Livro Primeiras Águas - Poesias

Este é o livro I da série Primeiras Águas.

Campanha Gravatá Eficiente

Fomentando uma nova plataforma de discussão.

A Liberdade das novas idéias começa aqui.

domingo, 31 de julho de 2011

Pelo Menos 20 Novos Partidos tentam fazer registro do TSE

Pelo menos 20 novos partidos políticos buscam atualmente registro na Justiça Eleitoral brasileira. O levantamento é do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em parceria com Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).

A legislação (Lei 9.504/97) exige que um partido obtenha o registro nacional, perante o Tribunal Superior Eleitoral, pelo menos um ano antes da eleição a qual pretende concorrer.

Para os interessados em participar das eleições de 2012, esse registro deve ser concedido pelo TSE dentro dos próximos 70 dias, uma vez que o primeiro turno do pleito será no dia 7 de outubro de 2012.
Quem pretende se candidatar a cargo político também deve estar filiado a partido dentro desse mesmo prazo.

A Constituição Federal (artigo 17, inciso IV) garante o pluripartidarismo no Brasil, desde que respeitadas algumas regras. Entre as exigências para a criação, a lei que regulamenta os partidos políticos (Lei 9.096/95) determina que a nova legenda obtenha o apoio de eleitores por meio de assinatura acompanhada do respectivo número do título eleitoral.
A quantidade de assinaturas deve ser equivalente a, no mínimo, 0,5% dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos brancos e nulos.

Além disso, os eleitores que assinarem o documento devem estar distribuídos por um terço ou mais dos estados e deve, ainda, equivaler a, no mínimo, 0,10% do eleitorado que votou em cada um desses estados.

Se considerarmos as eleições de 2010 para a Câmara dos Deputados, um novo partido deve colher aproximadamente 490 mil assinaturas, em pelo menos nove estados.

Conforme a Resolução 23.282/2010 do Tribunal Superior Eleitoral, o partido político em formação deve informar aos Tribunais Regionais Eleitorais a comissão provisória ou a pessoa responsável pela coleta de assinatura dos eleitores que apóiam a criação da nova legenda.
Posteriormente essas assinaturas são conferidas pelos cartórios eleitorais e irão compor, com outros documentos, o pedido de registro nacional, a ser realizado perante o Tribunal Superior Eleitoral.

Novos partidos por Estado
De acordo com o levantamento, realizado com informações repassadas por 18 TREs, o pretenso novo partido com atuação em maior número de Unidades da Federação é o Partido Social Democrático (PSD), que comunicou sua busca por assinaturas em 15 diferentes Estados: AC; AM; BA; CE; DF; GO; MG; MT; PB; PE; RN; RO; SC; SP; e TO. Essa comunicação é feita ao Tribunal Regional Eleitoral do Estado.

Em seguida, aparecem o Partido da Pátria Livre (PPL) e o Partido Novo (PN), que informaram a TREs de 12 estados sobre o recolhimento de assinaturas.
O primeiro mostrou articulação nas seguintes Unidades da Federação: BA; CE; DF; GO; MG; MT; PA; PE; PB; RS; SC; e SP. Já o segundo busca o apoio de eleitores dos seguintes Estados: AM; BA; DF; GO; MG; PE; PB; RN; RO; RS; SC; e SP.

Já o Partido Ecológico Nacional (PEN) está presente em 11 Unidades da Federação (AM; BA; CE; DF; MG; MA; PA; PE; RN; SP; e TO) em busca do apoio de eleitores.

Outros sete partidos em formação se registraram apenas em um estado para colher as assinaturas. São eles: 
Partido da Educação e Cidadania (PEC), em São Paulo; 
Partido Democrático dos Servidores Públicos (PDSP), em Tocantins; 
Partido Geral do Trabalho (PGT), no Rio Grande do Norte; 
Partido Federalista (PF),
Partido Humanista do Brasil (PMH), 
Partido Liberal Democrata (PLD), no Ceará e o 
Partido Cristão Nacional (PCN), no Acre.

Confira a seguir os demais partidos que tentam atender às exigências para obter registro na Justiça Eleitoral: Partido da Transformação Social (PTS); Partido do Meio Ambiente (PMA); Partido Cristão (PC); Partido Social (PS); Partido dos Servidores Públicos e dos Trabalhadores da Iniciativa privada do Brasil (PSPB); Partido da Mulher Brasileira (PMB); Partido da Justiça Social (PSJ); Partido Republicano da Ordem Social (PROS); e Partido Carismático Social (PCS).

Atualmente existem 27 agremiações partidárias no Brasil devidamente registradas no TSE. Três desses partidos foram criados na última década: Partido Republicano Brasileiro (PRB), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e e Partido da República (PR).

O levantamento realizado pelo TSE, em parceria com os TREs, contém informações de 17 Estados e do Distrito Federal sobre a coleta de assinaturas de apoio à criação de novas legendas nas suas respectivas jurisdições.
Outros nove Tribunais Regionais não repassaram dados, dos seguintes Estados: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Piauí, Roraima, Amapá, Sergipe e Alagoas.
Do TSE
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

sábado, 30 de julho de 2011

PARABÉNS PRA MINHA ESCOLA

ECEV É A ESCOLA MUNICIPAL NOS JOGOS REGIONAIS

FOI REALIZADO NO DIA DE HOJE (30 DE JULHO) NAS DEPENDÊNCIAS DA ESCOLA AARÃO LINS, A ETAPA DOS JOGOS ESCOLARES DE PERNAMBUCO. ESCOLAS DE POMBOS, VITÓRIA, BEZERROS E GRAVATÁ ESTIVERAM PRESENTES. A ÚNICA ESCOLA QUE REPRESENTOU A REDE MUNICIPAL FOI A NOSSA ESCOLA E BRILHOU MAIS UMA VEZ NAS MODALIDADES DE XADREZ E TÊNIS DE MESA.

