terça-feira, 4 de novembro de 2008

Ex-protestante aos pés de Nossa Senhora da Conceição.

* Clark Coelho - Diário de Pernambuco, 04 de Nov. 2008.

* Na folha “A4” no Caderno Política, do Diário de Pernambuco desta terça-feira, 04 de Novembro, saiu uma reportagem com um gravataense que foi até ao morro Nossa Senhora da Conceição, zona norte do Recife, a fim de pagar uma promessa feita de acender 45 velas para a Santa após a vitória do seu candidato, Ozano Brito(PSDB).

O nome do gravataense é Clark Coelho, que trabalha na secretaria de infra-estrutura da prefeitura desde 2004. O mesmo garante que este contrato de emprego vai até 2012 com o fim do mandato de candidato eleito. Clark Coelho cumpriu a promessa que fez com a ajuda da senhora Dulce Brito (esposa de Ozano), de quem recebeu as velas e a camisa.

Segundo o texto do Diário de Pernambuco, Clark insistiu na presença da reportagem do jornal para simplesmente comprovar que sua devoção a santa concorreu para que o seu candidato chegasse à prefeitura, assumindo o posto de prefeito e, mantendo os cargos comissionados – e devotos – à custa da administração pública municipal.

A Reportagem nos deixa analisar algumas coisas:

1- O devoto honra seu sobrenome “Coelho”, haja vista que há pouco tempo atrás fazia parte de uma corrente religiosa protestante e, rapidinho, mudou para o Catolicismo, tornando-se devoto da padroeira do Recife. E ainda criticam os políticos que mudam de partido como quem muda de roupa...

2- Eu fico pensando como um chefe de setor de uma secretaria de infra-estrutura recebe uma miséria de salário nesse município a ponto de pedir ajuda para comprar 45 velas e uma camisa de algodão. E mesmo com um salário (deduzimos) tão pequeno, o Coelho quer permanecer no cargo comissionado, enquanto concursados aprovados não conseguem sua chance nas áreas destinadas no último concurso.

3- É sabido por toda a imprensa bem informada dos assuntos políticos e das ultimas eleições no estado, que o candidato derrotado por uma diferença de 90 votos (45 + 45), Bruno Martiniano e a sua coligação deram entrada na Justiça Eleitoral com um processo que apura diversas denúncias de irregularidades no último pleito, que levaram o candidato da situação à vitória. Será que o Coelho não correu demais, se antecipando à decisão da Justiça Eleitoral? Lógico que confiança é importante. No entanto, recorro ao bom Belchior, quando ele diz: “Não cante vitória muito cedo, não. Nem leve flores para a cova do inimigo”. Diz um velho ditado, apenas para ser mais contundente: “Prudência e canja de galinha não faz mal a ninguém.”

Gostaríamos de anunciar, em primeira mão, antes mesmo dos redatores do Diário de Pernambuco, que um grupo de pessoas estará indo amanhã ao Morro da Conceição realizar um ato de agradecimento a Nossa Senhora da Conceição, em nome dos 21.548 eleitores que foram contra a permanência do grupo político que apoio o candidato do devoto Clark Coelho. Nesse ato, aos pés da Santa Padroeira, serão acesas vinte e uma mil velas, que simbolizam os votos de Bruno Martiniano e Regis da Banca.


Um Simples Olhar de um Simples Professor...

O senso comum diz que religião e política não se discutem. Pelo contrário, precisamos refletir sobre a relação entre política e a religião. Um simples olhar sobre a história da humanidade evidenciará a simbiose existente entre política, religião e violência.
Como podemos esquecer, por exemplo, a barbárie dos ‘santos inquisidores’ de ontem e de hoje, uns em nome de Deus, outros em nome da razão do Estado? E o horror da noite de São Bartolomeu? Que seria dos conquistadores da nossa América se não utilizassem os recursos da Santa Madre? Seria a violência política suficiente para subjugar os povos dessas terras? E não foi a religião o cimento ideológico que justificou barbaridades como a escravidão do negro e a submissão secular da mulher? O puritanismo protestante foi empecilho para a dizimação dos povos indígenas na América do Norte? E as risíveis cenas, se não fossem trágicas, de religiosos, de um e outro lado, santificando exércitos em guerra?

Gostemos ou não, política e religião entrelaçam-se em diversos contextos históricos. Há mesmo determinadas circunstâncias onde estão de tal forma amalgamadas que é difícil distingui-las. É fato? Claro que é! No entanto, deixemos a razão cuidar de nossas vidas; esperar que a Justiça Eleitoral se pronuncie e torcer para que tudo transcorra na paz.

Seja quem for o prefeito que irá administrar os destinos de nossa cidade, esperamos, com toda força de nosso coração e de nossa fé, que o mesmo seja uma nova página na história. Nova em todos os sentidos. O novo é sempre bom. A mudança é sempre bem-vinda. E o exercício da democracia, sem o enclave do bem ou do mal, possa penetrar na vida dos que sabem votar, dos que sabem eleger, dos que sabem que há, ainda, homens que poderemos acreditar.
quando alguém me pergunta como estou, sempre respondo: "Caminhando e cantanto e seguindo a canção..." E é assim que um grupo da sociedade civil liderados por Regis da Banca (PT) vem construindo suas ações. Este mesmo grupo, completa as noites de reunião dizendo: "Vem, vamos embora, que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer."

1 comentários:

É muita hipocrisia... se um cidadão desse não tem nem convicção religiosa o que podemos esperar de sua convicção política...não adianta acender velas p Deus e para o Diabo...Que Deus tenha piedade desses que se dizem do BEM e usam seu Santo nome em vão e faça justiça aos realmente humildes de coração que não precisam utilizar de artifícios religiosos para angariar a credibilidade alheia.
Esperemos e confiemos na verdadeira justiça, pois os humilhados serão exaltados...

Postar um comentário