terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

540 anos de Nicolau Copérnico


 
Nicolau Copérnico foi um polaco, nascido na cidade de Torun, no dia 19 de Fevereiro de 1473. Afirmou-se como astrónomo e matemático e ficou conhecido por desenvolver a teoria heliocêntrica do Sistema Solar. Foi também cónego da Igreja Católica, governador e administrador, jurista, astrólogo e médico.

A sua teoria do Heliocentrismo, que colocou o Sol como o centro do Sistema Solar, contrariando a então vigente teoria geocêntrica (que considerava, a Terra como o centro), é considerada uma das mais importantes hipóteses científicas de todos os tempos, tendo constituído o ponto de partida da astronomia moderna. A teoria copernicana permitiu também a emancipação da cosmologia em relação à teologia.

 
Origem da teoria heliocêntrica

Na teoria de Copérnico, a Terra move-se em torno do Sol. O movimento da Terra era negado pelos partidários de Aristóteles e Ptolomeu. Eles sustentavam que, caso a Terra se movesse, as nuvens, os pássaros no ar ou os objetos em queda livre seriam deixados para trás. Galileu combateu essa ideia, afirmando que, se uma pedra fosse abandonada do alto do mastro de um navio, um observador a bordo poderia vê-la a cair em linha reta, na vertical. E, baseado nisso, nunca poderia dizer se a embarcação estava em movimento ou não.

Caso o barco se movesse, porém, um observador situado na margem veria a pedra descrever uma curva descendente - porque, enquanto cai, ela acompanha o deslocamento horizontal do navio. Ambos os observadores poderiam concluir que a pedra chega ao convés exatamente ao mesmo lugar: O pé do mastro. Porque ela não é deixada para trás quando o barco se desloca. Da mesma forma, se fosse abandonada do alto de uma torre, a pedra cairia sempre ao pé da mesma - quer a Terra se mova ou não.

O cardeal S. Roberto Francisco Belarmino presidiu o tribunal que proibiu a teoria copernicana. Culto e moderado, ele conseguiu poupar Galileu. Estimulado pelo novo papa Urbano VIII, seu grande admirador, o cientista voltou à carga. Mas o Papa sentiu-se ridicularizado num livro de Galileu. E isso motivou a sua condenação.

O percurso das balas de canhão e a queda dos corpos também foram estudadas por Galileu. Ele demonstrou que a curva descrita pelos projeteis é um arco de parábola e que os corpos caem em movimento uniformemente acelerado. Segundo as biografias romanceadas do cientista, ele teria realizado uma experiência que desmoralizou definitivamente a física aristotélica.

Subindo ao alto da torre de Pisa, deixou cair, no mesmo instante, dois corpos esféricos de volumes e massas diferentes: uma bala de mosquete e outra de canhão. Contra as expectativas dos académicos aristotélicos, que apostavam na vitória da bala de canhão e na derrota do cientista, os corpos chegaram rigorosamente juntos ao chão.

O historiador da ciência Alexandre Koyré demonstrou que, assim como muitos outros mitos que enfeitam os relatos sobre a vida de Galileu, a famosa experiência de Pisa jamais ocorreu. Ela foi, na verdade, uma experiência idealizada, que o cientista realizou no recesso da sua consciência, e não um ruidoso espetáculo público.

Sabia-se, desde o final da Idade Média, que a velocidade dos corpos aumentava à medida que eles caíam. E também se conhecia a lei matemática que descreve os movimentos uniformemente acelerados. O mérito de Galileu foi juntar as duas coisas e mostrar que, descartada a resistência do ar, todos os objetos caem com a mesma aceleração.
 
A igreja e o geocentrismo
A religião acompanhou Copérnico desde cedo. Órfão aos 10 anos de idade, o garoto foi criado pelo tio, então bispo de Ermland. Mais tarde, uma de suas irmãs virou freira, e um de seus irmãos, padre. Já adulto, Copérnico conciliou suas atividades como astrônomo, matemático e jurista com o trabalho de cônego na Igreja Católica de Frauenburgo.​
Paradoxalmente, as ideias de um cientista tão influenciado pela igreja iam de encontro ao que a religião pregava. Para o catolicismo, a Terra era o centro do universo. Tratava-se de suposição válida, contando os instrumentos de observação disponíveis, a tendência ao antropocentrismo e uma interpretação rígida da bíblia. Contudo, mesmo naquela época, Copérnico não era uma voz única. Havia outros cientistas com ideias semelhantes, a quem o polonês ofereceu leituras de sua teoria antes que ela fosse publicada.
 
Nova vida a uma ideia antiga
O livro De revolutionibus orbium coelestium veio a público apenas em 1543, pouco depois da morte de Copérnico, aos 70 anos. Devido ao falecimento do autor e a um capítulo inicial relativizando as posições defendidas pelo cientista - supostamente escrito por outra pessoa, à sua revelia -, o material não causou grande controvérsia. Assim, o astrônomo foi poupado do fanatismo religioso que levou, no século 17, Galileu Galilei à prisão.
Além de suas próprias e revolucionárias descobertas no campo da física e da astronomia, Galileu defendia e aprimorava a visão de Copérnico, em contraposição ao geocentrismo defendido pela Igreja Católica. Com essa posição, foi conduzido aos tribunais da inquisição. Acusado e ameaçado, teve de se retratar. O cientista estava certo, mas a igreja não concedeu tão rapidamente. Somente 350 anos após a morte de Galileu, no dia 31 de outubro de 1992, o papa João Paulo II reconheceu os enganos cometidos pelo tribunal eclesiástico.
Muito antes da inquisição, colocar a Terra no centro do mapa espacial foi um erro. Já se teorizava que o nosso planeta orbitava o Sol antes do nascimento do astrônomo polonês, em 1473. Mas os cálculos e a coragem do cientista foram responsáveis por “dar nova vida a uma ideia muito antiga e por sua adoção na ciência moderna”, segundo Bannister. Hoje, depois de muito tempo, apoiado pela astronomia e por cientistas como Copérnico, o homem enxerga mais longe.
 
 
Nascimento: 19 de fevereiro de 1473, Toruń
Falecimento: 24 de maio de 1543, Frombork
Educação: Universidade de Pádua (1501–1503), Mais
Obra: De revolutionibus orbium coelestium
Filiação: Barbara Koppernigk, Niklas Koppernigk
Irmãos: Barbara Copernicus, Andreas Copernicus, Katharina Copernicus

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