MAS UMA CONQUISTA DOS ALUNOS DA ECEV E DO TRABALHO IMPECÁVEL DO PROFESSOR HAMILTON. PARABÉNS AOS ATLETAS E AO PROFESSOR.


CONFIRAM ALGUMAS IMAGENS:







Tem certeza que essa charge é dos anos 60?


sexta-feira, 29 de julho de 2011

Por que o brasileiro não se indigna perante a corrupção?


Por que o brasileiro não se indigna perante a corrupção?

18 de julho de 2011
Autor: Instituto Millenium
  


Assista ao programa “Painel”, da TV Globonews, com os especialistas do Millenium, o historiador Marco Antonio Villa e o filósofo Luiz Felipe Pondé (foto), além do cientista político Carlos Mello, que debatem o tema do artigo do jornal ” El Pais” sobre o Brasil.

Lições de um Brasil sem governo



11 de julho de 2011
Autor: Guilherme Fiuza
   

Morreu Itamar Franco, um presidente que fez bem ao Brasil. Fez bem por linhas tortas. Foi o símbolo da volta da dignidade ao poder depois da queda de Collor – de quem era vice e aliado político. PC Farias, centro dos escândalos que levaram ao processo de impeachment, era o tesoureiro da campanha que elegeu Itamar vice-presidente da República. Quando Collor caiu e Itamar assumiu, parecia que os dois nunca tinham se visto na vida – tal a esperança de regeneração depositada nele pelos brasileiros. E Itamar fez um “não governo” excelente, bem melhor que o atual.

A história é uma salada de versões, e a que prevalece pode ser a que foi gritada mais alto. Itamar foi enterrado como o presidente do Plano Real. A homenagem é merecida, por ser verdadeira. Mas a verdade às vezes é tortuosa. Fernando Henrique foi nada menos que o quarto ministro da Fazenda de Itamar. O presidente do Real teve, portanto, três outras chances de realizar “seu” Plano – e não passou nem perto.

A inflação anual de 1992 tinha passado de 1.000% (melhor escrever por extenso, para os mais novos não acharem que foi erro de digitação: mil por cento). Para enfrentar esse monstro, Itamar escalou para a Fazenda Gustavo Krause, depois o substituiu por Paulo Haddad, que também tirou para colocar Eliseu Resende. Três ministros e nenhum resultado contra a inflação. Quando o terceiro caiu, ninguém acreditava mais que o governo Itamar pudesse fazer algo consistente contra a escalada louca dos preços. Nem Fernando Henrique acreditava.

Cada vez mais, o ex-vice de Collor parecia empurrar com a barriga um governo-tampão, apenas arrastando o país até a eleição seguinte. Nesse cenário de quase paralisia, uma voz ajudou Itamar a não perder de todo a liderança política – a voz do ministro das Relações Exteriores. Era Fernando Henrique. Depois da demissão de Eliseu Resende, não tendo mais nenhum coelho para tirar da cartola, Itamar chamou o intelectual tucano que cuidava da diplomacia para comandar a economia. Não fazia muito sentido – mas, àquela altura do desastre, fazer sentido era o de menos.

Fernando Henrique assumiu o Ministério da Fazenda para tentar acalmar a inflação, talvez com alguma medida emergencial. Era preciso evitar o colapso econômico e o perigo de uma crise institucional, que jogasse o país no desgoverno. O quarto ministro da Fazenda de Itamar reuniu as melhores cabeças econômicas que conhecia (a algumas delas, teve de implorar) e pediu a essa pequena equipe um plano de ação imediata.

Tal plano começou com medidas de controle orçamentário, sem truques imediatos contra a inflação – como o confisco da poupança pelo Plano Collor e outras acrobacias dos sucessivos “pacotões”. Sob a regência de Fernando Henrique, o grupo passou a trabalhar em ações estruturais, que acabaram levando à ousadia de uma reforma monetária – gestada em nove meses e implantada em quatro. O Plano Real.

Na véspera da implantação do Plano (quando ia entrar em vigor a moeda de transição para o real, a URV), Fernando Henrique pediu demissão. Influenciado pela ala “trabalhista” do governo, Itamar queria correção para os salários pela inflação anterior e controle de preços – o que, na prática, destruiria o Plano Real. Diante do pedido de demissão de FHC, Itamar recuou, mantendo o Plano e o ministro.

Depois que o real deu certo e mudou a vida dos brasileiros para melhor, Itamar virou oposição a FHC, seu sucessor na Presidência. Tentou atrapalhar a política econômica na crise de 1999, decretando uma moratória como governador de Minas Gerais. Coisas do jogo político.

Mas Itamar Franco é o presidente do Plano Real, porque, em seu governo frágil, teve força para proteger uma grande reforma das inúmeras tentativas de sabotagem. Hoje os sabotadores estão no poder, sem planos. Saudades do não governo de Itamar.

