Livro Primeiras Águas - Poesias

Este é o livro I da série Primeiras Águas.

Campanha Gravatá Eficiente

Fomentando uma nova plataforma de discussão.

A Liberdade das novas idéias começa aqui.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

SAPATADA EM GRAVATÁ?



Se essa moda pega no Brasil?

O mundo todo viu a imagem dos sapatos lançados pelo jornalista iraquiano Muntazer al-Zaidi contra George W. Bush. Tal iniciativa individual do repórter representava o grau mais alto de ofensa que se pode proferir contra outra pessoa, isto porque os sapatos são considerados sujos, tanto que, para visitar uma mesquita, é obrigatório ficar descalço. Há quem condene o ato do jornalista. No entanto, como diz a sabedoria popular: “os fins justifica os meios”.

Se analisarmos, sem muita cautela, o retrospecto político do George W. Bush, entenderemos que o ato do jornalista contra quem ele chamou de “cachorro” (outra ofensa grave) é totalmente explicável. A sapatada ilustra a decadência política de um governante que, durante um bom período, comportou-se como o legislador do mundo. Cada sapato atirado sobre o presidente carregou o peso de todas as mortes inúteis e mal explicadas em meio à população civil.

São tantas as histórias de arbitrariedades, de abuso de poder, de desrespeito aos direitos humanos e de uma ganância descomunal por parte de uma única pessoa – mais poderosa de todas – que ficamos pensando: se essa moda pega no Brasil?

Por que logo no Brasil? Ora, se fizéssemos uma enquete do tipo: “em quem você atiraria um sapato e chamaria de cachorro?”, uma lista enorme de políticos, funcionários públicos e privados, médicos, professores, jornalistas e até blogueiros (Opa! Em mim não!) apareceria na mídia. Ou alguém tem dúvida disso?

Sempre visualizando o macro e testando o micro, vislumbramos: já pensou se no dia 1º de Janeiro, em plena cerimônia de posse dos “eleitos” Ozano Brito e João Paulo, alguém se atrevesse a atirar contra o Ex-prefeito um par de sapatos? É impossível que aconteça? Não. É improvável que alguém tenha coragem de cometer tal ato contra excelentíssimo Ex-prefeito. Vontade não faltaria em muitos, inclusive, por parte de professores que o “apoiaram” (?) na última campanha.

Ontem, na assembléia do sindicato com os professores, a diretora que se despede do cargo, contou a todos os presentes que o contador da prefeitura apresentou um relatório financeiro onde as contas do fundeb tinham zerado, e, portanto, não haveria sobras para serem repassadas em forma de abono para os 450 professores que estiveram em sala de aula no ano letivo de 2008.


Refazendo as contas com o contador, a diretora do sindicato logo descobriu que o mesmo havia lançado no relatório dois terços de férias, quando deveria ser apenas um terço de férias. Ora, todo professor só recebe um terço de férias todos os anos, geralmente no mês de janeiro (quando deveria ser no mês de dezembro).


O ilustre contador se justificou, segundo a própria diretora sindical, dizendo que não poderia prejudicar o senhor prefeito. Foi um coral de frases revoltadas que se ouvia dentro do salão SSS (3 S). Poderia, então, prejudicar o abono ridículo dos professores? Apareceram nada mais que 129 mil Reais, sem contar com o valor do mês de Dezembro, quando antes o valor era ZERO.
Ouvi, no burburinho de vozes, alguém dizer: - Ah! Uma Sapatada no sujeito! (risos geral).

Já pensou se a moda pega?

domingo, 28 de dezembro de 2008

UMA REFLEXÃO PARA ENCERRAR O ANO


"Carta de Olívia para Eugênio"


"O dia mais importante da minha vida foi aquele em que, recordando todos os meus erros, achei que já chegara a hora de procurar uma nova maneira de ser útil ao próximo, de dar novo rumo às minhas relações humanas.

Que era que eu tinha feito senão satisfazer os meus desejos, o meu egoísmo? Podia ser considerada uma criatura boa apenas porque não matava, porque não roubava, porque não agredia? A bondade não deve ser uma virtude passiva.

No dia em que achei Deus, encontrei a paz e ao mesmo tempo percebi que de certa maneira não haveria mais paz para mim. Descobri que a paz interior só se conquista com o sacrifício da paz exterior. Era preciso fazer alguma coisa pelos outros.

O mundo está cheio de sofrimento, de gritos de socorro. Que tinha eu feito até então para diminuir esse sofrimentos, para atender a esses apelos? Eu via a meu redor pessoas aflitas que para se salvarem esperavam apenas uma mão que as apoiasse, nada mais que isso.

E Deus me dera duas mãos! Pensei em tudo isso numa noite de insônia. Quando o dia nasceu senti que tinha nascido de novo com ele. Era uma mulher nova."

(Olhai os lírios do campo, por Erico Veríssimo.)

domingo, 21 de dezembro de 2008

CONTAS DO FUNDEB - POMBOS - GRAVATÁ

Gráfico do Fundeb

POMBOS

Segundo consulta feita ao SISBB - Sistema de Informações Banco do Brasil, Pombos recebeu R$ 639.830,39 referentes ao repasse do FUNDEB, no período de 31 de Outubro a 30 de Novembro do corrente ano.

O sistema do Banco do Brasil ainda não disponibiliza os valores finais do mês de Dezembro para termos uma noção exata de quanto os professores receberiam um abono das sobras. Mas, pelo acumudalo do ano letivo, temos uma noção de quanto será a média de valores para cada professor.

Além disso, o dia 20 de Dezembro é o prazo limite para se repassar a segunda parcela do 13º salário e a prefeitura não pagou. (vide Gravatá abaixo).

Este ano os Professores ficaram sem representação sindical. Portanto, fiscalização e acompanhamento não existiram como ocorreu ano passado. MAS ESTAMOS DE OLHO!

O município vive um momento político conturbado com a possível nova eleição determinada pela Justiça Eleitoral, com o risco de "terceiros" assumirem o poder e piorar ainda mais a situação em nos encontramos. Pombos é um munícipio estático do ponto de vista geográfico, por está entre Vitória e Gravatá e há oito anos, o cenário que deveria ser promissor (de acordo com promessas) é de calamidade. Os próprios partidários do governo atual se dizem decepcionados. "A promessa era de que Dra. Fátima retomasse as rédias da justiça, do equilíbrio" - disse um colega de profissão em conversa franca.

Jane Povão representava o novo estilo, a renovação política, o teste que o povo apostou. Apostou tanto que ela chegou perto dos 9000 votos. Agora, não se tem certeza do que vai acontecer... Incertezas na vida política, incertezas na transparência dos repasses do Fundeb.

GRAVATÁ - Sem as luzes da Transparência e do Natal

PRIMEIRO PONTO: 13º

A lei diz 13º Salário deverá ser pago em duas parcelas:
a) 1ª parcela - de fevereiro até o dia 30 de novembro
Art. 3º Decreto 57.155-65
b) 2ª parcela - até o dia 20 de dezembro
Art. 1º Decreto 57.155-65
A mesma lei diz que a penalidade por infração ao disposto na legislação do 13º salário é de 1,7495 UFIR por empregado
.

GOSTARIA DE SABER QUANTAS UFIRs AS PREFEITURAS DE POMBOS E GRAVATÁ IRÃO PAGAR POR NÃO TEREM PAGO A SEGUNDA PARECELA DO NOSSO 13º SALÁRIO...

SEGUNDO PONTO: Abono

Precisamos recordar alguns pontos sobre as sobras do fundeb:

1- o abono (ou distribuição da sobra, como comumente se denomina) será concedido aos mesmos profissionais do magistério da educação básica pública que se encontravam em efetivo exercício;

2- É importante destacar, inclusive, que a adoção de pagamentos de abonos em caráter permanente pode ensejar, no futuro, que tais pagamentos sejam incorporados à remuneração dos servidores beneficiados, por se caracterizar, à luz da legislação trabalhista, um direito decorrente do caráter contínuo e regular dessa prática. Desta forma, caso no Município esteja ocorrendo “sobras” significativas de recursos dos 60% do Fundeb no final de cada exercício, essa situação pode significar que o Plano de Carreira e Remuneração do Magistério ou, ainda, a escala ou tabela de salários/vencimentos, esteja necessitando de revisão ou atualização, de forma a absorver, sem sobras, os 60% do Fundo no pagamento da remuneração, sem a necessidade de uso de pagamentos sob a forma de abonos.

COM BASE NESTAS DUAS INFORMAÇÕES, VAMOS ANALISAR:

Segundo informações de um conselheiro municipal, há um cálculo feito no começo do mês de Dezembro que aponta o valor de R$ 800 para cada professor (NO EFETIVO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES - é bom lembrar). O sindicato sugeriu ao poder executivo que este valor fosse repassado em forma de aumento salarial em 2009. Ora, "a regra é clara": Só haveria aumento salarial com as sobras do fundeb se tais sobras estivessem ocorrendo frequentemente, exigindo, portanto, uma REFORMULAÇÃO NO PLANO DE CARGOS E CARREIRAS, o que não está caracterizado no nosso caso. Algum professor se recorda quando tivemos um repasse significativo das sobras do antigo Fundef? Eu posso ajudar. Recordam-se de que há dois anos atrás, havia uma sobra calculada em cerca de R$ 2000 para cada professor? O respeitoso sindicato fez uma assembléia e anunciou que o Prefeito só pagaria R$ 700. Era pegar ou lagar. Me recordo que "todos" os professores desesperados por dinheiro (fosse o valor que fosse), levantaram as mãos e aprovaram a negociação. Espera um pouco:.. - Eu falei "negociação"? - Falou Ricardo!!! Palhaçada a minha!

NÃO É QUESTÃO DE NÃO QUERER AUMENTO. QUEREMOS JUSTIÇA, TRANSPARÊNCIA E RESPEITO PELA FUNÇÃO QUE EXERCEMOS. A MAIORIA DOS PROFESSORES VÃO PARA AS SUAS SALAS E TRABALHAM DIGNAMENTE. SE HÁ VALORES A SEREM REPASSADOS PARA OS PROFESSORES, QUE ELES SEJAM JUSTOS, QUE SIGAM A LEI E QUE REPRESENTEM A TRANSPARÊNCIA NECESSÁRIA PARA UMA CLASSE AINDA TÃO DESRESPEITADA E DESVALORIZADA, A COMEÇAR POR NÓS MESMOS, QUE NOS CURVAMOS A "QUALQUER" NEGOCIAÇÃO SINDICAL. PIOR QUE ATÉ AGORA NEM ISSO TIVEMOS...

