Você já pregou uma peça num amigo no dia primeiro de Abril, Gravatá sediará jogos internacionais de inverno? Já parou no estacionamento ao lado da Igreja Matriz de Santana e prometeu dar umas moedas a flanelinha da próxima vez? Já esteve na Sorveteria Alvorada e contou para alguém que o Prefeito Ozano Brito terá como vice-prefeito Bruno Martiniano nas próximas eleições? Ou já jurou que os professores seriam capazes de eleger um colega para o mandato de Vereador?
Bem, se você já fez esse tipo de “brincadeira”, fiquei tranquilo, porque você não sofre não de mitomania, um distúrbio que faz da pessoa um mentiroso compulsivo, pelo menos não por enquanto, já que ele pode ser adquirido com o passar do tempo.
A mitomania pode ser explicada como uma mania incontrolável de mentir. O mitômano acredita que a mentira é a melhor saída para o problema que enfrenta. Para a psicóloga Oneglia Nazareth, a mitomania 'é uma tendência mórbida que desfigura o processo de comunicação, pois atinge tanto o emissor quanto o receptor da mentira'. Segundo a psicóloga, não é possível classificar a mitomania como uma doença ou um transtorno.
Para outra psicóloga, Cinthia Labratti, 'a mitomania é uma das características visíveis de quem sofre por não conseguir lidar com a sociedade'. O mitômano acredita que será aceito apenas se inventar uma história. Ele pode inventar memórias de infância, falar de um pai violento ou mesmo se recriar como um profissional bem sucedido. Cinthia afirma que geralmente a mitomania está associada a quadros de depressão. Oneglia, por sua vez, acredita que a 'manifestação da mitomania deve-se à profunda necessidade de valor e atenção que o mitômano julga não receber'.
Dizer a verdade é um sofrimento para quem tem mitomania, doença definida como uma forma de desequilíbrio psíquico caracterizado essencialmente por declarações mentirosas, vistas pelos que sofrem do mal como realidade. Desse ponto de vista, podemos dizer que o discurso do mitômano é muito diferente daquele do mentiroso ou do fraudador, que tem finalidades práticas. Para estes, o objetivo não é a mentira, sendo esta apenas um meio para outros fins. Contam histórias ao mesmo tempo em que acreditam nelas. É também uma forma de consolo.
Pode parecer complicado identificar um legítimo mentiroso e um simples mitômano. Mas não é. É possível reconhecer uma pessoa que tem o vício de mentir. A mentira faz parte da vida do ser humano. É utilizada para agradar pessoas ou escapar de situações desconfortáveis, mas em alguns casos, pode se tornar patológica.
A Pseudolalia é uma mentira compulsiva resultante de um longo vício de mentir. Assim como o cleptomaníaco, que rouba objetos sem valor pelo vício de roubar, o mentiroso compulsivo mente por mentir. O que diferencia a mentira patológica ou pseudolalia da mentira “socialmente aceita” é a ausência de culpa, a intencionalidade e a freqüência com que o indivíduo pratica o ato.
A mentira é um grande problema quando denuncia uma dificuldade na aceitação da própria realidade; existem pessoas que chegam ao ponto de não saber mais o que é a verdade. A prática freqüente de viver uma situação imaginária pode ser o resultado de uma profunda insegurança emocional, além de traumas de infância.
Pois é, eu ao contrário do texto acima (montado através de pesquisa via web) penso que dificilmente as pessoas que sofrem desta doença conseguirão melhorar ou até mesmo curarem-se, especialmente quando iniciam sua vida profissional ou pública, investindo na mitomania em poucas doses diárias (para simplesmente provocar chistes) até evoluíram ao ato da pseudolalia (quando manipulam informações em benefício próprio, por exemplo).
Temos exemplos disto, quer no mundo do futebol (dirigentes desportivos) quer no mundo do trabalho (professores), em que as pessoas se vão habituando ao seu mundo imaginário e fora da realidade, quer no nosso meio, neste caso conheço alguns (que até me são próximos) que andam doentes há muitos anos...
É a vida, não é?
Confesso que muitas vezes a minha gastrite atinge um nível muito incômodo, quando fico sabendo que pessoas próximas (colegas de profissão, líderes de categorias, políticos que temos afinidades e até familiares) se utilizam destes tipos de distúrbios. A vontade imediata é chutar o balde e buscar fazer valer a dilatação das veias do pescoço.
Mas aí, parando pra pensar, me recordo de Gandhi, quando ele diz: "Amor e verdade são duas faces de Deus. A verdade é o fim, o amor, o caminho." Sem falar que, como disse uma amiga muito especial, quem luta pela verdade, sempre vai passar por estes tipos de gastrites. O importante é ter paciência, confiança em Deus e saber que Mitômanos e aqueles que sofrem com a pseudolalia, sempre existirão. Um dia, eles estarão apenas no rol dos escanteados da história, estigmatizados por suas próprias ações.
Mentirosos ilustres
Barão de Munchausen - O alemão Karl Friederich Hieronymus, mais conhecido como Barão de Munchausen, viveu entre 1720 e 1797. Ele lutou contra os turcos de 1740 a 1741, e, quando voltou da guerra, passou a relatar suas aventuras aos amigos. As histórias extraordinárias do Barão foram lançadas em livro pela primeira vez em 1785, na Inglaterra. Ele conta como venceu um exército inteiro fantasiado de galinha, como conseguiu sair de um poço muito fundo puxando os próprios cabelos, como cavalgou em uma bala de canhão e como ficou pendurado com seu cavalo na torre de uma igreja e subiu até a Lua escalando uma corda. O barão de Munchausen virou personagem de cinema em 1943 e 1988.
Pedro Malasartes - É um tipo caipira que defende os humildes desde a Idade Média. As histórias do mito, cheias de artimanhas e astúcias, já foram criadas em países da Europa e no Brasil. Pedro Malasartes foi interpretado no cinema pelo ator Amácio Mazzaropi, em 1960.
Pinóquio - Criado pelo escritor italiano Carlo Collodi, Pinóquio é um boneco de madeira que quer se transformar num menino de verdade. O livro foi editado pela primeira vez em 1883, na Itália. A particularidade do boneco é que seu nariz cresce cada vez que conta uma mentira. A história de Collodi virou filme de Walt Disney em 1940.
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