Fonte: revista Época

Sustentabilidade de Empreendimentos Ambientais






APRESENTAÇÃO DO XIII CNE E DE SEUS OBJETIVOS: 

O tema central do 13º Congresso Nordestino de Ecologia, a ser realizado em novembro de 2011, na Faculdade Frassinette do Recife - FAFIRE, em Recife, é "Sustentabilidade de Empreendimentos Ambientais". O Projeto do 13º CNE tem como objetivo geral divulgar para o publico participante as diversas Ecotecnologias apropriadas para o desenvolvimento sustentável, possibilitando aos participantes conhecer experiências exitosas de instituições, ONGs e empresas que investem concretamente, nos seus empreendimentos, os conceitos e as práticas que promovem a sustentabilidade socioambiental. Os objetivos específicos do 13º CNE são discutir com base científica, sobre: (i) Conservação e Recuperação da Biodiversidade; (ii) gestão de recursos hídricos; (iii) poluição urbana e industrial; (iv) tecnologias ecologicamente apropriadas; (v) legislação e políticas ambientais; (vi) comunicação e educação ambiental e (vii) ecologia de ecossistemas. 

Antecede a etapa de execução do congresso, evento realizado pela SNE desde sua fundação, um processo de planejamento. Para tanto foi criada uma comissão organizadora, composta por doutores colaboradores da SNE. A coordenação geral é realizada pelo presidente da SNE, que também é o presidente do congresso. Para o desenvolvimento de cada tema foram criadas câmaras técnicas. Essas câmaras terão cada uma delas, uma coordenação que se reunirá sistematicamente com o presidente do CNE. Fazem parte da estrutura do CNE: apresentações culturais, apresentação em painéis, de trabalhos técnicos científicos previamente selecionados, oficinas temáticas e minicursos (Turismo Sustentável, Implantação do Sistema de Gestão Ambiental em Pequenas e Médias Empresas, Elaboração de Projetos em Educação Ambiental, Legislação Ambiental, entre outros), mesas redondas e conferências. 

Para a organização e apoio a SNE contratou a Empresa P MAIS, que tem sido responsável pelo sucesso da organização dos cinco últimos congressos. Quanto à comunicação a SNE conta com uma empresa que faz a sua assessoria de imprensa e de comunicação, a MID Comunicação. Essa empresa será responsável pela divulgação e produção das peças de comunicação. 

No momento a SNE vem buscando firmar parcerias com entidades Públicas e Privadas para a realização do 13º CNE. 


PÚBLICO-ALVO E ABRANGÊNCIA DO XIII CNE: 
Estima-se a participação de cerca de 800 pessoas. Pelas experiências anteriores estarão participando do evento: profissionais liberais de diversas áreas, técnicos e gestores ambientais, estudantes universitários, educadores das Universidades e de escolas, empresários, ambientalistas entre outros. 

O diferencial deste 13º CNE será a introdução de temas direcionados aos empreendimentos socioambientais com a difusão de conhecimentos relativos a novos métodos e experiências com o uso de ecotecnologias apropriadas. Com essa condução espera-se também que seja ampliada a participação de estudantes e profissionais dos segmentos das engenharias, arquitetura e agronomia. Nos 12 CNE realizados houveram participantes de outros Estados, principalmente do Nordeste. 


MAIORES INFORMAÇÕES, ACESSEM O SITE:

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Pobres Homens Ricos




Outro escândalo de corrupção explodiu nesta semana. O país apodrece. E a sociedade, anestesiada, fica indiferente e em silêncio. Leiam o artigo da revista VEJA, abaixo, que é odiada pelos corruptos!



A história do pedreiro e do vendedor que se descobriram empresários e donos de uma fortuna de Oito Milhões de Reais. Mas há um senador no meio do caminho

(Matéria divulgada pela Revista VEJA)

Na sexta-feira passada, o pedreiro Roberto Ferreira da Cunha cumpriu normalmente sua rotina. Acordou às 5 da manhã. Entrou em seu carro (um Uno modelo 1996), tomou café num bar (dois pastéis e um copo de leite) e seguiu para o trabalho (uma obra na periferia de Brasília).

Ao meio-dia, parou para almoçar (um prato feito de arroz, feijão e carne assada). Seguiu no batente até as 7 da noite, quando voltou direto para casa (ele mora de favor com os três filhos na casa de uma irmã, a 40 quilômetros da obra). As contingências adiaram a parada programada no supermercado para comprar "umas coisas" para ajudar no almoço de sábado. Ele tinha apenas Três Reais no bolso.

Vida dura demais para os padrões de alguém que tem 8 milhões de reais em uma conta bancária. O pedreiro não sabia que ele é um dos mais novos integrantes da seleta categoria dos milionários brasileiros. Não sabia que é um bem-sucedido empresário que enriqueceu fazendo negócios com o governo. Não sabia que ficou milionário graças a um senador da República, que ele não conhece e de quem nunca ouvira falar. Roberto Cunha não sabia de nada disso porque não era mesmo para ele saber. Roberto foi escalado para ser um "laranja", tendo seu nome usado criminosamente para ocultar os verdadeiros beneficiários de mais um golpe contra os cofres públicos disso, sim, muita gente sabia.

Durante cinco meses, o senador Romero Jucá, líder do governo, fez visitas ao Palácio do Planalto, a gabinetes de ministros, mobilizou aliados e fez todo tipo de pressão ao seu alcance para conseguir viabilizar a nomeação de Oscar Jucá Neto, seu irmão mais novo, para a diretoria financeira da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Havia muita resistência dentro do governo.

