domingo, 24 de julho de 2011

"Fundamentalista cristão", atirador escreveu manifesto de 1.500 páginas




Anders Behring Breivik, acusado pelos atentados que deixaram ao menos 93 mortos a Noruega, disse ter sido motivado por um desejo de gerar uma revolução na sociedade norueguesa, informou seu advogado, Geir Lippestad.

Em um manifesto online - que a polícia afirma ter sido publicado no dia do ataque -, Breivik discursa contra a imigração de muçulmanos para Europa e jura vingança contra os "europeus nativos", aos quais acusou de trair sua herança, dizendo que seriam punidos por seus "atos de traição." Lippestad afirmou hoje que seu cliente escreveu o documento sozinho.

O manifesto detalhou os planos de adquirir armas de fogo e explosivos e teria descrito, até mesmo, um teste de explosão: "Boom! A explosão foi um sucesso!!!" E termina com uma nota datada de 22 de julho: "Eu acredito que este será meu último acesso."

Naquele dia, uma explosão matou sete pessoas no centro da capital norueguesa e, horas depois, um homem abriu fogo contra dezenas de jovens acampados em uma ilha ao norte de Oslo. A polícia neste domingo informou que o números de mortos em decorrência do massacre na Ilha de Utoya subiu para 86. Isso eleva o total de vítimas fatais para 93, com mais de 90 feridos. Ainda há pessoas desaparecidas em ambas as cenas.

A polícia e o advogado de Breivik informaram que ele confessou o duplo atentando, mas negou a responsabilidade criminal pelo dia que abalou a pacífica Noruega e marcou o pior atentado na história do país. Breivik foi acusado de terrorismo e será indiciado na segunda-feira.

Lippestad disse que seu cliente pediu por uma audiência pública "porque quer se explicar." Os ataques assustaram a Noruega, sede do Prêmio Nobel da Paz, onde os policiais patrulham as ruas sem sequer portar armas de fogo. Os noruegueses se orgulhavam da abertura de sua sociedade, apreciando ideias de livre expressão.

Nos últimos anos, a próspera nação nórdica abriu os braços para milhares de refugiados do Paquistão, do Iraque e da Somália. O chefe de polícia, Sveinung Sponheim, afirmou que especialistas forenses da Interpol se juntarão às investigações neste domingo.

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