É TRISTE VER PROFESSORES VENDENDO PRODUTOS DE BELEZA AOS COLEGAS; É VERGONHOSO VER DIRETORES E VICES VENDENDO PIPOCA E PIRULITO DENTRO DAS ESCOLAS... NÃO PRECISAMOS DISSO.

ONDE VAMOS PARAR? QUANTO VALE A NOSSA DIGNIDADE? ATÉ QUANDO SEREMOS REFÉNS DESSE TIPO DE VIDA?

SOCORRO!!! PARE O MUNDO QUE EU QUERO DESCER!!!




sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

NOVAS ELEIÇÕES EM POMBOS


Moradores de três cidades pernambucanas voltam às urnas em 2009

Os moradores de Caetés, no Agreste, Lagoa Grande, no Sertão, e em Pombos, na Zona da Mata pernambucana, voltam às urnas no primeiro trimestre de 2009. Segundo o presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), Jovaldo Nunes, os prefeitos eleitos não poderão assumir o cargo porque não tiveram seus pedidos de registro e candidatura deferidos pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Os prefeitos eleitos não foram diplomados na cerimônia realizada na última quinta (18) e serão temporariamente substituídos pelos presidentes das Câmaras Municipais.
Tão logo o TRE tenha sua primeira sessão em janeiro, o pleno vai decidir o calendário eleitoral para esses três municípios. “Eles terão um prazo de até quarenta dias para realizar as eleições com todo o processo eleitoral”, explica o assessor do TRE, Orson Lemos.

FONTE: Da Redação do pe360graus.com
NOTA DO BLOGUEIRO:
Há especulações de que a candidata derrotada, Dra. Fátima, afirmou que não irá participar de um futuro possível pleito na cidade de Pombos. Segundo informações de pessoas ligadas à candidata derrotada, ela se diz muito decepcionada com a diferença de votos entre ela e a candidata Jane Povão. Fala-se que o então prefeito, Josué Vicente, também já tenha se dado conta da grande derrota e tenha procurado Jane Povão para possíveis negociações políticas. E pra finalizar, ouvi boatos de que todas as pessoas contratadas que foram recentemente demitidas pelo prefeito, estão dispostas a fazer mais número a favor de Jane Povão.
Vamos aguardar.


quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

QUEM SABE UM DIA, GRAVATÁ...


Projeto de Educação de Petrolina está entre os dez melhores do país
O projeto da Política de Avaliação da Rede Municipal de Ensino de Petrolina (PARMEP) está entre os dez melhores do país em inovação da gestão educacional. O prêmio concedido pelo Ministério da Educação(MinC) - sob a coordenação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), em parceria com a Secretaria de Educação Básica (SEB), o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a União Nacional de Dirigentes Municipais (UNDIME), e a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) – reconhece o desenvolvimento de experiências inovadoras que promovam os objetivos e metas do Plano Nacional de Educação.
A secretaria municipal de Educação e Esportes, em 2006, já havia inscrito a experiência do Ser + Educação, no Prêmio Inovação em Gestão Educacional, sendo selecionada para compor o Banco de Experiências Inovadoras do INEP / MEC. Em 2008, com a inscrição da experiência (PARMEP), o município não foi só selecionado para compor o Banco, como foi eleito entre as dez melhores experiências do Brasil.
A premiação será realizada nos próximos dias 17 e 18 em Brasília, onde estarão presentes o prefeito Odacy Amorim, o secretário municipal de Educação e Esportes, Plínio Amorim, e a coordenadora do PARMEP, Maeve Melo. Além da premiação o município receberá RS 100 mil para serem investidos na otimização da experiência de avaliação municipal.
Professores da rede municipal de ensino são premiados
pelo bom desempenho na Parmep
A Secretaria de Educação da Prefeitura de Petrolina realizou na tarde desta segunda-feira (15), no auditório da Faculdade de Formação de Professores de Petrolina (FFPP) a premiação dos professores e equipes gestora que obtiveram o melhor desempenho na Avaliação da Rede Municipal de Ensino (Parmep). De acordo com a coordenadora da Parmep, Maeve Melo, 27 educadores receberam a premiação, onde também foram entregues aos premiados o certificado de menção honrosa. “As equipes gestora e os professores que foram classificados em primeiro lugar receberam notebooks e para os que ficaram em segundo lugar foram premiados com um computador”, explica Maeve.
De acordo com a professora de Português da Escola Profª Eliete Araújo de Souza, Marilúcia Rodrigues e também umas das premiadas pelo bom desempenho na Parmep, o recebimento do prêmio foi muito importante. “Esse prêmio me deixou muito feliz e realizada, pois através dele senti o reconhecimento do meu trabalho. Quero lembrar que recebi também o certificado de menção honrosa como professor destaque Parmep 2008, pelo bom resultado da turma do 8º ano do Ensino Fundamental. Agradeço a Secretaria Municipal de Educação pelo incentivo e valorização do professor”, enfatiza Marilúcia.
Na oportunidade do evento também foi entregue a premiação da “Sua Nota Vale Ouro”, em uma parceria com o Banco do Brasil que entregou poupanças no valor de R$ 250 para 18 alunos que se destacaram em cada série por setor do município.
PS: Profissionais dispostos a contribuir com uma Educação transformadora não nos falta. Idéias e desejos de revolucionar o sistema educacional, podem ser encontrados em várias escolas. O que falta é a sensibilidade em oportunizar experiências... O que falta é a destruição do personalismo (narcisismo barato) entre alguns dirigentes, diretores, professores e gestores municipais...

domingo, 14 de dezembro de 2008

Justiça Brasileira: Dinheiro, Inteligência ou Vontade Política?

Maat: Filha de Rá , é a Deusa da justiça, da verdade e do senso da realidade.

A vulnerabilidade a inversão de valores da Justiça brasileira nunca foi tão gritante em todos os segmentos sociais, econômicos e políticos. Para uns, ela é lenta e morosa; para outros, uma guilhotina veloz e implacável.
Eu me recordo que brincávamos nas aulas de Geografia, na Escola Polivalente José Joaquim da Silva, em Vitória de Santo Antão, quando líamos a frase da bandeira: ORDEM – para os Pobres. E PROGRESSO – para os Ricos. Brincadeira ou não, o jargão virou moda, tornou-se realidade e descreve bem como nos sentimos servidos pela Justiça da Pátria Mãe Gentil.
Já não mais suportamos assistir na TV Juízes, Empresários, Políticos e pessoas de dinheiro saírem ilesos de condenações criminosas, sorrindo da nossa dignidade, enquanto, muitos, sem recursos, são miseravelmente enquadrados nos rigores da lei. Mas só quem tem “recurso”, é quem tem direito a “recursos”? E a justiça não deveria oferecer a sociedade os recursos necessários, para que a mesma seja justa e igualitária?
É muito comum a choradeira e a desculpa de que as coisas não funcionam por falta de recursos, seja na Educação, na Política, na Saúde ou na Justiça. Mas isso, às vezes, ou quase sempre, é realmente só desculpa de quem quer colocar boi pra dormir. E, infelizmente, quem mais dorme é quem mais precisa: O Povo.
Ver um pai matar um filho, um filho assassinar o pai; ser testemunha da Amazônia sendo, segundo a segundo, devastada pela ganância das madeireiras; assistir diariamente as pessoas jogando lixo nas ruas; presenciar um assaltante levar um celular de uma senhora indefesa no centro da cidade, no meio de todos; saber que existem policiais que arriscam sua farda por uma propina, por uma facilitação, por um desvio; conhecer e reconhecer políticos que manipulam o povo, apelando até para crimes federais para se elegerem; ver duas crianças do sexo feminino às tapas em pleno pátio da escola, incentivadas pelas pessoas da própria escola; Como é comum ver pedófilos em cybers, na internet, pior, dentro das igrejas e seminários... Tudo isso é vulgarmente divulgado sem nenhum tipo de indignação, pelo contrário, tornou-se corriqueiro e natural aos olhos da sociedade contemporânea. Fecham-se os olhos para fatos como esses e deixam de aprender como serem justos, a serem inteligentes, a defenderem a vontade da política, da justiça, da verdade, do probo e da honestidade.
É preciso resgatar a idéia de que aprender política, defender a justiça, levantar-se contra a ganância e a difamação, não deixar que os nossos corações se turbem e também se endureçam diante as atrocidades humanas, é um trabalho consistente e cotidiano. Todos os dias, em todas as horas das nossas vidas.
E tudo isso não se faz com a consciência meramente obstinada, mas sim ativa. É como construir um castelo de areia, que sempre precisa de retoques. E às vezes vem uma onda ditadura e destrói tudo. Os autoritários chutam o nosso traseiro e a nossa vergonha.
Assim fizeram os fascistas, os nazistas, os defensores da desigualdade, todos os dias, sem nenhum pudor, sem nenhum senso de moralidade. Mas também a historia da humanidade já provou que o povo pode impedir ações que desfigurem a Justiça. Quem aprende política sabe dar os braços e agüentar o tranco. Quem aprende política sabe formar uma roda e girar com força.
Mas se alguém fica distraído, abobalhado ou anestesiado frente a uma TV, as águas dos apolíticos começam a minar toda construção. Eles chegam com suas quinquilharias de consumo e produção de lixo. Eles pisam no castelo e dizem que foi sem querer, sempre sem querer. O apolítico não tem culpa de nada; é uma consciência vazia. Mas o seu grande estrago é não diferenciar as ondas políticas
Pode ser a chuva, pode ser o som, pode ser o vento. Estão todos aí, como uma natureza indomável, prontos para derrubar o castelo. Mas não há desânimo, não há resignação, não há desamparo. Construir um castelo democrático é o desejo de quem quer aprender política.
É uma necessidade para quem sonha e vive a liberdade. É uma honra para quem se orgulha das lutas passadas, dos homens e mulheres que conquistaram o que temos hoje. Aprender política não se faz só com acertos; muitas vezes se erra. Mas se isso ocorre, é só recomeçar e trilhar novos caminhos.
Aprender deve ser a nossa educação e a nossa vontade política. Defender a Justiça com inteligência, sem sermos levados pela fascinação que o dinheiro proporciona, não nos fará entrar na lista dos que dormem com o peso das suas próprias incongruências.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

ATENÇÃO ANÔNIMO DO BEM!