Afinal, Jucazinho, um gestor com larga experiência em administrar restaurantes, tinha um currículo que impressionava. Em sua ultima passagem pejo governo, em 2009, como assessor da Infraero, a estatal que cuida dos aeroportos, ele acabou demitido no meio de uma faxina ética semelhante à que o governo promove agora no Ministério dos Transportes:

A força do irmão poderoso, entretanto, prevaleceu e, em 20 de junho, Jucazinho assumiu o cargo e, por dever de ofício, a guarda de um cofre por onde passarão neste ano nada menos que 5 bilhões de reais. E eis que não tardou para que se descobrisse o porquê do interesse da família Jucá em ocupar o posto. Na semana passada, VEJA revelou que o primeiro ato formal de Jucazinho foi liberar irregularmente um pagamento a uma empresa de armazenagem que mantinha fazia anos um litígio com a Conab.


Na surdina, sem consultar ninguém, desrespeitando todos os procedimentos burocráticos e pareceres jurídicos e aproveitando a ausência do chefe. Jucazinho mandou depositar 8 milhões de reais na conta da empresa Renascença.

Detonou uma crise política dentro do governo e dentro do PMDB. Informado, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, quis demiti-lo. O vice-presidente Michel Temer, presidente de honra do PMDB, não se opôs, mas foi pressionado pelo poderoso Jucá. Na semana passada, depois da reportagem de VEJA, a ministra Gleisi Hoffmann, chefe da Casa Civil, convocou Rossi para uma reunião, ouviu dele um relato detalhado sobre o caso e, por fim, acertou-se que Jucazinho deixaria o cargo, o que aconteceu na quinta-feira.

Oficialmente, ele saiu por espontânea vontade, para permitir que os supostos erros administrativos sejam apurados com isenção por uma comissão de sindicância. Para garantir que o caso se resolvesse em paz, ficou combinado que não se falaria em fraude, muito menos em Polícia Federal ou Ministério Público. Um grupo de servidores vai ser encarregado de apurar as irregularidades. Enquanto isso, os 8 milhões de reais permanecerão bloqueados na conta da Renascença. O senador Jucá, embora irritado com o desfecho, concordou com a solução que, de certa forma preservou a ele e o irmão - pelo menos por enquanto.


A Renascença tem ligações históricas com os Jucá. Um primo do senador já esteve entre os cotistas da empresa, desde que começou a cobrar a suposta dívida milionária da Conab, porém, ela foi "transferida". Um dos compradores foi o pedreiro e agora milionário Roberto Cunha. O outro é o vendedor Madson Martins de Oliveira. Funcionário de uma concessionária de carros de Brasília, Madson também não sabia que era empresário. Mas ele se recorda de um episódio que pode ajudar a elucidar o mistério. Conta que, certa vez, recebeu uma oferta tentadora.

Desempregado, foi abordado por um homem que perguntou se ele assinaria um documento em troca do equivalente a 150 reais. Assinou sem pestanejar. Informado sobre seu perfil secreto, Madson se assusta: "O que eu faço agora? Tenho cinco filhos e não posso perder o emprego". Assim como Roberto, o vendedor de carros, como sócio da empresa, é dono de uma fortuna. Outro pobre milionário.


O pedreiro e o vendedor encarnam o papel daquilo que o jargão do submundo da corrupção chama de "laranja". Suas identidades foram usadas por pessoas que têm algo a esconder. Os interesses da Renascença são defendidos por gente bem mais graúda – e influente o bastante para fazer o irmão do poderoso líder do governo no Senado arriscar a própria cabeça e efetuar o pagamento à revelia de todas as normas legais e dos princípios da boa administração.

Na Conab, havia um lobby cerrado para que o dinheiro da Renascença fosse liberado. Não por coincidência, logo depois da decisão de Jucazinho de pagar os 8 milhões de reais, eis que surgiu o homem que se apresentou como o verdadeiro dono da empresa. Trata-se de Hélio Mauro Umbelino Lôbo, ex-deputado federal e prefeito biônico de Goiânia na ditadura. "Eu sou o verdadeiro dono da empresa", garantiu, de olho nos milhões.

O ex-parlamentar confirma que, a pedido de um amigo, transferiu as cotas da Renascença, mas não sabia que os novos donos eram laranjas. Por meio de uma procuração, entretanto, Hélio continua com todos os direitos de operar a empresa, inclusive abrir e movimentar as agora milionárias contas bancárias. Humm... Ex-sócios, ele disse que só conhece a família Jucá de nome. Em entrevista a VEJA, Oscar Jucá afirmou que foi vítima de uma armação: "Eu tenho como provar".


O uso de laranjas para esconder malfeitorias é apenas um dos muitos truques usados por políticos e empresários para fazer mágica com dinheiro público. Há duas semanas, o Tribunal de Contas da União concluiu a maior fiscalização já feita sobre os sistemas de compras do governo federal.

A investigação começou em abril do ano passado e analisou 142524 contratos firmados pelo governo Lula entre 2006 e 2010 por órgãos públicos e empresas estatais. O montante ultrapassa a cifra de 104 bilhões de reais. VEJA teve acesso ao relatório, cujos dados são uma radiografia de como a inventilidade de maus empresários, somada à leniência dos órgãos públicos, leva o país a jogar fora boa parte dos impostos arrecadados com rigor draconiano de quem trabalha.

