O diretor do Pnuma, Achim Steiner, destacou a relação das alterações do clima com a segurança alimentar
Foto: Evan Schneider/UN
O Conselho de Segurança debateu na última quarta-feira, 20 de julho, pela segunda vez na história das Nações Unidas, os riscos representados pelas mudanças climáticas para a paz e a segurança alimentar no planeta.
O diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, chamou atenção para o fato de 145 países compartilharem um ou mais rios internacionais. “Na história das operações de paz, já foram gastos quase US$ 35 bilhões em países onde os recursos naturais tiveram um papel considerável nos conflitos”, observou.
Em 2007, quando foi realizado o primeiro encontro do Conselho de Segurança sobre o tema, a previsão era de que a elevação no nível do mar até o final do século seria entre 20 e 60 centímetros. Mas, de acordo com estudos divulgados em maio deste ano pelo Programa para Monitoramento e Avaliação do Ártico (Amap), a elevação mais provável pode superar um metro, devido à aceleração no desgelo. Tamanha alta seria suficiente, por exemplo, para inundar 17% da área de Bangladesh e ameaçar a existência de grande parte das cidades costeiras, além de pequenos países em desenvolvimento, como as ilhas de Maldivas e Tuvalu.
Outro estudo mencionado aponta para o risco de pontos de inflexões súbitas e mudanças mais próximas, como, por exemplo, um Ártico livre de gelo durante o verão até 2030. Isso poderia reduzir a quantidade de luz solar refletida para o espaço, elevando ainda mais o calor absorvido pela Terra.
O diretor do Pnuma citou o Brasil em dois momentos durante o seu discurso. Ele mencionou estudos sobre a seca na Amazônia, divulgados em maio de 2010 por brasileiros e americanos, e também lembrou a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que será realizada no país em junho de 2012.
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