Nelson Rodrigues costumava dizer:
"O PIOR CEGO É AQUELE QUE NÃO QUER OUVIR".

Em Gravatá, denúncia de compra de votos teria incluído até maconha
O município de Gravatá, no Agreste de Pernambuco, vive às voltas com nova polêmica, depois que a eleição municipal foi definida por uma diferença de 90 votos. A Justiça Eleitoral apura uma denúncia de compra de votos no município, que inclui até distribuição de maconha.

Dois áudios - o primeiro com pouco mais de 20 minutos e outro de oito minutos - [confira trechos acima] traz Eduardo Caçapa, coordenador da militância do prefeito eleito Ozano Brito (PSDB), em afirmações comprometedoras.

Ele diz ter distribuído cestas básicas, dinheiro e droga em troca de votos. As gravações, que passaram por perícia, foram feitas pouco depois da vitória de Ozano sobre Bruno Martiniano (PTB).

"Comprei cem real de maconha pra dar (sic) (...) tudo que você imaginar eu fiz, tudo", afirma Caçapa. Em outro trecho, ele diz ter dado R$ 80 a um pescador para compra de uma tarrafa (pequena rede de pesca) em troca de voto.

"Época de eleição, na Russinha, tem quatrocentos votos. Na sexta-feira, chegou Ozano, vá pra Russinha sozinho, você e o motorista, casa por casa, tem duzentas e poucas casas. Visitou toda casa (sic)", menciona Caçapa sobre a participação do prefeito eleito.

"Também o povo não pede muita coisa não. É uma feirinha, é uma conta de água. Agora, enquanto seu Bruno Martiniano, e qualquer outro não entender isso, nunca vai ganhar nada em Gravatá", ironiza.

FONTE: http://jc.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2008/12/01/em_gravata_denuncia_de_compra_de_votos_teria_incluido_ate_maconha_37165.php

POSTADO ÀS 14:50 EM 01 DE Dezembro DE 2008

sábado, 29 de novembro de 2008

ESSES VELHOS, POBRES VELHOS

Por:
Lucivânio Jatobá

De súbito, comecei a sentir o que é ser velho nesse País, campeão mundial em corrupção. Curiosamente, essa tomada de consciência aconteceu imediatamente após aquilo que antigamente se designava como “data natalícia”.
O carnê para o pagamento do meu Seguro Saúde, de uma empresa privada, no mês de novembro deste ano (2008), me chegou à mão. Antecipadamente, como sempre faço (fazia), dirigi-me ao caixa do banco para pagá-lo. Mas aí a surpresa. No mês passado havia desembolsado, pelo mesmo plano, a quantia de R$ 420,89. Agora, estava lá escrito para que meus olhos de São Tomé lessem: pagamento até a data de vencimento: R$ 719,70 (setecentos e dezenove reais e setenta centavos). Pensei: “houve engano! Não é possível! Mais de 70% de aumento num período ainda de baixa inflação...” Isso está errado!”
Paguei, obviamente, para não ficar desamparado. Depois liguei para a atendente responsável da empresa para que ao menos me informasse se houve algum equívoco naquele valor ou o que tinha mesmo acontecido. Friamente, a jovem atendente, de voz padronizada, como se fosse um robô, foi bem objetiva:
- Dê-me o número do seu CPF, senhor!
- Não houve erro nenhum, apenas o senhor ficou mais velho no último dia 21 de novembro e o seu pagamento sofreu um aumento de aproximadamente 70%, conforme as cláusulas contratuais.
Em outras palavras, comecei a pagar caro pelo fato de que estou acompanhando a tendência da população brasileira e envelheci, ou seja, venci a subnutrição, a mortalidade infantil, as doenças epidêmicas, a dengue, a cólera... e por aí vai. Atingi a casa dos 56 anos. Brasileiro teimoso esse...!
Ao sair do banco, após o assalto oficial, dentro dos trâmites legais das cláusulas contratuais... comecei a recordar fatos.
Primeiro me veio à mente uma declaração, de uma “alta autoridade governamental”, no Brasil, há uns 4 anos, dizendo que “ o problema da Previdência Social era que a população estava envelhecendo muito...!” ( Incrível a coragem dessa gente! Não mede palavras! ).
Outra cena foi a dos velhinhos sendo humilhados num recadastramento absurdo da mesma Previdência Social, que era para ser exatamente a responsável pelo apoio total aos idosos.
Depois recordei uma reunião burocrática insuportável, da qual participei numa certa instituição de ensino. Na ocasião, discutia-se o fracasso do ensino superior no país ( campeão de corrupção, sempre é bom lembrar). Subitamente, um mais menos jovem professor, titulado, saiu com essa:
- O problema do ensino superior aqui é que ainda há muitos professores velhos. Eles precisam se aposentar para que seja oxigenada a instituição...”
Por último comecei a pensar como meus botões: será que o país campeão de corrupção está sob o domínio do Nazismo e eu, alienado como sou, nem sabia...?
Inevitavelmente, as cenas dos trens descarregando milhares de seres humanos, cujo crime era ter sido judeus, me surgiram. Na entrada de Auschiwitz, na plataforma da estação improvisada, um kapo ou um oficial bestial da SS formava duas filhas. Numa, os jovens e os mais saudáveis, que serviriam para o trabalho escravo. Noutra, os velhos que iriam ao encontro da Solução Final, aspirando o gás mortífero, num pseudo banheiro imundo.
A solução final, mais modernizada e dentro da lei, já chegou ao país campeão do mundo em corrupção. Instalou-se com os ares da pós-modernidade. É defendida, nas entrelinhas, até por altas autoridades governamentais.
Aos velhos, a fila que dará entrada para os hospitais públicos do país... Quantos idosos poderão desembolsar 700, 1000, 2000 reais, por um plano de saúde, para o qual antes contribuíram anos a fio, para que possam morrer, pelo menos com dignidade, num hospital particular?
Se o problema do país campeão são os velhos, que durante tanto tempo trabalharam e pagaram impostos, depois consumidos pelo ralo de amplo raio de curvatura da corrupção, que se adote a “Solução Final”, mas sem subterfúgios, sem mentiras, sem falseamentos estatísticos, sem propagandas governamentais caríssimas em TVs, sem demagogias...
Lucivânio Jatobá é professor da UFPE - CFCH.
Locutor da Rádio Universitária AM e da Rádio Capibaribe.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

TODO ANÔNIMO É UM BABACA

Olá Amigos.
Estou de volta depois de alguns dias curtindo um descanso mais do que merecido na semana passada, haja vista eu ter aniversariado no honroso dia 20 de Novembro. Merecidamente fui até Natal-RN acompanhado do meu "love" dá uma respirada, encher meus pulmões pra segurar o resto do tranco que me exige até o próximo mês. E como foi bom...
Esta semana, quando voltei para as minhas atividades trabalhistas, políticas e literárias, eis que encontro um comentário anônimo em um dos meus textos (neste blog), o que trata da indefinição das eleições municipais, que convido a todos a lerem a bobagem, a burrice, a estapafúrdia que este covarde escreve.
Como eu não costumo esconder atrás de ninguém, nem da internet, nem de prefeito, nem de site, nem de secretário, nem de diretor escolar, nem de idiota nenhum, eu resolvi publicar a minha resposta pra este anônimo, aguardando um novo comentário dele, o que significa dizer que ele é meu leitor assíduo, que tem o bom gosto de ler meus textos. E isso me deixa até feliz porque um velho amigo ja nos ensinava que "só se atira pedras em árvores que dão frutos".
Pra me ajudar a ilustrar o texto-resposta, eu fui ao bom Google e pesquisei uma imagem que representasse este anônimo. E lá estava, a imagem a seguir, com o título: TODO ANÔNIMO É UM BABACA. Perfeito!
Por isso, DEDICO ESTE TEXTO AO Anônimo do Bem:


1- Se você for do sexo masculino, você não é um homem de moral, de caráter, de honra. Se você for do sexo feminino, a situação ainda é pior. Isto porque não tem coragem de deixar nome, não se identifica como eu faço no meu blog, no meu Orkut. Tenha ao menos a dignidade de deixar seu nome, ou tem vergonha de ser quem você é?
2- É certo que um voto apenas faz uma vitória. Não tenho dúvida. A lógica diz isso. Não precisaria de você pra chegar a esta conclusão óbvia. Mas a questão é como se conquista uma vitória. Se você acha que vencer comprando as pessoas (inclusive você), trocar votos por favores, usar a máquina pública pra conseguir vencer se arrastando com apenas 90 votos é um ato glorioso, que poderemos pensar de uma criatura como você?
3- Tomar chá, eu tomo todos os dias, porque é uma bebida requintada. Não é uma droga (alcoólica) como você deve gostar de tomar pra curtir sua fossa de uma vitória sem honra. Toma chá de camomila, de erva doce, de erva cidreira por ser um hábito salutar. E independente do chá, eu durmo tranqüilo, todos os dias, graças a Deus, porque eu sou comprometido com a verdade, com a justiça, com a melhoria da Educação, valores dos quais você terá que nascer de novo pra conhecer.
4- Meu blog aceita os comentários (até os anônimos como o seu) mas eu sempre prezo pelos comentários que trazem um texto sem erros de Português ou que sejam inteligentes na sua essência. E você, anônimo, não tem nenhum dos dois.
5- E, pra finalizar, por favor, não me chame de Companheiro porque eu não me relaciono com pessoas sem coragem de mostrar a cara, com gente covarde que parece ter vergonha de assumir que é “do bem”. Chame de companheiro sua raça, seu tipo de gente, blz? E qualquer coisa, se quiser falar comigo, pode me avisar. Eu e meu grupo de amigos "do mal", estamos nos reunindo uma vez por semana. Se tiver coragem de aparecer, venha!

O meu nome é Ricardo Vieira. Sou Professor com muita honra e vergonha na cara!

Quer tentar me comprar? Diga seu lance? Podemos começar com R$ 1.000.000,00?

