Nicolau Copérnico foi um polaco, nascido na cidade de Torun, no dia 19
de Fevereiro de 1473. Afirmou-se como astrónomo e matemático e ficou conhecido
por desenvolver a teoria heliocêntrica do Sistema Solar. Foi também cónego da
Igreja Católica, governador e administrador, jurista, astrólogo e médico.
A sua teoria do Heliocentrismo, que colocou o Sol como o centro do
Sistema Solar, contrariando a então vigente teoria geocêntrica (que
considerava, a Terra como o centro), é considerada uma das mais importantes
hipóteses científicas de todos os tempos, tendo constituído o ponto de partida
da astronomia moderna. A teoria copernicana permitiu também a emancipação da
cosmologia em relação à teologia.
Na teoria de Copérnico, a Terra move-se em torno do Sol. O movimento
da Terra era negado pelos partidários de Aristóteles e Ptolomeu. Eles
sustentavam que, caso a Terra se movesse, as nuvens, os pássaros no ar ou os objetos
em queda livre seriam deixados para trás. Galileu combateu essa ideia,
afirmando que, se uma pedra fosse abandonada do alto do mastro de um navio, um
observador a bordo poderia vê-la a cair em linha reta, na vertical. E, baseado
nisso, nunca poderia dizer se a embarcação estava em movimento ou não.
Caso o barco se movesse, porém, um observador situado na margem veria
a pedra descrever uma curva descendente - porque, enquanto cai, ela acompanha o
deslocamento horizontal do navio. Ambos os observadores poderiam concluir que a
pedra chega ao convés exatamente ao mesmo lugar: O pé do mastro. Porque ela não
é deixada para trás quando o barco se desloca. Da mesma forma, se fosse
abandonada do alto de uma torre, a pedra cairia sempre ao pé da mesma - quer a
Terra se mova ou não.
O cardeal S. Roberto Francisco Belarmino presidiu o tribunal que
proibiu a teoria copernicana. Culto e moderado, ele conseguiu poupar Galileu.
Estimulado pelo novo papa Urbano VIII, seu grande admirador, o cientista voltou
à carga. Mas o Papa sentiu-se ridicularizado num livro de Galileu. E isso
motivou a sua condenação.
O percurso das balas de canhão e a queda dos corpos também foram
estudadas por Galileu. Ele demonstrou que a curva descrita pelos projeteis é um
arco de parábola e que os corpos caem em movimento uniformemente acelerado.
Segundo as biografias romanceadas do cientista, ele teria realizado uma
experiência que desmoralizou definitivamente a física aristotélica.
Subindo ao alto da torre de Pisa, deixou cair, no mesmo instante, dois
corpos esféricos de volumes e massas diferentes: uma bala de mosquete e outra
de canhão. Contra as expectativas dos académicos aristotélicos, que apostavam
na vitória da bala de canhão e na derrota do cientista, os corpos chegaram
rigorosamente juntos ao chão.
O historiador da ciência Alexandre Koyré demonstrou que, assim como
muitos outros mitos que enfeitam os relatos sobre a vida de Galileu, a famosa
experiência de Pisa jamais ocorreu. Ela foi, na verdade, uma experiência
idealizada, que o cientista realizou no recesso da sua consciência, e não um
ruidoso espetáculo público.
Sabia-se, desde o final da Idade Média, que a velocidade dos corpos
aumentava à medida que eles caíam. E também se conhecia a lei matemática que
descreve os movimentos uniformemente acelerados. O mérito de Galileu foi juntar
as duas coisas e mostrar que, descartada a resistência do ar, todos os objetos
caem com a mesma aceleração.
A igreja e o geocentrismo
A religião acompanhou Copérnico desde cedo. Órfão aos 10 anos de
idade, o garoto foi criado pelo tio, então bispo de Ermland. Mais tarde, uma de
suas irmãs virou freira, e um de seus irmãos, padre. Já adulto, Copérnico
conciliou suas atividades como astrônomo, matemático e jurista com o trabalho
de cônego na Igreja Católica de Frauenburgo.
Paradoxalmente, as ideias de um cientista tão influenciado pela igreja
iam de encontro ao que a religião pregava. Para o catolicismo, a Terra era o
centro do universo. Tratava-se de suposição válida, contando os instrumentos de
observação disponíveis, a tendência ao antropocentrismo e uma interpretação
rígida da bíblia. Contudo, mesmo naquela época, Copérnico não era uma voz
única. Havia outros cientistas com ideias semelhantes, a quem o polonês
ofereceu leituras de sua teoria antes que ela fosse publicada.
Nova vida a uma ideia antiga
O livro De revolutionibus orbium coelestium veio a público apenas em
1543, pouco depois da morte de Copérnico, aos 70 anos. Devido ao falecimento do
autor e a um capítulo inicial relativizando as posições defendidas pelo
cientista - supostamente escrito por outra pessoa, à sua revelia -, o material
não causou grande controvérsia. Assim, o astrônomo foi poupado do fanatismo
religioso que levou, no século 17, Galileu Galilei à prisão.
Além de suas próprias e revolucionárias descobertas no campo da física
e da astronomia, Galileu defendia e aprimorava a visão de Copérnico, em
contraposição ao geocentrismo defendido pela Igreja Católica. Com essa posição,
foi conduzido aos tribunais da inquisição. Acusado e ameaçado, teve de se retratar.
O cientista estava certo, mas a igreja não concedeu tão rapidamente. Somente
350 anos após a morte de Galileu, no dia 31 de outubro de 1992, o papa João
Paulo II reconheceu os enganos cometidos pelo tribunal eclesiástico.
Muito antes da inquisição, colocar a Terra no centro do mapa espacial
foi um erro. Já se teorizava que o nosso planeta orbitava o Sol antes do
nascimento do astrônomo polonês, em 1473. Mas os cálculos e a coragem do
cientista foram responsáveis por “dar nova vida a uma ideia muito antiga e por
sua adoção na ciência moderna”, segundo Bannister. Hoje, depois de muito tempo,
apoiado pela astronomia e por cientistas como Copérnico, o homem enxerga mais
longe.
Nascimento: 19 de fevereiro de 1473, Toruń
Falecimento: 24 de maio de 1543, Frombork
Educação: Universidade de Pádua (1501–1503), Mais
Obra: De revolutionibus orbium coelestium
Filiação: Barbara Koppernigk, Niklas Koppernigk
Irmãos: Barbara Copernicus, Andreas Copernicus, Katharina Copernicus
0 comentários:
Postar um comentário