No total, o relatório apresenta mais de 80.000 indícios de irregularidades, que vão de contratos assinados fora do prazo permitido por lei à contratação de empresas de parlamentares, de licitações com empresas fichas-sujas à participação de funcionários públicos em negócios com empresas das quais são sócios, da farra de aditivos ao uso de empresas-laranja para manipular licitações


Esse aparente descontrole integra a gigantesca engrenagem na qual estão, de um lado, empresas interessadas em sugar os recursos estatais e, do outro, grupos políticos que loteiam o estado com o objetivo de destinar para seus escolhidos as verbas federais. O mais gritante exemplo do tamanho do descontrole é o caso das empresas que disputam licitações e após apresentarem o melhor preço, acabam desistindo ou sendo desclassificadas por não atenderem às regras dos editais ou não honrarem sua proposta.

O tribunal encontrou 31 793 companhias que se enquadram nesses casos, envolvendo licitações de 6 bilhões de reais. De acordo com o relatório, assinado pelo ministro Valmir Campelo, uma dessas empresas chegou a falhar 12370 vezes. São números estarrecedores que levam, na melhor hipótese, ao reiterado atraso nas licitações e, na pior, à compra de produtos por preços bem acima do valor de mercado.

Essa é a missão, por exemplo, das chamadas empresas-coelho, apelido dado às firmas que entram em concorrências com um único propósito: fazer um lance muito abaixo do valor de venda para que as demais participantes desistam da licitação, deixando o caminho livre para que outra empresa do esquema se apresente, só que cobrando valores inflados. A prática é recorrente.

E o mais grave: os órgãos públicos, que deveriam abrir processos administrativos contra as empresas que atrapalham as licitações, seriam coniventes. Não se tem notícia de um só caso em que empresas-coelho tenham sido punidas por essa conduta. São malandragens sublimes que se tornaram rotina na relação entre comprador e vendedor, em que apenas um lado ganha - e todos os brasileiros perdem. Os auditores também encontraram empresas que têm servidores públicos e até membros da própria comissão de licitação como sócios. O prejuízo, ainda não calculado, facilmente ultrapassa a casa dos 10 bilhões de reais.


A investigação do Tribunal de Contas envolve parlamentares em atividade. A Constituição é clara em relação ao impedimento de deputados e senadores de controlar empresas que tenham negócios com o poder público.

Diz o artigo 54:

"Os Deputados e Senadores não poderão (...) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público".

Parece claro. Mas, ao cruzar a relação de bens dos parlamentares eleitos em 2006 com a das empresas que firmaram contratos com o governo ou com empresas estatais, vários nomes conhecidos apareceram. Para evitar o aprofundamento da apuração, o TCU apartou uma lista e classificou-a como sigilosa. Nela consta o nome das empresas, dos órgãos suspeitos e, obviamente, dos parlamentares.

VEJA teve acesso a parte da relação. Estão entre os acusados o senador Eunicio Oliveira, do PMDB, e os deputados Paulo Maluf, do PP, e Felipe Maia, do DEM. Os três negam envolvimento em irregularidades. Para o procurador do TCU Marinus Marsico, o relatório serve como um chamado: "As auditorias do tribunal deveriam ser lidas com mais atenção pelos gestores públicos. Ali não há nenhum tipo de interferência na atividade do Executivo, nenhum tipo de perseguição. O que há é uma tentativa de racionalizar essa gigantesca máquina pública".

Os ministros encaminharam o documento ao Ministério Público Federal e ao Conselho de Ética da Câmara para as providências cabíveis contra parlamentares, servidores e empresas. Ao Ministério do Planejamento caberá uma ampla reformulação dos sistemas de compras do governo, para evitar que corrupção, fraudes e as sazonais safras de laranjas se perpetuem como regra de convivência da política brasileira.

VEJA - 23/07/2011

terça-feira, 26 de julho de 2011

Veganismo ou Vegetarianismo radical?



verduras
O que você comeu no café da manhã hoje? Cereais com leite? Ovos com bacon? Quem sabe um pouco de chá com mel? A resposta será ‘não’, se você for um vegetariano radical. Os vegetarianos levam o vegetarianismo básico a alguns passos além. Em vez de abster-se de apenas peixe e carne, os vegetarianos radicais evitam comer, vestir ou usar qualquer produto de origem animal. Isso significa nada de ovo ou leite, mel, couro, pele de animais, lã ou seda, nem cosméticos ou produtos químicos testados em animais.

Os vegetarianos deveriam comer uma grande variedade de alimentos para manter uma dieta saudável
E existe muita coisa que os vegetarianos podem comer. A Sociedade Vegetariana dos Estados Unidos recomenda porções de verduras, frutas, grãos, legumes, óleos e produtos fortificados não derivados do leite, como leite de soja. Alguns vegetarianos radicais substituem a carne por carne de soja, tofu ou proteína do trigo, às vezes, chamada de seitan. Eles também tomam suplementos de vitamina B12, vitamina D e cálcio para suprir qualquer deficiência da dieta.

Mas por que as pessoas escolhem uma dieta tão restritiva? Até que ponto algumas pessoas levam o veganismo (vegetariano radical)? Nesse artigo, responderemos a essas perguntas e aprenderemos um pouco sobre a história do veganismo.