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Era uma vez uma Professora, uma Escola e um Sonho.



Professora Sunamita em sua antiga escola. Vê-se apenas abandono onde antes havia um grande pomar com várias hortaliças.


Foto: Ricardo Vieira.



* Por Sunamita Oliveira.

Era uma vez uma professora que acreditava que o ensino público poderia ser tão bom quanto o das escolas particulares, e certo dia, procurou colocar em prática um projeto que havia elaborado havia algum tempo: criar uma horta orgânica ao lado da escolinha onde trabalhava.

A idéia da professora tinha dois objetivos bem definidos: primeiro era o de despertar nos alunos e na comunidade escolar a consciência da necessidade de se preservar o meio ambiente. O segundo era promover uma mudança gradual nos seus hábitos alimentares, garantindo-lhes qualidade de vida.

Não bastasse a coragem de cogitar tal idéia, havia ainda outro obstáculo a ser superado: como desenvolver um pomar, um canteiro de hortaliças em um solo salinizado? Foi com base nos quatro pilares da educação para o século XXI pensadas por Jacques Délors, que são aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos, aprender a ser, que conseguimos tal feito, especialmente quando aprendemos a conhecer.

Com ajuda da comunidade e cooperação de algumas pessoas que compunham o poder político de seu país naquela época, a professora, em pouco tempo, transformou uma paisagem desoladora típica da caatinga, em uma visão inspiradora, em algo verdadeiro e promissor, como acreditava ela, a educação deveria ser.

As Palmas (plantas típicas da caatinga, que alimentam o gado) foram sendo substituídas por ALFACE, BETERRABA, CENOURA, RÚCULA, BROCÓLIS, MILHO, BERINJELA, COUVE, RABANETE, COENTRO... E o que parecia loucura e utopia, transformou-se num respeitável celeiro multicolorido que enriqueceu a merenda dos alunos, como também beneficiou os pais que ajudavam na manutenção da horta.

Esse trabalho proporcionou cenas inusitadas, como por exemplo, crianças de três anos comendo rabanete na salada, e mudanças de comportamento consideráveis, especialmente se partirmos do princípio de que crianças têm a fama de não gostar de verduras e hortaliças. Durante três anos, a qualidade de vida dos alunos, no que concerne à alimentação melhorou consideravelmente, assim como de seus familiares.

As mães da comunidade escolar receberam treinamento, orientação de como usar e preparar os alimentos de forma integral utilizando cascas, talos, folhas, etc. e os alunos por sua vez traduziam o que todos já ouviram falar: “Quem vai para a escola tem fome de aprender, desde que não tenha fome de fato.”

Um trabalho que tinha tudo para ser expandido, esbarrou na arrogância de “um rei mal coroado, que não queria o amor em seu reinado, pois sabia que não iria ser amado...” O que deveria ser um conto com final feliz para todos, acabou sendo vencido pelo ervas daninhas da falta compromisso com o ser humano, com a Educação, com o desenvolvimento, com o planeta em que vivemos.

A professora continua tendo sonhos. Muitos sonhos. A professora acredita que ter sonhos, mesmo aqueles que sofrem a ação maléfica do mundo, é sentir-se vivo em plenitude. Ela segue parodiando a ironia feita por Maquiavel “a mediocridade e o anonimato são a melhor escolha... o mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer”.

A professora continua acreditando que há alternativas dignas de construção social, política, religiosa e cultural, independente do “rei”, pois seus sonhos são maiores que os limites humanos. Ela ainda crê nas comunidades, acredita ainda nos homens de boa vontade. Acredita que poderemos um dia dizer, como num conto de fadas:
“E foram felizes para sempre...”


*Sunamita Oliveira
Educadora da Rede Municipal de Ensino – Gravatá.
Estudante de Psicologia.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Esperança: Mãe da Indignação e da Coragem



"A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las".
Santo Agostinho.



Há algum tempo que tento escrever sobre a Esperança. É, confesso, um tanto obvio dizer que Esperança é a última que morre, quando na verdade, para mim, ela é imortal e tenho entendido isso como uma meta de vida, de valor, de ideal humano. E neste apanhado de valores, redescobri que Santo Agostinho havia revelado que a Esperança é a mãe de duas inseparáveis companheiras que se locupletam.

Falar de Esperança no país como o Brasil parece piegas, soa muitas vezes como pleonasmo ou até mesmo como metáfora. Talvez seja ainda vista como uma hipérbole sentimental deste povo que vive num sofrimento único, mas, que não desiste nunca de sua alegria, de sua passividade e de sua multiplicidade de paixões por esta terra que abraça a todos com fé inexplicável.

E o que seria Esperança?

A palavra esperança quer dizer vastidão desdobrada.

O radical “spe” (desdobrar, crescer, florescer) do latim, também deu origem à palavra “próspero”. A esperança é um sentimento que cresce e se desdobra, infinitamente, à frente de quem a experimenta.

É um esperar movimentado, não estacionado. O radical “spe” também deu origem à palavra “espaço”. O que cresce e se desdobra ocupa evidentemente um espaço, criando-o idealmente.

Na língua portuguesa esperar e aguardar são sinônimos, mas nas suas origens são coisas diferentes. Esperar vem do latim e é uma espera de coisas boas e aguardar vem do germânico e é uma expectativa relativa à guerra, uma espera pelo inimigo.

Será que é possível transformar estes conceitos numa realidade mais palpável, no mínimo em uma pequena parcela da sociedade em que vivemos? Talvez se esta Esperança, que tanto cremos ou falamos, gerar conseqüências, mover espaços, criar um ato próspero dando a luz a duas belas filhas - a indignação e a coragem -, poderemos avançar, evoluir como seres humanos dotados de uma Esperança que move montanhas.

Indignar-se com as coisas absurdas que acontecem no nosso País, em nosso estado, em nossa cidade, ou ate mesmo no nosso local diário de convivência (trabalho, lar), deve ser fruto da nossa esperança. Indignar-se ao ver a corrupção, a pobreza, o absurdo de poder, a desigualdade e tantos outros males que perturbam o equilíbrio mundial é o mínimo que poderemos fazer em prol de nós mesmo.

A coragem entra no fato de querer mudar a coisas. Simplesmente criticar não deve ser nossa atitude. Se analisarmos minuciosamente, somos corruptos, gananciosos, indiferentes. Por isso é preciso querer mudar a nós mesmos para assim querermos mudar o resto. Querer mudar o mundo é querer mudar a si, junto com o Cosmos. Se não estamos felizes, o Cosmos também não está. Eis uma unidade fundamental que ainda não entendemos, tanto por não haver indignação e coragem numa proporção global.

Muitos de nós estamos com esperança do Latim, ou seja, estamos aguardando, de braços cruzados, que algo acontece a nosso favor, sem movermos um dedo em direção ao nosso objetivo. É aí que entra o crivo da idéia religiosa de esperança atrelada a fé. O Maior Homem do mundo, o Mestre dos mestres, o Filósofo dos Pensadores, o Revolucionário de ideal Socialista por natureza – Jesus, o Cristo, deixou-nos um alerta: “Ajuda-te e o Céu te ajudará”.

O que precisamos é da Esperança com base no pensamento germânico, de expectativa referente à luta, uma atenção contra inimigos freqüentes como a corrupção, a pobreza, o abuso de poder, a desigualdade entre homens e classes, o autoritarismo, a discriminação de toda ordem e milhares de outros males que nós mesmos reproduzimos, porque somos covardes, omissos e silenciosos.

Há um ditado budista que diz: “é melhor quebrar ossos do que promessas”. Se nós vivemos de promessas, de que devemos crer em uma mudança de conduta, de comportamento, de administração pública, estamos reproduzindo um erro gravíssimo contra nós mesmo: a inércia. Devemos viver de uma esperança pulsante, tal como os movimentos da alma. E como a alma, a Esperança não morre jamais. É importante que não nos tornemos reféns do aguardo. Que estejamos livres na espera (expectativa) burilando nossos braços para a luta que não cessará tão cedo.

Eis o momento em que eclodem em nós, as filhas da Esperança. Che Guevara (sempre ele) me ensinou que a maior virtude de um ser humano é sentir-se indignado diante de qualquer injustiça. E nos ensinou como colocar em prática a sua Esperança quando teve a coragem de abandonar os requintes do poder político e ganhar o mundo pela bandeira da liberdade.

Talvez não seja tarde pra confessar que eu tenho, que eu sinto, que eu absorvo a indignação, mas que me falta tanta coragem quando me sobra em Esperança de dar um mínimo de contribuição para que males outros não se instalem na vida das pessoas com quem divido um ideal.

Quando iremos viver em plenitude a Esperança? Onde encontraremos o sentido para continuarmos acreditando na Esperança? Quando haverá o desdobrar, o crescer e o florescer das nossas Esperanças? Qual a fórmula para aprendermos a viver com coragem, com indignação, com espaço e prosperidade conquistados com dignidade? Certamente não conseguiremos sozinhos e isolados tal como fazem o eremitas se entregam ao claustro dos desertos e se privam do contato humano, num ato covarde de ascender espiritualmente. Eis porque termino dizendo:

“Só não se aprende nada. Nada se aprende só”.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A MÚSICA E A EDUCAÇÃO NA POLÍTICA

Geraldo Vandré


Canção da Despedida

Já vou embora, mas sei que vou voltar
Amor não chora, se eu volto é pra ficar
Amor não chora, que a hora é de deixar
O amor de agora, pra sempre ele ficar

Eu quis ficar aqui, mas não podia
O meu caminho a ti, não conduzia
Um rei mal coroado,
Não queria
O amor em seu reinado
Pois sabia
Não ia ser amado

Amor não chora, eu volto um dia
O rei velho e cansado já morria
Perdido em seu reinado
Sem Maria
Quando eu me despedia
No meu canto lhe dizia.

Geraldo Azevedo e Geraldo Vandré



Em uma entrevista cedida a um jornalista no ano de 2000, Geraldo Vandré diz que jamais foi cantor de protesto, mas, um cantor erudito. Questionado na mesma questão, quando o jornalista lembra que duas das canções – Pra não dizer que falei das flores e Canção da Despedida – tem um tom de protesto, ele diz que nunca foi bem entendido...


