segunda-feira, 3 de outubro de 2011

NÚMERO de ASTERÓIDES PRÓXIMOS À TERRA é BEM MENOR do que se supunha até agora




Por Alexandre Medeiros

Pobres CATASTROFISTAS e ALARMISTAS DE PLANTÃO que vivem sonhando com o APOCALIPSE IMINENTE. A NASA acaba de anunciar que o NÚMERO de ASTERÓIDES PRÓXIMOS À TERRA é BEM MENOR do que se supunha até então.

ÓTIMA notícia para os indivíduos normais e tristeza absoluta até mesmo para certos canais SENSACIONALISTAS da TV que vivem anunciando o FIM DO MUNDO todos os dias e assim aterrorizando os pobres alarmistas e outros medrosos semelhantes.

QUAL O FUNDAMENTO DA REFERIDA MATÉRIA?

A questão está relacionada à FORMA COMO ERAM OBSERVADOS ATÉ RECENTEMENTE os ASTERÓIDES cujas trajetórias são próximas da órbita do nosso planeta (aqueles que chegam a uma proximidade de cerca de 45 milhões de quilômetros da Terra).

Esses ASTERÓIDES PRÓXIMOS (NEar ASteroids) ou simplesmente NEAS, sempre foram estudados através da observação da luz visível que os mesmos refletiam. Isso, entretanto, sempre se constituiu em um enorme problema, pois dependendo de sua constituição física e química um asteroide pode variar enormemente a sua CAPACIDADE DE REFLEXÃO da LUZ VISÍVEL, conhecida com o seu ALBEDO.

Isso sempre trouxe DOIS GRANDES PROBLEMAS:

1) Asteroides pequenos são muito mais difíceis de observar, pois refletem uma quantidade de luz visível bem menor, do que os maiores ou mesmo os de tamanho médio. Deste modo, havia uma grosseira estimativa do número desses asteroides menores baseada na população dos que podiam ser realmente observados.

2) Outro grande problema era estimar o tamanho de um certo asteroide observado, pois isso dependia de seu BRILHO APARENTE, de sua DISTÂNCIA e também de sua tal CAPACIDADE DE REFLETIR A LUZ, o seu ALBEDO ou refletividade da sua SUPERFÍCIE. Um grande corpo escuro e um pequeno corpo claro poderiam parecer igualmente brilhantes. Assim, era comum estimar-se em algo em torno de 14% a refletividade média (albedo médio) dos asteroides em geral.

A FIGURA abaixo (parte de baixo da página) ilustra a extensão desse problema: IMAGENS produzidas pela LUZ VISÍVEL não são suficientes para se determinar com precisão o diâmetro de um asteroide, pois um pequeno asteroide de constituição calcária, sendo ele claro, (representado na FIGURA abaixo como o de número 1) pode parecer idêntico a um outro asteroide que seja BEM MAIOR que ele, mas que seja escuro (como o de número 3, na FIGURA abaixo).

Este problema, entretanto, desaparece quando o objeto é observado na região do espectro da radiação infravermelha. O CALOR IRRADIADO PELA SUPERFICIE DE UM DESSES CORPOS REVELA COM PRECISÃO O SEU TAMANHO REAL.

Agora, graças ao mapeamento do Céu conduzido com o auxílio da sonda-observatório espacial WISE (Wide Infrared Survey Explorer) da NASA, em 2010 e 2011, os especialistas conseguiram estimar com muito mais exatidão a referida população de asteroides próximos da Terra (NEAS).

Embora a missão prioritária do WISE não fosse essa, mas sim a de estudar a distribuição das fontes de radiação infravermelha no Universo, esse resultado secundário da missão mostrou-se muito válido.

Evidenciou-se ser muito mais fácil detectar o calor radiante da superfície de um asteroide do que a radiação luminosa oriunda do mesmo sejam eles asteroides mais claros (e fáceis de serem observados através da luz visível) ou mesmo asteroides escuros e de bem mais difícil observação visual.

Uma análise dos dados obtidos pelo WISE revelou que devem existir aproximadamente 19.500 NEAS de médio porte (com diâmetros variando de 100 metros a um quilômetro); um número muito menor do que aquele até recentemente estimado e que era de aproximadamente 35.000 asteroides próximos.

A referida análise apareceu em um artigo científico publicado pela belíssima astrofísica americana Amy Mainzer (chefe do Projeto NEOWISE) e outros 36 pesquisadores no Astrophysical Journal.

Seus resultados foram anunciados em uma CONFERÊNCIA científica da NASA pela já citada Amy Mainzer, Lindley Johnson (chefe do Programa de observação de NEAS da NASA), Tim Spar (diretor do Minor Planets Center de Cambridge) e pela astrônoma Lucy McFadden.

A referida CONFERÊNCIA pode ser assistida ON LINE no seguinte LINK:

Para detalhes adicionais, acessem a edição mais recente da revista Sky & Telescope:

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