Por que as pessoas escolhem o veganismo?
Os vegetarianos radicais escolhem sua dieta por uma série de razões. Muitos abstêm-se de produtos de origem animal porque consideram sua indústria cruel e desumana. Outros acreditam que a agricultura animal destrói o meio-ambiente. E algumas pessoas simplesmente vêem no veganismo uma dieta saudável – pobre em gordura e colesterol e rica em fibras e vitaminas.

Os vegetarianos radicais acreditam(eu tenho a certeza) que as vacas leiteiras e as galinhas vivem em condições desumanas

vacasRazões morais
A maioria dos vegetarianos sente-se eticamente incapaz de comer animais abatidos. Também pensam que as galinhas poedeiras e as vacas leiteiras criadas em granjas levam uma vida desnecessariamente miserável e curta. As galinhas poedeiras criadas em granjas geralmente vivem em pequenas gaiolas sem nenhum espaço. Embora possam viver mais de uma década, a maioria é abatida após dois anos.

Os não vegetarianos que desaprovam os métodos das granjas geralmente preferem a criação de animais caipiras como uma alternativa. O USDA exige que as galinhas caipiras tenham acesso a áreas ao ar livre. No entanto, não especifica por quanto tempo elas devem ficar fora dos galinheiros e das gaiolas [fonte: USDA (em inglês) ]. Devido a essa brecha, os vegetarianos radicais que optam pela dieta por razões morais acreditam que a criação em espaço aberto não seja tão humana.

Eles também desaprovam o tratamento às vacas leiteiras. Como as galinhas, as vacas são abatidas quando sua produtividade diminui. Elas podem viver até 25 anos, mas a maioria morre após cinco. Os bezerros machos, que não têm nenhum valor às granjas leiteiras, são vendidos rapidamente e abatidos nas granjas de vitela.

Razões ambientais
Algumas pessoas tornam-se vegetarianas por questões ambientais. A agricultura animal exige grande quantidade de terra e água para sustentar o gado e fazer plantações. A troca da terra necessária para as pastagens e plantações leva ao desmatamento, à degradação do solo e a uma diminuição da biodiversidade. A água usada pela agricultura animal, a maior parte como irrigação às colheitas, responde por 8% do uso global da água pelo homem [fonte: Livestock, Environment and Development Initiative (em inglês)].

fazendaAs enormes plantações de milho ou grãos também precisam de pesticidas e fertilizantes. O nitrogênio dos fertilizantes contribui para a proliferação das algas e cria zonas mortas.
É necessária uma grande quantidade de terra para plantar alimentos para o gado.

Os próprios animais produzem lixo e poluição. A criação de gado produz 18% das emissões mundiais de gases do efeito estufa, medidos em CO2 – é mais do que os emitidos pelos meios de transporte! [Fonte: LEAD (em inglês)]

O metano, gás 23 vezes mais poderoso do que o CO2 , forma a maior parte das emissões do gado. O esterco animal contamina a água e libera antibióticos que podem aumentar a resistência de algumas bactérias.

Os vegetarianos radicais também acreditam que sua dieta utiliza a terra com mais eficiência e responsabilidade do que a agricultura animal. Se as pessoas comessem alimentos à base de plantas, não haveria necessidade de pastagens nem plantações para sustentar o gado. A agricultura produziria o alimento diretamente para o consumo humano e utilizaria menos terras. As proteínas e vitaminas dos produtos animais, entretanto, ajudam a sustentar a maioria dos pobres do mundo – pessoas que poderiam não ter os recursos para criar e monitorar uma dieta totalmente à base de plantas.

Razões de saúde
Muitos vegetarianos radicais escolhem a dieta puramente por seus benefícios à saúde. Embora o veganismo requeira suplementos e acompanhamento profissional para suprir as necessidades alimentares, a maioria dos vegetarianos pode ingerir todos os nutrientes sem consumir produtos de origem animal. Os principais alimentos do vegetariano radical, como grãos integrais, verduras, frutas e legumes, são naturalmente pobres em gordura e colesterol e ricos em fibras, magnésio, potássio, ácido fólico e vitaminas C e E. A Associação Americana de Dieta relata que os vegetarianos e os vegetarianos radicais possuem índices de massa corporal, pressão sangüínea e níveis de colesterol mais baixos do que os não vegetarianos. Também apresentam índices menores de diabetes tipo 2, câncer de cólon, câncer de próstata, hipertensão e doenças cardíacas [fonte: ADA (site em inglês)].

Veganismo duvidoso
O veganismo não é uma dieta fácil de manter, e nem deveria ser – deixar de consumir produtos de origem animal requer planejamento e acompanhamento cuidadosos. Mas os adultos têm uma certa medida de segurança em qualquer dieta. A maioria observa ganho de peso, perda de peso ou mesmo condições mais discretas, como anemia devido à deficiência de ferro. As pessoas são capazes de se adaptarem antes que apareçam conseqüências graves. No entanto, bebês, crianças e animais não conseguem controlar suas próprias dietas e têm necessidades nutricionais delicadas. Para os vegetarianos radicais que optam por estender suas crenças em dieta a seus filhos e animais, cuidado e acompanhamento médico são cruciais.