Se é ou se não é, se foi ou se não foi, eu, e creio que 99 em cada 100 brasileiros, acredito verdadeiramente que esta canção que selecionei acima, tem um tom muito claro de que existe um grau de protesto político contra o regime militar vivido pelo Brasil justamente na época que Vandré lançou a música.

Como eu gostaria de escrever, mesmo que fosse pra negar a sua intenção, uma canção tão carregada de revolta e tão encharcada de poesia, nos dias de hoje. Quem se envolveu nas últimas eleições municipais, como eu, sabe bem que associação pode-se fazer entre o contexto da música de Vandré e os dias atuais.

Não há como não remontar os anos negros da ditadura militar no Brasil, a partir do golpe de 64. Minha mãe tinha apenas seis anos de idade quando se iniciou o processo ditatorial brasileiro. Portanto, não tenho noção alguma do que podem ter sido aqueles anos, a não ser pelos relatos dos livros e de pessoas que viveram e sobreviveram àquela situação única. Livros, eu li muitos. Aos montes. Mas nada como um testemunho vivo para se sentir na pele a vergonha que se tem desta página da história do Brasil. E eu vivi tal experiência.

Fui militante da JOC – Juventude Operária Cristã, entre os anos de 1990 e 1998, através da qual viajei mundo e fundos conhecendo as dificuldades da juventude trabalhadora brasileira, levando a dupla missão que constituiu e continua a constituir a finalidade da JOC: a libertação dos jovens trabalhadores e trabalhadoras; ser testemunha da presença libertadora de Jesus e do projeto de Jesus Cristo no seio da classe operária.


Apenas para situar nos situarmos:


A JOC nasceu na Bélgica em 1925 pela iniciativa dum jovem padre, Joseph Cardijn e de um grupo de jovens trabalhadores e trabalhadoras. Nasceu para dar resposta à situação de sofrimento e exploração vivida pelos jovens operários e à necessidade da Igreja os entender e organizar. No Brasil, registra-se no ano de 1933, os surgimentos dos primeiros grupos de JOC nos principais centros industriais do Brasil: Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo. Em 1938 é criado o Secretaria Nacional da JOC para promover a difusão do movimento pelo território nacional. Este ano a JOC está completando oficialmente 60 anos de luta.


E foi nesse ínterim de militância que me situei no movimento por maravilhosos oito anos. A JOC me proporcionou muitos momentos de aprendizado inestimável. Um deles foi justamente quando, em Minas Gerais, conheci um militante que havia sido preso e torturado pelos militares em 1965. Quero chamá-lo apenas de João.


João contou-nos o que viveu durantes quase 60 dias de prisão e torturas das mais cruéis. Lembro-me que todos choraram ao final de cada cena contada por ele. Havia momentos que sentíamos desejo de está ao lado dele, quando ele nos contou do dia em o movimento resolveu colocar armas nas mãos para se defender. Todos nós nos arrepiamos quando João relatou que estava dentro da sede da JOC quando quatro militares invadiram e prenderam-no debaixo de socos e pontapés.

Ao final daquele relato vivo, não havia nem glória, nem havia total tristeza. Apenas um misto de alívio e de superação nos olhos de João. Ele carregava consigo as lembranças do que foram aqueles anos obscuros. Nós entendemos que havia muito por se fazer em prol da permanência da democracia. Tínhamos gratidão total ao companheiro João.

Vendo-me hoje e vendo tudo que tem vivido as pessoas que tiveram a coragem de não concordarem com o lema “mudar pra quê, pra que mudar?”, eu olho para estas páginas horrendas do Brasil e sucumbe-me a dor de imaginar que todos nós estamos passando pelos mesmos sofrimentos intelectuais e morais que enfrentou João.

E eu não preciso ter vivido o que João viveu pra saber que toda ditadura é uma ameaça à construção histórica, porque é uma ameaça à memória dos vencidos, dos opositores, cujos testemunhos se desbotam e se perdem, sufocados, sem ter para meios para propagar-se.

Encontrei há pouco tempo atrás, numa página da internet uma matéria da Revista Seleções, logo após o golpe, exibia como título "A nação que salvou a si mesma", e oferecia um pôster com o seguinte slogan: "Verde-amarelo, sem foice nem martelo". Não sei se a nação se salvou e nem sei se a “foice e o martelo” seriam a pior das opções para o Brasil em dias como os nossos. Sei que apesar de tudo, vale observar que foi naquela época que foram instituídos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, 1961), a Assistência Social - Escolar, o Código Sanitário, o Estatuto do Trabalhador Rural (1963), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade, 1962), a Superintendência Nacional do Abastecimento (Sunab, 1963) e outros instrumentos democráticos.

O país estava paralisado por causa dos ataques contra os princípios democráticos? Claro que não. Este era um dos argumentos usados pelos conservadores para instaurar a crise política e aterrorizar a população com a ameaça do comunismo e da "baderna". Não, não estava. Pelo contrário: uma ampla agenda de reformas democráticas vinha sendo conduzida por pessoas que não se curvavam diante do rei mal coroado que não queria o amor em seu reinado.

A ditadura brasileira foi desmobilizadora. Os militares entendiam que a ideologia só atrapalhava. Apesar de algum apelo retórico (do tipo "Brasil, Ame-o ou deixe-o"), não houve um esforço de mobilizar, de organizar a sociedade civil. Esta foi uma contradição que minou a ditadura. O modelo adotado propiciou uma sociedade civil cada vez mais organizada e plural, que o governo teve que tolerar, não pôde absorver. Na década de 70, cresceu a organização do associativismo, do sindicalismo, das associações de moradores. A sociedade estava se redemocratizando de baixo para cima. É como o mito da fênix.


Suely Souza de Almeida, Decana do Centro de Filosofia e Ciência Humanas (CFCH) da UFRJ, identifica as "ditaduras" a que somos submetidos ainda hoje: "Lutamos contra outras formas de ditadura: a do grande capital, do trabalho escravo, dos mecanismos discriminatórios, da efemeridade dos projetos sociais".


Eu completaria a idéia de Suely dizendo que enfrentamos muitas outras formas contemporâneas de ditadura, como por exemplo, a de não sermos professores livres para escolhermos nossos representantes políticos no município sem medo de represálias.

Onde já se viu proibir professor de entrar em espaço público (escola municipal) para tratar de assuntos pessoais com outro colega de profissão, a não ser em regimes ditatoriais?


Onde já se viu coibir que no espaço público (escola municipal) a presença de um amigo jornalista, em caráter amigável, que não seja em formas de governo fascista?


Será que não estamos saindo do caminho construído nos últimos 40 anos, que é a democracia? Como venceremos estes resquícios de ditadura e quando sufocaremos as ações fascistas se professores se desconhecem na ciranda do poder?


Aloísio Teixeira já dizia: “A vitória da democracia resulta de esforço cotidiano”. Poucos querem perceber que as ações, principalmente da democracia dentro dos ciclos educacionais, exige de cada professor e de cada educador um esforço hercúleo diário para que os subterfúgios politiqueiros acima citados, não ganhem proporções ainda mais disseminadas.

Parece que após quase 20 anos de democracia, nossa Educação ainda não é democrática. Se aceitamos a Educação como o principal pilar de qualquer democracia que se preze, chegamos à triste constatação de que não conhecemos a verdadeira cidadania. Dizem melhor as palavras de Anísio Teixeira:

“Só existirá democracia no Brasil no dia em que se montar no país a máquina que prepara as democracias. Essa máquina é a da escola pública”.

“Amor não chora. Eu volto um dia”...

O GÊNIO DA MATEMÁTICA É HOMENAGEADO PELO SENADO


Agência Senado - 07/05/2008 - 15:11

Cearense bi-campeão das Olimpíadas de Matemática é homenageado por comissão do Senado Agência Senado/J. Freitas Ricardo Oliveira ao lado da senadora Patrícia Saboya. Durante a homenagem que recebeu nesta quarta-feira (7), na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), o estudante cearense Ricardo Oliveira - ganhador de duas medalhas de ouro nas Olimpíadas Brasileiras de Matemática das Escolas Públicas - disse que ainda não tem planos definidos para o futuro, embora queira se dedicar à área de ciências exatas. Ele comentou que sua vida não foi "muito fácil" e que sempre se dedicou muito aos estudos.

Ricardo afirmou não se sentir diferente das demais pessoas pelo fato de ser bi-campeão nas Olimpíadas de Matemática, uma vez que, para ele, todas as pessoas têm o mesmo direito de buscar oportunidades. Ele dedicou a sua mãe, Francisca Antônia da Conceição Oliveira, todas as conquistas que alcançou. Também agradeceu a dedicação de seu pai, Joaquim de Oliveira da Silva - a quem ele se referiu como "braço direito, guarda-costas e secretário".

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), autor do requerimento de homenagem, observou que o poder público deve dar atenção aos jovens, pois, em sua opinião, existem milhares de brasileiros em situação semelhante à de Ricardo, que esperam oportunidade para manifestar seus talentos. Eduardo Azeredo ressaltou que a homenagem da CAS tem o objetivo de cumprimentá-lo pelo seu esforço pessoal, bem como o de sua família.

"Que a sua dedicação à educação seja um exemplo para todo o Brasil", disse.

Também na opinião do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), a família teve papel fundamental no sucesso de Ricardo. Apesar das dificuldades financeiras e físicas - o estudante é portador de uma doença neurológica que atrofia a medula espinhal e causa fraqueza nos músculos -, Tasso observou que o estudante obteve conquistas muito longe de ser alcançadas por estudantes privilegiados.

Para o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), Ricardo vai tornar-se um cientista e um pesquisador de sucesso. A senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) também concordou que "o medalha de ouro" tem todas as condições para isso, por ser "um cientista nato".

O exemplo de Ricardo, disse o senador Flávio Arns (PT-PR), pode servir como precedente para a implementação de ações municipais de estímulo à educação. Flávio Arns, que é vice-presidente da Subcomissão de Assuntos Sociais das Pessoas com Deficiência da CAS, sugeriu que a comissão permaneça como "um canal de comunicação aberto" entre o estudante e o Parlamento.

O senador Romeu Tuma (PTB-SP) confessou que se emocionou ao assistir o vídeo do programa Fantástico, da Rede Globo, apresentado na audiência, no qual foi relatada a história de Ricardo. Tuma disse que o jovem é "um exemplo vivo" de como as conquistas são possíveis. A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) compartilhou essa opinião com o senador e ressaltou o compromisso e a persistência nos estudos como fator de sucesso dos estudantes.

