Por Gilberto Dimenstein
Ao anunciar a ampliação
da Bolsa Família para erradicar a pobreza extrema, Dilma Rousseff faz, de fato,
um gesto que merece aplausos. Com todos os seus problemas - a porta de saída,
por exemplo - esse programa é um jeito barato e eficaz de reduzir a pobreza.
Difícil, porém, não ficar incomodado com a empulhação marqueteira já com ares
eleitorais.
Dilma afirma que, com
sua ofensiva, está desafiando os "conservadores". Mentira.
Todos devem reconhecer
que, no poder, o PT ampliou - e muito - o alcance do Bolsa Família. Dilma foi
além é trouxe para a rede de proteção mais crianças de zero a três anos no
programa Brasil Carinhoso.
A empulhação está no
seguinte: o Bolsa Família é a grande obra social coletiva brasileira. E não tem
dono. Envolveu, em diferentes, momentos, todos os partidos.
Suas bases já estavam
montadas e fortes na gestão Fernando Henrique Cardoso. Tornou-se um programa
universal porque "conservadores" do então PFL, hoje DEM, criaram um
fundo contra a pobreza.
Lembre-se que, nessa
época, o PT chamava a bolsa-escola, a origem do Bolsa Família, de bolsa-esmola.
E atacavam a medida sem parar.
A base da bolsa-escola
estava em Campinas, cuja prefeitura era comanda pelo PSDB, e, em Brasília, onde
o então governador Cristovam Buarque desenvolveu experiências reconhecidas pela
Unesco e Unicef.
Essa é daquelas
conquistas acima de todos os partidos e ideologias, exportada para várias
partes do mundo.
Gilberto Dimenstein
ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma
incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve
o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela
Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.
0 comentários:
Postar um comentário