É possível fazer com que uma criança cresça com uma dieta vegetariana bem planejada

Bebês vegetarianos
bebêEm abril de 2004, Crown Shakur, um bebê de seis semanas e 1,75kg, morreu de inanição. Seus pais, que o alimentavam com leite de soja e suco de maçã, insistiram em dizer que fizeram a melhor coisa fazendo-o seguir sua dieta vegetariana. Os nutricionistas, entretanto, afirmaram que não foi o veganismo que causou a morte do bebê, mas sim a negligência e a ignorância – os pais simplesmente não o alimentavam o suficiente. O júri concordou com o prosseguimento do caso e condenou os pais por assassinato. Como os pais usavam o veganismo como sua estratégia de defesa, o caso atraiu bastante atenção para a dieta e para as crianças vegetarianas.

Quando os pais criam as crianças e os adolescentes com dietas alternativas, como o veganismo, não se pode haver erros. Uma dieta vegetariana bem planejada e cuidadosamente seguida, no entanto, pode suprir adequadamente as necessidades das crianças. A maioria das mães vegetarianas alimenta seus bebês – o leite materno aumenta o sistema imunológico, diminui o risco de infecção da criança e ajuda a prevenir alergias. As vegetarianas que amamentam tomam suplementos para compensar suas deficiências de vitaminas D e B12. Quando não é possível amamentar, fórmulas vegetarianas oferecem uma alternativa. No entanto, os pais jamais deveriam dar a seus filhos fórmulas caseiras ou produtos que não fossem derivados do leite, já que elas não atenderão as necessidades nutricionais de um bebê. Crianças maiores podem comer frutas e legumes amassados, purê de tofu, iogurte de soja e leite fortificado de soja, arroz ou de aveia.

Animais vegetarianos
Alguns vegetarianos estendem suas dietas a seus animais. Eles acham hipócrita não consumir produtos animais e dá-los a seus gatos e cachorros. Os vegetarianos que dão a seus cães comida à base de vegetais chamam seus bichinhos de cachorros vegetarianos. Eles se alimentam de comidas especialmente formuladas ou feitas em casa. Alguns cães não gostam da dieta, mas muitos vegetarianos a mantêm porque querem seus animais tão fortes e saudáveis quanto os outros.

Os gatos, no entanto, têm necessidades bastante estritas. Eles não conseguem sintetizar a vitamina A dos vegetais e precisam de vitamina C e aminoácidos, como os touros, para serem saudáveis. Embora as comidas de gatos vegetarianos contenham suplementos, a complexidade das necessidades alimentares de um gato torna o veganismo difícil e muito perigoso. Até mesmo os grupos de vegetarianos radicais somente apóiam a dieta aos felinos como uma tentativa.

veganismo é mais do que uma simples dieta. Aprenderemos, na próxima seção, sobre a história do veganismo, a cozinha vegetariana e o estado atual da moda vegetariana.

Veganismo ao extremo
Alguns vegetarianos levam suas dietas ao extremo. Os praticantes da Dieta de Alimentos Crus - Crudívoros -  comem somente comida crua. Isso pode incluir produtos de origem animal, mas como a maioria das pessoas não gosta da idéia de comer carne nem ovo cru, boa parte dos seguidores é vegetariana.
A Dieta das Frutas permite apenas frutas cruas e sementes. Os frugívoros acreditam que as frutas são o alimento ideal da natureza. Eles acham que comer frutas é uma forma natural de prolongar a vida e que é errado matar os vegetais.
Os vegansexuais são aqueles que seguem dietas vegetarianas, mas que também evitam ter relações sexuais com não vegetarianos.


Estilo de vida do vegetariano radical
Quando Elsie Shrigley e Donald Watson usaram pela primeira vez a expressão “vegetariano radical” para descrever os vegetarianos que não consumiam derivados do leite, em novembro de 1944, a dieta e o estilo de vida definitivamente não eram “legais”. Os vegetarianos antipáticos se recusavam a associar-se a movimentos radicais. O veganismo criou uma reputação amigável e louca por saúde. A dieta finalmente tornou-se popular com movimentos contraculturais – a maioria particularmente hippie – mas ainda com um ar de exclusividade. Hoje em dia, muitos vegetarianos radicais ignoram a reputação virtuosa e promovem o veganismo como uma brincadeira e, até mesmo, como um estilo de vida moderno.

refeição vegetariana
A culinária vegetariana era, até recentemente, sinônimo de tofu mole e fermento nutritivo. Entretanto, um interesse crescente na culinária étnica tem feito chefes de cozinha iniciantes perceberem que muitas culturas possuem deliciosos pratos vegetarianos feitos diretamente em suas cozinhas. Comidas do Oriente Médio, como humus, tahina e falafel, ensopados e tagines da África do Norte, caril de vegetais da Índia e comidas rápidas da Ásia fazem os vegetarianos radicais apreciarem e compartilharem suas dietas à base de vegetais com amigos não vegetarianos.
Por outro lado, um prato assado do vegetariano radical parece ser uma coisa impossível. Como fazer um bolo ou biscoito sem leite, manteiga ou ovos? Leite de soja, arroz ou amêndoa é um bom substituto para o leite comum. Sementes de linhaça, tofu cremoso, iogurte de soja, ovo vegetariano ou mesmo bananas podem substituir os ovos, enquanto a margarina sem sal ou o óleo de canola pode substituir a manteiga. O assado de um vegetariano também atrai pessoas com alergia a ovo ou intolerância à lactose.
Os vegetarianos radicais também não vestem nem usam produtos de animais – couro, lã, seda e colas, tintas, cosméticos e produtos químicos de base animal. Dar lindos tênis de couro, blusas de seda e calças de lã em troca de roupas de cânhamo grosseiro costumava ser um dos maiores sacrifícios do veganismo. Mas agora os desenhistas e as lojas para vegetarianos cultivam uma nova estética – bem feita, elegante e que não seja cruel. A conhecida desenhista de modas Stella McCartney, uma vegetariana, usa apenas fibras naturais e imitação de couro em suas roupas.
O estilo de vida de um vegetariano radical está deixando de ser de auto-sacrifício para se tornar um prazer consciente. Entretanto, os vegetarianos em potencial, atraídos pela característica do estilo de vida ou por seus benefícios éticos, ambientais ou à saúde, deveriam dar mais atenção a sua pesquisa. A dieta ainda é uma questão complicada que precisa de acompanhamento profissional.