Investimentos

Segundo assinalou o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), os investimentos em presídios são quase dez vezes maiores do que os gastos com educação. O senador reconhece a necessidade investimentos na área de segurança, mas defende maior aplicação de recursos na educação.

De acordo com o prefeito de Várzea Grande (MT), José Helder de Carvalho, o talento de Ricardo, que também inclui Astronomia e Astronáutica, foi descoberto por meio do Programa de Educação Inclusiva, implantado pela prefeitura.

O prefeito também informou que a família está morando na zona urbana, em frente à escola, que Ricardo recebeu uma cadeira de rodas motorizada e seu computador já tem acesso à Internet. José Carvalho disse que ele recebeu ajuda, mas o mérito maior pelas conquistas é do estudante.

FONTE: http://verdesmares.globo.com/v3/canais/noticias.asp?codigo=219098&modulo=125

domingo, 9 de novembro de 2008

A cidadania ao nosso alcance


O Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC) criou o Atitude Cidadã para dar visibilidade a iniciativas individuais ou coletivas de cidadania. Através de seus veículos, divulga e incentiva exemplos de gente simples que faz questão de fazer o bem. São notícias que tem o poder de multiplicar a solidariedade e somar esforços na construção de um mundo mais justo e cidadão.

A excelente receptividade mostra que matérias positivas são muito bem vindas nos noticiários atuais. E você pode contribuir com esta iniciativa, sugerindo pautas, falando sobre projetos, comentando matérias e fazendo críticas.

Iniciado em março de 2007, o projeto editorial Atitude Cidadã conta histórias de pessoas, ONGs e movimentos da sociedade civil organizada que fazem algo pelo próximo. Com isso, mostramos nosso compromisso em destacar o que também acontece de bom no nosso dia-a-dia. Buscamos, assim, mudar a impressão geral de que os jornais apenas gostam de noticiar tragédias e problemas que acontecem no cotidiano.


O Atitude Cidadã conta agora com um site exclusivo, onde todas as reportagens produzidas pelo SJCC estão reunidas. Aqui você também poderá deixar sua mensagem e contribuir com o nosso projeto, através de sugestões de histórias com este perfil.

Assim, o Jornal do Commercio, Rádio Jornal, Rádio JC/CBN, TV Jornal e JC OnLine – veículos que compõem o SJCC – têm o compromisso diário em destacar a cidadania. Porque atitudes cidadãs merecem, e devem, ser destacadas.

G-20 conclui encontro com promessa e sem proposta


Após três dias de intensas negociações, o G20, grupo que reúne grandes países emergentes, encerrou seu encontro em São Paulo sem propostas concretas mas com alguns consensos sobre os próximos passos para combater a crise financeira global, o principal deles em torno da necessidade de ações coordenadas.

O desafio-chave é resolver a crise financeira de uma maneira duradoura e suavizar o impacto da crise na atividade econômica global por meio de medidas abrangentes, coordenadas e no momento adequado', afirma o comunicado final do encontro. A seguir, os principais pontos do comunicado divulgado neste domingo:

- O G20 precisa definir medidas para restaurar o crescimento e a estabilidade financeira;

- O G20 deve desempenhar papel-chave na garantia da estabilidade econômica e financeira global;

- O G20 tomará ação conjunta para reduzir a volatilidade dos mercados, restaurar os níveis normais de crédito;

- O G20 reconhece a necessidade de melhorar supervisão e governança das instituições financeiras;

- O G20 deve assegurar formas para melhorar a proteção de instituições de importância sistêmica;

- O G20 reconhece necessidade de expandir fórum sobre estabilidade financeira para incluir economias emergentes;

- O G20 pede que todos países resistam ao protecionismo, reitera apoio para rápida conclusão da Rodada de Doha;

- Países com desvalorização cambial e inflação precisam de monitoramento atento das autoridades monetárias;

- É preciso uma reforma abrangente das instituições de Bretton Woods, dando mais voz aos países emergentes.

Fonte: site da VEJA

sábado, 8 de novembro de 2008

Recife dos absurdos

Mais uma vez, pensando só neles, os nossos "queridos vereadores" do Recife reajustam abusivamente os próprios proventos em quase 30% , com a justificativa que eles também são trabalhadores como nós e têm o direito a aumento salarial.
É um absurdo os vereadores do Recife aumentarem os próprios salários pra mais de 9.000,00 reais, enquanto a maioria dos trabalhadores tem que sobreviver com 415,00 reais por mês. Isso é um desrespeito ao trabalhador assalariado que ganha salário mínimo (a maioria no Recife) e tem que se virar com ele para pagar aluguel, água, luz e sustentar a família em casa.

Essa despesa poderia ser direcionada para coisas realmente importantes como investimentos em uma educação pública de qualidade e não essa mascarada que temos que esconde o analfabetismo, e na saúde do município que está sucateada, por exemplo.

Enquanto milhares de recifenses estão em condições de extrema miséria, sobrevivendo, quando muito, com uma vergonha de valor proveniente de uma política social pública de assistência chamada Bolsa Família, os nossos queridos representantes na Câmara mamam nas tetas do município, aumentando abusivamente os próprios salários, não diferente do que costumam fazer, garantindo os próprios interesses quando deveriam lutar pelos eleitores que inocentemente ainda acreditam que pelo voto conseguirão eleger pessoas realmente comprometidas com as causas do povo! Nós os elegemos para cuidarem dos interesses da população e ficam lá a toa cuidando apenas dos interesses deles!

A população recifense precisa urgente se mobilizar para impedir esse absurdo que insiste em se repetir. As classes empresariais e os cidadãos da classe média residentes na capital deveriam fazer uma greve e deixar de pagar os impostos durante 3 meses até que se colocassem o salário destes políticos, de acordo com a realidade do município. Como legítimos representantes do povo, é ridículo os vereadores criarem seus próprios salários, sem a participação e aprovação da população. Por isso, sempre afirmo que o Recife não tem jeito mesmo. Vamos ter que continuar a conviver com esta pouca vergonha! Até quando?
Por Adroaldo Figueiredo.
EU FICO IMAGINANDO SE ESSA MODA PEGA AQUI EM GRAVATÁ...
SE VOCÊ CONCORDA COM ESSE "AUMENTOZINHO", LIGUE PARA OS VEREADORES E OS PARABENIZE! MAS SE CONSIDERA UM ABSURDO, UMA TRAIÇÃO AO POVO TRABALHADOR, LIGUE TAMBÉM E DEMONSTRE SUA INDIGAÇÃO.

André Ferreira - PMDB > (81) 3301-1339 // (81) 3301-1240 // (81) 3301-1339.

Antônio Luiz Neto - PTB > (81) 3301-1276 // (81) 3301-1207 // (81) 3301-1276.

Antonio Oliveira - PT do B > (81) 3301-1347 // (81) 3301-1224 // (81) 3301-1347.

Augusto Carreras - PV > (81) 3301-1336 // (81) 3301-1252 // (81) 3301-1336.

Caio Pires - PMN > (81) 3301-1250 // (81) 3301-1325.
Carlos Gueiros - PTB > (81) 3301-1278 // (81) 3301-1213 // (81) 3231-5336.

Cordeiro de Deus - PRB > (81) 3301-1346 // (81) 3301-1209 // (81) 3301-1346.

Daniel Coelho - PV > (81) 3301-1269 // (81) 3301-1340 // (81) 3301-1340.

Eduardo Marques - PTB > (81) 3301-1356 // (81) 3301-1220 // (81) 3301-1356.

Fernando Nascimento - PT > (81) 3301-1281 // (81) 3301-1232 // (81) 3301-1281.

Francismar Pontes - PTB > (81) 3301-1283 // (81) 3301-1283.

Fred Oliveira - PMN > (81) 3301-1274 // (81) 3301-1212 // (81) 3301-1274.

Gilberto Luna - PSB > (81) 3301-1343 // (81) 3301-1215.

Gilvan Cavalcanti - PMN >(81) 3301-1214 // (81) 3301-1275.

Gustavo Negromonte - PMDB > (81) 3301-1333 // (81) 3301-1223.

Henrique Leite - PT > (81) 3301-1362 // (81) 3301-1216 // (81) 3301-1216.

João Alberto - PSDB > (81) 3301-1357 // (81) 3301-1259 // (81) 3301-1259.

João Arraes - PSB > (81) 3301-1277 // (81) 3301-1198 // (81) 3301-1277.


José Antonio - PSL > (81) 3301-1331 // (81) 3441-4830 // (81) 3441-4830.

Josenildo Sinésio - PT > (81) 3301-1435 // (81) 3301-1211 // (81) 3301-1211.

Jurandir Liberal - PT > (81) 3301-1282 // (81) 3301-1249 // (81) 3301-1280.

Liberato Costa Júnior - PMDB > (81) 3301-1334 // (81) 3301-1199.

Luiz Eustáquio - PT > (81) 3301-1360 // (81) 3301-1246 // (81) 3301-1360.

Luiz Helvecio - PT > (81) 3301-1332 // (81) 3301-1233 // (81) 3301-1332.

Luiz Vidal - PSDC > (81) 3301-1335 // (81) 3301-1217 // (81) 3301-1335.

Marcos Menezes - DEM > (81) 3301-1272 // (81) 3301-1229 // (81) 3301-1229.

Mozart Sales - PT > (81) 3301-1270 // (81) 3301-1270 .

Nildo Resende - PTN > (81) 3301-1359 // (81) 3301-1255 // (81) 3301-1359.

Osmar Ricardo - PT > (81) 3301-1337 // (81) 3301-1228 // (81) 3301-1228.

Priscila Krause - DEM > (81) 3301-1244 // (81) 3301-1279 // (81) 3301-1279.

Roberto Teixeira - PP > (81) 3301-1234 // (81) 3301-1358 // (81) 3301-1234.

Romildo Gomes - DEM > (81) 3301-1341 // (81) 3301-1236 // (81) 3301-1291.

Severino Gabriel - PT do B > (81) 3301-1231 // (81) 3301-1345.

Severino Ramos - PMN > (81) 3301-1197 // (81) 3301-1230.

