idéia errônea, do ponto de vista ambiental, de que o homem é o centro de todas as coisas. “Por termos organizado todos os meios de consumo com base em nossos interesses, colocamos em risco a saúde da Terra”, acrescentou.
Para Poletto, o homem precisa estabelecer o diálogo e a complementaridade com a Terra, “também um ser vivo”. Foi nesse tom de preocupação que o sociólogo dissociou a saúde nos distintos biomas brasileiros. “É muito diferente pensar a saúde na Amazônia ou pensá-la no pampa. Ou pensar a saúde no cerrado e na caatinga”, explicou. “Se queremos propor uma política que integre ambiente e saúde, precisamos pensar as condições dessa relação em cada bioma”, recomendou.
O especialista afirmou que apenas medidas sanitárias não são suficientes para essa integração. “Precisamos de construir medidas que recomponham, na medida do possível, a saúde da Terra”, disse. Poletto encerrou sua participação na palestra magna com a advertência de que o clima deve fazer 1 bilhão de refugiados na próxima década e concluiu: “Se queremos ter uma melhor saúde para nós, precisamos mudar nossa relação com a Terra”.
A segunda palestrante do dia usou palavras simples para emocionar. A quebradeira de coco Raimunda Gomes da Silva encampa, há duas décadas, uma luta em prol das mulheres da região do Bico do Papagaio, no estado do Tocantins, e em defesa do cerrado e da atividade econômica envolvendo o babaçu. A gente luta em defesa da vida, pelo babaçu e pelo cerrado, que tem nossas plantas medicinais e nossas águas, disse, após pedir desculpas por não ter diploma. O discurso de Raimunda revelou-se poderosa ferramenta de denúncia social. Para combater todo esse sofrimento no país e no mundo, precisamos de políticas públicas e de uma população organizada, pediu. Esta luta é de todo mundo, é do maior ao mais pequeno, acrescentou, sendo ovacionada pelo público.
Depois de pedir que todos se conscientizem da necessidade de se lutar por um Brasil melhor, a quebradeira de coco indicada ao Prêmio Nobel da Paz fez uma advertência. Nós vamos morrer tudo junto. Quem tá matando nós é nós mesmo. Nossos tataranetos vão ver papagaio apenas pintado na parede, afirmou, mais uma vez emocionando a platéia.
O último participante da palestra magna levou à 1ª CNSA uma problemática do cotidiano bastante relacionada à saúde ambiental e humana: o saneamento básico. Professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Leo Heller disse que o consumo de água no planeta leva a grandes impactos no meio ambiente e na saúde da população. Segundo ele, o saneamento reproduz a desigualdade social e, ao mesmo tempo, pode causar riscos à saúde humana, por meio da ingestão de água, manejo inadequado de resíduos sólidos, entre outros. Temos de investir fortemente na melhoria do sistema público de saneamento. A falta de saneamento é um problema de política pública, ressaltou. Heller destacou os Planos Municipais de Saneamento Básico e o Plano Nacional de Saneamento como alternativas para que as políticas de saneamento sejam permanentes e contínuas
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