A Associação Americana de Dieta relata que os vegetarianos e os veganos possuem índices de massa corporal, pressão sanguínea e níveis de colesterol mais baixos do que os não vegetarianos. Também apresentam índices menores de diabetes tipo 2, câncer de colon, câncer de próstata, hipertensão e doenças cardíacas.
Adaptado de CandeeiroVerde

O que é VEGANISMO?

Veganismo é uma filosofia de vida motivada por convicções éticas com base nos direitos animais, que procura evitar exploração ou abuso dos mesmos, através do boicote a atividades e produtos considerados especistas.

Etimologia
O termo inglês vegan (pronuncia-se vígan) foi criado em 1944, numa reunião organizada por Donald Watson (1910 - 2005) envolvendo 6 pessoas (após desfiliarem-se da The Vegetarian Society por diferenças ideológicas), onde ficou decidido criar uma nova sociedade (The Vegan Society) e adotar um novo termo para definir a si próprios.

Trata-se de uma corruptela da palavra "VEGetariAN", em que se consideram as 3 primeiras letras e as 2 últimas para formar a palavra vegan.

Em português se consideram as três primeiras e as três últimas letras (vegetariano), na formação do termo vegano (s.m. adepto do veganismo - fem. vegana). Tem sido usado também o termo veganista para se referir aos adeptos do veganismo.

Ideologia
Os veganos boicotam qualquer produto de origem animal (alimentar ou não), além de produtos que tenham sido testados em animais ou que incluam qualquer forma possível de exploração animal nos seus ingredientes ou processos de manufatura.

Para o vegano, animais não existem para os humanos, assim como o negro não existe para o branco nem a mulher para o homem. Cada animal é dono de sua própria vida, tendo assim o direito de não ser tratado como propriedade (enfeite, entretenimento, comida, cobaia, mercadoria, etc). Dessa forma veganos propõem uma analogia entre especismo, racismo, sexismo e outras formas de preconceito e discriminação.

Preferem usar os termos "animais não-humanos" ou "seres sencientes", em vez de "irracionais".

Muito importante distanciar a ideologia vegana da dieta vegetariana. Veganismo não é dieta, mas sim uma ideologia baseada nos direitos animais, e que luta pela inclusão destes na sociedade.

Vestuário, adornos, etc
Artigos em peles, couro, lã, seda, camurça ou outros materiais de origem animal (como adornos de pérolas, plumas, penas, ossos, pêlos, marfim, etc) são preteridos, pois implicam a morte e/ou exploração dos animais que lhes deram origem. Sendo assim, um vegano se veste de tecidos de origem vegetal (algodão, linho, etc) ou sintéticos (poliéster, etc).

Alimentação
São vegetarianos estritos, ou seja, excluem da sua dieta carnes, gelatina, lacticínios, ovos, mel e quaisquer alimentos de origem animal. Consomem basicamente cereais, frutas, legumes, vegetais, hortaliças, algas, cogumelos e qualquer produto, industrializado ou não, desde que não contenha nenhum ingrediente de origem animal.

Medicamentos, cosméticos, higiene e limpeza
Evitam o uso de medicamentos, cosméticos e produtos de higiene e limpeza que tenham sido testados em animais. Alguns optam pela fitoterapia, homeopatia ou qualquer tratamento alternativo.

O vegano defende o surgimento de alternativas para experiências laboratoriais, como testes in vitro, cultura de tecidos e modelos computacionais.

São divulgadas entre a comunidade vegana extensas listas de marcas e empresas de cosméticos e produtos de limpeza e higiene pessoal não testados em animais.

Entretenimento
Circos com animais, rodeios, vaquejadas, touradas e jardins zoológicos, também são boicotados pois implicam escravidão, posse, deslocamento do animal de seu habitat natural, privação de seus costumes e comunidades, adestramento forçoso e sofrimento.

Não caçam, não promovem nenhum tipo de pesca, e boicotam qualquer "esporte" que envolva animais não-humanos. Muitos seguem o princípio político da não-violência.

Dia Mundial Vegano
O dia 1 de Novembro é marcado pelo Dia Mundial Vegano ("World Vegan Day", em inglês), que é comemorado desde 1994, quando a Vegan Society da Inglaterra comemorou 50 anos de criação.

Em 2004 o evento marcou o 60º aniversário da sociedade, e o 10º aniversário do feriado.

Documentários
O número de adeptos tem crescido de forma gradual, com o auxílio de documentários que denunciam o especismo e ensinam direitos animais.

Documentários como Meet your Meat ("Conheça sua Carne"), Earthlings ("Terráqueos"), Chew on This ("Pense Nisso") e o pioneiro brasileiro A Carne é Fraca, seguido de Não Matarás, têm causado polêmica e de uma forma geral ganhado adeptos em todo o mundo.