Valdir Facione - PMN > (81) 3301-1273 // (81) 3301-1201 // (81) 3301-1201.

Vicente André Gomes - PC do B > (81) 3301-1242.

Retaliação a adversários políticos com dinheiro do povo?

*A CARTA DE GRAVATÁ

Este blog tem informações seguras de que se encontra nas mãos do secretário de Infra-estrutura, um projeto de intervenção urbanística de caráter de “urgência”, para ser executado por ordem expressa do prefeito.

Informações de bastidores da PMG dão conta de que Cartas Convites já estão sendo providenciadas para selecionar a empresa executora dos serviços e a obra deve começar dentro de trinta dias.

A ordem do prefeito é para cavar uma grande vala na Avenida Agamenon Magalhães, sob o “pretexto” de revisar uma tubulação subterrânea, num local em frente à Hiper Padaria. A obra da prefeitura, se realizada, vai causar imensos transtornos no trânsito local, no estacionamento da rua e, por conseguinte, no movimento da Hiper Padaria.

Trata-se de empresa que existe há 10 anos no mercado, emprega dezenas de pessoas, gera impostos para o município e é ponto de referência para os turistas pelos excelentes serviços que presta na área de padaria, delicatessen e mercadinho de conveniência, restaurante, self service e lanchonete.

O empresário Alexandre Rabelo, contratou uma empresa e fez consultas junto a pessoas da prefeitura, para diagnosticar se existe algum problema no local que precise de uma intervenção em caráter de urgência.

A cidade tem conhecimento que no local – avenida Agamenon Magalhães – foi realizado um projeto de reurbanização e requalificação recentemente, não justificando uma intervenção emergencial.

Para muitos, a ação da prefeitura (que segundo pessoas ligadas ao prefeito é irreversível), nada mais é do que mais um caso de retaliação e de má versação do dinheiro público. O assunto deve ser tratado na Justiça e o empresário dispõe de provas documentais e testemunhais sobre as intenções do prefeito.

SAIBA MAIS SOBRE O CASO
Lanchonete e Sorveteria Bacana (1)

Lanchote e Sorveteria Gullas (2)


O Rei das Coxinhas (3)


A população de Gravatá acompanha calada (o candidato eleito em 5 de outubro também), estarrecida, com as retaliações que vem ocorrendo na cidade depois das eleições. Quem não votou no candidato do prefeito vem sendo cruelmente perseguido.
Vejamos alguns exemplos de Represálias Devassas:
Um vendedor de pamonha e milho cozinhado que trabalhava na Joaquim Didier com sua família;
Um engraxate Zona que teve sua cadeira de trabalho retirada da calçada da praça da Matriz;
Sorveteria Bacanas obrigada a retirar as mesas e cadeiras móveis da sua calçada por atrapalhar o trânsito das pessoas (1); O que parece cômico é que este pequeno comércio de alimentação apresentou um projeto que contemplava uma reformulação do espaço usado ao lado da CEF e foi aprovado pela secretaria de infra-estrutura pouco tempo antes das eleições. Pode?
Sorveteria Gullas (junto a Caixa Econômica) também sofre com a mesmo justificativa usada contra a Bacana (2);
o Rei das Coxinhas (ao lado da Telemar) também atrapalha o trânsito das pessoas que circulam aos milhares naquela calçada (3);
Ribeiro do Galeto (Agamenon Magalhães e Rua do Norte), foi alvo duplo, sendo obrigado a retirar peças como expositores de produtos.
Todos receberam ordens expressas e ameaças de multas pesadas caso não obecesse tais imposições da referida secretaria. Comprir e colaborar com algum projeto de reurbanização é obrigração de todo cidadão e de todo comerciante.
Acontece que a prefeitura tem se utilizado da idéia hipócrita dos "dois pesos e duas medidas" nas suas ordens. Se pararmos em frente a Sorveteria Gullas veremos que bem próximo existem outros estabelecimentos que não mudaram a sua rotina de funcionamento pelo fato de terem votado ou apoiado o candidato do atual e futuro ex-prefeito.
A cidade está cheia de estabelecimentos – principalmente os informais que não pagam impostos – utilizando cadeiras nas calçadas. Outros ocupam a calçada como se fossem uma propriedade privada, com telhas e toldos, mesas e cadeiras ocupando o que deveria ser o passeio público.

As ameaças continuam contra funcionários públicos, pequenos comerciantes da feira e dos bairros. Nunca os comerciantes de Gravatá (aqueles que não apoiaram o prefeito nas últimas eleições) foram tão perseguidos.

Por conta das retaliações, existe um movimento se formando na cidade, para combater as perseguições. Todos os casos estão sendo analisados para depois serem encaminhados à Justiça a fim de que as medidas autoritárias e discriminatórias acabem definitivamente em Gravatá.

O grupo prepara um manifesto público (A CARTA DE GRAVATÁ) para ser enviado às autoridades – governador, deputados e senadores, Justiça, ministério público, promotoria de justiça, Policias civil, militar e federal, OAB, meios de comunicação da grande imprensa, Amupe, instituições de defesa dos direitos humanos, Associações comerciais, CDLs e a Aciag e outros organismos de defesa do cidadão.

Quem se sentir comprovadamente perseguido e com seus direitos de cidadão sendo violados, recebendo ameaças e qualquer tipo de violações pode entrar em contato com o grupo. Nos próximos dias este blog fornecerá um endereço para receber as reclamações.

As reclamações serão feitas por escrito e depois de analisadas serão registradas em Cartório para serem encaminhadas aos setores competentes para as devidas providências. O Grupo Gravatá com Justiça em breve estará disponibilizando um call center (linha telefônica) para atender o registro de denúncias de retaliações. Aguardem!


*Grupo Gravatá com Justiça.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Como haviamos anunciado ontem, um grupo de pessoas saiu de Gravatá e foi até ao Morro da Conceição acender um significativo número de velas em agradecimento ao pleito da eleição passada.
Católicos que são, as pessoas lideradas pela Professora Sunamita, oraram aos pés da Santa Padroeira dando demonstração de fé e de confiança verdadeira na Justiça Divina. Todos de consciência limpa e tranquila de terem feito (assim como todos os 24.548 eleitores gravataenses) a melhor escolha e desprovidos de demagogias e ações apelativas e desrespeitosas.

O que eles vêem de risco na nossa urna eletrônica?

Mil razões levam à demora nas apurações eleitorais, nos Estados Unidos. Começa que as eleições, lá, ficam a cargo dos estados, não do poder central. Não há Justiça Eleitoral Federal nem uniformidade de procedimentos. Cada unidade da federação estabelece suas regras, desde a votação em imensas cédulas, onde se vota para tudo, até o uso de máquinas mecânicas ancestrais. Vota-se pelo correio e até antecipadamente, em alguns estados. Inexiste agilidade, as filas estendem-se por quilômetros, nas diversas comarcas.

Uma pergunta, então, sai daqui para lá, sob o risco de a resposta voltar e nos intranqüilizar: por que não adotam, em todo o território americano, essas simples maquininhas utilizadas no Brasil inteiro, responsáveis pela eliminação das filas e pela apuração e proclamação dos resultados em poucas horas?


Não tem limites a diferença tecnológica entre eles e nós: há quantos anos foram à Lua e voltaram? Por que, então, esse inexplicável culto ao atraso? Agora, a resposta, capaz de nos dar arrepios: votam assim porque desconfiam que num universo em permanente evolução cibernética, povoado de hackers, é possível fraudar eleições realizadas através de computadores. Mesmo com o método tradicional, do voto de papel e contagem manual, ainda encontram dificuldades. E nós, heim?


FONTE: Carlos Chagas - Tribuna da Imprensa

As Eleições em Gravatá Continuam Indefinidas


Há quem acredite que as eleições de Gravatá estão consumadas desde o último dia 05 de Outubro, quando declarou-se que o candidato do prefeito havia ganho as eleições com uma mísera diferença de noventa votos. Quem perdeu, perdeu. Quem ganhou, ganhou e não se fala mais nisso.

Quem é funcionário público da Secretaria de Educação como eu e ficou sendo tachado como oponente do “mal”, sabe quanto sofrimento nós estamos passando desde o desfecho do último pleito. Todos os dias escutamos frases de baixo calão, chacotas das mais humilhantes e, nesse ínterim, permanecemos sôfregos e engasgados com o injusto resultado.

Como já noticiei neste blog, um grupo se pessoas amigas ligadas ao vice-prefeito Regis da Banca, uniu-se em torno de um ideal: o de expor a indignação e decepção; partimos para a luta a fim de colaborar com a justiça e acreditar que ainda poderemos contar com o cumprimento do direito justo, recorrendo a quem de direito. E para aqueles que nos açoitaram, aguardamos dar uma resposta. E esta resposta parece começar a surgir.

Em uma reunião realizada na noite de ontem (05 de Novembro) com um dos advogados da coligação, Delmes Herval, o grupo ligado aos candidatos Bruno Martiniano e Régis da Banca, ouviu que as eleições em Gravatá continuam indefinidas e que a comarca do município tem um prazo estabelecido para se pronunciar em relação às denúncias já periciadas e que todos já conhecem.

Delmes explicou com detalhes como o processo está caminhando e orientou que precisamos está atentos e com fé de que a Justiça será favorável, seja aqui, seja no TER ou TSE, caso haja necessidade de recorrer da sentença. Ele informou que aguarda decisão da Justiça Eleitoral de Gravatá sobre as seguintes questões:

Denúncia encaminhada ao TRE, de crime eleitoral de utilização da máquina pública em favor do candidato do prefeito. (o caso do IPTU, com gravações e documentos);

Denúncia encaminhada ao TRE de crime eleitoral de compra de votos em favor do candidato do prefeito (com farta documentação registrada em cartório);


Denúncia encaminhada ao TRE a respeito de uma fita gravada contendo afirmações estarrecedoras feitas por um dos coordenadores da campanha do candidato do prefeito (o documento está periciado e deve ser instrumento de investigação policial pela gravidade das declarações).

Portanto, caros amigos, nós que fazemos parte do eleitorado de Gravatá que não deseja permanecer em um regime indireto de ditadura, devemos manter a chama vermelha acesa e aguardar, com muita fé e esperança, todo o desenrolar favorável do processo que tramita na Justiça Eleitoral.

