segunda-feira, 13 de junho de 2011

PARABÉNS, FERNANDO PESSOA





















Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: "Navegar é preciso; viver não é preciso." (*)


Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para a casar com o que eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar.



Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo.



Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha.


Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho na essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade.

(imagem criada por Tatiana Paiva)      
(texto do livro "Fernando Pessoa - Obra Poética") 


CRONOLOGIA

13 de junho de 1888 - Nasce em Lisboa, às 3 horas da tarde, Fernando Antônio Nogueira Pessoa.

1896 - Parte para Durban, na África do Sul.

1905 - Regressa a Lisboa

1906 - Matricula-se no Curso Superior de Letras, em Lisboa

1907 - Abandona o curso.

1914 - Surge o mestre Alberto Caeiro. Fernando Pessoa passa a escrever poemas dos três heterônimos.

1915 - Primeiro número da Revista "Orfeu". Pessoa "mata" Alberto Caeiro.

1916 - Seu amigo Mário de Sá-Carneiro suicida-se.

1924 - Surge a Revista "Atena", dirigida por Fernando Pessoa e Ruy Vaz.

1926 - Fernando Pessoa requere patente de invenção de um Anuário Indicador Sintético, por Nomes e Outras Classificações, Consultável em Qualquer Língua. Dirige, com seu cunhado, a Revista de Comércio e Contabilidade.

1927 - Passa a colaborar com a Revista "Presença".

1934 - Aparece "Mensagem", seu único livro publicado.

30 de novembro de 1935 - Morre em Lisboa, aos 47 anos.



"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens."
(Fernando Pessoa, em "O Eu Profundo")




"A finalidade da arte é elevar."

"O artista como artista sente menos do que os outros homens porque produz ao mesmo tempo que sente, e nesse caso há uma dualidade de espírito incompatível com o estar entregue a um Sentimento."


"Senhor, que és o céu e a terra, que és a vida e a morte..."

"Se a obra de arte proviesse da intenção de fazê-la..."

"Quem quer que seja de algum modo um poeta sabe muito bem..."

"Era eu um poeta estimulado pela filosofia e não um..."

"Tem duas formas, ou modos, o que chamamos cultura."

"Em certos casos, quanto mais nobre o gênio, menos nobre o destino..."

"Há no gênio um elemento obscuro..."

Sobre a Maçonaria (site externo)
"A Maçonaria compõe-se de três elementos: o elemento iniciático, pelo qual é secreta; o elemento fraternal; e o elemento a que chamarei humano..."




  


1. Fernando Pessoa com dez anos de idade.
2. Fernando Pessoa aos vinte anos de idade.
3. Fernando Pessoa nas ruas da Baixa lisboeta.

Fonte: Livro "Fernando Pessoa na Intimidade", de Isabel Murteira França.
Publicações Dom Quixote, Lisboa 1987.



FICÇÕES DO INTERLÚDIO

"Criei em mim várias personalidades. Crio personalidades constantemente. Cada sonho meu é imediatamente, logo ao aparecer sonhado, encarnado numa outra pessoa, que passa a sonhá-lo, e eu não."

"Só uma grande intuição pode ser bússola nos descampados da alma; só com um sentido que usa da inteligência, mas se não assemelha a ela, embora nisto com ela se funda, se pode distinguir estas figuras de sonho na sua realidade de uma a outra."


Alberto Caeiro (1889 - 1915):

Alberto Caeiro é considerado o mestre de todos os heterônimos de Fernando Pessoa. Nasceu em Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no campo. Não teve profissão, nem educação quase alguma, só instrução primária; morreram-lhe cedo o pai e a mãe, e deixou-se ficar em casa, vivendo de uns pequenos rendimentos. Vivia com uma tia velha, tia avó. Morreu tuberculoso. 

Poemas de Alberto Caeiro:



Ricardo Reis (1887 - 1935?):

Ricardo Reis nasceu no Porto. Educado em colégio de jesuítas, é médico e vive no Brasil desde 1919, pois expatriou-se espontaneamente por ser monárquico. É latinista por educação alheia, e um semi-helenista por educação própria. 

Odes de Ricardo Reis:



Álvaro de Campos (1890 - 1935?):

Nasceu em Tavira, teve uma educação vulgar de Liceu; depois foi mandado para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval. Numas férias fez a viagem ao Oriente de onde resultou o Opiário. 

Poemas de Álvaro de Campos:



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