segunda-feira, 3 de novembro de 2008



A dignidade, o respeito, o caráter, a ética sempre existiram, não vamos esquecer que devem continuar a existirem...


Um dos maiores fatores que tem contribuído para o aumento da violência, todos nós estamos cansados de saber que se chama “injustiça social”.

“Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça, e os seus aposentos sem direito, que se serve do serviço do seu próximo sem remunerá-lo, e não lhe dá o salário do seu trabalho”.

“Ai daqueles que nas suas camas intentam a iniqüidade, e maquinam o mal; à luz da alva o praticam, porque está no poder da sua mão! E cobiçam campos, e roubam-nos, cobiçam casas, e arrebatam-nas; assim fazem violência a um homem e à sua casa, a uma pessoa e à sua herança.

Naquele dia se levantará sobre vós um provérbio, e se lamentará pranto lastimoso, dizendo: Nós estamos inteiramente desolados; a porção do meu povo ele a troca; como me despoja! Tira os nossos campos e os reparte!”

(Jeremias 22.13; Miquéias 2.1-2).

Esta é a primeira pedra do efeito dominó, e ligada conseqüentemente a esta, vem à desigualdade social.

“Não farás injustiça no juízo; não respeitarás o pobre, nem honrarás o poderoso; com justiça julgarás o teu próximo”.

“Não oprimirás o diarista pobre e necessitado de teus irmãos, ou de teus estrangeiros, que está na tua terra e nas tuas portas”.

“No seu dia lhe pagarás a sua diária, e o sol não se porá sobre isso; porquanto pobre é, e sua vida depende disso; para que não clame contra ti ao SENHOR, e haja em ti pecado”.

(Levítico 19.15; Deuteronômio 24.14).

Talvez o homem desconheça esta palavra, ou a tem ignorado. Temos confessado com a nossa boca que somos religiosos, cristãos, ajudamos a quem necessita de ajuda, principalmente aqueles que gostam de aparecer vez ou outra na mídia, mas na prática, prevalece a mentira, a falsidade, o engano, e o descaso, em relação a este capítulo e os demais que iremos comentar. Daqui parte o princípio de uma série de conseqüências, cujos resultados acabam gerando a violência física.





''O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons. ''
Martin Luther King.






Desconheço sentimento que mais me deixa preocupado em relação aos seres humanos que não seja a falta de coragem em falar, em se fazer ouvir, em gritar seus sentimentos...


Desprovidos de dignidade, de respeito, de caráter, de ética, as pessoas têm apenas olhado para os seus próprios umbigos. Desconhecem feições antigas, apostam numa vida completamente desligada da vida do próximo, do olhar para o outro como se estivesse vendo a si mesmo... E muitos desses são geralmente vistos como “bons” para a sociedade...

Os seres humanos são classificados como animais racionais, mas muitos não são dignos dessa classificação. De fato, alguns seres, ditos humanos, adotam comportamentos que superam a bestialidade até mesmo das mais traiçoeiras feras. É claro que o comportamento selvagem dos animais decorre de sua necessidade de matarem para sobreviver. Nenhum deles se compraz em fazer o mal. Todavia, isso não é verdade no que se refere aos seres humanos. A triste realidade é que não são poucos os que se encontram nos estágios primários da evolução.


A covardia é filha da insensibilidade pelo sofrimento alheio e do egoísmo, arquiteto das muralhas que erguemos para assegurar a inviolabilidade de nosso bem estar e para impedir que descortinemos o sofrimento que pode ser causado por algumas de nossas ações em busca desse mesmo bem estar, quando ele é obtido às expensas do bem estar de outros.


A covardia somente é possível de ser posta em prática quando se detém a parcela de poder por ela exigida. Constitui um dos instrumentos empregados por Deus para mensurar o nosso comportamento. É Deus quem nos possibilita sermos covardes, já que todo o Poder nos é dado por ele e a covardia disso depende, pois ela é, na essência, o mau uso dos diferenciais de Poder. A covardia exige que utilizemos Poder para produzirmos o torpe efeito desejado. Porém, sendo Deus onipresente, é a sua observação de como usamos o Poder por ele a nós concedido que baliza nossa ascensão na escada evolutiva onde todos os seres humanos tentam galgar mais um degrau. Os mais covardes estacionam nessa ascensão.


Mas até quando vamos suportar o silêncio, a falta de comprometimento com um ideal comum, com o bem comum aos povos? A dignidade, o respeito, o caráter, a ética sempre existiram, não vamos esquecer que devem continuar a existirem, independentemente da posição em que nos encontramos na vida familiar, social e política.

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