PARA QUE VOCÊ POSSA SE MANTER INFORMADO, ACESSE:

www.blogdocastanha.com

No Blog do Jornalista Claudio Castanha, encontraremos sempre notícias atualizadas dos processos acima citados e nós também estaremos servindo de ponte entre os últimos acontecimentos, formando uma parceria séria que deseja ver o bem melhor de Gravatá.

O discurso do presidente Obama

"Olá, Chicago!

Se alguém aí ainda duvida de que os Estados Unidos são um lugar onde tudo é possível, que ainda se pergunta se o sonho de nossos fundadores continua vivo em nossos tempos, que ainda questiona a força de nossa democracia, esta noite é sua resposta.

É a resposta dada pelas filas que se estenderam ao redor de escolas e igrejas em um número como esta nação jamais viu, pelas pessoas que esperaram três ou quatro horas, muitas delas pela primeira vez em suas vidas, porque achavam que desta vez tinha que ser diferente e que suas vozes poderiam fazer esta diferença.

É a resposta pronunciada por jovens e idosos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, indígenas, homossexuais, heterossexuais, incapacitados ou não-incapacitados.

Americanos que transmitiram ao mundo a mensagem de que nunca fomos simplesmente um conjunto de indivíduos ou um conjunto de estados vermelhos e estados azuis. Somos, e sempre seremos, os Estados Unidos da América.

É a resposta que conduziu aqueles que durante tanto tempo foram aconselhados por tantos a serem céticos, temerosos e duvidosos sobre o que podemos conseguir para colocar as mãos no arco da História e torcê-lo mais uma vez em direção à esperança de um dia melhor.

Demorou um tempo para chegar, mas esta noite, pelo que fizemos nesta data, nestas eleições, neste momento decisivo, a mudança chegou aos EUA. Esta noite, recebi um telefonema extraordinariamente cortês do senador McCain. O senador McCain lutou longa e duramente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e duramente pelo país que ama. Agüentou sacrifícios pelos EUA que sequer podemos imaginar. Todos nos beneficiamos do serviço prestado por este líder valente e abnegado. Parabenizo a ele e à governadora Palin por tudo o que conseguiram e desejo colaborar com eles para renovar a promessa desta nação durante os próximos meses.
(...)

E não estaria aqui esta noite sem o apoio incansável de minha melhor amiga durante os últimos 16 anos, a rocha de nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira-dama da nação, Michelle Obama. Sasha e Malia amo vocês duas mais do que podem imaginar. E vocês ganharam o novo cachorrinho que está indo conosco para a Casa Branca. Apesar de não estar mais conosco, sei que minha avó está nos vendo, junto com a família que fez de mim o que sou. Sinto falta deles esta noite. Sei que minha dívida com eles é incalculável.
(...)
Mas, sobretudo, não esquecerei a quem realmente pertence esta vitória. Ela pertence a vocês. Ela pertence a vocês.
(...)
Foi construída pelos trabalhadores e trabalhadoras que recorreram às parcas economias que tinham para doar US$ 5, ou US$ 10 ou US$ 20 à causa. Ganhou força dos jovens que negaram o mito da apatia de sua geração, que deixaram para trás suas casas e seus familiares por empregos que os trouxeram pouco dinheiro e menos sono.

Ganhou força das pessoas não tão jovens que enfrentaram o frio gelado e o ardente calor para bater nas portas de desconhecidos, e dos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários e organizaram e demonstraram que, mais de dois séculos depois, um Governo do povo, pelo povo e para o povo não desapareceu da Terra. Esta é a vitória de vocês.

Além disso, sei que não fizeram isto só para vencerem as eleições. Sei que não fizeram por mim.
Fizeram porque entenderam a magnitude da tarefa que há pela frente. Enquanto comemoramos esta noite, sabemos que os desafios que nos trará o dia de amanhã são os maiores de nossas vidas - duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira em um século.

Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos valentes que acordam nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para dar a vida por nós. Há mães e pais que passarão noites em claro depois que as crianças dormirem e se perguntarão como pagarão a hipoteca ou as faturas médicas ou como economizarão o suficiente para a educação universitária de seus filhos.

Há novas fontes de energia para serem aproveitadas, novos postos de trabalho para serem criados, novas escolas para serem construídas e ameaças para serem enfrentadas, alianças para serem reparadas. O caminho pela frente será longo. A subida será íngreme. Pode ser que não consigamos em um ano nem em um mandato. No entanto, EUA, nunca estive tão esperançoso como estou esta noite de que chegaremos.

Prometo a vocês que nós, como povo, conseguiremos.
Haverá percalços e passos em falso. Muitos não estarão de acordo com cada decisão ou política minha quando assumir a presidência. E sabemos que o Governo não pode resolver todos os problemas.

Mas, sempre serei sincero com vocês sobre os desafios que nos afrontam. Ouvirei a vocês, principalmente quando discordarmos. E, sobretudo, pedirei a vocês que participem do trabalho de reconstruir esta nação, da única forma como foi feita nos EUA durante 221 anos, bloco por bloco, tijolo por tijolo, mão calejada sobre mão calejada.

O que começou há 21 meses em pleno inverno não pode acabar nesta noite de outono. Esta vitória em si não é a mudança que buscamos. É só a oportunidade para que façamos esta mudança. E isto não pode acontecer se voltarmos a como era antes. Não pode acontecer sem vocês, sem um novo espírito de sacrifício.

Portanto façamos um pedido a um novo espírito do patriotismo, de responsabilidade, em que cada um se ajuda e trabalha mais e se preocupa não só com si próprio, mas um com o outro. Lembremos que, se esta crise financeira nos ensinou algo, é que não pode haver uma Wall Street (setor financeiro) próspera enquanto a Main Street (comércio ambulante) sofre.

Neste país, avançamos ou fracassamos como uma só nação, como um só povo. Resistamos à tentação de recair no partidarismo, na mesquinharia e na imaturidade que intoxicaram nossa vida política há tanto tempo. Lembremos que foi um homem deste estado que levou pela primeira vez a bandeira do Partido Republicano à Casa Branca, um partido fundado sobre os valores da auto-suficiência e da liberdade do indivíduo e da união nacional.

Estes são valores que todos compartilhamos. E enquanto o Partido Democrata conquistou uma grande vitória esta noite, fazemos com certa humildade e a determinação para curar as divisões que impediram nosso progresso. Como disse Lincoln a uma nação muito mais dividida que a nossa, não somos inimigos, mas amigos. Embora as paixões os tenham colocado sob tensão, não devem romper nossos laços de afeto.

E àqueles americanos cujo apoio eu ainda devo conquistar, pode ser que eu não tenha conquistado seu voto hoje, mas ouço suas vozes. Preciso de sua ajuda e também serei seu presidente. E a todos aqueles que nos vêem esta noite além de nossas fronteiras, em Parlamentos e palácios, a aqueles que se reúnem ao redor dos rádios nos cantos esquecidos do mundo, nossas histórias são diferentes, mas nosso destino é comum e começa um novo amanhecer de liderança americana.

A aqueles que pretendem destruir o mundo: vamos vencê-los. A aqueles que buscam a paz e a segurança: apoiamo-nos. E a aqueles que se perguntam se o farol dos EUA ainda ilumina tão fortemente: esta noite demonstramos mais uma vez que a força autêntica de nossa nação vem não do poderio de nossas armas nem da magnitude de nossa riqueza, mas do poder duradouro de nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e firme esperança.

Lá está a verdadeira genialidade dos EUA: que o país pode mudar. Nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já conseguimos nos dá esperança sobre o que podemos e temos que conseguir amanhã.

Estas eleições contaram com muitos inícios e muitas histórias que serão contadas durante séculos. Mas uma que tenho em mente esta noite é a de uma mulher que votou em Atlanta. Ela se parece muito com outros que fizeram fila para fazer com que sua voz seja ouvida nestas eleições, exceto por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.

Nasceu apenas uma geração depois da escravidão, em uma era em que não havia automóveis nas estradas nem aviões nos céus, quando alguém como ela não podia votar por dois motivos - por ser mulher e pela cor de sua pele.

Esta noite penso em tudo o que ela viu durante seu século nos EUA - a desolação e a esperança, a luta e o progresso, às vezes em que nos disseram que não podíamos e as pessoas que se esforçaram para continuar em frente com esta crença americana: Podemos.

Em uma época em que as vozes das mulheres foram silenciadas e suas esperanças descartadas, ela sobreviveu para vê-las serem erguidas, expressarem-se e estenderem a mão para votar. Podemos.

Quando havia desespero e uma depressão ao longo do país, ela viu como uma nação conquistou o próprio medo com uma nova proposta, novos empregos e um novo sentido de propósitos comuns. Podemos.

Quando as bombas caíram sobre nosso porto e a tirania ameaçou ao mundo, ela estava ali para testemunhar como uma geração respondeu com grandeza e a democracia foi salva. Podemos.
Ela estava lá pelos ônibus de Montgomery, pelas mangueiras de irrigação em Birmingham, por uma ponte em Selma e por um pregador de Atlanta que disse a um povo: "Superaremos". Podemos.

O homem chegou à lua, um muro caiu em Berlim e um mundo se interligou através de nossa ciência e imaginação. E este ano, nestas eleições, ela tocou uma tela com o dedo e votou, porque após 106 anos nos EUA, durante os melhores e piores tempos, ela sabe como os EUA podem mudar. Podemos.

EUA avançamos muito. Vimos muito. Mas há muito mais por fazer. Portanto, esta noite vamos nos perguntar se nossos filhos viverão para ver o próximo século, se minhas filhas terão tanta sorte para viver tanto tempo quanto Ann Nixon Cooper, que mudança virá? Que progresso faremos? Esta é nossa oportunidade de responder a esta chamada. Este é o nosso momento. Esta é nossa vez.

Para dar emprego a nosso povo e abrir as portas da oportunidade para nossas crianças, para restaurar a prosperidade e fomentar a causa da paz, para recuperar o sonho americano e reafirmar esta verdade fundamental, que, de muitos, somos um, que enquanto respirarmos, temos esperança.

E quando nos encontrarmos com o ceticismo e as dúvidas, e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com esta crença eterna que resume o espírito de um povo: Podemos.
Obrigado. Que Deus os abençoe.
E que Deus abençoe os EUA da América".